Texto Áureo: Hb. 4.16 – Leitura Bíblica: Lv. 16.12,13; Ap. 5.6-10
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos a respeito do altar do incenso, local no qual se ofertava ao Senhor, que tem simbologia com a oração dos santos. Inicialmente trataremos a respeito do Lugar Santíssimo, em seguida nos voltaremos para a importância do acesso ao Trono da Graça, por intermédio de Jesus Cristo, nosso Mediador. E ao final, descaremos a importância da oração na vida dos santos. E mais importante, orações que estejam respaldadas em Cristo, em conformidade com aquilo que Ele mesmo ensinou.
1. O LUGAR SANTÍSSIMO
No lugar santo era possível encontrar a mesa de pães da proposição, o castiçal e o altar de incenso. Quando o sacerdote entrava com a bacia de sangue no primeiro compartimento do santuário espargia o sangue sete vezes no altar de incenso, perto da segunda cortina. Os pecados individuais do povo eram transferidos para o santuário. Isso acontecia pelo menos duas vezes por dia durante todo o ano. Em seguida, o sangue era salpicado na cortina, que dividia o primeiro do segundo compartimento e não podia ser lavada. É importante destacar que o sacerdote não podia adentrar ao segundo compartimento, pois isso somente era feito uma vez por ano, ocasião do dia da Expiação.. No Lugar Santíssimo ficava um dos instrumentos mais importantes do Tabernáculo, a Arca da Aliança, dentro dela encontrava-se a tábua dos dez mandamentos, recebidos no Monte Sinai. Havia ainda uma luz irradiava sobre a arca, demonstrando a presença de Deus. O Sumo Sacerdote só entrava no Lugar Santíssimo uma vez por ano, quando se achegava à presença de Deus, diante da Arca da Aliança e aspergia o sangue do cordeiro por cima da tampa da arca, denominada de propiciatório. Nesse dia os pecados do ano inteiro eram expiados – era o Yon Kippur judaico – Dia da Expiação - e a cortina ensopada de sangue que dividia os compartimentos era retirada e colocada uma nova. Esse dia era considerado o dia do juízo divino sobre os pecados da nação, que passava a ser livre dos seus pecados. O Altar de Ouro, enquanto mobília do tarbernáculo, sempre esteve atrelada à oração, e deve servir de estímulo a prática da presença de Deus.
2. CRISTO NO SANTÍSSIMO LUGAR
De acordo com o autor da Epístola aos Hebreus, Cristo tem um sacerdócio superior ao levítico, considerando que “temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus” (Hb. 4.14). Ele não é um sacerdote comum, mas um “grande sumo sacerdote”, e essa é a razão pela qual devemos reter “firmemente a nossa confissão”. E mais, na perspectiva negativa, “não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas: porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb. 4.15). A identificação desse Grande Sumo Sacerdote é importante, pois Ele foi tentado em tudo: na concupiscência da carne, na concupiscência dos olhos, e na soberba da vida. E porque Ele foi tentado em tudo “mas sem pecado”, pode nos representar diante do Pai, pois como caímos todos em Adão, em Cristo igualmente somos vivificados. Ele se identifica com cada um de nós, sendo capaz de entrar não apenas no Santo dos Santos, mas no trono do próprio Deus, nos céus. Oportunizando que: “cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hb. 4.16). Como Sumo Sacerdote, Jesus “pode compadecer-se”, isso mostra que Ele não desconsidera nossa condição humana, e mais que isso, que ele tem simpatia, no sentido etimológico do termo”, sofre conosco. Ele conhece nossa natureza, e sabe que somos pó, e que dependemos de Deus, inclusive para vencer as tentações/provações. Uma das qualificações de Cristo, em comparação ao sacerdócio levítico, é que o sacerdote levítico deveria oferecer sacrifícios “tanto pelo povo como também por si mesmo” (Hb. 5.3).
3. ORANDO COMO JESUS ENSINOU
A oração do Senhor não deva ser estímulo para a mera repetição (Mt. 6.7), ela deve nos servir de padrão para que façamos as nossas próprias orações. Destacamos, a seguir, alguns princípios para a oração cristocêntrica: a princípio, a intimidade, pois somente em Cristo podemos chamar a Deus de “Pai”, expressão aramaica “Abba”, cujo significado aproximado é o de “papaizinho”. Segundo Paulo, recebemos o Espírito de adoção, pelo qual, clamamos “Abba”, Pai (Rm. 8.15; Gl. 4.6). Ele não é apenas o MEU Pai, mas o NOSSO Pai, ressaltando, assim, a união de todos aqueles que foram chamados, a Igreja (Mt. 16.18), a fim de reconhecer que o Senhor é Santo e que todos são pecadores, necessitados de Sua graça (Rm. 3.23; 6.23), mas não apenas isso, que também o Seu reino é chegado entre nós (Lc. 10.9; 17.21), ainda que ansiamos pelo dia em que se concretizará em Sua plenitude (Ap. 20.2-6). Que a vontade de Deus, e não a nossa, prevaleça, que ela seja feita na terra como já é no céu. Somente a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável (Rm. 12.2). Para que o pão diário nos seja dado e não todas as riquezas do mundo, a fim de que tenhamos o suficiente para vivermos contentes (I Tm. 6.6; Hb. 13.5) e não nos inquietarmos com o dia de amanhã (Mt. 6.34). E não esqueçamos que a maior riqueza que o ser humano pode ter é o perdão divino, ainda que esse precise ser repartido com aqueles que nos ofendem (Mt. 5.7; 6.14,15; 18.21-23). Que Deus não nos deixe cair em tentação, cientes de que também devemos vigiar para não sermos tragados pelo Mal (Mt. 26.41; I Co. 10.13; I Pe. 5.8), e por fim, saibamos que somente a Deus, e não a quem quer que seja, pertence o reino, o poder e a glória para sempre (I Cr. 29.11; I Tm. 1.17; Ap. 19.1).
CONCLUSÃO
O Altar de Ouro no Tabernáculo antigo, e seu cheio suave de incenso, simbolizam as orações dos santos. Por causa do sacrifício de Jesus na cruz do calvário, e da Sua atuação sacerdotal, podemos ter acesso ao trono da graça. Devemos adentrar ao nosso quarto, e buscar constantemente a presença do Senhor, orando conforme nos intruiu o Mestre, ao ser solicitado pelos Seus discípulos, existem muitos tipos de orações, e muitas oração tipológicas, mas nenhuma delas se compara a de Jesus, que serve de modelo, bem como sua instruções em relação à oração, que se encontram registradas no Sermão do Monte (Mt. 6.9-13).
BIBLIOGRAFIA
TIDBALL, D. The message of Leviticus. Leicester: Interversity-Press, 2005.
WIERSBE, W. Be holy: Leviticus. Colorado Springs: David Cook, 2010.