Textos: Mt. 5.28 – Ex. 20.14; Dt. 22.22-30
INTRODUÇÃO
Neste estudo veremos o sétimo mandamento, que trata a respeito do adultério. Esse é um assunto bastante apropriado, principalmente nos dias atuais, nos quais a sociedade decidiu endeusar o sexo. Inicialmente identificaremos as implicações de uma sociedade sexualizada, em seguida, mostraremos que o adultério continua sendo pecado, e ao final, daremos orientações cristãs que conduzam ao arrependimento, e a uma vida de santidade na vida sexual.
1. SOCIEDADE SEXUALIZADA
Deus criou o ser humano para o sexo, negar essa dádiva divina não é bíblico. Na verdade, antes mesmo da Queda, o Senhor orientou Adão e Eva para que “fossem fecundos” (Gn. 1.28). O livro bíblico de Cantares, geralmente alegorizado, reporta a beleza do sexo no casamento (Ct. 1.2-16). O ato sexual, no contexto geral das Escrituras, deve existir dentro do casamento (Pv. 5.15-19). Para o escritor da Epístola aos Hebreus, o matrimônio e o leito sem mácula devem ser considerados (Hb. 13.4). No casamento, o sexo é devido aos cônjuges, de modo que o marido e a mulher devem se entregar um ao outro, também evitando que o outro venha a pecar (I Co. 7.3). Isso deve ser levando em conta porque o sexo é uma necessidade, e se realizado dentro do casamento é uma benção de Deus. Contudo, por causa da natureza pecaminosa, o ser humano tem uma propensão para desvirtuar os projetos de Deus. Assim, o sexo, que deveria ser para o prazer, e também procriação, acabou fugindo do seu objetivo. Por isso, Na Antiga Aliança, Deus proibiu o adultério, sendo este punido com a morte (Lv. 20.10). A intenção desse mandamento é proteger a família, evitando que os cônjuges se entregam à devassidão, comprometendo a felicidade no lar. A cultura da sexualidade, que se propaga na sociedade moderna, está destruindo muitos casamentos. A mídia explorada demasiadamente a sexualidade, transformando-a não em Eros, como destacou C. S. Lewis, mas em Vênus. A ênfase exagerada que é posta no sexo, o transformou em algo irresponsável, objetivando apenas o prazer. A psicologia materialista moderna nivelou os seres humanos a simples animais, que não buscam outro interesse na vida a não ser o prazer sexual..
2. O PECADO DO ADULTÉRIO
Por causa da ênfase no sexo como um fim em se mesmo, o adultério está se alastrando na sociedade. O número de casamentos desfeitos por causa desse pecado tem aumentado consideravelmente. Nesses últimos tempos, com o advento das mídias sociais, a adultério está sendo semeado através da internet. Os recursos das redes sociais, caso sejam usados indevidamente, sem as devidas precauções conjugais, podem contribuir para o adultério. O acesso à pornografia também tem causado estragos em vários relacionamentos conjugais. Há cônjuges que estão viciados nessa prática, e por causa dela estão idealizando o ato sexual. A pornografia é perigosa porque vicia, e ao invés de levar a pessoa a querer sempre mais, como acontece com os outros tipos de vícios, faz com que queiram cada vez mais o diferente. Por causa disso, pessoas que se iniciaram na pornografia, vendo imagens que consideravam simples, findaram em experiências horrendas. É perigoso se deixar levar pela luxúria, por causa dela muitos perderam não apenas a vida, mas também a alma (Pv. 6.25,26). Há homens e mulheres que estão brincando com fogo, achando que uma aventura não fará mal ao casamento (Pv. 6.27). Muitos que decidiram apenas “se divertir por um pouco” acabaram em desgraça e vergonha (Pv. 6.33,33). Até mesmo o rei Davi, por deixar de vigiar nessa área, pecou contra o Senhor (II Sm. 11.2). Os homens devem ter cuidado com os olhos, pois é possível que através deles venha o adultério (II Pe. 2.14). Como Jó, devem fazer um concerto com eles, para não coloca-los em mulheres que possam desvirtuá-los da fé (Jó. 31.1). O investimento na sexualidade sadia, dentro do casamento, previne o pecado do adultério (Pv. 5.15-20). Não devemos esquecer que o casamento é um mistério, homem e mulher se tornam uma só carne no ato conjugal (Ef. 5.31,32). Aqueles que entregam seu corpo a outro, que não seja o seu cônjuge, estão profanando o templo do Senhor (I Co. 6.13,15).
3. NÃO ADULTERARÁS
O adultério está se tornando cada vez mais natural, em alguns contextos pós-modernos chega a ser motivado, como demonstração de uma suporta liberdade sexual. Antigamente a prática do adultério era criminalizada pelo código jurídico brasileiro. Para Jesus o adultério continua sendo pecado, ele ampliou seu alcance ao explicar que se alguém cobiçar uma mulher em seu coração cometeu adultério com ela (Mt. 5.27,28). Na medida em que deixam de atentar para as palavras do Senhor, as pessoas acabam se acostumando com a infidelidade conjugal. Existem até aquelas que justificam seu pecado, argumentando que “a carne é fraca”. É bíblico que a carne é fraca (Mt. 26.41), mas também que é preciso andar no Espírito (Gl. 5.16). Quanto mais investimos no Espírito, menos propensos nos tornamos ao controle da carne. Aqueles que estão envolvidos nesse tipo de pecado precisam se arrepender e buscar o perdão. Como Davi, devem reconhecer que estão distanciados de Deus e que pecaram contra o Senhor (II Sm. 12.13). A confissão do pecado de Davi se encontra no Sl. 51, nesse texto bíblico o monarca abre seu coração, e clama pelo perdão e misericórdia divina. A igreja de Corinto se encontrava em uma sociedade não muito deferente da que nos encontramos atualmente. Por causa disso, estava vulnerável à carnalidade. Paulo reconheceu que entre eles haviam muitos que vinham de experiências sexuais pecaminosas. Mas essas pessoas, depois que se arrependeram, e se voltaram para o Senhor, foram justificadas no nome do Senhor Jesus (I Co. 6.11).
CONCLUSÃO
Há esperança para aqueles que se entregaram ao pecado do adultério, certa mulher foi flagrada nesse tipo de transgressão. Os acusadores quiseram apedrejá-la, mas Jesus interviu em seu favor, perdoando os seus pecados. As palavras do Senhor, para aquela mulher adúltera, se aplicam àqueles que se arrependem: “nem eu tampouco de condeno, vá e não peques mais” (Jo. 8.10,11). Portanto, para alcançar a misericórdia do Senhor é preciso confessar o pecado e abandoná-lo (Pv. 28.13).