OBJETIVO: Mostrar que o Deus da Bíblia se relaciona com o homem a fim de comunicar-lhe seu amor, cuidados e salvação eterna.
INTRODUÇÃO: No estudo desta semana veremos que Deus se comunica com o homem. O princípio da comunicação, ou da revelação divina, repousa no relato bíblico de que Deus falou. Partindo desse pressuposto, definiremos e distinguiremos a revelação divina geral e especial. Em seguida, trataremos a respeito da revelação divina na história da salvação. E por fim, da resposta divina diante dessa revelação.
1. REVELAÇÃO: GERAL E ESPECIAL: Neste estudo, os termos “comunicação” e “revelação” serão usados de forma intercambiável. Assim sendo, podemos dizer, consoante ao título da aula, que Deus se comunica ou se revela ao homem. A revelação se faz necessária porque o homem é finito e não pode conhecer a Deus por meios próprios. Por isso, num ato de livre graça, Deus se revelou para nós. Ele rompeu o silêncio e se deu a conhecer. Essa revelação acontece, tanto nos tempos antigos quanto atuais, pela manifestação geral e/ou específica: 1) geral – Deus comunicando a respeito de si mesmo a todas as pessoas de todos os tempos e lugares; e 2) especial – a manifestação de Deus para pessoas específicas em épocas específicas. Os meios da revelação geral são: a natureza, a história e a constituição do ser humano (Sl. 19.1; Rm. 1.18-21,25; At. 14.15-17; 17.22-31). A revelação geral, no entanto, tem suas limitações por causa da queda do ser humano (Rm. 1.21; II Co. 4.4; Rm. 10.14). Ademais, por meio dessa revelação, é possível identificar um Deus Criador e Poderoso, mas não Amoroso e Salvador. Diante de tal limitação, o Deus da Bíblia resolveu se revelar especialmente à humanidade. Primeiramente, a Israel (Ex. 3.14), revelando-se como o EU SOU. Posteriormente, pela Bíblia, por meio da palavra profética, conhecida hoje, entre os cristãos, como Antigo Testamento (Jr. 18.1; Ez. 12.1; Os. 1.1; Jl. 1.1; Am. 3.1). O Novo Testamento, desde os tempos dos apóstolos, é também considerado revelação divina, Palavra de Deus (II Pe. 3.15; Ap. 22.18,19).
2. CRISTO, A PLENITUDE DA REVELAÇÃO DIVINA: A plenitude da revelação divina, no entanto, está em Cristo, o Verbo que se fez Carne (Hb. 1.1-3). A revelação como Pessoa, por conseguinte, se junta à Palavra Escrita, de modo que, pela Bíblia, temos o testemunho fiel e verdadeiro dos apóstolos a respeito de Cristo (Jo. 19.35; 21.24; I Jo. 1.1). Em Hb. 1.1 está escrito que “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho”. A esse respeito, entendemos:
1) que Deus falou antigamente – assim sendo, não podemos incorrer no erro de pensar que somente há revelação em Cristo e/ou depois dele, a Lei, também tem o seu papel em relação com o Evangelho;
2) Deus falou não apenas um vez, mas “muitas vezes” – não continuamente, em fragmentos e intervalos;
3) não apenas de um modo, mas de “muitas maneiras” – por anjos, Urim e Tumin, sonhos e visões (Nm. 12.6-8);
4) ao pais – Noé, Abraão, Isaque, Jacó, entre outros - pelos profetas – Moisés, Davi, Elias, Jeremias, entre outros – essa revelação fora dada em porção, isto é, nenhum desses detinha a plenitude da revelação divina (I Co. 10.1);
5) nos últimos dias, isto é, nos dias de Cristo na terra, Deus falou-nos pelo Seu Filho, Jesus Cristo, que é a expressão completa, ininterrupta da revelação divina, pois nEle habita a plenitude da deidade (Jo. 1.16; 3.34; Cl. 2.9). Em Jesus Cristo repousa todo o espírito da profecia, a graça e a verdade do Evangelho (Ap. 19.10; Jo. 1.17; 5.46; 14.9; Hb. 1.3).
3. A RESPOSTA HUMANA À REVELAÇÃO DIVINA: Deus falou, e como resultado dessa revelação, desse apocalipse, manifestação, parousia, somos todos postos diante dEle. Cabe ao homem, diante de Cristo, responder a Deus, aceitando-O ou rejeitando-O. A todos quantos O receberam, deu-lhes a autoridade de serem chamados filhos de Deus (Jo. 1.12). Em virtude do pecado, a condenação eterna está imposta a todos os homens, pois todos pecaram e destituídos ficaram da glória de Deus (Rm. 3.23). As obras são insuficientes para trazer a salvação dos homens (Ef. 2.8,9). Na verdade, nada há que o homem possa fazer para encontrar a justiça divina, a não ser por Jesus Cristo (Is. 57.12). A religiosidade ou a moralidade também não garantem a salvação, pois necessário se faz que o homem nasça de novo (Jo. 3.3). Não há outro caminho pelo qual os homens possam ser salvos, somente Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo. 14.6; I Jo. 5.20). Não há outro nome, além do de Cristo, por meio do qual possamos ser salvos (At. 4.12). Aos que recusam o Filho de Deus, permanece sobre eles a ira divina (Jo. 3.36). Segundo a revelação bíblica, estão entesourando ira para si, que se manifestará no juízo de Deus (Rm. 2.5-8; Rm. 12.19).
CONCLUSÃO: O Deus da Bíblia não é como um pai que se ausentou dos seus filhos e não mais resolveu dar notícias. Ou mesmo, como dizem os deístas, a um relojoeiro que deu cordas na sua criação e a abandonou ao acaso. O Deus da Bíblia, ciente das limitações humanas decorrentes da Queda, resolveu falar. Ele se revelou, a princípio, através da natureza – mostrando o seu poder criador, e da consciência – revelando na constituição humana o seu pecado. A ápice dessa revelação é Cristo, Aquele que revelou a face de um Deus de justiça e de amor. Essa é a grandeza da revelação divina, que, ao contrário do que se dizem, não é excludente, na verdade, é includente, pois Deus, em Cristo, forneceu um escape à humanidade outrora condenada à perdição eterna (Jo. 3.16). PENSE NISSO!