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O REINADO DE JOÁS

Texto Base: 2 Reis 11:1-3; 12:1-5,17-21 

 

“Não te desamparem a benignidade e a fidelidade; ata-os ao teu pescoço; escreve-as na tábua do teu coração e achando graça e bom entendimento aos olhos de Deus e dos homens” (Pv.3:3,4).

 

V.P.: “Para ter uma vida de constante comunhão com Deus é necessário abandonar todo tipo de idolatria, e confiar nEle inteiramente”.

2 Reis 11:

1.Vendo, pois, Atalia, mãe de Acazias, que seu filho era morto, levantou-se e destruiu toda a descendência real.

2.Mas Jeoseba, filha do rei Jeorão, irmã de Acazias, tomou a Joás, filho de Acazias, e o furtou dentre os filhos do rei, aos quais matavam, e o pôs, a ele e à sua ama, na recâmara, e o escondeu de Atalia, e assim não o mataram.

3.E Jeoseba o teve escondido na Casa do Senhor seis anos; e Atalia reinava sobre a terra.

2 Reis 12:

1.No ano sétimo de Jeú, começou a reinar Joás e quarenta anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Zíbia, de Berseba.

2.E fez Joás o que era reto aos olhos do Senhor todos os dias em que o sacerdote Joiada o dirigia.

3.Tão somente os altos se não tiraram; porque ainda o povo sacrificava e queimava incenso nos altos.

4.E disse Joás aos sacerdotes: Todo o dinheiro das coisas santas que se trouxer à Casa do Senhor, a saber, o dinheiro daquele que passa o arrolamento, o dinheiro de cada uma das pessoas, segundo a sua avaliação, e todo o dinheiro que trouxer cada um voluntariamente para a Casa do Senhor,

5.os sacerdotes o recebam, cada um dos seus conhecidos; e eles reparem as fendas da casa, segundo toda fenda que se achar nela.

17.Então, subiu Hazael, rei da Síria, e pelejou contra Gate, e a tomou; depois, Hazael resolveu marchar contra Jerusalém.

18.Porém, Joás, rei de Judá, tomou todas as coisas santas que Josafá, e Jeorão, e Acazias, seus pais, reis de Judá, consagraram, como também todo o ouro que se achou nos tesouros da Casa do Senhor e na casa do rei; e os mandou a Hazael, rei da Síria; e este, então, se retirou de Jerusalém.

19.Ora, o mais dos atos de Joás e tudo quanto fez mais, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Judá?

20.E levantaram-se os seus servos, e conspiraram contra ele, e feriram Joás na casa de Milo, que desce para Sila.

21.Porque Jozacar, filho de Simeate, e Jozabade, filho de Somer, seus servos, o feriram, e morreu; e o sepultaram com seus pais na Cidade de Davi; e Amazias, seu filho, reinou em seu lugar.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos do reinado de Joás, o qual, quando tinha um ano de idade, foi salvo de ser assassinado pela cruel Atália, que governava Judá (2Rs.11:1-3); ela era filha de Acabe e Jezabel (2Rs.8:18). Jeoseba, esposa do sacerdote Joiada, foi quem escondeu Joás. Por ser ainda criança, recebia orientações e conselhos do sacerdote Joiada, e enquanto seguiu as orientações deste sumo-sacerdote, fez o que era reto diante do Senhor. Em seu reinado ele eliminou o baalismo, restaurou o culto ao Deus de Israel, reparou o Templo etc.; todavia, depois da morte de Joiada, Joás se deixou seduzir pelos líderes do povo, e mergulhou na impiedade, injustiça e idolatria. O castigo divino foi implacável; seu reino foi invadido pela Síria, e seus próprios servos voltaram-se contra ele e o mataram. Começou bem, mas terminou mal.

Quando a pessoa insiste em permanecer no pecado, ele se afasta de Deus, toma decisões erradas e a tendência é perder tudo o que conquistou; isto ocorreu com Joás. É uma lição para todos os crentes.

1. O LIVRAMENTO DE JOÁS 

1. As tramas reais

A disputa pelo poder, tanto no reino de Israel como no reino de Judá, movia-se para tremendas tramas com resultados trágicos; muitas das vezes, a morte do oponente era certa. Foi o que ocorreu no reinado de Acazias, filho único de Jeorão (2Cr.22:1) - filho do rei Josafá com Atália (filha de Acabe). Josafá, rei de Judá, foi um bom rei, mas teve a péssima ideia de se aparentar com a família de Acabe, permitindo que seu filho Jeorão se casasse com a filha de Acabe; é o que a Bíblia chama de jugo desigual.

Quando Jeú foi ungido rei de Israel - reino do Norte (2Reis 9:3) -, ele eliminou todos os descendentes de Acabe e Jezabel (2Reis 9:7; cap.10), inclusive Jezabel foi morta a mando dele (2Reis 9:33), cumprindo assim as profecias de Elias e de outros profetas. E no andamento de sua incursão contra a família de Acabe, Jeú também matou o rei Acazias, rei de Judá (cf. 2Reis 9:27), que era filho único de Atália (2Rs.11:1). Vendo que seu filho, Acazias, tinha sido morto, Atália usurpou o trono e começou a reinar em seu lugar (2Cr.22:12; 2Reis 11:3). Atália, foi o único regente não davídico da história de Judá. Seu reinado de terror durou seis anos.

2. A coragem do sacerdote Joiada

Quando o rei Acazias, filho único de Jeorão e Atália, foi morto no expurgo que Jeú fez na casa de Acabe numa visita ao Norte, a traiçoeira Atália assumiu o trono de Judá e, em uma atitude desesperada de manter o poder, tentou eliminar da sucessão todos os descendentes de Davi, inclusive todos os seus netos, dentre eles estava Joás, filho caçula de Acazias. Mas, esta tentativa dela, de matar todos os filhos de Acazias, foi inútil porque Deus prometera que o Messias nasceria dos descendentes de Davi (cf.2Sm.7).

Joás, o único sobrevivente, foi salvo e escondido por seus tios Jeoseba e Joiada; ele tinha 01(um) ano de idade quando foi escondido. O trabalho de Joiada como sacerdote tornou possível manter Joás escondido no Templo por seis anos (2Rs.11:2,3). Naquela ocasião, o Templo era o lugar prático e natural para esconder Joás, pois, Atália, que amava a idolatria, não se interessaria por este ambiente. E assim foi preservada a linhagem davídica, da qual nasceria o Messias (2Reis11:2,3; 2Sm.7:11,16; 1Rs.8:25; cf. Mt.1:8,9). Nesse período, Joiada preparou Joás para assumir o trono e lhe ensinou as leis mosaicas.

Há momentos na vida em que o perigo nos cerca sem que o percebamos. São nessas horas que o Senhor intervém nos concedendo escape e proteção. E muitas vezes não atentamos que a mão de Deus fizera tão grande feito por nós.

3. A estratégia bem-sucedida

Quando Joás completou sete anos, Joiada armou uma estratégia para empossar Joás. Ele mandou chamar os oficiais da guarda real e lhes mostrou o herdeiro do trono. Fez com eles aliança para derrubar Atália e coroar Joás. Em seguida, Joiada fez sair Joás e o apresentou ao povo. Colocou a coroa sobre a cabeça do menino e lhe deu uma cópia do Livro da Lei. O povo bateu palmas e gritou: “Via o rei!” (2Rs.11:4-12).

Quando Atália ouviu o clamor do povo, se dirigiu ao átrio da Casa do Senhor e, ao ver o que se passava, exclamou: “Traição! Traição!”. Joaida deu a ordem para aplicar a pena capital na ímpia governante, mas não desejava que ela fosse morta nos arredores do Templo. Ordenou, portanto, que fosse levada para fora por entre as fileiras de soldados e executada na entrada dos cavalos (cf. 2Rs.11:13-16). O rei Joás foi escoltado até o palácio num grande desfile, e alegrou-se todo o povo que presenciara este acontecimento (2Rs.11:17-21).

O sacerdote fez aliança entre o Senhor, o novo rei e o povo para servirem ao Senhor. Numa demonstração de lealdade a Deus, o povo removeu o templo de Baal, local de culto promovido por Atália, executou o sacerdote de Baal, despedaçou as imagens e altares, e refez a aliança com Deus (2Cr.23:16,17).

II. O REINADO DE JOÁS E A REPARAÇÃO DO TEMPLO

1. A arrecadação para reparar o Templo

A Bíblia diz que Joás fez o que era reto aos olhos do SENHOR todos os dias em que o sacerdote Joiada o dirigia (2Rs.12:2). Joás não contribuiu o suficiente para remover o pecado da nação, mas fez muitas coisas boas e justas, e a sua principal contribuição foi a reforma da Casa do Senhor. O Templo precisava de reparos porque fora danificado e negligenciado por líderes maldosos anteriores, especialmente por Atalia (2Cr.24:7) – “Porque, sendo Atalia ímpia, seus filhos arruinaram a Casa de Deus e até todas as coisas sagradas da Casa do Senhor empregaram em baalins”.

O Templo deveria ser um lugar santo, separado para a adoração a Deus, mas estava completamente desamparado, sem manutenção há muito tempo, e cessado os ritos prescritos por Deus. A condição descuidada do Templo revelava a que distância o povo estava do Senhor, por ter se desviado dEle. Joás, vendo a precariedade do Templo, incentivou o povo e os sacerdotes a arrecadarem ofertas para a sua manutenção (2Rs.12:4,5; 2Cr.24:8-14).

“E deu o rei ordem, e fizeram uma arca e a puseram fora, à porta da Casa do Senhor.
E publicou-se em Judá e em Jerusalém que trouxessem ao Senhor a oferta que Moisés, o servo de Deus, havia imposto a Israel no deserto. Então, todos os príncipes e todo o povo se alegraram, e trouxeram a oferta, e a lançaram na arca, até que acabaram a obra.

E sucedeu que, ao tempo que traziam a arca pelas mãos dos levitas, segundo o mandado do rei, e vendo que já havia muito dinheiro, vinham o escrivão do rei e o comissário do sumo sacerdote, e esvaziavam a arca, e a tomavam, e a tornavam ao seu lugar; assim faziam dia após dia e ajuntaram dinheiro em abundância, o qual o rei e Joiada davam aos que dirigiam a obra do serviço da Casa do Senhor e alugaram pedreiros e carpinteiros, para renovarem a Casa do Senhor, como também ferreiros e serralheiros, para repararem a Casa do Senhor.

E os que dirigiam a obra faziam que a reparação da obra fosse crescendo pelas suas mãos, e restauraram a Casa de Deus ao seu estado, e a fortaleceram” (2Cr.24:8-13).

Os levitas foram negligentes quanto à sua responsabilidade de coletar dinheiro – eles “não se apressaram” (2Cr.24:5). Mas, agora, o imposto do Templo foi novamente instituído com a finalidade de gerar os recursos necessários conforme prescritos (Êx.30:12-16; Nm.1:50). Uma caixa de ofertas serviu a este propósito, e houve rapidamente bastante material à disposição dos trabalhadores e também os recursos necessários para a restauração dos utensílios sagrados.

Graças ao programa de arrecadação de fundos ordenado por Joás, o Templo foi restaurado. A sujeira que se acumulou no seu interior durante vários anos foi posta para fora; ídolos pagãos e outros objetos relacionados aos deuses falsos foram removidos; o ouro e o bronze foram polidos. Aqueles que administram os bens destinados para a obra de Deus devem fazê-lo com dedicação, sinceridade, honestidade, fidelidade e amor.

“E, depois de acabarem, trouxeram o resto do dinheiro diante do rei e de Joiada e dele fizeram utensílios para a Casa do Senhor, e objetos para ministrar e oferecer, e perfumadores e vasos de ouro e de prata. E continuamente sacrificaram holocaustos na Casa do Senhor, todos os dias de Joiada” (2Cr.24:14).

Este texto mostra que, durante as reformas, os valores arrecadados não foram usados para comprar utensílios para o Templo, mas depois de completadas as obras, os fundos restantes foram usados para este fim. Em obediência à Palavra de Deus (Lv.5:16; Nm.5:8,9), o dinheiro da oferta pela culpa e o dinheiro da oferta pelos pecados continuaram a ser entregues aos sacerdotes.

2. A fidelidade dos tesoureiros

“Também não pediam contas aos homens em cujas mãos entregavam aquele dinheiro, para o dar aos que faziam a obra, porque procediam com fidelidade” (2Reis 12:15).

Este texto já diz tudo sobre o caráter impoluto dos tesoureiros. Como eles eram homens honestos e leais, não havia necessidade de exigir prestação de contas pública dos fundos arrecadados. Observe que estes tesoureiros não eram sacerdotes e nem levitas que prestavam serviços no Templo. Porém, além de sua fidelidade, honestidade e lealdade, eram dedicados e fiéis na obra do Senhor. Algumas vezes a obra do Senhor é mais bem desempenhada por leigos dedicados.

3. Fidelidade, um atributo que enobrece

Fidelidade é a característica de quem tem bom caráter, é fiel e demonstra respeito por alguém e pelo compromisso assumido com outrem; é sinônimo de lealdade. Se Deus procura os fiéis da terra para que estejam com Ele (Sl.101:6), a fidelidade, entre outras virtudes, é algo que atrai a atenção de Deus. Está escrito: “Não te desamparem a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço; escreve-as na tábua do teu coração e acharás graça e bom entendimento aos olhos de Deus e dos homens” (Pv.3:3,4).

Os tesoureiros referidos em 2Rs.12:15, além de honestos demonstraram fidelidade, lealdade. Bem diz o pr. Claiton: “não importa a quantia que está sendo administrada, Deus jamais se agradará de qualquer subtração de valores financeiros ou vantagens pessoais”.

Houve um tempo em que a palavra de um homem tinha grande valor, e um aperto de mão era tão bom quanto um contrato assinado. Isto não parece ser verdade em nossos dias. Mas o homem que anda com Deus deve ser diferente, porque nele está a lealdade, honestidade e sinceridade. Como virtude do Fruto do Espírito, a fidelidade nos torna leais a Deus, leais a nossos companheiros, amigos, colegas de trabalho, empregados e empregadores. O homem leal apoiará o que é certo mesmo quando for mais fácil permanecer calado. Ele é leal, quer esteja calado, quer esteja sendo observado. Este princípio é ilustrado na Parábola dos Talentos, em Mateus 25:14-30 - os servos que eram fiéis e fizeram como foram instruídos mesmo na ausência do senhor foram elogiados e recompensados. O servo infiel foi castigado. Sem dúvida, a fidelidade, a lealdade e a honestidade são atributos que enobrecem o servo de Deus!

III. A CONSPIRAÇÃO CONTRA JOÁS 

1. O declínio do reinado

O declínio do reinado de Joás deu-se a partir da morte de seu principal líder espiritual: o sumo sacerdote Joiada (2Cr.24:15-25). Desprovido da influência piedosa do sacerdote, Joás buscou o conselho de idólatras, passou a adorar ídolos (2Cr.24:18) e a confiar em suas próprias forças (2Rs.12:17,18); o resultado foi a decadência de seu reino - “A desobediência a Deus e a confiança na força do próprio braço nos levam a escolhas ruins que afetam o destino de nossas vidas”.

Jeová enviou profetas para advertir Joás, mas em vez de se arrepender, o rei de Judá se rebelou. Diz o texto sagrado: “Porém, depois da morte de Joiada, vieram os príncipes de Judá e prostraram-se perante o rei; e o rei os ouviu. E deixaram a Casa do Senhor, Deus de seus pais, e serviram às imagens do bosque e aos ídolos; então, veio grande ira sobre Judá e Jerusalém por causa desta sua culpa” (2Cr.24:17,18). Deixar o Senhor e permanecer em desobedecer aos seus ditames, a consequência trágica é inevitável.

Joás era tão dependente de Joiada que há poucas evidências de que ele tenha alguma vez estabelecido um verdadeiro relacionamento com o Deus a quem Joiada servia e obedecia. Como muitos filhos, o conhecimento de Joás a respeito de Deus vinha de uma fonte indireta. Este foi um bom começo, mas o rei precisava investir em um relacionamento pessoal com Deus, que seria duradouro e o levaria a rejeitar os maus conselhos que recebeu. O melhor conselho é ineficaz se não nos ajudar a tomar decisões sábias.

É interessante observar o seguinte: se tudo ia tão bem em Judá quando adoravam a Deus, por que se afastaram dEle? A prosperidade pode ser tanto uma bênção como uma maldição. Embora seja um sinal da bênção de Deus, concedida àqueles que o seguem, pode trazer consigo o potencial do declínio moral e espiritual. Um povo próspero pode ser tentado a tornar-se orgulhoso e autossuficiente, e pensar que Deus está em suas vidas a despeito do modo como age. Em nossa prosperidade, não devemos nos esquecer de que Deus é a fonte de nossas bênçãos.

2. Conspiração e morte no reino

Quando o rei Joás e a nação de Judá abandonaram a Deus, Zacarias, filho do sumo sacerdote, foi enviado para conclamá-los ao arrependimento. Antes de distribuir seu julgamento e castigo, Deus lhes deu mais uma oportunidade. Da mesma forma, Ele não nos abandona nem lança imediatamente sobre nós seu juízo, quando pecamos. Pelo contrário, procura falar conosco por meio de sua Palavra, de seu Espírito que habita em nós, também por meio dos nossos semelhantes e, às vezes, por meio da disciplina. Deus não deseja nos destruir, e sim o nosso urgente retorno. Zacarias, filho de Joiada, transmitiu a advertência de Deus ao povo, mas seus ouvintes o apedrejaram, por mandado do rei. Joás nem mesmo se lembrou da beneficência que Joiada lhe fizera. Diz assim o texto sagrado:

“E o Espírito de Deus revestiu a Zacarias, filho do sacerdote Joiada, o qual se pôs em pé acima do povo e lhes disse: Assim diz Deus: Por que transgredis os mandamentos do Senhor? Portanto, não prosperareis; porque deixastes o Senhor, também ele vos deixará. E eles conspiraram contra ele e o apedrejaram com pedras, por mandado do rei, no pátio da Casa do Senhor. Assim, o rei Joás não se lembrou da beneficência que Joiada, pai de Zacarias, lhe fizera; porém matou-lhe o filho, o qual, morrendo, disse: O Senhor o verá e o requererá” (2Cr.24:20-22).

Talvez em resposta à oração final de Zacarias antes de sua morte, o Senhor tenha enviado o exército pouco numeroso dos sírios para saquear Judá e matar os oficiais e príncipes. Aqueles que deram conselhos ímpios a Joás foram mortos. Jerusalém só foi salva porque Joás retirou os tesouros do Templo e os mandou a Hazael, rei da Síria; e este, então, se retirou de Jerusalém (2Reis 12:18). Após a batalha, ferido, os próprios servos de Joás conspiraram contra ele e o mataram em sua cama. Diz assim o texto sagrado:

 “E sucedeu, no decurso de um ano, que o exército da Síria subiu contra ele, e vieram a Judá e a Jerusalém, e destruíram dentre o povo a todos os príncipes do povo, e todo o seu despojo enviaram ao rei de Damasco. Porque, ainda que o exército dos siros viera com poucos homens, contudo, o Senhor deu nas suas mãos um exército de grande multidão, porquanto deixaram ao Senhor, Deus de seus pais. Assim executaram os juízos de Deus contra Joás. E, retirando-se dele (porque em grandes enfermidades o deixaram), seus servos conspiraram contra ele, por causa do sangue do filho do sacerdote Joiada, e o mataram na sua cama, e morreu; e o sepultaram na Cidade de Davi, porém não o sepultaram nos sepulcros dos reis” (2Cr.24:23-25).

Por haver abandonado o Senhor, as boas realizações anteriores de Joás não tiveram valor nenhum. Ele reparou e reabasteceu o Templo de mobília e utensílios, mas entregou seus tesouros a Hazael, rei da Síria (2Rs.12:17,18).

É importante começar bem, mas é mais importante ainda terminar bem. Ciente da tendência humana de perder o zelo com o tempo, o apóstolo João nos adverte: “Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão” (2João 8).

CONCLUSÃO

Joás foi salvo da morte certa pela ímpia Atalia, foi educado na Casa do Senhor pelo um dos melhores sacerdotes que Judá já teve, o sacerdote Joiada (2Cr.24:16), mas caiu na desgraça quando esteve sozinho, sem uma liderança espiritual por perto. Apesar de ter recebido tantos ensinamentos pelo sacerdote Joaida, pelo exemplo e por doutrinas, Joás não se interessou em absorvê-las e adquirir maturidade espiritual suficiente. Seu coração sempre esteve no mundo, mesmo se dizendo que era crente, e estando constantemente na Casa do Senhor. Chegou a adorar ídolos e perdeu completamente a noção de justiça ao mandar assassinar o profeta Zacarias, filho de Joiada. Por isso, o juízo de Deus seria inevitável. O reinado e Joás entrou em decadência e ele acabou assassinado por dois de seus servos.

Joás, por não ter o cuidado necessário de guardar a sua fé em Deus, fracassou desgraçadamente, e este fracasso foi porque abandou os mandamentos do Senhor e os bons conselhos de seu líder espiritual, que não estava mais vivo, valorizando mais os maus conselhos dos amigos que não temiam a Deus.

Joás fracassou de forma lamentável, e o criticamos por isso, porém, muitas vezes nós também caímos frequentemente nas mesmas armadilhas. Muitas vezes seguimos conselhos tolos sem considerar a Palavra de Deus. Quem é você quando está sozinho, quando o seu líder espiritual não está por perto, quando você está com pessoas que dizem ser seus amigos?