“Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça” (2Tm.3:16).
2Timóteo 3:
14.Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido.
15.E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.
16.Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça,
17.para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.
2Pedro 1:
19.E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração,
20.sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação;
21.porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.
INTRODUÇÃO
Nesta Aula trataremos da Inspiração divina da Bíblia. A Bíblia foi dada por Deus através de inspiração e revelação, à medida que o Espírito Santo operou em homens escolhidos, revelando a eles a mensagem de Deus e capacitando-os a usar as palavras adequadas para comunicar a verdade divina sem erros. Disse Pedro: "Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" (2Pd.1:21). Disse Paulo: “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça”.
I. A DOUTRINA DA INSPIRAÇÃO BÍBLICA
1. A Inspiração da Bíblia é divina
O que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do mundo é a sua inspiração divina (Jó 32:8; 2Tm.3:16; 2Pd.1:21). É devido à inspiração divina que ela é chamada Palavra de Deus. Em 2Tm.3:16 Paulo expressou: “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça”. Este é um dos versículos mais importantes da Bíblia sobre a sua inspiração. Ele ensina que as Escrituras são o sopro de Deus. De modo miraculoso, Deus comunicou sua Palavra aos homens e os guiou para escrevê-las para a eternidade. O que eles escreveram é a própria Palavra de Deus, inspirada e infalível. Assim como é verdade que o estilo literário individual dos escritores não foi anulado, também é incontestável que as palavras usadas por eles foram concedidas pelo Espírito Santo.
Os escritores da Bíblia não deram as próprias interpretações pessoais, mas escreveram a mensagem que lhes foi dada por Deus (2Pd.1:20,21). Em 2Pd.1:21 está escrito que “homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo". Apesar de não compreendermos plenamente como se deu o processo, Deus dirigiu cada palavra que esses homens escreveram. Ao mesmo tempo, contudo, Deus não destruiu a individualidade ou o estilo dos escritores. Em tempos como os nossos, nos quais tantas pessoas negam a autoridade das Escrituras Sagradas, é importante termos convicção da inspiração verbal, plenária e inerrância da Bíblia.
Mas, o que vem a ser Inspiração Divina? Segundo o teólogo Antônio Gilberto, inspiração, “no sentido fisiológico, é a inspiração do ar para dentro dos pulmões. É pela inspiração do ar que temos fôlego para falar; daí o ditado: ’falar é folego’. Quando estamos falando, o ar é expelido dos pulmões: é o que chamamos de expiração. Pois bem, Deus, para falar a sua Palavra através dos escritores da Bíblia, inspirou neles o seu Espírito. Portanto, inspiração divina é a influência sobrenatural do Espírito Santo como um sopro, sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e transmitir a mensagem divina sem mistura de erro. A própria Bíblia reivindica para si a inspiração de Deus, pois a expressão ‘assim diz o Senhor’, como carimbo de autenticidade divina, ocorre mais de 2.600 vezes nos seus 66 livros; isso, além de outras expressões equivalentes” (GILBERTO, Antônio. A Bíblia através dos séculos. CPAD).
Segundo Norman L. Gleisler, Deus é o iniciador por excelência da inspiração: ‘nenhuma profecia jamais foi produzida por um ato de vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo’ (2Pd.1:21). Em outras palavras, Deus moveu, e o profeta falou as verdades; Deus revelou, e o homem registrou sua Palavra. A Bíblia é a Palavra de Deus no sentido de que se origina com Ele e é autorizada por Ele, embora seja articulada pelo homem. Deus fala em seus registros escritos.
2. A Inspiração da Bíblia é verbal
A inspiração “Verbal” indica que as palavras redigidas por pelo menos quarenta escritores humanos foram inspiradas por Deus (cf.1Co.2:13). Mas como o Espírito Santo inspirou os escritores do texto sagrado? Esta é uma discussão que se faz, pois entendem alguns que o Espírito ditou as palavras aos escritores, assim como, por exemplo, Pedro teria feito, em relação a sua Carta, com relação a Silvano (1Pd.5:12) ou como Paulo, em relação a Tércio, no que toca à Epístola aos romanos (Rm.16:22). Este pensamento é conhecido como o da “inspiração verbal” e se baseia, entre outros textos, em Êx.34:27 e Dt.31:24. Deus não deu um esboço geral ou algumas ideias básicas e depois permitiu que os escritores as expressassem como lhes parecesse melhor. As próprias palavras que usaram foram dadas pelo Espírito Santo (1Pd.1:21).
Não resta dúvida de que muitos escritores da Bíblia reduziram a escrito mensagens que lhes foram dadas verbalmente por Deus, como é exemplo os Dez Mandamentos e boa parte daquilo que foi escrito por Moisés na Lei. No entanto, temos de entender que Deus opera além de quaisquer limites humanos ou que nossa compreensão possa atingir, de forma que temos de, neste ponto, fazer coro ao seguinte pensamento de R.N. Champlin, que reproduzimos:
“…a inspiração, normalmente, é verbal, visto que diz respeito à comunicação da verdade em linguagem humana. Isso não significa, entretanto, que consiste em mero ditado de palavras, mas significa que os diversos processos que jazem por detrás da questão, envolvendo aspectos como a individualidade dos escritores, o meio ambiente, o treinamento, a experiência deles, além de outros fatores, foi de tal modo manipulados por Deus que o resultado foi que as palavras registradas não são apenas do homem, mas são plenamente de Deus…” (CHAMPLIN, R.N. Escrituras. In: Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, v.2, p.475).
3. A Inspiração da Bíblia é plenária
A inspiração Plenária indica que a Bíblia toda foi igualmente inspirada por Deus, desde Gênesis até Apocalipse. Paulo afirma que “TODA” a Escritura é inspirada (2Tm.3:16). Quando Paulo fala de “toda a Escritura”, está definitivamente se referindo à integra do Antigo Testamento e partes do Novo Testamento já existentes naquela época. Em 1Timóteo 5:18, ele cita o evangelho de Lucas (10:7) como Escritura. Pedro fala das epístolas de Paulo como Escrituras (2Pd.3:16). Hoje somos autorizados a aplicar o versículo referindo-nos à Bíblia inteira. Portanto, nenhum texto deve ser desprezado. Alguém poderá afirmar: “então a mentira de Ananias e Safira (Atos 5:1-10), bem como a traição de Judas (Lc.22:3-6), bem como o conselho da mãe do rei Lemuel (Pv.31:6,7) são inspirados por Deus?” Claro que não. O próprio contexto informa que não foram inspirados por Deus, mas o seu registro, sim. Paulo afirmou que: “tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito” (Rm.15:4). Neste aspecto, pode-se afirmar que a Bíblia não apenas contém ou torna-se a Palavra de Deus, mas sobretudo ela é a inspirada Palavra de Deus em seu sentido pleno.
II. A INSPIRAÇÃO DIVINA E OS AUTORES DA BÍBLIA
1. A Inspiração dos autores
Em 2Pedro 1:21 está escrito: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo". Neste texto, o termo “inspirados” significa “movidos”, “trazidos”, “levados por uma força interior”, que nos indicam que, para escrever as Escrituras, estes homens, em primeiro lugar, eram “homens santos de Deus”, ou seja, homens que se encontravam separados do pecado e separados para Deus, que estavam, portanto, em plena comunhão com o Senhor e, por isso, neles habitava o Espírito Santo, com o propósito de fazê-los redigir aquilo que o Senhor lhes revelava. Eram, portanto, levados, por uma força interior, a escrever aquilo que escreveram, prova de que não se tratava de “conteúdo” ou “mensagem” que fossem de suas mentes, mas que vinha diretamente da parte de Deus. É por este motivo que Pedro atesta que as Escrituras não podem ser de “particular interpretação”(2Pd.1:20), ou seja, que os textos bíblicos não podem ser entendidos isoladamente, mas como parte de um conjunto, pois, embora tenham sido escritos por homens de diferentes culturas, de diferentes épocas, de diferentes classes sociais, de diferentes graus de instrução, o resultado não é fruto da cultura, da história, da época, da posição social nem tampouco da erudição de cada um dos escritores, mas tão somente obra do Espírito Santo, que agiu na vida de cada um destes “homens santos de Deus”.
2. As limitações dos autores
Embora seja a Palavra de Deus, a Bíblia foi escrita e redigida por seres humanos que, para escrevê-la, usaram de todos os materiais que tinham à sua disposição para tanto, lembrando-se, aliás, que, no tempo da formação dos escritos sagrados, não havia o papel, material que o Oriente Médio e o Ocidente somente conheceram num tempo posterior à elaboração das Escrituras, elaboração esta, aliás, que durou mais de mil e quinhentos anos, que é o tempo que vai de Moisés ou Jó, apontados como os autores do livro de Jó, que é o livro mais antigo das Escrituras, até a redação dos livros do apóstolo João, que são considerados os últimos escritos inspirados da Bíblia Sagrada.
É interessante notar que Deus não escreveu parte nenhuma da Bíblia. As Escrituras registram que Deus havia escrito as primeiras tábuas da Lei (Ex.32:15), que foram quebradas por Moisés, que estava indignado com a corrupção do povo no episódio do bezerro de ouro (Ex.32:19). As segundas tábuas, embora lavradas por Moisés, foram também escritas por Deus (Dt.10:1-4), mas estas tábuas foram colocadas na Arca, ou seja, não puderam ser lidas pelo povo. Moisés escreveu o seu teor, nesta oportunidade, naquilo que viria a ser o Pentateuco (Ex.34:27), numa comprovação de que parte alguma das Escrituras foi feita pelo dedo de Deus. O mesmo devemos dizer a respeito do Filho de Deus, Jesus; Ele nada deixou escrito, mas tudo que transmitiu o fez oralmente, teor este que foi, posteriormente, lembrado pelo Espírito Santo para que pudesse ser reduzido a escrito (1Co.11:23; 2Pd.2:16-18; 1João1:1,3). Vemos, pois, que, embora seja a Palavra de Deus, a Bíblia não foi escrita, em momento algum, por Deus, que delegou, pois, tal tarefa ao homem, apesar das suas limitações.
Quis Deus, portanto, que a Bíblia fosse escrita pelos homens, embora se tratasse da própria Palavra do Senhor, para que as Escrituras fossem, elas mesmas, a demonstração da comunhão que se pretendeu restabelecer entre Deus e o homem. Esta comunhão, que, em Jesus, estava evidenciada pela dupla natureza, é um dos aspectos pelos quais as Escrituras são consideradas testemunhas do próprio Verbo Divino (João 5:39). Assim, pois, como Jesus é Homem, e é Deus, as Escrituras também são Palavra de Deus, mas escrita pelos homens, apesar de suas limitações.
Mas, como pode o homem, cujos pensamentos estão tão distantes dos de Deus (Is.55:8,9; 1Co.2:9), escrever a Palavra de Deus, reduzir a escrito aquilo que é próprio da Divindade? Somente de uma maneira: através da revelação e da inspiração do Espírito Santo (2Tm.3:16; 2Pd.1:21). Assim como Deus escolheu a jovem virgem Maria para servir de instrumento ao nascimento do seu Filho Jesus, Ele também escolheu homens simples, puros e santos, cujos corações eram segundo o seu coração, para escrever a Bíblia Sagrada. Estes homens surgiram do meio do povo de Israel, com exceção de Lucas, que não era judeu, mas se converteu ao Senhor Jesus. Deus os encheu do Espírito Santo para escrever exatamente aquilo que Ele queria.
Todavia, esses homens tinham suas limitações, eles eram pessoas assim como nós, inclinados à mesmas paixões e falhas (Tg.5:17). Moisés, por exemplo, mesmo tendo falado com Deus face a face, e ter recebido diretamente de Deus os Dez mandamentos e a Lei, mesmo assim falhou, a ponto de ser impedido de entrar na Terra Prometida (Dt.32:51,52). Poderíamos ainda falar de Davi, o homem segundo o coração de Deus (Atos 13:22), que escreveu pelo menos 73 salmos, cerca de metade do livro de Salmos, porém cometeu pecados terríveis em sua vida como, por exemplo, a traição contra o seu melhor soldado, Urias; este foi morto de forma cruel e covarde (2Samuel cap.11). Todavia, como bem diz o pr. Douglas, “nenhum texto das Escrituras Sagradas, quanto a sua inspiração e veracidade, está condicionado às limitações de seus autores humanos” (ler 2Co.4:7).
3. Os diferentes gêneros literários e figuras de linguagem
A Bíblia é um livro muito diversificado em gêneros literários e figuras de linguagem. Quando a Bíblia é aberta, a sensação é como se estivesse entrando numa livraria ou em um sebo com suas dezenas de estantes e prateleiras cheias de livros. Em geral, esses locais organizam os livros por gêneros literários - livros de suspense, romance, poesia, história e muito mais. Cada livro das Escrituras Sagradas tem um estilo literário predominante, e saber qual estilo se está lendo ajudará a pessoa compreender melhor a forma que o autor transmite seus ensinos, como ele tece sua argumentação e a intensidade na qual a mensagem foi escrita.
A identificação dos gêneros literários encontrados nos livros da Bíblia, com suas formas próprias, linguajar e estilo literário é de fundamental importância para a compreensão do texto da Palavra de Deus. É na atenciosa leitura do texto que identificamos o gênero literário e como ele se apresenta; assim passamos a amar cada vez mais a Palavra de Deus e a interpretá-la de forma mais completa, transformando inclusive o nosso caráter e a nossa maneira de viver.
Na Bíblia encontramos diversos gêneros literários e muitas figuras de linguagem. Quanto aos gêneros literários podemos mencionar: Evangelhos, Epístolas, Profecias, Parábolas, Apocalipse, Salmos, Narrativas do Antigo Testamento, Leis, Provérbios, Poesia, Atos, dentre outros.
Os gêneros literários do Antigo Testamento
a) Gênero Jurídico. Encontramos este gênero literário em boa parte dos cinco primeiros livros da Bíblia, o Pentateuco. É compreensível este gênero em livros que falam de normas e leis para o povo de Deus. Aparecem dois tipos de leis: Apodíticas e Casuísticas. Nas leis Apodíticas, os mandamentos têm início com um não – exemplo: Os dez mandamentos (Ex.20:3-17). As Casuísticas são leis em situações específicas (Lv.20:9-18,20,21; Dt.15:7-17).
b) Gênero Narrativo. Apresenta a história contada com o intuito de transmitir uma mensagem. Tipos: Epopeia, Épico, Tragédia e Romance.
- No gênero Epopeia aparecem as narrativas dos feitos de um herói nacional. Por exemplo: Abraão, Gedeão, Davi.
- No gênero Épico aparecem as narrativas de pessoas com façanhas militares. Por exemplo: a vida dos israelitas no deserto e a conquista de Canaã.
- No gênero Tragédia aparecem história da decadência de um indivíduo, da fama e honradez ao desastre e a miséria. Exemplos: Sansão, Saul, Salomão.
- No gênero Romance descreve a vida amorosa entre um homem e uma mulher. Aparece este tipo de gênero nos livros de Rute e de Cânticos dos Cânticos.
c) Gênero Poético. Além da poesia hebraica encontrada nos livros de Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cânticos dos Cânticos o gênero da poesia também aparece no Pentateuco e nos livros proféticos. Na poesia hebraica do Antigo Testamento é usada abundantemente as formas literárias do paralelismo entre as frases. O livro dos provérbios se destaca nesse aspecto; encontramos nele muitos paralelismos.
d) Gênero Profético. O gênero profético é muito encontrado na Bíblia. O gênero profético não significa adivinhação; o profeta manifestava ao povo a vontade de Deus com sermões e palavras duras, com sinais, exortações e oráculos.
e) Gênero Apocalíptico. Este gênero literário se apresenta com abundância de símbolos, imagens, visões e revelações. No Antigo Testamento, essa literatura apareceu com mais frequência em momentos de grande perseguição contra os judeus. Neste gênero literário aparece o confronto entre os justos e os ímpios, com resultados de recompensa. No livro de Daniel e Ezequiel encontramos este tipo de gênero.
f) Gênero Sapiencial. Este gênero mostra a sabedoria dos simples, que é a sabedoria da vida cotidiana – os Provérbios; ou mostra uma sabedoria que reflete a crise de fidelidade a Deus - exemplo: a história de Jó; mostra uma sabedoria que reflete a crise na própria sabedoria - “vaidade das vaidades tudo é vaidade” (Ec.12:8).
(Extes conceitos foram extraídos do livro “Introdução Geral à Bíblia Sagrada”, de Norman L. Gleisler).
Os gêneros literários do Novo Testamento
a) Gênero do Evangelho. O evangelho é considerado um gênero literário e não pode ser visto simplesmente como uma biografia histórica da vida de Jesus. Isso ficou evidente na conclusão do Evangelho de João: “Há, porém, muitas outras coisas que Jesus fez e que, se fossem escritas uma por uma, creio que o mundo não poderia conter os livros que se escreveriam” (João 21:25). O Evangelho contém material biográfico sobre Cristo, que as comunidades transmitiam oralmente e depois os evangelistas escreveram. Na verdade, no evangelho encontramos a pregação de Jesus e a atividade da comunidade primitiva. No evangelho encontramos ainda: Parábolas, narrativas de milagres, cânticos, provérbios, sentenças do Antigo Testamento encaixadas no texto, genealogias, histórias da infância de Jesus, narrativas etc.
b) Gênero Epistolar. Este gênero literário encontramos em grande parte do Novo Testamento. São ao todo 21 Cartas, a maioria de Paulo, mas também de Tiago, Pedro, Judas, João. O uso de cartas para a comunicação entre as pessoas do Império Romano era muito comum e tornou-se depois útil dentro dos objetivos da evangelização. Era um meio muito prático e popular. A obra da evangelização não se omitiu deste tipo de literatura. Em uma Epístola existe uma variante de temas, abordados em forma sistemática, na forma de uma circular dirigida a várias comunidades. Geralmente no final das Cartas aparece a parte parenética, ou exortações à comunidade, como um gênero próprio das Epístolas/Cartas.
c) Gênero narrativo. No livro dos Atos dos Apóstolos, como o nome diz, narra a atividade dos apóstolos, principalmente de Pedro e Paulo nas primeiras comunidades.
d) Gênero das genealogias. Este gênero literário tem um estilo típico, e usa formas esquemáticas rígidas. Por exemplo, as genealogias de Jesus encontrada na abertura do evangelho de Mateus.
e) Gênero Apocalíptico. No Novo Testamento a sua maior ênfase tem destaque no último livro da Bíblia - o Apocalipse. Em outros livros do Novo Testamento também pode ser verificado. Neste estilo literário aparecem símbolos, figuras, visões e revelações.
Figuras de Linguagem
Os autores sagrados também fizeram uso de figuras de linguagem, tais como: o emprego de parábolas e enigmas (Jz.14:14; Ez.17:2); de alegorias (Gl.4:22-24; Hb.9:9; Tg.3:3-5); de hipérboles (João 21:35; Cl.1:23); de metáforas e símiles (Zc.2:8; Tg.3:3-5); de vocabulário simples ou rebuscado a depender do grau de instrução do escritor (2Pd.3:15,16). “O emprego dos recursos literários evidencia a cultura do escritor, mas em hipótese alguma invalida a inspiração da Palavra de Deus (Pv.2:6; Tg.1:17)” (Douglas).
As riquezas dos gêneros literários encontrados na Bíblia não se esgotam nestes apresentados acima, existem muitos outros, que juntamente com as formas literárias próprias vão dando forma ao texto bíblico. Descobrir e conhecer esta riqueza que existe no texto sagrado é um fator muito importante que é acrescentado ao estudo exaustivo das Sagradas Escrituras.
4. A linguagem do senso comum
Embora a Bíblia tenha sido gerada e comunicada por Deus ao homem, quem escreveu foi o homem, e esta escrita é a participação humana na elaboração das Escrituras. A escrita dos textos bíblicos é a “forma” do texto, ou seja, o modo como ele foi escrito, a maneira como a mensagem foi redigida. Esta “forma” é humana, tanto que, ao analisarmos os textos bíblicos, notamos que há uma mudança de estilo, de língua e de vocabulário entre os diversos autores da Bíblia.
Quanto à língua original usada pelos autores: o Antigo Testamento foi escrito em hebraico e aramaico; já o Novo Testamento, em grego.
Quanto ao estilo usado: o estilo de um Moisés, criado em toda a ciência do Egito, é bem diferente do estilo de um boiadeiro, como é Amós; sem falarmos que as figuras de linguagem e as palavras utilizadas por Moisés ou pelo autor dos livros de Samuel diferem daqueles empregados pelos escritores do Novo Testamento. Tudo isto nos mostra, claramente, que, embora a mensagem seja de Deus, há a intervenção da individualidade de cada autor; não no “conteúdo”, não na “mensagem”, pois, se assim fosse, não se teria a perfeita e extraordinária harmonia e unidade que a Bíblia apresenta, mesmo havendo mais de um milênio e meio entre o início e o término da sua elaboração, mas na “forma” de cada um.
É por isso, aliás, que, muitas vezes, temos dificuldade de entender visões recebidas pelos escritores bíblicos, notadamente nos textos proféticos, uma vez que, dentro da individualidade e realidade vivida de cada escritor, ele tendia a descrever o que via. Embora seja um registro fiel daquilo que o Senhor lhe mostrava, é algo que, quase sempre, está fora do contexto cultural dos nossos dias, da nossa realidade presente. Esta dificuldade, porém, é mais uma comprovação de que a Bíblia é um Livro único no mundo, pois, além de ser a Palavra de Deus, é resultado da individualidade de cada homem santo inspirado pelo Espírito Santo.
Embora os escritores da Bíblia utilizaram um estilo literário mais conveniente com a cultura de sua época para transmitir a mensagem de Deus, em determinadas situações utilizaram linguagem de senso comum, como bem explica o pr. Douglas Baptista: “na linguagem de fenômenos científicos, por exemplo, os autores sagrados usaram a fraseologia comum e popular. Para citar um dos casos, ao descrever a herança dos rubenitas, também dos gaditas e à meia tribo de Manasses, Josué fez alusão ao “nascer do sol” (Js.1:15); e, na batalha contra os amorreus, ele registrou que o “sol parou” (Js.10:13). Essa linguagem não ignora os fundamentos científicos, nem desacredita a inspiração da Palavra de Deus, apenas busca alcançar a compreensão de todos (1Co.14:9-11)”.
III. O ESPÍRITO SANTO E A BÍBLIA
1. A Inspiração do Antigo Testamento
O Antigo Testamento vindica para si a inspiração divina, com base no fato de se apresentar perante o povo de Deus e ser por esse povo recebido como pronunciamento profético. Os livros escritos pelos profetas de Deus eram conservados em lugar sagrado. Moisés colocara sua lei na Arca de Deus (Dt.10:2). Mais tarde, ela seria mantida no tabernáculo, para ensino das gerações futuras (Dt.6:2). Cada profeta, depois de Moisés, acrescentou seus escritos sagrados à coleção existente. Aliás, o segredo da inspiração do Antigo Testamento está na função profética de seus escritores.
Segundo Norman L. Geisler e Willian E.Nix, os escritores do Antigo Testamento eram profetas. O profeta era o porta-voz de Deus. As funções do profeta ficam esclarecidas nas várias menções que a ele se fazem. O profeta era chamado homem de Deus (1Rs.12:22), o que revela ser ele escolhido por Deus; era chamado servo do Senhor (1Rs.14:18), o que mostra sua ocupação; era chamado de mensageiro do Senhor (Is.42:19), o que assinala sua missão a serviço de Deus; era chamado de vidente (Is.30:10), o que revela a fonte apocalíptica de sua verdade; era chamado de homem do Espírito (Oséias 9:7), o que demonstra quem o levava a falar; era chamado de atalaia (Ez.3:17), o que manifesta sua prontidão em realizar a obra de Deus. Acima de todas estas designações, entretanto, sobressai a de “profeta”, ou seja, o porta-voz de Deus.
Em razão do próprio chamado, o profeta era alguém que se sentia como Amós - “Falou o Senhor Deus, quem não profetizará?” (Am.3:8); ou como outro profeta, que disse: “… eu não poderia desobedecer à ordem do Senhor meu Deus, para fazer coisa pequena ou grande” (Nm.22:18). Assim como Arão havia sido porta-voz de Moisés (Êx.7:1), pois deveria falar “todas as palavras que o Senhor havia dito a Moisés” (Êx.4:30), assim também os profetas de Deus deveriam falar somente aquilo que o Senhor lhes ordenasse. Assim dissera Deus aos profetas: “Porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar” (Dt.18:18). Além disse, Deus disse mais: “Nada acrescentareis ao que vos ordeno, e nada diminuireis” (Dt.4:2). Como afirma o profeta Amós, “certamente o Senhor Jeová não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Amós 3:7). Em suma, profeta era aquele que dava a saber o que Deus lhe havia revelado.
Segundo Norman L. Geisler, todos os autores tradicionais do Antigo Testamento são denominados profetas, seja como título, seja como função. Se alguns não eram profetas por vocação, mas todos possuíam o dom da profecia. Assim confessou Amós, que era boiadeiro: “… eu não era profeta, nem filho de profeta […]. Mas o Senhor […] me disse: Vai, profetiza ao meu povo Israel” (Am.7:14,15). Davi, a quem se atribui a criação de quase metade dos salmos, exercia a função de rei; no entanto, assim testificou esse rei: “O Espírito do Senhor fala por mim, e a sua palavra está na minha boca” (2Sm.23:2). O Novo Testamento acertadamente o denomina profeta (Atos 2:30). De modo semelhante, o rei Salomão, autor dos livros de Cântico dos Cânticos, Provérbios e Eclesiastes, teve visões da parte do Senhor (1Rs.11:9). De acordo com Números 12:6, as visões eram um meio de Deus mostrar ao povo quem eram seus profetas. Embora Daniel fosse estadista, o próprio Senhor Jesus o denominou profeta (Mt.24:15).
Moisés, o grande legislador e libertador de Israel, é denominado profeta (Dt.18:15; Os.12:13). Josué, sucessor de Moisés, era considerado profeta de Deus (Dt.34:9). Samuel, Natã e Gade foram profetas que escreveram (1Cr.29:29), da mesma forma que Isaías, Jeremias, Ezequiel e os doze profetas menores. Samuel fundou uma escola de profetas (1Sm.19:20), cujos alunos mais tarde se chamariam “filhos dos profetas” (2Rs.2:3).
Existem inúmeros testemunhos nos livros das Crônicas segundo os quais os profetas guardavam com cuidado as histórias sagradas e as mensagens de Deus proferidas por eles. A história de Davi havia sido escrita pelos profetas Samuel, Natã e Gade (1Cr.29:29). A história de Salomão foi registrada por Natã, Aías e Ido (2Cr.9:29). O mesmo aconteceu no caso das histórias de Roboão, de Josafá, de Ezequias, de Manasses e de outros reis (cf. 2Cr.9:29; 12:15; 13:22; 20:34; 33:19; 35:27).
Na época do exílio babilônico, no século VI a.C., Daniel se referiu à compilação de escritos proféticos dando-lhe o nome de “livros” (Dn.9:2). De acordo com Ezequiel (Ez.13:9), havia um registro oficial dos verdadeiros profetas de Deus. Todo aquele que transmitisse profecias falsas era excluído do rol oficial. Só os verdadeiros profetas de Deus eram oficialmente reconhecidos, e só os escritos desses profetas eram guardados ao lado dos escritos inspirados. Desde os tempos mais remotos de que temos registro, todos os 39 livros do Antigo Testamento já compunham esse acervo de escritos proféticos.
Em suma, quase todos os livros do Antigo Testamento oferecem alguma vindicação de inspiração divina. Às vezes se trata de autoridade implícita, mas em geral há uma declaração explícita do tipo “assim diz o Senhor”. Do início ao fim, a doutrina da inspiração do Antigo Testamento está solidamente instalada em numerosos trechos, os quais sustentam sua origem e inspiração divina.
2. A Inspiração do Novo Testamento
Os apóstolos e profetas do Novo Testamento não hesitaram em classificar seus escritos como inspirados, ao lado do Antigo Testamento. Seus livros eram respeitados, colecionados e circulava no princípio da Igreja como Escrituras Sagradas.
Segundo Norman L. Geisler, há dois movimentos básicos na compreensão das reivindicações do Novo Testamento a respeito de sua inspiração. Primeiramente temos a promessa de Cristo de que o Espírito Santo guiaria os discípulos no ensino de suas verdades, que constituem o fundamento da Igreja. Em segundo lugar, há o cumprimento aclamado disso no ensino apostólico e nos escritos do Novo Testamento.
Os discípulos de Cristo não se esqueceram da promessa do Senhor. Eles pediram-lhe que seu ensino tivesse exatamente o que Jesus lhes havia prometido: a autoridade de Deus. E eles o fizeram de várias maneiras: dedicando-se ao que sabiam ser a continuação do ministério de ensino de Cristo, crendo fervorosamente que seus ensinos teriam a mesma autoridade e poder do Antigo Testamento e afirmando de modo específico em seus escritos que eles tinham a autoridade de Deus.
Lucas afirma ter apresentado um relato exato de “tudo o que Jesus começou não só a fazer, mas também a ensinar” em seu evangelho. Ele dá a entender que Atos dos apóstolos registra o que Jesus continuou a fazer e a ensinar mediante seus apóstolos (Atos 1:1; cf. Lc.1:3,4). Na realidade, segundo consta, a primeira Igreja se caracterizava pela devoção ao “ensino dos apóstolos” (Atos 2:42). Até mesmo os ensinos de Paulo, que se baseavam nas revelações diretas de Deus (Gl.1:11,12), estavam sujeitos à aprovação dos apóstolos (Atos 15). A própria Igreja do Novo Testamento, como se sabe, foi edificada “sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas [do Novo Testamento]” (Ef.2:20; cf. 3:5).
É verdade que as declarações orais dos apóstolos que viviam na época tinham a mesma autoridade de seus escritos (1Ts.2:15), e também é verdade que os livros do Novo Testamento são o único registro autêntico do ensino apostólico de que dispomos hoje. A restrição de que todo membro dos doze apóstolos devia ser testemunha ocular do ministério e da ressurreição de Jesus Cristo (Atos 1:21,22) elimina a sucessão apostólica que não passaria do século I. E o fato de não existir ensino apostólico autêntico além do encontrado no Novo Testamento, limita tudo quanto os apóstolos ensinaram ao que se encontra no Novo Testamento, isto é, aos seus 27 Livros. Ao lado do Antigo Testamento, esses Livros são considerados inspirados, dotados de autoridade divina, visto que só eles são verdadeiramente apostólicos ou proféticos.
Em suma, Cristo prometeu que todo o ensino apostólico seria dirigido pelo Espírito Santo. Os Livros do Novo Testamento são o único registro autêntico que temos do ensino apostólico. Daí decorre que só o Novo Testamento pode reivindicar para si o título de registro autorizado dos ensinos de Cristo.
A inspiração do Novo Testamento, portanto, baseia-se na promessa de Cristo de que seus discípulos seriam dirigidos pelo Espírito Santo em seus ensinos a respeito do Senhor Jesus. Os discípulos creram nessa promessa e a assimilaram, havendo claros indícios de que os próprios autores do Novo Testamento, bem como os de sua época, reconheceram o cumprimento dessas promessas. Criam em que o Novo Testamento havia sido divinamente inspirado, pelo que, desde os primórdios do início dos registros cristãos, tem havido apoio unânime à doutrina da inspiração do Novo Testamento, em igualdade de condições com o Antigo Testamento.
3. A obra da regeneração e a iluminação
A Palavra de Deus afirma que o homem no pecado está morto; foi o que afirmou Paulo: ”E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados” (Ef.2:1). Morte significa separação. No sentido espiritual, o homem no pecado está separado de Deus. A única maneira desse homem voltar a ter comunhão com Deus é recebendo uma nova vida, através do nascer de novo, ou seja, da regeneração. Quando Nicodemos se encontrou com Jesus, Este não se sentiu lisonjeado com as belas palavras proferidas por aquele, mas foi direto ao seu verdadeiro problema. Nicodemos embora fosse um homem rico, culto, de grande projeção social e, também, religioso, espiritualmente estava morto e seu maior problema era a Salvação – “Jesus respondeu e disse-lhe: na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode entrar no Reino de Deus” (João 3:3).
Nascer de Novo é a primeira condição para todo aquele que quiser receber a Salvação. Nicodemos não entendeu e pensou como ainda pensam os espíritas: pensou que o nascer de novo significava tornar a nascer do ventre da mãe. Assim, para que não pairasse qualquer dúvida sobre a reencarnação como sendo o “nascer de novo”, o Senhor Jesus explicou que se fosse possível tornar a nascer, no sentido físico, quantas vezes a pessoa pudesse nascer, em nada iria mudar, ou seja, nasceria sempre com a velha natureza carnal. Assim, o Senhor Jesus lhe disse: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (João 3:6).
No processo da Regeneração, o Espírito Santo testifica de Cristo e convence a pessoa do pecado, da justiça e do juízo (João 15:26; 16:8-11). Assim, o Espírito Santo produz a fé regeneradora (Ef.2:8) na pessoa, que vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm.10:17). Segundo o pr. Douglas Baptista, “sem o mover do Espírito Santo não é possível nem aceitar e nem entender a Palavra de Deus (Mt.13:15; 1Co.2:14). Essa ação em conduzir o pecador a compreender as verdades bíblicas chama-se iluminação (Ef.1:18). Porém, ressalta-se que o Espírito Santo ilumina o que Ele já tem inspirado, não se tata de nenhuma nova revelação (Gl.1:8,9)”.
Portanto, é somente o Espírito Santo quem pode operar no homem o milagre do Novo Nascimento ou Regeneração. Foi o que afirmou Paulo: “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo” (Tito 3:5). Portanto, a Regeneração não significa retornar a velha natureza, mas significa transformar o velho homem numa nova criatura. Foi isso o que Paulo queria dizer quando declarou: “Assim, que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já se passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co.5:17).
Através deste nascer de novo o homem se torna participante da natureza de Deus, recebendo a adoção de filho. Sem o novo nascimento o homem será sempre criatura de Deus, não filho. Foi por isto que o apóstolo João, quando escreveu aos crentes que já haviam passado pela experiência do Novo Nascimento, disse: ”Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos” (1João 2:2).
CONCLUSÃO
A Bíblia é inspirada por Deus e fornece evidências plausíveis desse fato para aqueles que estão dispostos a investigar; é a única revelação escrita de Deus para toda a humanidade. Ela sobreviveu para contar sua mensagem de Cristo e da salvação de geração a geração. Mattew Henry, um dos maiores expositores das Sagradas Escrituras, é categórico ao referir-se à inspiração da Bíblia: “As palavras das Escrituras devem ser consideradas palavras do Espírito Santo”. Como não concordar com Henry? Basta ler a Bíblia para sentir, logo em suas palavras iniciais, a presença do Espírito Santo. Paulo afirma: “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” (2Tm.3:16,17). Muitos liberais aproximam-se das Escrituras carregados de ceticismo e contestando toda inspiração, inerrância e infalibilidade. Há aqueles que, enganosamente, afirmam que as Escrituras apenas contêm a Palavra de Deus, mas não são a Palavra de Deus. Outros negam sua historicidade e tentam, jeitosamente, explicar seus registros históricos e seus milagres de forma metafórica. Todavia, permanece a verdade inabalável de que toda as Escrituras Sagradas são inspiradas por Deus; elas são a própria Palavra de Deus.