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PARTIDARISMO NA IGREJA


Textos: Sl. 133.1 - I Co. 1.10-13; 3.1-6

OBJETIVO: Mostrar que a igreja de Jesus é um corpo espiritual no qual a unidade do Espírito só pode ser conservada pelo vincula da paz.

INTRODUÇÃO: A igreja de Corinto estava dividida em partidos – schismas em grego (cujo sentido primordial é rasgão, como de um tecido). Apelando à origem da palavra, a igreja de Corinto, como algumas contemporâneas, se encontrava retalhada por divisões, contendas e partidarismos. No estudo desta semana, estudaremos a respeito desse assunto destacando os seguintes partidos: 1) o partido de Paulo, 2) o partido de Apolo, 3) o partido de Cefas, e 4) o partido de Cristo. E, ao final, defenderemos a necessidade da unidade espiritual do Corpo de Cristo.

1. O PARTIDO DE PAULO: O partido de Paulo era o dos fundadores da igreja, pois foi Paulo que levou a maioria dos crentes de Corinto a Cristo (I Co. 4.15). Esses eram os pioneiros da igreja, aqueles que diziam seguir apenas o que Paulo havia dito. Em relação à fé judaica, esses eram mais liberais porque não se deixavam controlar pelas tradições legalistas. Temos boas razões para acreditar que esse partido era formado fundamentalmente por gentios. Aqueles que faziam parte desse grupo deveriam exagerar na prática dos ensinamentos de Paulo, entregando-se à carnalidade. Esse partido “paulino”, contraditoriamente, desobedece aos ensinamentos do próprio Apóstolo, que instruiu a igreja à santificação. Paulo censura esse partidarismo na igreja, dizendo que não deu autorização para as pessoas destacarem-no em relação aos demais apóstolos e, principalmente, para que vivam em santificação (I Co. 6.19).

2. O PARTIDO DE APOLO: O partido de Apolo era formado por aqueles que defendiam uma abordagem filosófica da fé cristã. Apolo é conhecido em At. 18.24 como um homem de fluência na palavra, detentor de conhecimentos retóricos. Por ser de Alexandria, cidade na qual se desenvolveu a interpretação alegórica, é provável que Apolo tenha sido influenciado pela hermenêutica de Filo, entre outros pensadores gregos. Apolo, conforme lemos em At. 18.26, foi discipulado por Áquila e Priscila, os companheiros de Paulo. Segundo Lutero, esse teria sido o autor da Epístola aos Hebreus. O grupo de Apolo era formado por intelectuais, isto é, pessoas que gostavam de um discurso bem elaborado, eloqüente e repleto de beleza retórica, uma espécie de elite cultural dentro da igreja que se contrapunha a Paulo que tinha “presença fraca e palavra desprezível” (I Co. 2.1; II Co. 10.10). Contra esse partido, Paulo destaca que ninguém se apresse a saber além do que está escrito (I Co. 4.6). Em relação a Apolo, tanto Lucas quanto Paulo aprovaram seu ministério (At. 18.27,28; I Co. 6.5,6; 16.12; Tt. 3.13). Assim sendo, é apropriado defender que esse era uma partido que exagerava na ênfase alegórica e filosófica, diferentemente do que fazia Apolo.

3. O PARTIDO DE CEFAS: O partido de Cefas (ou de Pedro – ver Jo. 1.42), ao que tudo indica, era bastante conservador. Era composto pelos judeus e prosélitos que se tornaram judeus através da prática da circuncisão. Essas pessoas eram tementes a Deus, iam à sinagoga, estudavam a lei e observavam os ritos judaicos. Os partidários de Pedro eram tendenciosos legalismo, ainda que não possamos atribuir essa característica a esse apóstolo, principalmente depois da revelação que recebeu do Senhor, que se encontra registrada em At. 10 e da repreensão de Paulo em Antioquia, em Gl. 2.11-14. O partido que recebia o nome de Cefas, em todo caso, pode ser muito bem associado ao grupo de judeus. Seus membros ensinavam que o homem devia observar a lei para a salvação. Eram os legalistas que colocavam a lei acima da graça. Contra esse partido Paulo escreveu a Epístola aos Gálatas, a fim de defender o evangelho de Cristo contra essa deformação (Gl. 1.6-9). Entre Paulo e Pedro, o ensinamento geral da Bíblia, é de respeito mútuo entre eles, destarte as diferenças pouco significativas (II Pe. 3.15; Gl. 2.7-10; I Co. 9.5).

4. O PARTIDO DE CRISTO: Esse era o partido mais problemático por causa da arrogância e do orgulho. Por usarem o nome de Cristo, esse grupo é tomado pelo exclusivismo, achavam que somente eles tinham a verdade e todos os outros da igreja estavam errados. Podem hoje ser comparados aqueles grupos denominacionalistas que acreditam haver salvação apenas entre eles. O partido desse “Cristo” é formado por quem não se submete a qualquer autoridade. É provável que sejam esses a quem Paulo se referiu como os que diziam ter sabedoria e conhecimento superiores (I co. 8.1), que os tornavam livres de restrições e demandas morais (I Co. 5.1,2; 6.12; 10.23). Eles deturparam o evangelho e argumentavam com espírito de contenda (II Co. 10.7,10,11; 11.4,20,21,23). Esses foram considerados como falsos mestres e inimigos de Paulo (I Co. 4.18,19). Os membros desse partido se assemelham com a doutrina gnóstica, predominante nos tempos neotestamentários e contra os quais os apóstolos, principalmente João (I João) e Paulo (Epístola aos Colossenses), tiveram que se posicionar. Esse grupo constitui-se dos “iluminados”, dos detentores de uma “verdade mística” distanciada do evangelho de Cristo.

CONCLUSÃO: Em Ef. 4.3-4, Paulo admoesta aos irmãos daqueles tempos, e o mesmo Espírito fala hoje às igrejas a fim de que sejamos um no Senhor. Na verdade, é esse mesmo Espírito que trabalha em nós a espiritualidade, para que sejamos um no Senhor (Jo. 17. 21-23). Uma igreja verdadeiramente espiritual está unidade na doutrina e no amor de Cristo, não cultua personalidades, não está edificada em homens. A igreja cristã amadurecida é uma e sabe também lidar com as diferenças, com as diversidade na unidade. A máxima a esse respeito é a seguinte: no essencial, unidade; no secundário, liberdade; em tudo, o amor. Somente o amor pode desfazer os partidarismos na igreja. Sem ele, a carnalidade impera e só há lugar para disputas. O amor é o vínculo da paz, que se concretiza no sacrifício, suportando uns aos outros humildemente (Ef. 4.1,2) e, sobretudo, não esquecendo que Cristo é a Pedra de Esquina sobre a qual a Igreja está edificada (Mt. 16.18; I Co. 3.11; Ef. 2.20; I Pe. 2.1-6). PENSE NISSO!

BIBLIOGRAFIA
Bíblia de Estudo em Cores 
Lições Bíblica 2º. trimestre, CPAD
Deus é Fiel e Justo!