Embora reconheçamos que a Bíblia não dá nenhuma base para qualquer regra rígida contra
cada tipo de aposta, ela nos ajuda ver que a jogatina é um sério mal que resulta no afastamento do homem de Deus.
Vejamos os ensinos que extraímos das Escrituras sobre os jogos de azar:
A Bíblia não trata claramente a respeito desse assunto. O único caso que pode ser classificado como jogatina ocorreu quando os soldados romanos lançaram sortes para decidir quem ficaria com a túnica de Jesus. Depois de o crucificarem, repartiram entre si as suas vestes, tirando a sorte (Mt 27.35).
• Alguns intérpretes da Bíblia apontam Is 65.11-12 como prova de que ela condena especificamente os jogos de azar. Deve-se ter presente, entretanto, que o texto refere-se à deusa Fortuna, a quem os apostadores caldeus recorriam em busca de ajuda. Quando qualquer israelita buscasse a ajuda dessa deusa, estava, na verdade praticando um ato abominável diante de Deus ao preparar um banquete para o citado ídolo. Deram culto a seus ídolos, os quais se lhes converteram em laço, pois imolaram seus filhos e suas filhas aos demônios (SI 106.36-37).
• A jogatina, amiúde, induz à preguiça. Incentiva as pessoas a Conseguirem algo em troca de nada, além de levá-las a mentir e/ou a defraudar, a fim de obterem o que desejam sem trabalhar. A Bíblia incentiva o homem a ganhar o seu pão com o suor do seu rosto. E é justamente isso que Deus ordena em Gênesis 3.19: No suor do teu rosto comerás o teu pão... (Gn 3. 19). Paulo recomendou: Se alguém não quiser trabalhar, não coma também. Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam de modo desordenado (2 Ts 3.10-11). Contestando essa atitude, Salomão aconselha: Viste um homem diligente na sua obra? Perante reis será posto,’ não será posto perante os de baixa sorte (Pv 22.29).
• Encontramos na Bíblia advertências. contra o amor ao dinheiro. Ainda o sábio Salomão aconselhando a respeito desse apego inútil, afirmou: O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem ama a abundância nunca se fartará da renda. Também isso é vaidade. Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito,’ mas a fartura do rico não o deixa dormir (Ec 5. IU 12) . E, o apóstolo Paulo, por sua vez, declara em 1 Tm. 6. 10: Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram.
Sendo Deus o Criador do mundo e de todo o ser criado corno afirma a Bíblia: Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos (S119. 1). Os cristãos devem admitir sua condição de apenas administradores dos bens mais importantes que o Senhor lhes concedeu: vida e saúde para conseguir, por meios lícitos (ou seja, o trabalho honesto), os bens materiais de que tanto precisa. São responsáveis diante de Deus pelo uso do dinheiro e devem constantemente lembrar-se da admoestação que o próprio Deus nos faz: Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor naquilo que não pode satisfazer? (Is 55.2).
Os cristãos devem ter isso em mente sempre que forem tentados a fazer uma fezinha em jogos de azar. Os maus frutos da jogatina são tão notórios que, em muitos lugares, os praticantes do jogo do bicho são tidos como maus elementos encarados com desdém.
Não é a toa que o cristão deve evitar o vício dos jogos de azar: Não vos tornei causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem tampouco para a igreja de Deus (1 Co 10.32).