irmaoteinho@hotmail.com
OBJETIVO: Motivar os crentes à cooperação, através do serviço cristão, com vistas à expansão do reino de Deus na terra.
INTRODUÇÃO: No estudo desta semana, refletiremos a respeito da importância do serviço cristão. Inicialmente, definiremos o que seja “serviço cristão”. Em seguida, mostraremos como se dava o serviço cristão no Antigo e no Novo Testamento. E por fim, a importância do serviço cristão no contexto eclesiástico.
1. DEFINIÇÃO DE SERVIÇO CRISTÃO: A palavra hebraica para serviço é “abodah”, encontrada, por exemplo, em Gn. 29.27 e Ez. 44.14. No grego, existem quatro palavras: “douleia”, para o serviço escravo (Rm. 8.1515,21; Gl. 4.24), “diakonia”, para o serviço ou ministração (Rm. 11.13; I co. 12.5), “latreia”, para o serviço religioso, como o culto (Rm. 9.4; 12.1; Hb. 9.1,6) e “leitougia”, para o serviço público (Lc. 1.23; II Co. 9.12; Fp. 2.17,30; Hb. 8.6; 9.21). Destacamos que os usos desses termos gregos, no Novo Testamento, não são excludentes, mas includentes, isto é, aquele que serve, como cristão, é colocado na posição de servo diante do Senhor, para cultuar a Deus e adorando-O publicamente, e, ao mesmo tempo, auxiliando aos necessitados. O serviço cristão se diferencia de qualquer outro tipo de serviço por ser submisso a Jesus, Aquele a quem servimos, não por coerção, mas por amor (II Co. 5.14; Jo. 14.21,24).
2. O SERVIÇO NO CONTEXTO BÍBLICO:
2.1 No Antigo TestamentoNo antigo testamento, o serviço era algo que se fazia em favor de alguém. É nesse sentido que se diz que Esaú serviu a Jacó (Gn. 25.23). Jacó também serviu a Labão em troca de suas esposas (Gn. 30.26-29). Em Gn. 41.46 é dito que José prestou serviço a Faraó, e posteriormente, o povo de Israel serviu, como escravo, a Faraó (Ex. 1.14). Em relação ao trabalho entre os hebreus, Moisés proibiu que esses se tornassem escravos uns dos outros e que seus rendimentos fossem respeitados (Lv. 25.52). Diante da realidade das guerras, bastante comuns nos tempos do Antigo Testamento, o serviço militar tinha importância singular (Nm. 4.30, 35, 39, 43; 31.12). Outro serviço, esse de cunho mais religioso, era o ritual, cujos responsáveis principais eram os levitas (Nm. 8.11,15,19; I Cr. 23.32).
2.2 No Novo TestamentoO serviço cristão, diferentemente daquele do Antigo Testamento, adquire uma nova dimensão, sendo mais amplo, pois, como Jesus, não viemos para ser servidos, mas para servir (Mt. 20.28; Jo. 12.26; 13.3-17). Esse serviço, no entanto, não é uniforme, isto é, tem múltiplas manifestações para a edificação do Corpo de Cristo (I Co. 12.5). Nos primórdios da igreja, surgiu o diaconato, cujo fim primordial, seria o de servir às mesas e o cuidado com as viúvas (At. 6.1-6). Devido a importância desse serviço, Paulo apresenta recomendações a serem seguidas na escolha dos diáconos (I Tm. 3.8-13). Há uma dimensão toda especial no serviço cristão, e esse não está restrito aos diáconos, toda a igreja é vocacionada a trabalhar para Cristo, na verdade, quando prestamos qualquer serviço, estamos fazendo para Ele, e não apenas para os homens (Mt. 25.35). Um outro princípio exemplar de Jesus, é o de que quem quiser ser grande deve se tornar servo (Mt. 2026-28).
3. O SERVIÇO CRISTÃO NA IGREJA: Se nos voltamos para a Bíblia, veremos que, a igreja cristã demonstrou nítida preocupação com o serviço ao próximo. No livro de Atos, está escrito que, em Jerusalém, todas as coisas lhes eram comuns, que havia abundante graça, e que, entre eles, não havia necessitado algum (At. 4.32-35). O surgimento dos diáconos se deu, justamente, com vistas a dirimir o problema das viúvas gregas que eram desprezadas no ministério cotidiano da igreja. Homens foram separados a fim de que, naquela época, as carências sociais da igreja fossem cumpridas, e isso, foi considerado um importante negócio (At. 6.1-7). Paulo, em suas epístolas, mostra que a igreja deva ter preocupação com os pobres (Rm. 15.26; Gl. 2.10). Tiago, em sua epístola, chama a atenção para que não haja acepção de pessoas no seio da igreja cristã, principalmente, entre pobres e ricos (Tg. 2.1-5). Esse apóstolo também critica aqueles que vendo seu irmão necessitado não tomam uma atitude, antes o despede sem prover sua carência material (Tg. 2.15-17). Os ricos gananciosos devem chorar a miséria na qual se encontram, pois suas riquezas apodrecidas, produto da ilicitude, terá o devido julgamento, pois Deus não deixará passar impune aqueles que oprimem o pobre e assalariados (Tg. 5.1-6). E, acima de tudo, não devemos esquecer que a religião pura e imaculada é aquela que demonstra preocupação para com os órfãos e as viúvas, em suma, aqueles que carecem de que suas necessidades sejam supridas (Tg. 1.27).
CONCLUSÃO: Contrariando à Palavra de Deus, muitos cristãos desprezam o valor do serviço cristão. Há uma ilustração interessante que narra a visita de um mendigo à casa de um espírita, de um católico e de um evangélico. Dizem que em cada uma das casas o mendigo recebeu respostas diferentes para a sua necessidade. Cada um tinha apenas um pão. O espírita, apelando para a filantropia como forma de salvação, deu o pão inteiro ao mendigo e ficou com fome. O católico, na dúvida se a salvação seria somente pela fé, repartiu o pão ao meio e deu a outra parte ao mendigo. O evangélico, crendo na salvação pela graça, por meio da fé, respondeu que somente tinha um pão, e que, por isso, iria orar pelo mendigo. Não esqueçamos de que, de fato, somos salvos pela graça, por meio da fé, conforme está escrito em Ef. 2.9,9, mas o versículo 10 diz que é “para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”. Portanto, servimos ao Senhor, e ao próximo, não para sermos salvos, mas porque já somos salvos. Devemos, portanto, servir a todos, até mesmo aos inimigos (Rm. 12.20), mas, primordialmente, aos domésticos da fé (Gl. 6.10). PENSE NISSO!