Textos: Áureo: Is. 46.9,10; 3.8 – Gn. 6.1-7
OBJETIVO: Mostrar que o Deus da Bíblia, o Pai, projetou a salvação, o Filho, Jesus Cristo, executou, e o Espírito Santo, o Consolador, a aplica na vida daqueles que crêem.
INTRODUÇÃO: No estudo anterior, estudamos a respeito da intervenção de Deus na humanidade. Em Jesus Cristo, Deus visitou os homens, fez morada entre nós (Jo. 1.14). Hoje, veremos que o propósito de Deus, nessa atuação, é salvar a humanidade, perdida em seus delitos e pecados. Esse processo recebe, na Bíblia, o nome de “redenção”. Na primeira parte, definiremos o que seja “redenção” no Antigo Testamento. Em seguida, analisaremos o sentido da “redenção” no Novo Testamento. Por fim, mostraremos o alcance dessa redenção e sua importância para a humanidade.
1. A REDENÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO: A palavra redenção, em hebraico, é “gaal” e tem significados diversos. Em geral, refere-se ao ato legal de adquirir as pessoas como propriedade. No livro de Salmos e Isaias, o Senhor é apresentado como o Redentor (Sl. 19.4; Is. 41.14). O fundamento dessa redenção se encontra na libertação do povo da escravidão egípcia (Ex. 6.6; 15.13; Is. 51.10). O profeta Isaias também vaticinou a redenção do povo de Israel do cativeiro babilônico (Is. 35.9-10; 51.11; 63.9; 62.12). O verbo hebraico associado à redenção é “padâ”, que significa “redimir” por meio de recursos monetários. Em seu pacto com Israel, Deus determinou que os primogênitos pertenceriam a Ele (Ex. 13.1-2; 34.19), ainda que, para remi-los, o povo poderia pagar uma taxa (Ex. 13.13-15; Nm. 18.15-17). Essa possibilidade já apontava para a remissão de Cristo, o Filho Unigênito do Pai, que sacrificou-se como preço pago por nossa redenção (I Co. 6.20). Nos momentos de angústia, o salmista pediu ao Senhor que o remisse (Sl. 25.22; 119.134). E o Senhor, por sua vez, prometeu resgatar (ou redimir) Seu povo de doenças, dos inimigos e do pecado (Sl. 31.5; 55.18; 130.8). Na ocasião em que se encontrava no cativeiro, Deus também redimiu o Seu povo das nações, a fim de que pudessem voltar para “casa” (Jr. 31.11), como propriedade do Senhor (Is. 35.10; 51.11). A partir dessas passagens, é possível identificar a ampla dimensão que a redenção tinha no contexto do Antigo Testamento.
2. A REDENÇÃO NO NOVO TESTAMENTO: No Novo Testamento, algumas palavras gregas estão associadas à redenção da humanidade. O verbo “axagorazô” significa “redimir”. Paulo usa esse verbo duas vezes em Galátas para se referir à redenção espiritual em Jesus Cristo daqueles que foram vendidos ao pecado (Gl. 4.5; 3.13). O verbo “lutroô” também significa “redimir” e existem três ocorrências somente em I Pe. 1.18,19. Para Pedro, nos fomos redimidos da vida pecaminosa e fútil, não com prata ou ouro, mas com o precioso sangue do Cordeiro, que, como o cordeiro pascal, não tinha mácula ou defeito (Is. 53.7). O sentido de redenção, nessas passagens, é espiritual, bem como em Tt. 2.14. Além desses dois verbos, há um substantivo no grego, “apolytrosis” que também significa redenção. Em Hb. 9.15 essa palavra tem o sentido de “resgate”. Jesus morreu para nos resgatar do pecado, metáfora reforçada em Hb. 11.35, em que é dito que Cristo nos libertou do cativeiro e da tortura. Outras passagens que usam essa palavra para denotar que Jesus nos proveu a redenção por meio de Sua morte na cruz são Rm. 3.24 e I Co. 1.30. Em Ef. 1.14 e Cl. 1.14 isto é demonstrado como algo que os cristãos já têm no momento presente. Essa redenção, contudo, tem um aspecto futuro, por ocasião da volta do Senhor Jesus Cristo (Lc. 21.28; Rm. 8.23; Ef. 1.13,14; 4.30). O substantivo “lutrõsis” é outro termo para “redenção” no Novo Testamento. Após a circuncisão de João Batista, Zacarias, seu pai, louva a Deus pela redenção de Israel através de Jesus Cristo (Lc. 1.68). Ana, quando o menino Jesus foi apresentado no templo, adorou o Senhor, dando graça por ver a “redenção” do seu povo (Lc. 2.38). O escritor aos hebreus lembra ainda que Jesus, pelo seu sangue, obteve uma “redenção” eterna, para nós, que começa agora e segue por toda eternidade (Hb. 9.12).
3. AS IMPLICAÇÕES DA REDENÇÃO DE DEUS: A redenção em Jesus Cristo tem alcança maior e mais profundo que os sacrifícios da Antiga Aliança (Hb. 9.26,28), isso porque o sangue dos animais apontavam para o perfeito sacrifício que haveria de ser consumado no futuro (Sl. 51.9; Is. 38.17; Mq. 7.19). O sacrifício de Cristo foi propiciatório, isto é, nos tornou favoráveis, reconciliados com Deus (I Jo. 2.2; Rm. 3.23-26; 5. 10; II Co. 5.18,19; Cl. 1.21; Hb. 2.17); substitutivo, pois Cristo morreu em nosso lugar (Is. 53.4-6; I Pe. 2.24), e triunfante, pela morte de Cristo nenhuma condenação há (Rm. 8.1), haja vista que agora não somos mais de nós mesmos (I Co. 6.19). Vivemos, a partir da redenção de Deus em Cristo, não para o pecado, mas em santificação, como filhos de Deus, não vive pecando (I Jo. 3.6-8). Por causa dessa redenção, a natureza pecaminosa, ainda que não tem sido abolida, está sob o controle do Espírito. Fomos comprados por Deus, e, ao mesmo tempo, libertos para servi-lo em amor. O Filho nos libertou, portanto, somos verdadeiramente livres (Jo. 8.36) para não mais andar na carne, no caminho da desobediência, como outrora. Andamos, a partir de então, no Espírito, produzindo o Seu fruto (Gl. 5.22).
CONCLUSÃO: Redenção, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, tem a ver com compra, aquisição de propriedade. No passado, fomos vendidos, através de Adão, ao pecado, agora, em Cristo, fomos adquiridos por precioso valor. Não mais somos de nós mesmos, pertencemos Aquele que nos chamou das trevas para a Sua verdadeira luz. Após nos ter comprado, Ele nos deu a liberdade para O servirmos em amor, produzindo o fruto do Espírito. PENSE NISSO!