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FOGO ESTRANHO DIANTE DE DEUS

Texto Áureo: Lv. 10.3  – Leitura Bíblica: Lv. 10.1-11

INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos a respeito do capítulo 10 de Levítico, com destaque para os sacerdotes Nadabe e Abiu, que mesmo sendo participantes de uma família tradicional, pecaram por oferecer fogo estranho diante do Senhor. Inicialmente destacaremos os perigos de cair nas mãos do Deus vivo, e ao final mostraremos a importância da decência e ordem no culto divino. Deixaremos também um alerta aos pastores, para que esses sejam criteriosos na indicação de seus filhos ao ministério, sob o risco de por precipitação e desejo de que esses se firmem no pastorado, lhes falte maturidade e venham a oferecer "fogo estranho" diante do altar de Deus. 

1. FOGO ESTRANHO NO ALTAR
Paulo adverto os crentes gálatas que Deus não se deixa escarnecer (Gl. 6.7), foi justamente o que acontece com Nadabe e Abiu, que mesmo sendo membros da família sacerdotal, desonraram a Deus através do seu ofício. Eles ignoraram a presença de Deus, não levaram a sério o ministério sacerdotal. De igual modo, muitos não cuidam do seu ministério pastoral, e por isso pagam um preço alto. Como aqueles sacerdotes, há líderes evangélicos que estão permitindo, e alguns deles até mesmo oferecendo, fogo estranho diante do altar divino. O culto levítico, conforme já estudamos em outras ocasiões, deveria ser realizado em conformidade com as especificações divinas (Ex. 30.9; Lv. 16.12). Nadabe e Abiu foram mortos porque não deram a devida importância ao ofício sacerdotal, e mais que isso, por não dar a Deus a glória que Lhe era devida (Lv. 10.2). Nos arraiais evangélicos existem muitos que se dizem levitas, mas que estão oferecendo “fogo estranho” ao Senhor. Há hinos evangélicos que se assemelham mais as músicas mundanas, não refletem o conteúdo escriturísticos, e não dão a Deus a glória que Ele merece. Alguns pregadores também estão fazendo o mesmo, são verdadeiros animadores de auditório, não expõem as Sagradas Escrituras, não ministram a genuína Palavra de Deus. Precisamos atentar para as bizarrices que estão sendo incluídas no meio evangélico, e considerar que o pragmatismo não pode substituir os fundamentos do culto a Deus.

2. O PERIGO DA DESERÇÃO DA FÉ
O autor da Epístola aos Hebreus adverte os crentes em relação aos riscos da apostasia, especialmente no capítulo 6.  Esse texto trata a respeito daqueles que “uma vez foram iluminados” (Hb. 6.4), por conseguinte, aqueles que tiveram uma experiência real de fé. Há elementos bíblicos suficientes para fazer essa afirmação, considerando que tais crentes: “provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra d Deus e as virtudes do século futuro” (Hb. 6.4,5). Esse é um texto cujo significado é disputado por calvinistas – aqueles que acreditam na segurança eterna dos salvos; e arminianos – que defendem a possibilidade da apostasia, mesmo para aqueles que foram salvos. A esse respeito, é preciso ter cuidado para evitar qualquer tipo de extremo. Por um lado, podemos ter convicção de que temos a segurança da salvação, e não podemos viver instáveis em relação à providência divina para a vida eterna. A salvação não depende de nós, é um ato divino do início até ao fim, de modo que temos firmeza que Aquele que iniciou a boa obra a concluirá (Fp. 1.6). De outro modo, não podemos negar a possibilidade da apostasia, inclusive para aqueles que uma vez professaram a fé cristã, esse é justamente o significado da apostasia - deserção. Esse, na verdade, é o pecado contra o Espírito Santo, resultando na impossibilidade do arrependimento, tendo em vista que é o Espírito que convence do pecado (Lc. 12.8-10; Mt. 12.31; Mc. 3.29; Jo. 16.8). Em relação ao pecado, não podemos naturaliza-lo, pois conforme afirma o autor da Epístola aos Hebreus, “horrenda coisa é cair nas mãos do Deus Vivo” (Hb. 10.31).

3. DECÊNCIA E ORDEM NO CULTO DIVINO
O culto cristão, diferentemente do levítico, está pautado na adoração em Espírito e em Verdade (Jo. 4.24). Além disso, esse deve ser realizado para a glória de Deus, tendo como base a doutrina dos apóstolos e a comunhão sincera (At. 2.42-47). A Igreja de Corinto também estava “oferecendo fogo estranho” nos cultos, até mesmo na celebração da Ceia do Senhor. Por esse motivo, Paulo orienta quanto à decência e ordem no culto, que deveria ser realizado no Espírito, mas sem os excessos que acontecem em alguns contextos eclesiásticos. O culto, por assim, dizer, não pode se restringir a um “festival” de línguas estranhas. O dom de línguas, que parecia ser um problema em Corinto, deveria ser motivado quando os crentes estiverem sozinhos em suas devoções particulares. O mais importante, no entanto, seria buscar amadurecimento espiritual, saber quando se deveria ou não falar línguas (I Co. 14.20). Quanto à profecia, Paulo orienta que falem dois ou três e outros julguem (I Co. 14.29-31-32), isso mostra que o dom profético não é canônico, como a escritura, infalível, por isso, deva ser julgado à luz da Escritura. Existe “fogo estranho” no uso inadequado que alguns indivíduos fazem dos dons espirituais, quando ao invés de serem usados pelos dons, passam a usar “os dons” para controlar a vida das pessoas. Existem cultos evangélicos que estão muito longe dos ensinamentos bíblicos, a concessão de algumas lideranças está comprometendo a liturgia bíblica, alicerçada na Palavra de Deus, por meio da qual o Espírito flui para a vidas dos crentes.

CONCLUSÃO
A guisa de conclusão, deixamos uma palavra aos pastores, para que orientem seus filhos no ministério, e casos sejam separados para o serviço no altar, não venham a “oferecer fogo estranho”. Há pastores que na ânsia de integrar seus filhos no ministério atribuem funções e cargos para que esses ministrem na casa de Deus. Mas é preciso ter cautela, e avaliar se esses estão alinhados à Palavra de Deus, somente assim poderão desenvolver o ministério divino a contento.  

BIBLIOGRAFIA
TIDBALL, D. The message of Leviticus. Leicester: Interversity-Press, 2005.
WIERSBE, W. Be holy: Leviticus. Colorado Springs: David Cook, 2010.