Texto Base: (2Crônicas 34.29-33)
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos sobre o avivamento no Antigo Testamento, para isso veremos em quais situações os
momentos de renovação espiritual aconteceram na nação de Israel. Pontuaremos que os avivamentos registrados no Antigo
Testamento foram antecedidos pelo retorno às Escrituras Sagradas, além de uma atitude de arrependimento e confissão de
pecado.
I – O AVIVAMENTO NO ANTIGO TESTAMENTO
O AT descreve diversos avivamentos que ocorreram no meio do povo de Deus, tais como: reinado de Asa (2Cr 15. 1-
15); no reinado de Joás (2Rs 11 e 12); no reinado de Ezequias (2Rs 18. 4-7); no reinado de Josias (2Rs 22 e 23); nos dias de
Esdras e Neemias (Ne 8.1-18; 9.1-38), além de outros. Todos eles ocorreram em momentos de crise moral e espiritual. Notemos:
1.1 Aconteceu no momento de crise moral e espiritual da nação de Israel. Entre tantos momentos de crises espirituais que
a nação dos judeus experimentou podemos destacar o momento crítico nos tempos do rei Josias. Por meio da profetiza Hulda,
o Senhor declarou: “Porquanto me deixaram e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira por todas as
obras das suas mãos, o meu furor se acendeu contra este lugar e não se apagará”. (2Rs 22.17). Porém, diante das atitudes
do Rei Josias descrita no texto bíblico: “Visto que o seu coração se enterneceu e você se humilhou diante de Deus, quando
ouviu as ameaças que ele fez contra este lugar e contra os seus moradores, e se humilhou diante de mim, rasgou as suas
roupas e chorou diante de mim, também eu ouvi a sua oração, diz o SENHOR” (2Cr 34.27), Um grande avivamento aconteceu
em Israel: Ídolos forma removidos, altares foram concertados e as festas do senhor voltaram a ser celebradas.
1.2 Aconteceu no momento de grande oposição à obra de Deus. Após o cativeiro babilônico, a nação de Israel enfrentou
uma grande oposição dos arábios, amonitas e os asdoditas, além de Tobias e Sambalate que eram de Samaria. Foi nesse
momento de ameaças: “Todos se ajuntaram de comum acordo para virem atacar Jerusalém e criar confusão ali. Porém nós
oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra eles, de dia e de noite” (Ne 4.8,9). Neemias encaminhou o
povo para o retorno as Escrituras. O texto bíblico nos revela que houve uma fome e sede de ouvir a Palavra de Deus. O
avivamento teve início mediante um autêntico retorno à Palavra de Deus e um esforço decisivo para a compreensão de sua
mensagem.
1.3 Aconteceu no momento de frieza espiritual da nação de Israel. Ciro, rei da Pérsia, havia permitido que 50.000 judeus
exilados voltassem a Jerusalém sob a liderança do governador Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (Ed 1.2-4; 2.64, 65; 3.2;
5.1). Durante o segundo ano de seu retorno (536-535 a.C), foram lançados os alicerces do templo (Ed 3.8-10). A oposição dos
samaritanos, porém, fez cessar a obra (Ed 4.1-5,24) Consequentemente, os judeus tornaram-se espiritualmente apáticos.
Passar-se-iam dezesseis anos até que retomassem à construção da Casa do Senhor. Deus, então, envia-lhes os profetas Ageu e
Zacarias para encorajá-los a recomeçar a obra (STAMPS, 2012, p. 1348 – grifo nosso). Depois da atuação dos profetas o texto
bíblico um despertar espiritual, um avivamento para voltar a servir na casa de Deus: “Assim o Senhor encorajou o governador
de Judá, Zorobabel, filho de Sealtiel, o sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e todo o restante do povo, de modo que
eles começaram a trabalhar no templo do Senhor dos Exércitos, o seu Deus” (Ag. 1.14 – NVI). Um verdadeiro avivamento
impulsiona o povo a servir a Deus melhor.
II - O AVIVAMENTO NO ANTIGO TESTAMENTO ENVOLVE RETORNO AS ESCRITURAS SAGRADAS
2.1 O retorno as Escrituras Sagradas restabeleceram o verdadeiro culto. o texto bíblico relata: “O rei subiu à Casa do
SENHOR, e com ele foram todos os homens de Judá, os moradores de Jerusalém, os sacerdotes, os levitas e todo o povo,
desde o maior até o menor. E o rei leu diante deles todas as palavras do Livro da Aliança que havia sido encontrado na Casa
do SENHOR” (2Cr 34.30). Após esse ato de ler e obedecer houve uma renovação espiritual em Judá: As abominações foram
removidas (v.32); a festa da páscoa foi restabelecida (2Cr 35.1); os sacerdotes foram estabelecidos em seus cargos e o ensino
da palavra foi ordenado em todo Israel (2Cr 35.3). Isso demonstra que nunca existirá um avivamento sem um retorno a Palavra
de Deus.
2.2 O retorno as Escrituras Sagradas trouxeram quebrantamento espiritual. No livro de Neemias podemos encontrar que:
O povo estava atento à leitura da Palavra de Deus (Ne 8.3). Todo o povo se pôs em pé em reverência à Palavra de Deus (Ne
8.5). Aconteceu um genuíno culto avivado, pois “levantaram as mãos; e inclinaram-se e adoraram ao Senhor, com o rosto
em terra” (Ne 8.6; 2Cr 7.3; 2Cr 20.18; 2Cr 17 7-9; Lc 17.16). Durante sete dias, seis horas por dia, Esdras leu o livro da Lei
(Ne 8.3, 18) e por fim, a busca pelo o Senhor trouxe quebrantamento “Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da
Lei” (Ne 8.9); Estudo da Palavra do Senhor “E leram o livro, na Lei de Deus, e declarando e explicando o sentido, faziam
que, lendo se entendesse” (Ne 8.8).
III – O AVIVAMENTO NO ANTIGO TESTAMENTO ENVOLVE ARREPENDIMENTO E CONFISSÃO DE
PECADOS
3.1 O Avivamento no livro de Neemias começou com arrependimento. A Lei do Senhor foi abundantemente lida e o
resultado foi um genuíno avivamento, que começou com um genuíno arrependimento. Já fazia um bom tempo que os estatutos
do Senhor não eram observados (Ne 8.17). Os moradores de Judá haviam sido libertos e a alegria se espalhara por toda a nação.
Interessante que aquele avivamento foi um retorno à experiência do Sinai (Ex 19), e uma rememoração de tudo quanto o Senhor
havia operado na trajetória de Israel. Eles se arrependeram de sua ingratidão para com o Deus que tudo houvera provido até
então. Vejamos alguns pontos daquela maravilhosa oração:
(a) Reconhecimento de Deus como o Todo-Poderoso e Criador (Ne
9.5,6);
(b)Lembrança das promessas feitas a Abraão (Ne 9.7,8);
(c) Lembrança da misericórdia de Deus em relação a Israel no
Egito (Ne 9.9);
(d) Lembrança dos sinais e prodígios operados por Deus no Egito (Ne 9.10-12);
(e) Lembrança da Glória no
Sinai (Ne 9.13);
(f) Lembrança das provisões do Senhor (Ne 9.15);
(g) Lembrança da dureza de coração de seus antepassados
(Ne 9.16-18);
(h) Lembrança da longanimidade de Deus (Ne 9.19-21);
(i) Lembrança das vitórias nas guerras em Canaã (Ne
9.22-25); (j) As terríveis oscilações espirituais e suas consequências (Ne 9.26-29).
3.2 O verdadeiro arrependimento é acompanhado de confissão de pecados. Foi assim com o salmista Davi (Sl 51.10-12;
16,17); com os ninivitas (Jn 3.5-10) e com o Filho Pródigo ( Lc 15.17-24). Naquela ocasião não foi diferente. Devido o sincero
arrependimento, o Senhor lhes perdoou os pecados. Interessante que isso já havia sido predito quando da consagração do
Templo na época do rei Salomão (II Cr 6.36-39). O que aconteceu com Judá é o que acontece com todos quantos se arrependem
de seus pecados, mesmo na atual dispensação. Traçando um paralelo entre II Cr 7.14 e At 3.19, chegamos ao seguinte esquema:
IV – O AVIVAMENTO NO ANTIGO TESTAMENTO ENVOLVE OBEDIÊNCIA
4.1 O significado da palavra obediência no Antigo Testamento. As palavras hebraicas e gregas traduzidas como “obedecer”
ou “obediência” são geralmente “shama” e as formas cognatas de akouo. O significado básico de ambas é ‘‘ouvir” [....]
“obedecer” (WYCLIFFE, 2007, p. 1383). Obedecer significa ouvir no sentido de atender as exigências do Criador. A
obediência é imposta pelo Senhor a todos aqueles que lhe servem (Dt 13.4); é essencial à fé (Hb 11.6); é o resultado para quem
dá credito à voz de Deus (Êx 19.5,6); manifesta-se através da submissão do servo ao seu senhor (Rm 13.1); O Senhor Jesus é o
supremo exemplo de obediência (Mt 3.15; Fl 2.5-8); deve ser uma das características dos santos (1Pe 1.14); deve proceder do
próprio coração e nunca por obrigação (Dt 11.13; Rm 6.17). Vejamos alguns exemplos bíblicos de obediência: Noé (Gn 6.22);
Abraão (Gn 12.1-4); Elias (1Reis 17.5); Jesus (João 7.16; 12.4; 14.10,24); Paulo (At 26.19).
4.2 Exemplos de homens no Antigo Testamento que obedeceram ao Senhor. A palavra de Deus registra vários personagens
que incentivaram e ao mesmo tempo obedeceram ao Senhor. Notemos os diversos resultados advindos da obediência:
(a)
Moisés instruiu o povo para obediência ao Senhor (Dt 5.32-33; 17.18-20);
(b) Josué e os israelitas comprometeram-se a
obedecer à Palavra para serem prósperos (Js 1.7-8);
(c) José foi um grande exemplo de prosperidade no Egito através da
obediência ao Senhor (Gn 39.2, 23);
(d) O rei Davi aconselha Salomão à obediência para que ele fosse próspero em tudo (1Rs
2.1-3);
(e) Uzias também é um exemplo de prosperidade pela obediência a Deus (2Cr 26.1-5);
(f) Daniel prosperou na Babilônia
por sua obediência e fidelidade a Palavra de Deus (Dn 6.28).
4.3 A obediência que resultou em Avivamento no Antigo Testamento. Existem muitos exemplos no Antigo Testamento de
pessoas que obedeceram ao Senhor; um desses resultou em avivamento nacional. O rei Josias, no período da reforma do Templo
do Senhor que estava abandonado, achou o Livro do Senhor, ou seja, as Escrituras Sagradas, quando essa foi lida o rei “[…]
rasgou as vestes” (2Cr 34.19) em sinal de arrependimento. Foi no seu reinado que todos se comprometeram em obedecer como
é relatado no livro das Crônicas: “O rei se pôs em pé no seu lugar e fez aliança diante do SENHOR, para o seguir, guardar
os seus mandamentos, os seus testemunhos e os seus estatutos, de todo o seu coração e de toda a sua alma, cumprindo as
palavras da aliança, que estavam escritas naquele livro” (2Cr 34.31). Como resultado disso: a idolatria foi removida (2Cr
34.33) e a festa da Páscoa foi comemorada (2Cr 35.1). Dessa maneira houve um verdadeiro avivamento.
CONCLUSÃO:
Os momentos de avivamento espiritual que ocorreram no Antigo Testamento foram precedidos por atitudes de retorno
às Escrituras Sagrada, de sincero arrependimento e confissão de pecados. Como consequência, o povo volta à obedecer a palavra
de Deus por amor.