INTRODUÇÃO
Existem muitos equívocos na sociedade a respeito da sexualidade humana, a cultura disseminou uma visão distorcida do sentido bíblico do sexo. Por isso, na aula de hoje, estudaremos sobre o sexo à luz da Bíblia, destacando os limites éticos para sua utilização. Inicialmente, destacaremos o conceito de sexualidade, em seguida, nos voltaremos mais especificamente para a sexualidade na Bíblia, e ao final, apontaremos os limites éticos para a sexualidade, sobretudo para os cristãos.
1. O CONCEITO DE SEXUALIDADE
A palavra sexo tem vários significados na sociedade, dependendo do que se quer dizer e do contexto no qual se encontra. Na biologia, o sexo é definido como um conjunto de características orgânicas. Na mídia, em sentido mais geral, as pessoas falam de “fazer amor”, se referindo ao ato de “fazer sexo”, nesse caso, à prática do ato sexual. A sexualidade é um conceito mais amplo, e diz respeito à própria constituição humana, que se capacita não apenas para o ato sexual, mas também para o envolvimento sexual. A esse respeito, é importar destacar que a sexualidade não é apenas fazer sexo, mas estar envolvido com outrem, com destaque para os comportamentos, ações e práticas dos seres humanos na busca pela satisfação sexual. Na perspectiva naturalista, a sexualidade não passa de um instinto, um desejo que na maioria das vezes é contido pelos padrões sociais. Com base nessa abordagem, há uma tendência a liberalidade sexual, que teve seu ápice nos anos 60, com a “revolução sexual”. O resultado dessa tendência foi a objetificação do ser humano, através da animalização do ato sexual, acarretando inclusive problemas sociais.
2. A SEXUALIDADE HUMANA NA BÍBLIA
A visão bíblica da sexualidade é distinta daquela proposta pelos estudos da psicologia e psicanálise moderna. Tudo começa no livro de Gênesis, no qual aprendemos que Deus fez o homem e a mulher para desfrutarem do sexo, atestando que esse era bom (Gn. 1.31). É importante ressaltar que o fruto proibido nada tinha a ver com o sexo, pois antes mesmo da queda Deus já havia dito: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn. 1.28), e mais “deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn. 2.24). Portanto, a sexualidade a partir do Gênesis é uma dádiva divina, que deve ser desfrutada, não apenas para a reprodução, mas também para o prazer sexual. Há um livro na Bíblia, o de Cantares, que exalta a beleza do amor conjugal, com destaque inclusive para o ato sexual. Em virtude da influência helenista, o catolicismo absorveu uma visão negativa do sexo, e assumiu que esse deveria ser feito apenas para reproduzir. Esse ponto de vista foi enfatizado no Concílio de Trento, ao disciplinar o ato sexual com o objetivo exclusivo da reprodução. Mas Paulo, ao escrever aos Coríntios, orienta aos irmãos da igreja a usufruírem do sexo, inicialmente para fugir de práticas sexuais ilícitas (I Co. 6.16), evitando que o corpo seja usado para a promiscuidade (I Co 6.13).
3. A ÉTICA NA SEXUALIDADE CRISTÃ
O desejo sexual é uma realidade atestada tanto pela Bíblia quanto pela experiência. Mas esse tem sido usado de maneira indiscriminada pela sociedade sexualizada. Nós, os cristãos, devemos viver a partir das orientações bíblicas, a fim de desenvolver uma sexualidade sadia, em conformidade com a vontade de Deus. A fornicação, o ato sexual antes do casamento, bastante comum entre os jovens, é uma prática pecaminosa (I Co. 7.2). Por isso, os jovens devem se casar, principalmente se estiverem abrasados, a fim de evitar que caiam em pecado. Outra prática pecaminosa que Paulo adverte é o adultério, muitos casais evangélicos estão caindo nesse pecado, sobretudo nesses dias atuais, em virtude do fácil acesso à internet, por meio das mídias sociais. O acesso facilitado à pornografia também está destruindo a beleza do ato sexual. Muitos casais, por causa da pornografia, estão deixando de experimentar a naturalidade do sexo, e se voltando para atos que maculam o leito conjugal (Hb. 13.4). Desde que seja dentro dos parâmetros cristãos, o sexo deve ser usufruído pelos casais, tendo o cuidado de que um esteja satisfazendo o outro (I Co. 7.5). O corpo do homem e da mulher têm características distintas, e essas devem ser consideradas no ato sexual. Os homens devem ser mais pacientes, e investir em preliminares, a fim de que as mulheres também desfrutem da sexualidade.
CONCLUSÃO
A sexualidade é uma dádiva divina, espera-se que os cristãos, a partir dos fundamentos bíblicos, a usufruam dentro da vontade de Deus. Os jovens, a fim de evitar o abrasamento, devem ter cuidado com a fornicação, e procurar casarem-se. Os casados devem vigiar, evitando o pecado do adultério, bastante comum nos dias atuais. E assim, a sexualidade será motivo de alegria, e não de tristeza para as pessoas envolvidas. Assim, com o sábio, podemos aconselhar: “Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade” (Pv. 5.18,19).
BIBLIOGRAFIA
KAISER JR, W. C. O cristão e as questões éticas da atualidade. São Paulo: Vida Nova, 2015.
PLATT, D. Contracultura. São Paulo: Vida Nova, 2016.