"E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada." (Gn.2:23).
Gênesis 2:
18-E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.
19-Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo animal do campo e toda ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.
20-E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele.
21-Então, o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar.
22-E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.
23-E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.
24-Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.
25-E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.
INTRODUÇÃO
Nesta Aula trataremos da criação de Eva, a primeira mulher, a mãe de toda humanidade. Pouco sabemos a respeito dela. Ela foi a peça final no maravilhoso e complexo quebra-cabeça da criação de Deus. Deus a criou e foi dada a Adão como esposa, companheira e adjutora. Agora, Adão tinha outro ser humano com quem podia conviver, alguém que também fora feito à imagem de Deus. Alguém suficientemente parecido para fazer-lhe companhia e diferente o bastante para um relacionamento. Juntos eram mais excelentes do que cada um poderia ter sido sozinho. Eles foram criados perfeitos um para o outro. Embora iguais, cada qual tinha uma missão específica a cumprir. Após a sua criação, Deus presenteou Adão e Eva com o matrimônio, formando a mais sublime instituição: a família. No casamento, o homem dá vida à mulher, e a mulher dá vida ao mundo. Cada papel carrega privilégios exclusivos, e não há razão para pensar que um gênero é superior ao outro; todavia, foi ao homem que Deus confiou a liderança da família constituída.
O que o relato da criação da mulher tem de peculiar é que Deus anunciou a Sua criação depois da constatação de que não era bom que o homem estivesse só (Gn.2:18). Ora, é fácil lembrar que após cada ato criado Deus viu que o que fizera era bom; e então criou algo bom para completar a vida do homem. Gênesis 2:18-25 é o único texto que traz uma descrição detalhada da criação da mulher. É fato histórico. Quando o homem nomeou os animais e percebeu que todos tinham sua companheira, sentiu-se sozinho (Gn.2:20). Por isso Deus criou a mulher, para estar ao lado do homem e ser este complemento que lhe faltava.
O Senhor Deus formou Eva a partir da costela de Adão. Isto ensina que homem e mulher tem igualdade diante de Deus; são igualmente importantes. Cristo, também, formou a Sua Igreja, a sua noiva, quando teve o seu lado traspassado e verteu sangue em agonia indescritível.
I. A MULHER NO PLANO DE DEUS
As Escrituras indicam que o homem não foi feito para viver solitariamente; muito pelo contrário, a Bíblia é explícita ao dizer que, ao contemplar o homem, Deus afirmou que “não é bom que o homem esteja só" (Gn.2:18), tendo, então, estabelecido a necessidade de criar a mulher, que serviria como adjutora, ou seja, como ajudadora, que estivesse diante do homem. A intenção divina era dotar o homem não só de domínio sobre a criação na terra, mas também, de capacidade de reprodução (Gn.1:28), o que exigia a criação da mulher, sem a qual não haveria condição de multiplicação da humanidade – “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn.1:27).
1. A mulher já estava nos planos de Deus
A criação da mulher sempre esteve no plano de Deus; portanto, não foi um ato improvisado. O Seu trabalho criativo não estava completo sem a formação da mulher. Quando a Trindade Santa disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança” (Gn.1:26), na Sua santa mente a mulher estava no seu plano; é tanto que no final do versículo seguinte está escrito: “...macho e fêmea os criou”, ratificando assim a sua intenção de criar a mulher, pois Deus queria o crescimento e a multiplicação do ser humano na Terra (Gn.1:28), e, claro, sem a mulher, o homem sozinho não atenderia essa incumbência. Com ela há a perfeita completude.
2. A decisão de formar a mulher
Esta decisão foi um ato de amor e bondade de Deus para com o homem. Deus deu a Adão a incumbência de nomear os animais, e neste processo, Adão deve ter percebido a diferença entre o sexo feminino e o masculino. Cada animal tinha um parceiro semelhante e, ao mesmo tempo, diferente. Ao contemplar a solidão e a tristeza de Adão, Deus declarou: "Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele" (Gn.2:18). Foi uma decisão particular de Deus Pai, pois o verbo está na primeira pessoa do singular, no tempo presente – “far-lhe-ei” – o que realça a iniciativa particular do Criador, que é sempre amoroso, solícito e atento às necessidades de suas criaturas.
E assim surgiu Eva, uma auxiliadora semelhante a Adão, formada de uma de suas costelas, a qual foi retirada enquanto Adão dormia um pesado sono. Deus poderia tê-la formada do pó da terra, do mesmo modo que fizera o homem; porém, Ele preferiu fazê-la da carne e dos ossos de Adão. Assim, Deus quis mostrar que, no casamento, homem e mulher estão simbolicamente unidos em uma só carne; é o que chamamos de união monossomática. Por toda a Bíblia, Deus trata essa união especial com seriedade. Se você é casado ou planeja se casar, está disposto a manter esse compromisso que faz de você e seu cônjuge um só? O objetivo do casamento deve ser mais do que companheirismo, precisa haver unidade.
3. A mulher, uma pessoa necessária
O Senhor ao formar a mulher a partir da costela de Adão, designou-a para ser, em relação ao homem, uma companhia idônea e sábia. Aos olhos de Deus, Eva era tão importante e necessária quanto Adão. Embora iguais, cada qual tinha uma missão específica a cumprir. Deus, miraculosamente, meticulosamente, perfeitamente, laboriosamente, formou uma mulher com Suas próprias mãos, fazendo cada pedacinho, tão especial quanto o homem que Ele havia criado antes. Foi uma obra de arte divina.
Existe algo particularmente belo, até mesmo poético, sobre esta criação. A mulher foi feita para o homem e, por isso, poder-se-ia pensar nela como uma serva do homem. Gênesis, porém, não diz isto. Ao contrário, como coloca Matthew Henry, “a mulher foi feita da costela do lado de Adão; não da sua cabeça, para não governá-lo; nem de seus pés, para não ser pisada por ele; mas do seu lado, para ser igual a ele; debaixo de seu braço, para ser protegida; e perto do seu coração, para ser amada”.
II. A CRIAÇÃO DA MULHER
A criação de Eva por Deus está colocada dentro do contexto da história da criação. A primeira parte desta história é a preparação do homem para a chegada da mulher. Adão foi feito à imagem de Deus. Ele foi preenchido com a glória dada inicialmente por Deus. E, contudo, Deus mostrou para Adão que, em toda a ordem criada, com toda sua variedade, nenhuma criatura adequada havia para ser sua companheira.
Deus escolheu um modo fascinante para ensinar esta lição a Adão. Deus ficou lado a lado com Adão enquanto uma grande variedade de animas passava diante de Adão. Enquanto eles passavam, Adão estudava cada animal e depois lhes dava nomes. Não foi uma nomeação arbitrária. Adão observou a natureza e o relacionamento de cada animal. No fundo de sua mente ele deve ter imaginado se algum poderia ser apropriado para ser sua companheira. Contudo, nenhum havia. Como diz Gênesis 2:20: "Para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora idônea".
Depois que deu nome a todos os animais, Adão verificou que nenhum havia sido criado à imagem de Deus. Todos tinham um corpo, e mesmo, em certo sentido, uma personalidade, porém, nenhum tinha um nível de relacionamento que lhe correspondesse, que fosse à sua imagem. Sem isso, Adão não poderia ter qualquer comunhão com qualquer um deles a nível espiritual e sentimental.
Não importa quão bom fosse o relacionamento de Adão com um animal, algo ficava faltando. Talvez tenhamos um excelente relacionamento com o nosso animal de estimação. Temos com ele um grande companheirismo. Compartilhamos com ele, mostramos-lhe afeição. Mas, todo seu companheirismo tem que ser a nível de um animal de estimação, porque ele pode comunicar-se apenas nesse nível. Sem dúvida, Adão imaginava que se fosse para ter uma companhia, o companheiro ou companheira deveria ser especialmente criado por Deus à Sua imagem, exatamente como ele próprio, Adão, havia sido.
Deus poderia ter criado outro homem para ser o companheiro de Adão. Mas, a intenção de Deus era multiplicar a humanidade e preencher a Terra. Então um ser do mesmo sexo não seria apropriado. Deus, então, cria um ser semelhante, porém distinto sexualmente. Esta distinção entre o homem e a mulher é de fundamental importância; daí ter sido mencionada no texto que narra a criação do ser humano (Gn.1:27,28). É também a base para a reprovação de Deus ao homossexualismo, pois se Ele quisesse que o homem ou a mulher mantivesse relações homossexuais, teria, decerto, feito – de modo simultâneo – um casal de homens e outro de mulheres. Desde o princípio, Deus os fez “macho e fêmea” (Gn.1:27b). Afinal, a ordem para crescer e multiplicar-se sobre a Terra jamais poderia ter sido dada a dois seres do mesmo sexo.
Hoje, nos tempos pós-modernos, o homossexualismo vem sendo tolerado, aceito e até exaltado pela sociedade sem Deus. Isso é uma afronta escarnecedora ao Criador e ao seu plano para a procriação do ser humano. Trata-se de um desrespeito ao relacionamento conjugal entre homem e mulher, que se complementam em sua estrutura física, anatômica e emocional, visando, tanto à procriação em si, quanto ao legitimo prazer no âmbito do matrimonio.
Assim, Adão estava preparado para uma mulher e a mulher devia agora ser preparada para ele. Ela deveria ser criada como sua réplica perfeita no mundo.
A criação da mulher foi muito diferente da do homem; foi um ato mais elaborado e complexo do que a criação do homem. A mulher não veio diretamente do pó, mas sim do material já elaborado a partir do pó: o homem. Homem e mulher foram feitos de modo diferente, contudo, eles deveriam ser mais semelhantes do que qualquer outra coisa na criação.
1. A primeira anestesia
A mulher não foi somente feita para o homem; também ela foi feita por Deus como o seu trabalho manual especial. Gênesis 2:21-22 diz: “E o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem e este adormeceu; tomou uma das costelas e fechou o lugar com carne”.
Deus havia cumprido o Seu propósito de fazer Adão sentir a necessidade de uma companhia e, mais do que depressa, para que esta consciência não o fizesse sofrer, ter uma melancolia, fez cair sobre ele um profundo sono. Deus causou um profundo sono em Adão como um passo inicial na criação da mulher; este “sono profundo” deve ter sido algo como uma anestesia hoje.
“Então, o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu...” (Gn.2:21).
Deus anestesiou Adão pois faria nele uma delicada extração de uma parte do seu corpo (uma costela) para formação de outro ser humano, nesse caso, uma mulher, já que Adão não poderia conceber uma vida, porque não tinha útero e não havia uma mulher. Somente por meio de outro ser humano, do sexo feminino, é possível gerar outro ser humano. Isto é fato.
2. A primeira cirurgia
Tendo Adão sido anestesiado, Deus realizou a primeira cirurgia, extraindo uma das costelas de Adão e dela fazendo surgir a mulher (Gn.2:21).
“...e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar”.
Deus fez a primeira cirurgia e a primeira plástica. Deus não só operou Adão como colocou carne no lugar da costela e fechou. A cirurgia e a plástica foram bem-sucedidas, porque Ele conhece muito bem a nossa estrutura; Ele é o nosso Criador e conhece todas as partes, as mais recônditas, do nosso corpo. Os cientistas penam para decifrar a estrutura complexa do corpo humano, e ainda há parte que não foi descoberta, mas o Criador conhece todos os pormenores.
Que coisa impressionante é o DNA, conhecido como Ácido Desoxirribonucleico. Ele é um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos e alguns vírus, e que transmitem as características hereditárias de cada ser vivo. Deus sempre conheceu o DNA do ser humano.
Diante da impressionante complexidade do corpo humano é impossível pensar que somos fruto do acaso. Só um ser poderoso, majestoso e infinito poderia gerar essa complexidade do corpo humano. Só uma mente onisciente, e um ser infinitamente supremo, pode dar respostas lógicas à origem da vida e do homem.
"No princípio, criou Deus os céus e a terra [...] E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou" (Gn.1:1,27).
Numa visão extraordinária da formação do seu corpo, o salmista do Salmo 139, poeticamente, assim expressou-se:
“Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia” (Salmos 139:14-16).
3. A primeira engenharia genética
Da costela de Adão, Deus então “fez” - literalmente, em hebraico, “edificou” ou “construiu” uma mulher, Eva, a primeira mulher do mundo.
“E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão” (Gn.2:22).
É bom enfatizar que, neste processo criativo, não se pode considerar uma clonagem humana. Aqui, houve, de fato, uma criação de uma pessoa autônoma e consciente de sua existência e missão ao lado do seu marido, Adão. Deus a criou e “trouxe-a a Adão”. Ao cria-la, o Deus Pai apresentou ao homem a mulher que Suas próprias mãos tinham cuidadosamente formado. Ele “a trouxe para o homem” (Gn.2:22), o que é uma frase especial em hebraico que significa “apresentou-a ou conduziu-a ao homem”. A palavra também implica numa entrega solene, formal, da mulher dentro dos vínculos do pacto matrimonial, que Provérbios 2:17 chama “o pacto de Deus”.
Ao trazer a mulher para o homem, Deus estabeleceu o casamento como a primeira, a mais fundamental das instituições humanas. Antes que houvessem governos ou igrejas ou escolas ou quaisquer outras estruturas sociais, Deus estabeleceu uma família baseada no respeito e no amor mútuos de um esposo e uma esposa. Todas as outras instituições humanas derivam-se desta.
-Da autoridade do pai vieram os sistemas patriarcais de governo humano, os quais eventualmente dariam origem às monarquias e democracias.
-Da responsabilidade dos pais para educar seus filhos vieram os sistemas de educação mais formais que chamamos escolas e colégios.
-Da necessidade de cuidar da saúde da família vieram os médicos e os hospitais.
-Da obrigação dos pais de treinarem seus filhos no conhecimento de Deus vieram templos, sinagogas e igrejas.
Todas as organizações humanas podem ser acompanhadas, retrospectivamente, até o lar, a família e, finalmente, até o casamento.
Adão, ao despertar de sua “anestesia”, reconheceu Eva imediatamente como sua companheira - o complemente perfeito para a necessidade que havia sido despertada nele. Em resposta ele explodiu numa espécie de canção nupcial, celebrando sua similaridade e união com a mulher, ao dar-lhe um nome. Adão diz: “Esta é agora” (Gn.2:23a), isto é, “desta vez” - agora, finalmente, Adão encontra aquela que lhe corresponde. Adão, por revelação divina, percebeu que a mulher havia sido tirada dele.
Seu ato de dar o nome “varoa” à sua esposa reforçou sua liderança e autoridade sobre ela, mas seu nome indicou também que ele compreendeu a igualdade dela com ele, como sua parceira. O milagre divino testemunhado por Adão encheu-o de alegria inexprimível, inspirando-lhe o lindo brado poético:
“E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada” (Gn.2:23).
III. A MISSÃO DA MULHER
Por muitos séculos a mulher foi excluída, colocada à margem da sociedade, vivendo sob o jugo do preconceito, da indiferença. No Antigo Testamento, as mulheres ficavam à parte quando havia visitantes (Gn.18:9). Segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe, "na sociedade hebraica a mulher era considerada parte da propriedade de um homem" (Gn.31:14,15; Rt.4:5,10). Os textos de Juízes 19:24, 29 mostram um pouco do abuso e da violência a que as mulheres eram submetidas. No Novo Testamento, no Templo de Herodes, elas ficavam separadas em um local chamado de "pátio das mulheres".
Porém, o Criador sempre amou e honrou as mulheres. Jesus Cristo quebrou vários paradigmas ao ensinar e evangelizar as mulheres (João 4:10-26; 11:20-27). Ele abriu as portas das prisões sociais e valorizou a mulher como ninguém tinha feito. Ele livremente admitia as mulheres à comunhão e aceitava o serviço delas, como se vê no registro de Lucas 8:1-3. Ele rompeu com a prática do judaísmo, que afastava as mulheres dos assuntos religiosos.
1. A missão de esposa
Certamente, esta foi a primeira missão dada à mulher após ser criada. Adão, ao recebê-la, compôs este poema: "Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada" (Gn.2:23).
Como esposa, a mulher exerce vários papeis imprescindíveis para que o relacionamento entre os dois tenha frutos desejáveis. Como esposa, a mulher deve apoiar seu marido; deve ser uma amiga, uma conselheira, uma intercessora, uma aliviadora de tensões, uma gerente virtuosa no seu lar (Pv.31). Em outras palavras, na mesma medida em que o marido vive para sua esposa, sua esposa deve viver para o seu marido, cuidando um do outro, velando um pelo outro, abençoando um ao outro; agindo assim, o casamento encontra o seu pleno e maiúsculo significado. Todavia, se a esposa não for sábia e idônea, acabará por destruir o esposo e os filhos com as próprias mãos – “Toda mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola derriba-a com as suas mãos” (Pv.14:1).
2. A missão de mãe
Ser mãe é a mais sublime missão. As mulheres ficam mais femininas quando são mães. Se essa missão chegar a faltar, a sociedade com certeza se degenerará. Muitas mulheres, hoje, não querem assumir essa missão tão nobre dada por Deus.
A Palavra de Deus ensina que gerar vida é exclusivamente feminino. Todas as mulheres são filhas de Eva, cujo nome é revelado em Gênesis 3:20, que significa “mãe de todos os viventes”. Assim como Eva, foi dado a cada uma das mulheres um corpo projetado para gerar vida. Elas são lembradas disso todos os meses com o armazenamento e passagem de sangue necessário para a nutrição do recém-nascido. Os seus seios têm a faculdade de nutrir o recém-nascido. As mulheres que ficam grávidas e dão à luz experimentam a plena realização desses dons e fazem a descoberta magnificamente pessoal de que uma criança depende completamente do corpo da mãe para a própria vida. Mas há muitas mulheres que nunca dão à luz, cuja maternidade se estenderá necessariamente aos que não são seus filhos. Não é o processo de gravidez e parto que torna uma mulher mãe. Inúmeras crianças no mundo inteiro estão chorando por um toque feminino e materno.
Como mãe, a mulher é:
ü Educadora. “Toda mulher sábia edifica sua casa, mas a tola derruba-a com a suas mãos”(Pv.14:1). A primeira e grande tarefa que a esposa tem como adjutora, na edificação do lar é na criação e educação dos filhos ao lado do marido. Isso não é pouca coisa. Diz um provérbio: “Quem educa um homem, educa uma esposa. Quem educa uma mulher, educa uma nação”. Explicando: Uma mãe, quando cônscia do seu dever de mãe, contribui com parcela ponderável de sua vida na edificação moral e espiritual dos seus filhos que, no futuro, serão cidadãos úteis à nação e à Igreja. Na Igreja Primitiva, as irmãs Lóide e Eunice, respectivamente, avó e mãe do pastor Timóteo, tornaram-se referências na educação e formação de filhos (2Tm.2:5). A educação espiritual que essas mulheres deram a Timóteo foi de grande importância para que ele se tornasse um dos maiores líderes de confiança do apóstolo Paulo.
ü Afetuosa. Em Provérbios 31:28 está escrito: “Levantam-se seus filhos, e chamam-na bem-aventurada...”. Este texto nos induz a entender que, como mãe, esta mulher virtuosa tratava a sua família com bastante afeto e atenção. Atualmente, afeto é um “produto” em extinção; quando isto é manifestado, faz-se à distância, por meios virtuais (facebook, WhatsApp, por exemplos), e outros não demonstram carinho algum pelos seus filhos, são brutos e egoístas; o indiferentismo é implacável! Como será o futuro das famílias daqui a 15 anos? Nem quero imaginar! É bom ressaltar que uma das grandes causas da delinquência juvenil pode ser encontrada na ausência de afetividade na infância por parte dos seus pais.
3. A missão de adjutora
Gênesis 2:18 diz que Deus planejou uma “ajudadora que esteja como diante dele”; em outra tradução: “ajudadora idônea” (Gn.2:18). A palavra idônea, aqui, significa “[mulher] que lhe correspondia”. A ideia é que homem e mulher formem um casal igualmente valioso. São diferentes entre si em função, de maneira que não se opõem, mas se apoiam, se complementam. A palavra “ajudadora” implica o suporte e a ajuda, mas não a inferioridade. O próprio Deus é chamado de ajudador de Israel no Salmo 121. Um comentarista antigo disse que Deus não fez a mulher da cabeça do homem para não ser superior ao homem, nem do pé para não ser inferior ao homem, mas da costela para estar ao seu lado e receber honra pelo seu valor e função.
Cada homem que já encontrou a mulher que lhe completou deve louvar a Deus por isso e se esforçar por trata-la do jeito que ela merece e com a igualdade e dignidade que podem ser encontradas na história de usa formação.
4. A missão de Administradora do Lar
“Ainda de noite, se levanta e dá mantimento à sua casa e a tarefa às suas servas”(Pv.31:15); “Olha pelo governo de sua casa e não come o pão da preguiça” (Pv.31:27).
A mulher virtuosa, como diz o texto sagrado, ama administrar sua casa. É fundamental que a mulher execute as tarefas que lhes são cometidas dentro do lar, entre os quais destacam-se a provisão da alimentação e das demais necessidades.
O modelo tradicional de família, já hoje quase inexistente, cometia ao marido o trabalho fora de casa, e à mulher o trabalho dentro de casa. Hoje em dia, em virtude da necessidade de ambos os cônjuges trabalharem, para que haja o mínimo de conforto na vida da família, é preciso que haja uma distribuição de tarefas entre os cônjuges, o que não é biblicamente condenado, como alguns “machistas” têm entendido. De qualquer modo, o controle das tarefas dentro de casa tem de ser da mulher, pois, como dizem as Escrituras, a mulher virtuosa “ainda de noite se levanta, e dá mantimento à sua casa e a tarefa às suas servas” (Pv.31:15).
É imperioso que a mulher tenha sob seu controle estas atividades domésticas, pois isto faz parte da sua sensibilidade e intuição, e é fundamental para que o marido possa bem desempenhar as suas atividades, bem assim os filhos. A imagem social do marido está vinculada a isto (Pv.31:23), bem assim o da própria mulher (Pv.31:28,29).
5. A missão como súdita do Reino de Deus
As mulheres sempre estiveram ao lado do Senhor Jesus. Desde o seu nascimento, elas o acompanhavam. Quando Ele foi apresentado no templo, a Bíblia relata que ali estava a profetisa Ana, segundo registro de Lucas 2:36-38.
-Elas o serviam: “Então Maria, tomando uma libra de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pós de Jesus e enxugou-lhe com os cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento” (João 12:3).
-Elas contribuíam com suas ofertas: “… e também o seguiam algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; Joana, mulher de Cusa, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com suas fazendas” (Lc.8:2-3).
-Elas estavam presentes na sua morte e também na sua ressurreição - Mateus 27:55,56 relata: “Estavam ali, olhando de longe, muitas mulheres que o tinham seguido desde a Galileia, para o servir. Entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José e mãe dos filhos de Zebedeu”. Foi a uma mulher que Jesus apareceu pela primeira vez após a ressurreição: “Disse-lhe Jesus: Maria. Ela, voltando-se, disse-lhe: Mestre... Maria foi e anunciou aos discípulos que vira o Senhor” (João 20:15-18).
Portanto, a presença feminina no ministério de Jesus é indubitável. Elas são, portanto, fiéis súditas do Reino de Deus.
CONCLUSÃO
Eva foi criada como uma mulher perfeita e bela, certamente! Que mulher admirável ela deve ter sido! A despeito da excelência física, mental e moral de Eva, o texto sagrado afirma que ela foi feita “uma auxiliadora idônea [ou adequada] para Adão. Nesta condição perfeita pré-queda, toda mulher tem um indício para sua posição única, dada por Deus, no casamento. Ela tem a nobre missão de auxiliar e completar o homem na formação da família e da sociedade. Sozinhos e isolados, tendem a desaparecer e, por conseguinte, toda a raça humana. Além disso, no convívio matrimonial, o respeito mútuo deve existir, sem reservas, pois isto é um mandamento bíblico; caso contrário, as orações do casal serão impedidas (1Pd.3:7) –“Igualmente vós, maridos, coabitai com ela com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus coerdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações”. Pense nisso!