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A SUPERIORIDADE DE JESUS EM RELAÇÃO A MOISÉS


Texto Áureo: Hb.3.3 – Texto Bíblico: Hb. 3.1-19


INTRODUÇÃO
Os crentes hebreus tinham Moisés na mais alta estima, por considerarem ter sido ele um fiel servo de Deus, e mediador de uma sublime aliança. Em resposta a esse postulado, o autor da Epístola aos Hebreus destaca que Cristo é superior a Moisés, pois aquele foi o edificador da Casa, enquanto que este foi apenas um servo. Na lição de hoje, a partir de elementos comparativos, destacaremos o papel desses dois personagens, ressaltando Cristo, como servo de uma aliança superior.

1. O APOSTOLADO DE CRISTO
O autor da Epístola aos Hebreus se dirige aos “irmãos santos”, considerando que esses foram santificados por Cristo (Hb. 3.1). Essa referência mostra que eles se encontravam em uma condição privilegiada, tendo se tornado participantes (gr. metachoi) de uma vocação celestial (Hb. 6.4; 12.8). Jesus é o enviado de Deus, a fim de realizar uma obra sublime, superior àquela desenvolvida por Moisés. Isso porque Deus nos falou, nesses últimos dias, através do Seu Filho (Hb. 1.2). Por esse motivo, somos advertidos a confessar que Cristo é o Senhor, apóstolo e sacerdote de Deus. Jesus é alguém que se identifica conosco, que conhece nossas limitações, Ele sabe o que é padecer (Is. 53). É o enviado de Deus não apenas para proclamar a verdade, mas também para manifestá-la (Hb. 1.2,3). Ele veio para estabelecer uma casa, na qual constituiu filhos, irmãos e irmãs, na edificação de uma família (Hb. 3.6). Por causa dessa realidade, somos advertidos a manter nossa confissão (gr. homologia), colocando nossa confiança nEle, a fim de que possamos desfrutar da segurança eterna. Não apenas em condições favoráveis, mas também em situações difíceis, semelhantes àquelas que passavam os crentes hebreus. Os cristãos devem professar o senhorio de Cristo em suas vidas, e saber que isso não lhes garantirá qualquer benefício, na verdade, em alguns contextos, identificar-se como cristão pode trazer muito problemas. Mas é o que devemos fazer, para não sermos envergonhados na eternidade (Mt. 10.32-29).

2. MOISÉS E JESUS, MISSÕES COMPARADAS
É inegável o papel que Moisés exerceu na fé judaica, sendo respeitado por ter comunicado a palavra de Deus ao povo. O pressuposto era o de que os anjos haviam declarado a Lei, e Moisés a entregou lealmente ao povo (Hb. 3.2,5). Mas Jesus obteve maior glória que Moisés, pois este foi um servo temporário, enquanto Cristo é o Filho eternamente. Moisés não passou de uma testemunha que testificou das coisas que iriam acontecer posteriormente, enquanto que Cristo é a própria revelação (Hb. 1.1,3). Moisés foi um mordomo na casa, mas Cristo era o próprio dono. Por isso Moisés tinha apenas parte na casa, Cristo, por sua vez, foi o Construtor (Hb. 3.6). Moisés foi um servo fiel e amoroso a Deus, mas Cristo era e é Deus eternamente. Sendo assim, desconsiderar Cristo e retornar para Moisés representava, no contexto da Epístola aos Hebreus, bem como na aos Gálatas (Gl. 1.7-9), voltar do Maior para o menor, abandonar o eterno em favor do temporário. Por analogia, seria como sair do Ensino Médio e retornar para o Ensino Fundamental. Portanto, os crentes hebreus deveriam lembrar que deixar Cristo seria abandonar a casa de Deus, e perder a segurança que Ele mesmo proveu. Não é difícil encontrar nestes dias, em alguns arraiais evangélicos, líderes que querem substituir a graça de Cristo pelo legalismo judaico. Existem até aqueles que querem transformar a igreja em verdadeiras comunidades judaicas, restaurando rudimentos antigos, que não fazem sentido, nem têm respaldo bíblico, à luz do evangelho de Jesus.

3. UMA ADVERTÊNCIA Á PERSEVERANÇA
O autor da Epístola aos Hebreus adverte os crentes para que atentem para o passado de Israel, que endureceu seu coração diante da palavra de Deus (Hb. 3.7). Os cristãos, naqueles tempos difíceis, bem como nos dias atuais, devem manter a confiança em Deus até o fim (Hb. 3.14). O perigo da apostasia ronda os arraiais cristãos, e não poucos, por causa da perseguição, abandonam a fé. Com base no Sl. 95, o autor mostra o juízo que sobreveio a uma geração porque não creu na Palavra de Deus. Em Ex. 17 e Nm 20, os israelitas esqueceram e se rebelaram contra o Senhor, trazendo sobre eles mesmos as penalidades da transgressão. Essa mensagem é bastante contundente ainda hoje, considerando que muitos não estão levando a sério a Palavra de Deus. Há pessoas que aderem com facilidade a determinados modelos evangélicos, sobretudo aqueles que prometem prosperidade material, mas se distanciam do convívio cristão, tão logo passam pela primeira provação. No cristianismo não é importante apenas começar bem, é preciso também terminar bem. De nada adiante começar pelo Espírito, mas finda na carne. A fé cristã deve estar alicerçada na Palavra de Deus, e não em nossos sentimentos enganadores, muito menos em milagres, que ao invés de fortalecerem a confiança, podem nos tornar dependentes deles. Os israelitas viram muitos sinais durante a peregrinação pelo deserto, mas esses não foram suficientes para mantê-los firmes na Palavra.

CONCLUSÃO
A palavra de Deus deve ser ouvida constantemente, não podemos incorrer no risco de nos afastar dessa grandiosa salvação. Se por um lado, podemos desfrutar positivamente do livramento que nos foi dado pelo Senhor, por outro, negativamente, poderemos trazer condenação sobre nós, caso venhamos a desistir da caminhada. Portanto, quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas, e “se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como na provação” (Hb. 3.15).

BIBLIOGRAFIA
BROWN, R. The message of Hebrews. Downers Grove: IVP, 1982.
LAUBACH, F. Hebreus. Curitiba: Esperança, 2000.