Textos: Ml. 3.10 – Ml. 3.7-12
irmaoteinho@hotmail.com
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OBJETIVO: Motivar os crentes à contribuição, por meio de dízimos e ofertas, como uma das disciplinas abençoadoras do viver cristão.
INTRODUÇÃO: A contribuição é uma entre as várias disciplinas da vida cristã que precisa ser mais cultivada. A indisposição para a contribuição, pelos dízimos e ofertas, talvez se dê em virtude das incompreensões que permeiam a prática evangélica sobre esse assunto. Diante dessa realidade, nos propomos, neste estudo, a mostrar o que a Bíblia tem a dizer sobre os dízimos e ofertas, no intuito de motivar os crentes à liberalidade, não segundo a lei, mas em graça.
1. DÍZIMOS E OFERTAS NA BÍBLIA: O dízimo (maaser, em hebraico e dekato, em grego) corresponde à décima parte do produto da terra, a qual, deveria ser separada e consagrada a Deus. Ao contrário do que se costuma postular, essa prática antece ao período da lei mosaica. Abraão pagou dízimos a Melquisedeque (Gn. 14.20; Hb. 7.6) e Jacó votou ao Senhor que lhe daria o dízimo (Gn. 28.22). A lei fora estabelecida a esse respeito, pela primeira vez, somente em Lv. 27.30-32. Posteriormente, algumas leis foram adicionadas a fim de regulamentar a entrega dos dízimos pelos israelitas (Nm. 18.21-24, 26-28; Dt. 12.5,6,11,17; 14.22,23). O pagamento dos dízimos era parte constitutiva da adoração judaica. Nos dias do rei Ezequias, como resultado da reforma religiosa, as pessoas traziam, com ânimo, os seus dízimos ao Templo do Senhor (II Cr. 31.5,6). Por isso, a negligência quanto a esse dever era fortemente combatida pelos profetas de Israel (Am. 4.4; Ml. 3.8-10). Em seus diálogos com os religiosos de sua época, Jesus recomendou que eles perpetuassem a prática do dízimo, mas que não deveriam desprezar a justiça, a misericórdia e a fé (Mt. 23.23; Lc. 11.42). Ainda que o dízimo tenha deixado de ser uma lei para os cristãos, seu princípio, no entanto permanece, especialmente no que tange à proporcionalidade (I Co. 9.13,14). A diferença é que, nessa perspectiva, ninguém deva mais ser coagido a fazê-lo. O dízimo, para aqueles que amam ao Senhor, deva ser entregue em graça, com liberalidade e alegria (v. 7). Isso também se aplica em relação às ofertas, a respeito das quais, Jesus ensinou que deva ser produto de uma vida de desapego às coisas materiais (Lc. 21.1-4). As contribuições cristãs, por conseguinte, fazem parte de um estilo de vida, que abrange os diversos aspectos da existência, englobando também, o suprimento aos necessitados (II Co. 8.3-5).
2. O CRISTÃO, O DINHEIRO E AS CONTRIBUIÇÕES: A contribuição cristã, indubitavelmente, está atrelada a um estilo de vida com o qual, infelizmente, muitos cristãos se acostumaram. E, como estamos estudando as disciplinas da vida cristã, não podemos deixar de abordar a questão do dinheiro, já que o tratamento em relação a esse repercute diretamente na atitude de dizimar e ofertar. Vejamos, a princípio, o que diz Jesus em Mt. 6.24: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom”. O dinheiro, de acordo com o ensinamento do mestre, nada tem de sagrado. Ele serve apenas para o suprimento das necessidades fundamentais à existência humana. Como cristãos, devemos aprender a depender da providência divina e a não vivermos preocupados como fazem os pagãos (Mt. 6.25-34). O ensinamento de Cristo, bem como o de Paulo, é que aprendamos a viver contentes, pois o amor ao dinheiro, definitivamente, é a raiz de todos, não apenas de alguns, males (I Tm. 6.6-10; ver também Hb. 13.5). Paulo nos deixa o exemplo, afirmando que sabia viver satisfeito, fosse nos momentos em que tinha com fartura ou nos de escassez (Fp. 4.6-13).
3. DÍZIMO E OFERTAS, BENÇÃOS GRACIOSAS: É comum ouvirmos, principalmente nos programa televisivos, os pregadores exortarem aos fieis a entregarem os seus dízimos. Alguns, mais ousados, já estão orientado aos “telefiéis” que enviem seus dízimos para os seus programas, via depósito bancário, outros via cartão de crédido, outros cheque prédatados, outros transferências, incitando o desreito aos pastores locais. Como se isso não fosse o bastante, ainda lançam maldições sobre aqueles que não são dizimistas. Dizem que se assim não o fizerem, uma série de mazelas acompanharão suas vidas. Com medo de serem amaldiçoados, muitos fieis entregam os seus dízimos, e em circunstâncias extremas, até mais do que isso. O problema, nesse particular, está na forma como as pessoas estão sendo orientadas, por esses "pastores", a contribuirem. Alimentam uma espécie de barganha com Deus com vistas a adquirirem sempre mais. Entregar o dízimo, desse modo, seria o mesmo que aplicar em ações rentáveis da bolsa de valores. Devemos ter cuidado com essa abordagem que nada tem de cristã. Devemos ser levados a contribuir com nossos dízimos e ofertas como ato de gratidão e adoração a Deus. Nos dias atuais, não se faz necessário que prove o seu amor para conosco pela prosperidade material, pois já nos provou dando o que há de mais valioso: Seu Filho Jesus Cristo em sacrifício pelos nossos pecados (Rm. 5.8).
CONCLUSÃO: A justiça do cristão deve exceder a dos escribas e fariseus (Mt. 5.20) porque, diferentemente daqueles, não agimos por motivações interesseiras. Aqueles que o fazem já receberam a sua recompensa, por esse motivo, aqueles que dizimam ou ofertam para aparecer, ou mesmo para enriquecerem, não pensem que estão agindo em conformidade com os princípios cristãos (Mt. 6.2). A entrega dos dízimos e ofertas é uma oportunidade abençoadora para adorar a Deus devolvendo parte daquilo que Ele anteriormente nos deu. É uma disciplina cristã porque demonstra, para nós mesmos, que não fiamos nossa confiança nas riquezas e que somos capazes de nos desprender do dinheiro, cientes de que temos um tesouro mais precioso nos céus (Mt. 6.19-21). É por isso que uma atitude cristã em relação ao dinheiro nos motiva a entregar, amorosamente, nossos dízimos e ofertas, não como LEI, mas como GRAÇA (Gl. 5.18,23). PENSE NISSO!