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O MUNDO DE DEUS NO MUNDO DOS HOMENS

 Texto Base: MATEUS 1:21-23; GÁLATAS 4:3-7
“Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel. (Emanuel traduzido é: Deus conosco) ” (Mt.1:23).

MATEUS 1:

21.E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. 

22.Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: 

23.Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel. (Emanuel traduzido é: Deus conosco). 

Gálatas 4:

3.Assim também nós, quando éramos meninos, estávamos reduzidos à servidão debaixo dos primeiros rudimentos do mundo; 

4.mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, 

5.para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. 

6 - E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. 

7.Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo.

INTRODUÇÃO

Nesta última Lição do 3º Trimestre de 2023, estudaremos a respeito do Reino de Deus no Mundo dos homens. O Reino de Deus está entre nós (Lc.17:21), mas este Reino é espiritual. A Igreja de Cristo é a expressão visível do Reino de Deus no mundo; nesse sentido, há um contraste entre os que representam os valores do Reino e os que representam os valores do Mundo. A Igreja de Cristo pertence ao Reino de Deus, apesar de ainda viver no Reino dos homens. Jesus, em sua oração sacerdotal, disse: ¹⁵Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. ¹⁶Eles não são do mundo, como também eu não sou” (João 17:15,16).

No presente, o Reino de Deus significa Deus intervindo e predominando no mundo, para manifestar seu poder, sua glória e suas prerrogativas contra o domínio de Satanás e a condição atual deste mundo. Trata-se de algo além da salvação ou da igreja; é Deus revelando-se com poder na execução de todas as suas obras.

O Reino é antes de tudo uma demonstração do poder divino em ação. Deus inicia seu domínio espiritual na terra, nos corações do seu povo e no meio deste (João 14:23; 20:22). Ele entra no mundo com poder (Is.64:1; Mc.9:1; 1Co.4:20); não se trata de poder no sentido material ou político, e sim, espiritual. O Reino não é uma teocracia relígio-política; ele não está vinculado ao domínio social ou político sobre as nações ou reinos deste mundo (João 18:36). Deus não pretende, atualmente, redimir e reformar o mundo através de ativismo social ou político, da força, ou de ação violenta. O mundo, durante a presente era, continuará inimigo de Deus e do seu povo (João 15:19; Rm.12:1,2; Tg.4:4; 1João 2:15-17; 4:4). O governo de Deus mediante o juízo direto e à força só ocorrerá no fim da dispensação desta era (Ap.19:11-21).

Embora vivamos grandes desafios no Reino do Mundo, o Reino de Deus permanece agindo por meio da Igreja (Mt.5:16). Mas, muito em breve, a Igreja estará definitivamente no Reino de Deus em sua forma literal.

I. O REINO DE DEUS NO MUNDO

1. A encarnação de Cristo

As Escrituras testemunham que quando chegou para Deus a “plenitude do tempo” (Gl.4:4), Ele enviou Seu Filho Jesus Cristo ao mundo, e aqui Ele nasceu e viveu. No tempo determinado, Cristo se fez homem, de modo que Ele participou da nossa natureza para expiar os nossos pecados (Hb.2:14-18). A este fato dá-se o nome de “encarnação”, que significa “na carne”, e aplica-se a Cristo, porque a Bíblia diz que Ele se “encarnou” (João 1:14; Rm.1:3; 8:3). Vale salientar que este ato de Deus em mandar Seu Filho ao mundo não foi um mero capricho, havia uma tremenda necessidade para que isso acontecesse (Gn.3:15; João 3:16).

Com a encarnação de Cristo Deus mostra que o tempo que Ele havia determinado havia chegado, se completado, e agora Ele estaria inaugurando uma nova ordem, um tempo novo. Os dias de Jesus entre os homens foram os “dias de sua carne” (Hb.5:7). A encarnação de Cristo se deu no tempo exato de acordo com o que Deus havia planejado. Aliás, toda a vida de Jesus ocorreu debaixo do plano de Deus Pai, tudo o que aconteceu com Ele foi na hora certa (João 2:4; 7:6,8,30; 8:20; 12:23; 13:1; 17:1), e conforme a Sua vontade (Atos 2:22-23; 4:27,28).

2. A mensagem do Reino

A mensagem do Reino de Deus é facilmente vista nas palavras de Jesus, descrita por Marcos: "o tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho" (Mc.1:15). Aqui, o evangelista Marcos expôs o que ele e outros escritores inspirados denominaram o Evangelho (boa nova ou boa mensagem) do Reino. As palavras de Jesus representam boas novas porque oferecem liberdade, justiça e esperança. Tratava-se de uma mensagem simples e objetiva, que diz:

ü  “o tempo está cumprido” – Jesus tinha vindo cumprir tudo quanto havia sido escrito pelos profetas a Seu respeito. Como nos ensina o apóstolo Paulo, havia chegado “a plenitude dos tempos” (Gl.4:4).

ü  “o reino de Deus está próximo” – O reino não havia chegado, mas estava próximo, ou seja, ele não se imporia sobre o povo de Israel, mas, a exemplo da lei, estava sendo oferecido, era tornado acessível a todos quantos o aceitassem.

ü  “Arrependei-vos” – O reino de Deus não era uma estrutura política, social ou econômica que seria imposta aos judeus, mas seria o estabelecimento de uma comunhão entre Deus e cada um dos israelitas. Para tanto, necessário se faria a remoção dos pecados. Para que o reino de Deus se instalasse, era necessário o arrependimento.

ü  “e crede no Evangelho” – As duas coisas que deveriam ser feitas pelo povo judeu seria o arrependimento de seus pecados e a fé na mensagem trazida pelo Senhor.

Entretanto, o Reino de Deus não se instalou na nação judaica, porque ela não recebeu o Senhor, não creu nEle nem em Sua mensagem. Ante a rejeição de Israel, a pregação do Reino de Deus se estendeu aos gentios (Mt.21:43; Atos 11:18; Rm.11:11), ou seja, chegou até nós. Vive-se o momento da oportunidade para que todos aceitem a Cristo como Salvador (Mt.24:14; 28:19; Mc.16:15).

Tornar-se parte do reino de Deus exige uma transformação do coração e da mente que somente Deus pode produzir à medida que confiamos a nossa vida a Ele. Assim que os propósitos do reino de Deus começam a se desenvolver dentro de uma pessoa, ela começa a desenvolver um caráter semelhante ao de Cristo, que inclui “justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm.14:17). Somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Cristo podem restaurar o pecador diante de Deus (Atos 3:19; Rm.3:23-25; 2Co.7:10). Assim sendo, a Igreja precisa proclamar a mensagem do Reino em todo o mundo (Mt.24:14); este é o seu papel principal.

3. Os valores do Reino

Muitos são os valores do Reino de Deus. Quando o homem ouve e aceita a mensagem do Reino de Deus (o Evangelho), ocorre uma mudança radical em sua vida. Seu comportamento, a partir desta experiência, passa a ser controlado pelo próprio Deus através do Espírito Santo. Então ocorre:

a) Mudança na maneira de ser e de agir – mudança de vida (cf.2Co.5:17). A partir da conversão, o comportamento dos filhos do Reino passa a ser controlado pelo próprio Deus através do Espírito Santo. Se uma pessoa se diz “salva”, mas não apresenta sinais visíveis de mudança de vida, alguma coisa deve estar errada. Se disser que está “salva”, mas continuar andando “como andam também os gentios”, então nada mudou. Ora, se nada mudou, biblicamente, não houve Conversão, mudança de vida.

b) Mudança de filiação. Antes de ouvir, crer e aceitar a Palavra de Deus, o homem era “filho da desobediência”, “filho da ira”, ou, na expressão mais pesada, dita pelo próprio Jesus, era “filho do diabo” (João 8:44). Agora, como salvo, o homem se torna “filho da luz”, conforme afirmou Paulo aos tessalonicenses: “Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia”(1Tess.5:5); ou, segundo declarou João: “Amados, agora somos filhos de Deus...”(1João 3:2). Assim a mensagem do Reino de Deus(o Evangelho) opera no coração daquele que crê: uma mudança de filiação - o homem passa de “filho do diabo” para a condição de “filho de Deus”.

c) Mudança de atitude. Disse Pedro: “Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância” (1Pd.1:14). Se o homem diz que está salvo, mas continua conformado e não procura mudar seus hábitos, ou costumes, alguma coisa deve estar errada.

Também, as bem-aventuranças proferidas por Jesus no Sermão do Monte expõem o padrão ideal para o cidadão do Reino de Deus (Mt.5:3-12). As qualidades descritas e aprovadas são totalmente opostas às que o mundo valoriza. Esse sermão nos mostra que a real vida em Cristo requer a substituição de nosso padrão de justiça. Ser um cidadão do Reino independe do que temos ou fazemos, mas do que somos. É um estado interior. O Sermão do Monte é a base para todos os que desejam viver realmente o cristianismo bíblico. Ali, como bem descreve o Pr. Douglas Baptista, Cristo revela a ética e a moral do Reino, onde destacam-se: o necessário controle da ira (Mt.5:21,22); a fuga da imoralidade sexual (Mt.5:27,28); a indissolubilidade do casamento (Mt.5:31,32); a honestidade no falar (Mt.5:33-37); o não revidar as ofensas (Mt.5:38-44); a esmola, a oração e o jejum a partir de um coração sincero (Mt.6:1,5,16); o não julgar os outros (Mt.7:1,2); o alerta sobre os dois caminhos (Mt.7:13,14); a advertência contra os falsos profetas (Mt.7:15-23); e a exortação para a prática desses valores (Mt.7:24-35). Todos os súditos do Reino, porém, anseiam e procuram viver de acordo com esses princípios do reino, pois eles nos chamam para uma vida de perfeição em Cristo (Mt.5:48) e nos convida a priorizar o Reino de Deus e sua justiça (Mt.6:33).

II. AS BÊNÇÃOS DE UMA VIDA NO REINO

1. Remissão dos pecados

Uma das bênçãos do Reino de Deus é a remissão dos pecados. Na plenitude do tempo, “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl.4:4) para remir a humanidade da escravidão do pecado (Gl.4:5a). Antes, o ser humano estava perdido e escravizado pelo pecado, mas na cruz do calvário, Jesus clamou em alta voz: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! Dito isto, expirou” (Lc.23:46). Esse brado foi uma voz de triunfo de quem estava consumando a obra da redenção ao custo incomensurável de sua morte. Jesus estava consumando sua obra, triunfando sobre o diabo e suas hostes e comprando-nos para Deus. A morte expiatória de Cristo libertou o homem da maldição da lei e da potestade das trevas (Gl.3:13; Cl.1:13). Na cruz Deus estava em Cristo reconciliando o ser humano consigo mesmo (2Co.5:19), já que ele foi criado para viver em comunhão com Deus, em pleno relacionamento de dependência com o Criador (At.17:28).

Jesus não morreu como um mártir, Ele se entregou como sacrifício remidor, como sacrifício pelos pecados da humanidade; voluntariamente Ele deu Sua vida (João 10:11,15,17,18). O pecado, além de ser horrendo, faz separação entre o homem e Deus (Is.59:2); além disso, o pecado deteriora o ser humano, degenera o seu caráter, deforma nele a imagem divina. Mas o sacrifício de Jesus Cristo, trouxe de volta a integridade humana e restabelece plenamente o caráter de todos aqueles que aceitam o Seu sacrifício e o recebem como único e suficiente Senhor e Salvador (2Co.5:17-19; 2Pd.3:9). Agora perdoados, fomos elevados à condição de filhos por adoção e herdeiros de Cristo (Gl.5:4,5b).

2. Adotados e Herdeiros de Cristo

Outra bênção do Reino de Deus é a Adoção de filho (Rm.8:15) e coerdeiros de Cristo. Paulo escrevendo aos crentes de Roma disse: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Rm.8:15).

Quando um indivíduo nasce de novo, recebe o espírito de adoção, ou seja, torna-se parte da família de Deus como um filho. Um instinto espiritual o leva a olhar para Deus e chamá-lo de Aba, Pai. Aba é uma forma carinhosa da palavra pai, como “papai” ou “paizinho”. Apesar de hesitarmos em usar uma linguagem tão intima para nos dirigir a Deus, não deixa de ser verdade que Ele é, ao mesmo tempo, infinitamente exaltado e intimamente próximo. Todo cristão é filho de Deus, no sentido de que nasceu na família na qual Deus é o Pai. Noutro tempo, éramos estranhos e inimigos, mas agora somos filhos reconciliados em Cristo (Cl.1:21).

O processo de adoção pelo qual todos nós passamos ao aceitarmos a salvação que há em Cristo é prova do grande amor que Deus tem por nós, seus filhos (1João 3:1). Agora, o assombro da culpa do pecado, das angústias da perdição eterna e a insignificância de ser escravo do pecado não perturbam mais (Ef.6:23), pois nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (Rm.8:1). Como resultado de nossa adoção como filhos, somos “também herdeiros de Deus por Cristo” (Gl.4:7-ARC). Nessa herança estão inclusas as promessas à Abraão (Gl.3:29) e a vida eterna (Tt.3:7; Ef.3:6).

Na lei romana, os filhos adotivos desfrutavam dos mesmos direitos dos filhos legítimos. Um filho adotivo recebia o nome da nova família e tornava-se herdeiro natural dessa família. Somos filhos de Deus. Recebemos um novo nome, uma nova herança. Os filhos de Deus passam a ter garantias e direitos (Rm.8:17) de filhos legítimos enxertados (Rm.11:17) na oliveira verdadeira, que é Cristo. Eles passam a ter um novo nome (Ap.2:17); passam a fazer parte de uma nova família (Ef.2:19); estão livres e emancipados da lei que gera morte (Gl.3:25).

Todos os filhos de Deus são herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo (Rm.8:17). Tudo que o Pai possui é nosso. Ainda não estamos desfrutando de todos os benefícios, mas certamente o faremos no futuro. Quando Cristo voltar para reinar sobre o mundo, teremos parte com ele em todas as riquezas do Pai. Temos uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível que está reservada nos céus para nós (1Pd.1:4).

Enquanto não tomamos posse definitiva dessa herança imarcescível e gloriosa, cruzamos aqui vales escuros, desertos esbraseados e caminhos juncados de espinhos. O sofrimento com Cristo sempre há de preceder a glória com Cristo. É confortador saber que todos quantos participam do sofrimento de Cristo por fim ouvirão de seus lábios as palavras de boas-vindas: “Bem está servo bom e fiel. Entra em meu descanso” (Mt.25:23)

Portanto, embora desfrutemos, aqui na Terra, dos benefícios da adoção espiritual, a alegria completa dessa realidade se dará somente quando da manifestação plena e literal de Jesus Cristo, na ocasião da sua gloriosa vinda.

III. OS MALES DE UMA VIDA NO MUNDO

1. A escravidão do pecado

O pecado não somente separa, ele escraviza. Além de nos afastar de Deus, ele também nos mantém cativos. Como o pecado é uma corrupção interna da natureza humana, ele nos mantém escravizados. Não são alguns atos ou hábitos que nos escravizam, mas sim a infecção maligna de onde eles procedem.

A condição do homem sem Cristo é desesperadora, ele está morto espiritualmente (Ef.2:1), e um cadáver não vê, não houve, não sente, não tem fome nem sede. Além de morto, está separado da vida de Deus (Ef.4:18), separado de Deus por causa do pecado (Is.59:2), sem entendimento de Deus (Ef.4:18; Cl.1:21), filhos da ira (Ef.2:3) e sem percepção da Sua presença (Atos 28:26).

Muitas vezes, no Novo Testamento, somos descritos como “escravos”. Podemos nos ofender com isso, mas é a pura verdade. Jesus provocou a indignação de certos fariseus quando disse a eles: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Eles retrucaram: “Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres?”. Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo: Todo o que comete pecado é escravo do pecado”.

Por várias vezes, em suas epístolas, Paulo descreve a servidão humilhante imposta a nós pelo pecado:

-”...outrora, escravos do pecado...” (Rm.6:17). 

-“entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos...” (Ef.2:3).

-“Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros” (Tt.3:3). 

Há um verdadeiro contraste entre a condição atual dos crentes e sua condição anterior, quando estavam fora do Reino de Deus. Antes, nós éramos escravos do pecado; agora, somos salvos pela graça de Deus (Ef.2:5). Antes, nós éramos objeto da ira de Deus; agora, somos beneficiários de sua misericórdia (Ef.2:4). Antes, estávamo-nos presos pelas garras da morte espiritual; agora, ressuscitamos para uma nova vida (Ef.2:5,6). Antes, caminhávamos pela estrada dos desobedientes; agora, usufruímos da companhia de Deus (Ef.2:5,6).

O sacrifício de Cristo no Calvário operou a nossa redenção, ou seja, pagou o preço dos nossos pecados e, por isso, estamos libertos do poder do pecado. A libertação do pecado, portanto, significa que passamos a ter paz com Deus, e esta paz representa a nossa separação do pecado, a nossa separação do mundo (Tg.4:4; 1João 2:15). O pecado não mais tem domínio sobre nós, pois fomos libertos por Jesus Cristo (Rm.6:22).

Fomos libertos do pecado para uma nova vida em Cristo. Ele nos arrancou do cativeiro do pecado. Estávamos debaixo de um jugo opressor. Vivíamos na masmorra da culpa, atormentados pelo medo. Livres desse maldito cativeiro, fomos feitos servos da justiça. Pela conversão, saímos de um reino para outro, de um senhor para outro, de um estilo de vida para outro. Vivíamos no reino das trevas, agora estamos no reino da luz. Éramos escravos do diabo, agora somos servos de Cristo. Vivíamos entregues às paixões e iniquidades, agora nos dedicamos à prática da justiça. Disse Paulo:

“¹⁷Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues;¹⁸e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça “ (Rm.6:17,18).

2. Filhos da ira e condenação eterna

O apóstolo Paulo enfatiza que os homens escravizados pelos desejos e pensamentos da carne são por natureza filhos da ira - “... todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais” (Ef.2:3). 

O ser humano não convertido, por natureza, é filho da ira e, pelas obras, é filho da desobediência. A pessoa incrédula, que rejeita a salvação de Deus, dada gratuitamente através de Jesus Cristo, está condenada; está condenada porque se recusa a crer “no nome do Unigênito Filho de Deus” (João 3:18 -ARC). À parte de Cristo, o homem está morto por causa do pecado, escravizado pelo mundo, pela carne e pelo diabo, além de condenado sob a ira de Deus.

A ira de Deus é sua reação pessoal frente a qualquer pecado, qualquer rebelião contra Ele. É Sua santa repulsa a tudo aquilo que conspira contra Sua santidade. A ira de Deus não é apenas para esta vida, mas também para era vindoura. Aqueles que vivem debaixo da ira de Deus são entregues a si mesmos pela escolha deliberada que fizeram de rejeitar o conhecimento de Deus e de se entregar a toda sorte de idolatria e devassidão; além disso, terão de suportar por toda a eternidade a manifestação plena do furor do Deus Todo-Poderoso.

CONCLUSÃO

O Reino de Deus num mundo dominado pelo Império do mal é um contraste irreconciliável. “Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno” (1João 5:19). O “Reino de Deus” não é um lugar, nem mesmo é o Céu. Se fosse o céu, não faria sentido a afirmação de Paulo de que nós já saímos do império das trevas e fomos transportados para esse Reino (Cl.1:13). Se o Reino é o céu, também não faria sentido a declaração de Jesus em Lc.17:20,21: “Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós”. Assim sendo, buscar o Reino de Deus não é viver esperando o céu, mas é fazer a vontade de Deus aqui. Até mesmo porque, como disse Jesus, “nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt.7:21)

O “Reino de Deus” é o pleno senhorio de Deus na vida de cada ser humano que aceita submeter-se a Ele. Não é algo que tenha aparência exterior, pois a submissão é uma decisão interior de cada ser humano. Por isso, o “Reino de Deus” não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm.14:17).