SISTEMA DE RÁDIO

  Sempre insista, nunca desista. A vitória é nosso em nome de Jesus!  

COMO VENCER AS OPOSIÇÕES À OBRA DE DEUS



 Texto Base: Neemias 4:8-20; 1João 4:4; 5:5 
“Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou” (Rm.8:37).
 

Neemias 4

8.E ligaram-se entre si todos, para virem atacar Jerusalém e para os desviarem do seu intento.

9.Porém nós oramos ao nosso Deus e pusemos uma guarda contra eles, de dia e de noite, por causa deles.

10.Então, disse Judá: Já desfaleceram as forças dos acarretadores, e o pó é muito, e nós não poderemos edificar o muro.

11.Disseram, porém, os nossos inimigos: Nada saberão disso, nem verão, até que entremos no meio deles e os matemos; assim, faremos cessar a obra.

12.E sucedeu que, vindo os judeus que habitavam entre eles, dez vezes nos disseram que, de todos os lugares, tornavam a nós.

13.Pelo que pus guardas nos lugares baixos por detrás do muro e nos altos; e pus o povo, pelas suas famílias, com as suas espadas, com as suas lanças e com os seus arcos.

14.E olhei, e levantei-me, e disse aos nobres, e aos magistrados, e ao resto do povo: Não os temais; lembrai-vos do Senhor, grande e terrível, e pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas mulheres e vossas casas.

15.E sucedeu que, ouvindo os nossos inimigos que já o sabíamos e que Deus tinha dissipado o conselho deles, todos voltamos ao muro, cada um à sua obra.

16.E sucedeu que, desde aquele dia, metade dos meus moços trabalhava na obra, e a outra metade deles tinha as lanças, os escudos, os arcos e as couraças; e os chefes estavam por detrás de toda a casa de Judá.

17.Os que edificavam o muro, e os que traziam as cargas, e os que carregavam, cada um com uma mão fazia a obra e na outra tinha as armas.

18.E os edificadores cada um trazia a sua espada cingida aos lombos, e edificavam; e o que tocava a trombeta estava junto comigo.

19.E disse eu aos nobres, e aos magistrados, e ao resto do povo: Grande e extensa é a obra, e nós estamos apartados do muro, longe uns dos outros.

20.No lugar onde ouvirdes o som da buzina, ali vos ajuntareis conosco; o nosso Deus pelejará por nós.

1 João

4:4.Filhinhos, sois de Deus e já os tendes vencido, porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo.

5:5.Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos da oposição dos inimigos à obra realizada. Logo que a reconstrução dos muros de Jerusalém começou, a oposição se levantou. O capítulo 4 de Neemias é um resumo do que aconteceu durante os 52 dias de reconstrução. Sempre que o povo de Deus se levanta para fazer a Sua obra, isso incomoda o inimigo. Variados foram os métodos do inimigo para tentar paralisar a obra, mas Neemias resistiu a cada investida, porque ele confiava na vitória de Deus. Ainda hoje, sempre que a Igreja de Deus se levanta para fazer a obra de Deus, o inferno se agita, o mundo se levanta e há uma conspiração contra ela de todas as forças aliadas. A vida cristã é uma guerra contínua, é uma batalha sem trégua. É impossível realizar a Obra de Deus sem oposição.

I. QUAL A PROCEDÊNCIA DESSES ATAQUES?

A procedência era maligna. Satanás usou os seus fantoches dos quatro pontos cardeais do território de Israel para atacar o povo de Deus. Do Norte: Sambalate (governador de Samaria); do Leste, Tobias (da nobreza dos amonitas) e Gesém (o árabe – possível rei de Quedar, segundo descobertas arqueológicas); do Sul, os arábios, os amonitas e os asdoditas (Ne.4:7) se uniram a estes para se oporem ao povo de Deus. Houve uma orquestração maligna contra o povo de Deus. Como não bastasse, os judeus que moravam fora de Jerusalém trouxeram notícias de um ataque iminente. Neemias rapidamente colocou o povo por detrás do muro e entregou armas aos trabalhadores, encorajando-os com as palavras: “lembrai-vos do Senhor[...] e pelejai” (ler Ne.4:7-14).

1. A ira dos adversários

E sucedeu que, ouvindo Sambalate que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito...”(Ne.4:1).

A restauração de Jerusalém provocou a ira dos adversários. Isso ocorreu desde o início. Quando Neemias teve permissão e recursos para voltar a Jerusalém, a oposição ficou profundamente perturbada (Ne.2:9,10); quando o povo declarou sua intenção de reconstruir os muros, a oposição zombou dele e o desprezou (Ne.2:18,19); quando o povo de fato começou a recons­truir os muros, a oposição “ardeu em ira, e se indignou muito, e escarneceu dos judeus” (Ne.4:1); quando o povo continuou a reconstruir os muros, a oposição ficou muito irada e conspirou atacá-lo e criar confusão (Ne.4:6-8); e, por fim, quando o povo concluiu a re­construção dos muros, a oposição fingiu aceitar, mas queria prejudicá-lo (Ne.6:1-9).

Sambalate, o líder opositor, mobilizou seu exército e procurou incitar o povo contra os judeus (Ne.4:2; ler Ne.4:7). Esses inimigos não queriam a restauração do povo de Deus. Enquanto Jerusalém estava debaixo de opróbrio, eles estavam calmos, mas bastou a disposição para a reforma, e eles se agitaram e se levantaram com grandes insultos.

Da mesma forma, hoje, os nossos inimigos não ficam sossegados quando alguém luta pela Igreja e se levanta para reconstruir a Casa de Deus. Onde o povo de Deus busca restauração, avivamento, ocorre a fúria do inimigo.

2. A falsa acusação

“O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e Gesém, o arábio, zombaram de nós, e desprezaram-nos, e disseram: Que é isso que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei?”(Ne 2:19).

Sambalate e Tobias rotularam a reconstrução dos muros de Jerusalém como uma rebelião contra o rei Artaxerxes e não uma reforma, provavelmente ameaçando denunciar os construtores como traidores. Mas Neemias tinha uma resposta para eles que revelava não apenas a sua própria determinação de realizar o trabalho até à sua conclusão, porém mais significativamente a sua fé em Deus, que tinha o poder de ajudá-lo a executar o trabalho para o qual o próprio Senhor o havia chamado.

3. A resposta à insinuação caluniosa

A calúnia foi uma arma de ataque usada pelos inimigos. Neemias confiou em Deus, e recusou dar ouvidos às falsas acusações dos inimigos. Neemias, sempre prudente e sábio, respondeu-lhes:

“O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos...”(Ne.2:20).

A confiança em Deus é o maior incentivo à obra. Isso sugere poderosa proteção: "O Deus dos céus..." (Ne.2:20). Isso sugere também providencial vitória: "[...] é quem nos fará prosperar[nos dará êxito –ARA]" (Ne.2:20). Quem confia em Deus não teme os adversários, não se rende diante de suas ameaças e falsas acusações.

Sem a ajuda de Deus, o nosso trabalho é vão - "Se o Senhor não edificar a cidade, em vão trabalham os que a edificam" (Sl.127:1). A Obra de Deus é feita não por força nem por violência, mas pelo Espírito de Deus (Zc.4:6). Jesus disse: "Sem mim, nada podeis fazer" (João 15:5). Paulo pergunta: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Rm.8:31). João foi contundente: "Maior é aquele que está em nós do que aquele que está no mundo”(1João 4:4).

A vitória vem de Deus, mas nós precisamos empunhar as ferramentas de trabalho e as armas de combate. É preciso se dispor e reedificar. A soberania de Deus não anula a responsabilidade humana. Neemias foi contundente diante da oposição: “... nos levantaremos e edificaremos...”.

Quando a reconstrução dos muros de Jerusalém terminou em cinquenta e dois dias, até mesmo os inimigos dos judeus tiveram de reconhecer que essa obra fora concluída com a ajuda de Deus (cf.Ne.6:15,16). Deus sempre cumpre a sua parte quando os fiéis cumprem a sua, com fé perseverante.

Aprendemos aqui que o verdadeiro líder não se deixa desencorajar por ataques pessoais injustos; o verdadeiro líder se preocupa com a causa em que está envolvido. O líder de Deus não se cansa enquanto não vê a obra das suas mãos concluída.

II. O INIMIGO PROCURA ATINGIR A NOSSA FÉ

Os inimigos usaram a ridicularização para tentar dissuadir o povo de realizar a obra de Deus. Usaram os meios mais diabólicos para causar desespero e desânimo no povo de Deus.

1. O Inimigo ataca com a arma do escárnio (Ne.4:1,3)

“Tendo Sambalate ouvido que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito, e escarneceu dos judeus” (Ne.4:1).

“Estava com ele Tobias, o amonita, e disse: Ainda que edifiquem, vindo uma raposa, derribará o seu muro de pedra” (Ne.4:3).

Esta é uma arma poderosa que os inimigos sempre usaram para destruir a obra de Deus e para desanimar o Seu povo, e os inimigos a usaram para enfraquecer o ânimo do povo de Deus. Quando os servos de Deus sofrem escárnio, são tentados a ficarem desanimados.

A obra de Deus sempre foi alvo de zombaria e escárnios. Constantemente, os féis de Deus enfrentam este tipo de agressão, pelo fato de, a cada dia, procurarem viver uma vida de retidão entre os que não conhecem a Deus. Mas, isto está escrito nas Escrituras que aconteceriam ao povo de Deus. Podemos lembrar aqui de alguns exemplos de escárnios e zombarias registradas nas Escrituras Sagradas:

a) Escarneceram do próprio Senhor Jesus. Jesus estava iniciando sua dolorosa caminhada rumo à cruz, e Satanás, usando pessoas, utilizou a zombaria para atacar o Senhor de maneira vil:

“E, despindo-o, o cobriram com uma capa de escarlate. E, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e, em sua mão direita, uma cana; e, ajoelhando diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, Rei dos judeus! E, cuspindo nele, tiraram-lhe a cana e batiam-lhe com ela na cabeça. E, depois de o haverem escarnecido, tiraram-lhe a capa, vestiram-lhe as suas vestes e o levaram para ser crucificado”(Mt.27:28-31).

O Senhor era de fato Rei, porém seu reino não era terreno (João 18:36). Aproveitando a situação, o inimigo tentou humilhá-lo, através do escárnio e da violência! Contudo, o diabo não conseguiu afastá-lo de seu objetivo que foi a morte na cruz pelos nossos pecados. O "justo morreu pelos injustos, para levar-nos a Deus" (1Pd.3:18).

b) Escarneceram da mensagem de Paulo. Certa feita, o apóstolo Paulo pregava no areópago, um centro de convenções na cidade de Atenas. Nesse lugar, havia altares para os mais diversos deuses. Ali, ele aproveitou o momento e, partir de um altar erigido ao "Deus desconhecido", mostrou-lhes o caminho da salvação. Porém, quando falou sobre a questão da ressurreição dos mortos, o clima de curiosidade foi transformado num clima de zombaria! O desprezo tomou conta dos presentes, que não queriam mais ouvi-lo:

“E, como ouviram falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra vez”(At.17:32).

Como povo do Deus vivo, não podemos perder de vista o fato de que sempre houve e sempre haverá escarnecedores da obra de Deus. Tanto Pedro, como Judas nos alertam que esta artimanha diabólica tenderá a crescer nos últimos dias.

  • 2Pedro 3:3: “sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências”.
  • Judas 18: “os quais vos diziam que, no último tempo, haveria escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências”.

Esses escarnecedores terão um estilo próprio e, escorados em suas tendências carnais pecaminosas, investirão contra os servos de Deus e sua obra. Isto faz parte da cruz que devemos aceitar quando seguimos a Jesus (Mt.10:38,39; 16:24,25). Os que são carnais procuram escapar do escândalo da cruz (Gl.5:11).

2. O Inimigo ataca com a arma do desprezo

“Que fazem estes fracos judeus?” (Ne.4.2).

Os inimigos tentaram diminuir a autoestima do povo de Deus, chamando-o de fraco. A força de um povo é constatada pelas suas atitudes que, na verdade, são reflexos da ação do seu líder, ou seja, a ação do líder determina a reação de um povo. Um líder fraco enfraquece a forte gente; um líder forte fortalece a fraca gente, e esta é uma realidade bíblica. Se Neemias tivesse demonstrado fraqueza naquele momento de escárnio e zombaria, o povo tinha recuado e a liderança de Neemias estaria arruinada.

Entre os pastores da Palestina contava-se uma história interessante e auto didática:

Certo pastor de ovelhas, no seu pastoreio diário, cumpria uma rotina de caminhada e, nesta caminhada, no início da tarde, chegava com suas ovelhas ao pasto que considerava ele ser o melhor, um extenso gramado a beira de um raso e calmo rio.

Certo dia, ao analisar minuciosamente o comportamento do rebanho, percebeu que, mesmo parecendo, ele não estava fazendo o melhor por suas ovelhas. Erguendo então os olhos, vislumbrou além do rio um pasto muito melhor e decidiu fazer as ovelhas atravessarem o rio a fim de alcançarem melhor pasto. Enfileirou-as e as instigava a atravessarem. Entretanto, a fila não andava, pois não havia ovelha que ousasse entrar nas correntes mansas e rasas do rio.

Então o pastor pensou e decidiu: “Vou colocar a mais robusta e saudável no início da fila. Assim, ao fazê-la atravessar, todas as outras a seguirão. Não adiantou, o rebanho não andou. Insistindo nisto várias vezes, sem êxito, se irritou e disse consigo mesmo: eu vou atravessar, e quem quiser o melhor me seguirá!”. As ovelhas o observaram atentamente.

O pastor empunhou o cajado com firmeza, olhou fixamente a outra margem e entrou nas rasas e mansas águas do rio e para sua surpresa, nenhuma das ovelhas deixou de atravessar. Até aquelas que ele julgava serem as mais fracas seguiram-no; e todas atravessaram e alcançaram o melhor pasto. Moral da história: se o líder quer que o povo faça, basta-lhe apenas dar o exemplo, agindo corretamente, pois a ação do líder determina a reação do povo.

Quando lemos o livro de Josué e sua trajetória de virtuosa liderança nos capítulos 3 e 4, na travessia do rio Jordão, nós compreendemos que as ações de Josué foram determinantes. Ele levantou de madrugada, foi com os sacerdotes o primeiro a pisar nas águas transbordantes do Jordão. Parou no meio do rio e, enquanto o povo a pés enxutos atravessava, Josué ordenou que dali de perto das plantas dos pés dos sacerdotes se tirassem doze pedras para com elas erigir um monumento para memorial (ver Js.4:3).

Em toda a história de Josué você não o encontra se lamentando, se lastimando, desanimado, cabisbaixo ou coisa parecida. Desde Êxodo 17, nós o vemos lutando, e no final de sua carreira, o encontramos dizendo: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor!” (cf. Js.24:15).

3. O inimigo tenta atacar a comunhão do povo e o culto a Deus

“...Permitir-se-lhes-á isso? Sacrificarão?” (Ne.4:2).

Esta é uma tática corriqueira de Satanás. Quando ele vê que o povo de Deus está em comunhão, em consagração a Deus, fará de tudo para desfazer isso; por isso, o povo de Deus precisa estar sob alerta e discernente com relação aos ardis de Satanás.

4. O inimigo tenta desunir o povo de Deus

Percebendo Sambalate, o líder dos opositores, que o povo de Deus estava unido, indagou:

”acabá-lo-ão num só dia? Vivificarão dos montões do pó as pedras que foram queimadas?” (Ne.4:2).

A desunião e a divisão entre o povo de Deus são armas muito utilizadas por Satanás, talvez as mais usadas contra a Igreja do Senhor. Atualmente, o adversário de nossas almas tem conseguido causar grande prejuízo à obra de Deus porque tem criado, no meio do povo de Deus, o espírito de divisão, o ânimo da competição, gerando brigas, disputas e lutas entre quem deveria ser irmão. Este espírito faccioso tem origem diabólica (Tg.3:15,16), gerando tão somente perversão e animosidade. Fujamos, pois, de tal comportamento; busquemos estar debaixo da mão potente de Deus, em comunhão com Ele e com o Príncipe da Paz; enquanto depender de nós, devemos ter paz com todos os homens (Rm.2:13), o que significa termos, sempre, paz com os irmãos (1Ts.5:13).

5. O inimigo zomba do povo de Deus, ridicularizando o valor e a consistência do seu trabalho

“... Ainda que edifiquem, vindo uma raposa, derrubará facilmente o seu muro de pedra”(4:3).

O mundo continuamente despreza os padrões morais do cristão e zomba da sua dedicação a Cristo. O desprezo e a zombaria atacam nossas emoções e podem provocar reações das mais diversas - como ira, ódio, agressão, etc. Porém, não podemos nos deixar levar por estes sentimentos, pois o desequilíbrio da Igreja é o que Satanás mais quer. Nossa confiança e nossa resposta devem ser as mesmas de Neemias: “o Deus dos céus nos ajudará e por fim vindicará os justos” (Ne.2:20).

Apesar de todos esses ardis dos inimigos do povo de Deus, Neemias não vacilou; em vez de trocar insultos, se revestiu da maior arma: a oração (Ne.4:4,5). A oração é a coisa mais prática que podemos fazer nos momentos que os inimigos escarnecem de nós, zombam de nós, criticam-nos. Todavia, ela não é um substituto da ação.

Neemias faz uma oração imprecatória por duas razões: Primeiro, porque os inimigos estavam provocando a própria ira de Deus. Segundo, porque os inimigos estavam desprezando o próprio povo de Deus. A oração nos capacita a dar vazão ao que sentimos e nos capacita a olhar o problema da perspectiva de Deus. Quando oramos, nossa ira e nossos ressentimentos se dissipam. Revestido desta arma, Neemias recobrou o ânimo para trabalhar (Ne.4:6) - “Assim, edificamos o muro, e todo o muro se cerrou até sua metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar”.

Esse procedimento de Neemias nos traz duas belas lições:

·         Primeiro, quando formos escarnecidos por causa de nossa fé ou criticados por fazermos o que sabemos ser correto, recusemo-nos a responder da mesma maneira ou a tornarmo-nos desencorajados; digamos a Deus como nos sentimos e lembremo-nos de que a promessa dEle está conosco; isto nos dará encorajamento e força para continuarmos.

·         Segundo, não fomos chamados para contar os inimigos nem temê-los; fomos chamados para fazer a obra de Deus apesar da oposição. Concentremo-nos, pois, em Deus e na sua obra, e não teremos tempo para sermos distraídos pelas críticas do inimigo.

6. O Inimigo usa como arma as ameaças

“Mas, ouvindo Sambalate e Tobias, os arábios, os amonitas e os asdoditas que a reparação dos muros de Jerusalém ia avante e que já se começavam a fechar-lhe as brechas, ficaram sobremodo irados. Ajuntaram-se todos de comum acordo para virem atacar Jerusalém e suscitar confusão ali (Ne.4:7,8).

Os inimigos dos judeus ameaçaram guerrear contra eles, a fim de espalharem medo e pânico entre o povo de Deus. Porém, Neemias disse: “Oramos ao nosso Deus e pusemos guarda contra eles!” (Ne.4:9). Os judeus não atacaram os samaritanos, mas defenderam a sua área de trabalho (Ne.4:13-20).

Ao perceberem que as sutilezas utilizadas não surtiram quaisquer efeitos sobre Neemias e seus comandados, os inimigos ficaram tremendamente irados - "...iraram-se sobremodo..." (Ne.4:7). Então, formaram uma grande coligação e ensaiaram uma guerra contra o povo de Deus – "...coligaram-se todos, para virem guerrear contra Jerusalém e fazer confusão ali" (Ne.4:8).

A confusão é tão perigosa quanto a violência do inimigo. A confusão visava a distrair o povo e tirar os seus olhos do foco. Eles queriam não apenas causar confusão, mas matar os judeus (Ne.4:11), obtendo, assim, o seu verdadeiro objetivo: paralisar a obra (Ne.4:11).

Esta é uma tática diabólica que assusta, mete medo! Muitos desistem dos planos de restauração, quando a resistência atinge este nível ameaçador. Porém, olhando para o texto bíblico, podemos perceber como Neemias orientou seu povo a não se intimidar com as ameaças, mas preparou-se para um possível ataque. Ele usou duas armas infalíveis contra Satanás: a oração e a vigilância – “Porém nós oramos ao nosso Deus e pusemos uma guarda contra eles, de dia e de noite, por causa deles” (Ne.4:9).

7. Os inimigos se orquestraram para paralisar a Obra de Deus (Ne.4:10-12)

10.Então, disse Judá: Já desfaleceram as forças dos carregadores, e os escombros são muitos; de maneira que não podemos edificar o muro.

11.Disseram, porém, os nossos inimigos: Nada saberão disto, nem verão, até que entremos no meio deles e os matemos; assim, faremos cessar a obra.

12. Quando os judeus que habitavam na vizinhança deles, dez vezes, nos disseram: De todos os lugares onde moram, subirão contra nós,

Os nossos inimigos estão sempre procurando uma brecha para nos atingir e assim paralisar a obra de Deus. Eles usaram três expedientes para impedir o avanço da obra de Deus:

a) Em primeiro lugar, os inimigos tentaram paralisar a obra provocando desânimo interno (Ne.4:10). Os problemas internos são mais perigosos do que os problemas externos. Os carregadores estavam sem forças, os escombros eram muitos e a conclusão óbvia era: "não podemos edificar o muro". Eles sentiram que não tinham capacidade para concluir a obra. Muitas vezes, o nosso maior problema somos nós mesmos. O maior obstáculo da obra são os obreiros, dizia Dwight Moody. Um povo desanimado sempre olha para as circunstâncias em vez de olhar para o Senhor; escuta mais a voz do inimigo do que a voz de Deus.

b) Os inimigos tentaram paralisar a obra espalhando boatos... (Ne.4:12). Aqueles que moravam fora de Jerusalém, próximos desses inimigos, traziam comentários assustadores e os espalhavam no meio do povo. Eles diziam:

"De todos os lugares onde moram, subirão contra nós. Estamos completamente cercados, não temos a mínima chance".

O boato visa destruir o espírito de coragem e cooperação. Boatos são setas do inimigo. Onde prospera a boataria, os obreiros de Deus ficam alarmados e a obra de Deus é paralisada. Os boatos sempre superdimensionam os problemas. Parecia uma invasão avassaladora, irresistível. O povo estava guardando os muros, mas não estava guardando seus ouvidos do que os inimigos diziam. Neemias enfrentou esse problema do desânimo de três formas diferentes:

·    Advertiu o povo: "Não os temais".

·    Animou o povo: "Lembrai-vos do Senhor".

·    Motivou o povo: "Pelejai pelas vossas famílias”.

“E olhei, e levantei-me, e disse aos nobres, e aos magistrados, e ao resto do povo: Não os temais; lembrai-vos do Senhor, grande e terrível, e pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas mulheres e vossas casas” (Ne.4:14).

c) Os inimigos tentaram paralisar a obra destruindo o povo de Deus (Ne.4:11). A Bíblia diz que a nossa luta não é contra carne e sangue. O nosso inimigo é ladrão e assassino. Ele veio roubar, matar e destruir. Ele tem arruinado muitas vidas, destruído muitos lares, debilitado muitas igrejas, paralisado em muitos lugares a obra de Deus. O povo de Deus precisa ter sabedoria e discernimento nestes momentos de perseguição do inimigo, e tomar posse das armas adequadas de ataque e defesa contra as potestades do mal. É o que Paulo recomenda em Efésios 6:11-18).

III. QUAIS SÃO AS ARMAS DE COMBATE ÀS AMEAÇAS E SUTILEZA DO INIMIGO?

Neemias nos ensina cinco princípios (Adaptado do Livro Neemias, de Hernandes Dais Lopes):

1. Cada um deve defender sua própria família (Ne.4:13,14b)

13.então, pus o povo, por famílias, nos lugares baixos e abertos, por detrás do muro, com as suas espadas, e as suas lanças, e os seus arcos;

14.inspecionei, dispus-me e disse aos nobres, aos magistrados e ao resto do povo: não os temais; lembrai-vos do Senhor, grande e temível, e pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas filhas, vossa mulher e vossa casa.

Um líder precisa saber como repreender, encorajar e motivar os outros. Não podemos ter uma Igreja forte se não protegermos nossa própria família das investidas do inimigo. Neemias era sábio o suficiente para saber que cada um devia defender prioritariamente sua própria família. Neemias exorta: "[...] pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas filhas, vossa mulher e vossa casa".

2. Precisamos empunhar as armas de defesa e combate (Ne.4:13)

Não podemos enfrentar os inimigos sem usarmos nossas armas de defesa e combate. Cada obreiro é um soldado. Estamos em guerra. Nessa batalha espiritual enfrentamos inimigos invisíveis e tenebrosos. Nessa batalha não há trégua nem pausa. Nossos adversários não descansam, não tiram férias nem dormem. Eles vivem nos espreitando e buscando uma oportunidade para nos atacar. Precisamos vigiar e empunhar as armas.

As principais armas que Neemias utilizou para enfrentar a pressão e o ataque dos inimigos foram: a Oração e a vigilância:

 “Porém nós oramos ao nosso Deus e pusemos uma guarda contra eles, de dia e de noite, por causa deles”(Ne.4:9).

O apóstolo Paulo, também, exorta a Igreja a tomar posse destas armas: “orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos” (Ef.6:18).

a) A oração – “Porém nós oramos ao nosso Deus...”. Neemias era um homem prático, um administrador por excelência. Ele tinha a capacidade de fazer as perguntas certas, de contatar as pessoas certas, de mobilizar essas pessoas, levantar seu ânimo e desafiá-las para uma grande obra. Mas, Neemias sabia que o sucesso da obra de Deus dependia também e, sobretudo, de oração. Esse grande líder sabia que fé (oração) e obra (puseram guarda) andam juntas. A oração não é um substituto da ação. Não podemos enfrentar os inimigos sem o socorro de Deus, sem a ajuda do céu.

b) Vigilânca – “...pusemos uma guarda contra eles, de dia e de noite, por causa deles”. Neemias era um sujeito prático. Ele não era uma dessas pessoas de quem algumas vezes dizemos que são tão religiosas que não têm qualquer utilidade terrena. Ele mantinha os seus pés no chão. Ele sabia como organizar e atuar. Mas ele decidiu que, enquanto orava e trabalhava, deveria haver uma sentinela que vigiasse dia e noite, e que cada seção do muro deveria ser guardada pela vigília de um homem atento ao inesperado ataque do inimigo. Portanto, não basta orar, é preciso vigiar. É preciso manter os olhos abertos. É preciso existir estreita conexão entre o céu e a terra, confiança e boa organização, fé e obras. É preciso estar atento aos ardis, laços e ciladas do inimigo. Muitos caem porque deixam de vigiar.

3. Precisamos ter uma liderança firme e exemplar (Ne.4:14)

Neemias não abandonou o povo na hora da pressão. Ele inspecionou a obra. Ele tomou a frente. Ele desafiou os líderes. Ele deu exemplo.

A liderança ocupa uma posição de absoluta importância na hora do combate. Uma liderança fraca, medrosa, vacilante e sem vida não transmite segurança para o povo na hora da crise. Só líderes fortes e incorruptos podem conduzir o povo a grandes vitórias.

4. Precisamos colocar os olhos em Deus e não no inimigo (Ne.4:14)

O ponto básico do desafio de Neemias é: "Lembrai-vos do Senhor". Observe o que Deus já fez. Olhe para a sua fidelidade no passado. Veja os livramentos que Ele já deu ao Seu povo. Não será diferente agora.

Temos de ter muito cuidado com a festa da vitória. Nunca somos tão vulneráveis quanto depois de uma grande vitória. A tendência depois de uma consagradora vitória é ensarilhar as armas. Elias, depois de retumbante vitória no Monte Carmelo sobre os profetas de Baal, tirou os olhos de Deus e fugiu amedrontado diante das ameaças insolentes de Jezabel. O segredo da vitória contínua é mantermos continuamente nossos olhos em Deus em vez de colocá-los nas circunstâncias ou nas pessoas.

5. Precisamos redirecionar o foco do nosso temor (Ne.4:14)

“...lembrai-vos do Senhor, grande e temível”.

Em vez de temer o inimigo, devemos nos voltar para o nosso Senhor, grande e temível. Quem teme a Deus, não teme aos homens. Quando colocamos os nossos olhos em Deus, Ele frustra os desígnios do nosso inimigo. Muitos líderes naufragam porque em vez de temer a Deus, temem os homens; em vez de agradar a Deus, tentam agradar os homens; em vez de servir a Deus, tentam bajular os homens.

CONCLUSÃO

Em cada época existem aqueles que odeiam o povo de Deus e tentam impedir a realização dos seus propósitos. Mas, Deus é mais forte do que todos os seus adversários. Se confiarmos nele, teremos bom êxito no trabalho. Neemias sabia que o Senhor o havia enviado para Jerusalém, e que pelejava por eles. Esta certeza, acompanhada do compromisso com a oração foram importantes para que o servo do Senhor alcançasse êxito na sua missão.

“Meus irmãos, não vos maravilheis, se o mundo vos odeia”(1João 3:13).