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SENDO IGREJA DO DEUS VIVO

“Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja” (Ef.5:32).

1Timóteo 3:

14.Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te bem depressa, 

15.mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade. 

16.E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade:  Aquele que se manifestou em carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na glória.

Efésios 5:

25.Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, 

26.para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, 

27.para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. 

32. Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos da Igreja do Deus vivo. A Igreja refere-se a todos os crentes nascidos de novo, independentemente de suas diferenças geográficas e culturais. Hoje, igreja comporta vários significados - refere-se frequentemente ao prédio onde os crentes se reúnem (por exemplo: estamos indo à igreja); pode indicar a nossa comunhão local ou denominação (minha igreja ensina sobre o batismo no Espírito Santo) ou um grupo religioso regional ou nacional (a igreja em Fortaleza). Mas seja como for, o significado bíblico de “igreja” refere-se primariamente não às instituições e culturas, mas sim às pessoas reconciliadas com Deus mediante a obra salvífica de Cristo e que agora pertencem a Ele.

Embora seja um organismo vivo, o Corpo de Cristo (1Co.12:27a), a Universal Assembleia e Igreja dos Primogênitos, que estão inscritos nos céus (cf. Hb.12:23a), a Igreja se apresenta sobre a face da Terra como uma reunião de igrejas locais, grupos sociais que têm tarefas a cumprir até a volta do Senhor Jesus para arrebatar os salvos e os levar para estar para sempre com Ele (João 14:3; 1Ts.4:16,17).

Embora seja o Templo do Espírito Santo, a Igreja local não está livre de influências nocivas que procuram enfraquecer sua identidade de representante de Cristo no mundo. E os efeitos do mundanismo são percebidos quando a Igreja deixa de ser pautada pelos valores da fé cristã (2Tm.3:1-5). Por isso, nesta Lição, é importante reafirmar a natureza da Igreja e destacar seu relacionamento com Cristo. Neste relacionamento que, como Igreja, nos afastamos do mundo, vivemos o propósito de Cristo na terra e nos livramos das influências hostis aos valores eternos da mensagem de Cristo. 

I. A NATUREZA DA IGREJA DO DEUS VIVO

1. A casa do Deus vivo

Uma verdade importante acerca da Igreja colocada em relevo é que ela é a morada do Deus vivo. Disse Paulo a Timóteo: “escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a Igreja do Deus vivo” (1Tm.3:14,15).

A Igreja (não o templo físico) é a Casa de Deus, a morada do Altíssimo, o santuário do Espírito Santo. Deus habita na Igreja. Nós, povo de Deus, somos sua habitação (1Co.3:16; 6:19; 2Co.6:16). Aquele, que nem o céu dos céus pode contê-lo, habita em nós, frágeis vasos de barro.

No Antigo Testamento, Deus mandou fazer um santuário para habitar no meio do povo (Êx.25:8). Depois, o Templo foi edificado, e Deus habitou no Templo. Na plenitude dos tempos, o Verbo se fez carne e habitou entre nós (João 1:14). Agora, Deus habita na Igreja. A Palavra grega “oikos”, traduzida por “casa”, mostra que a igreja é uma família, a família de Deus (Ef.2:19); “corpo de Cristo” (1Co.12:27); “templo de Deus” (1Co.3:16). Se a Igreja não é um grupo de irmãos, então não é uma verdadeira igreja.

2. A coluna e firmeza [fundamento] da verdade

“¹⁵ mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade” (1Tm.3:15). 

Outra verdade importante acerca da Igreja do Deus vivo é que ela é “a coluna e firmeza da verdade” (1Tm.3:15b). A Igreja é fundamento da verdade na medida em que se baseia em Cristo, pois Ele é o fundamento da Igreja (1Co.3:11). O próprio Cristo é a Verdade (João 14:6).

O Pr. Hernandes Dias Lopes, citando William Barclay, explica que a palavra “coluna” tinha um significado muito importante na cidade de Éfeso, onde Timóteo era pastor. A maior glória de Éfeso era o templo de Diana (Atos 19:28). Esse templo era uma das sete maravilhas do mundo antigo; uma de suas características eram suas colunas. Havia nesse templo 127 colunas jônicas de mais de 18 metros de altura, cada uma das quais havia sido presente de um rei. Todas eram feitas de mármore, e algumas continham pedras preciosas incrustradas ou estavam cobertas de ouro.

Segundo pr. Hernandes Dias Lopes, a Igreja é comparada com uma coluna e um fundamento. Como a coluna sustenta o teto e como o fundamento sustenta toda a estrutura da casa, assim, a Igreja sustenta a gloriosa verdade do Evangelho no mundo. A Igreja sustenta a verdade por ouvi-la e obedecer-lhe (Mt.13:9), por usá-la corretamente (2Tm.2:15), por guardá-la no coração (Sl.119:11), por defendê-la (Fp.1:16), por proclamá-la (Mt.28:18-20).

John Stott, analisando essas duas metáforas - fundamento e coluna -, assevera que a Igreja tem dupla responsabilidade em relação à verdade. Primeiro, como fundamento, sua função é sustentar a verdade com firmeza, de tal forma que ela não caia por terra sob o peso de falsos ensinos. Segundo, como coluna, tem a função de mantê-la nas alturas, de modo que não fique escondida no mundo. Sustentar com firmeza a verdade é a defesa e a confirmação do evangelho; mantê-la bem alto é a proclamação do evangelho. A igreja é chamada para esses dois ministérios. Há uma estreita conexão entre a igreja e a verdade. A igreja depende da verdade para sua existência, e a verdade depende da igreja para sua defesa e proclamação. Se a verdade do Evangelho for corrompida, então, a igreja deixa de ser o sal da terra e a luz do mundo (Mt.5:13,14).

3. O mistério da piedade

A verdade do Evangelho é personificada em Cristo (João 14:6). Nessa concepção, o apóstolo Paulo diz: “grande é o mistério da piedade” (1Tm.3:16a). Quando Paulo afirma “grande é o mistério da piedade”, ele não quer dizer que a verdade é misteriosa demais, mas que ela, antes desconhecida quanto à pessoa e à obra do Senhor Jesus, é extraordinária e maravilhosa. Veja a sequência do texto: “Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória”.

-“Deus foi manifestado em carne” - refere-se ao Senhor Jesus e particularmente à sua encarnação. A verdadeira “piedade” manifestou-se na carne pela primeira vez quando o Salvador nasceu como um bebê na manjedoura de Belém.

-“Contemplado por anjos” – Os anjos participaram efetivamente da vida e do ministério de Jesus, em seu nascimento, em sua tentação, em seu ministério, em sua agonia, em sua ressurreição e em sua ascensão. Do dia de Pentecostes em diante, Ele foi pregado entre os gentios. A proclamação não atingiu somente o povo judeu, mas as mais longínquas partes da terra.

-“Crido no mundo” – Porque Jesus foi pregado entre os gentios, pessoas de todas as tribos, raças, povos e línguas começaram a adorá-lo como seu Senhor e Salvador, como havia sido previsto (Sl.72:8-11,17; Gn.12:3; Am.9:11,12; Mq.4:12). Pessoas de todas as nações são transformadas à sua imagem e preparadas para seu serviço. Observe que não está escrito “crido pelo mundo”; embora a pregação tenha ocorrido em todo o mundo, sua aceitação tem sido apenas parcial.

-“Recebido em glória”. Isto se refere à ascensão de Jesus ao Céu depois de concluída a obra da redenção. “Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas” (Ef.4:10). O mesmo Jesus que ouviu os gritos ensandecidos da multidão: “crucifica-o, crucifica-o”, agora vê os céus abrindo seus portais para recebê-lo.

A Igreja, portanto, é a fiel portadora dessa verdade. Vivemos num contexto de ataques que buscam desconstruir a fé dos santos, entretanto, nesse contexto é que somos convidados a ser Igreja do Deus Vivo, coluna e firmeza da verdade. É tempo de sermos Igreja em qualquer lugar em que Deus nos levar.

II. CRISTO E O RELACIONAMENTO COM A IGREJA

1. Santificação e pureza

Disse Paulo: “...Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito “ (Ef.5:25-27).

Santificar quer dizer separar. Quanto à sua posição, a Igreja já e santificada. Na prática ela é separada dia após dia; ela está passando por um processo de preparação moral e espiritual, semelhante ao ano de preparação pelo qual Ester passou antes de ser apresentada ao rei Assuero (Et.2:12-16). O apóstolo Paulo compara a relação de Cristo com a Igreja, com a do marido com a esposa (2Co.11:2). Assim, a Igreja é a noiva de Cristo, que se prepara para a festa nupcial (Ap.21:2,9). Durante essa espera, por meio do Espírito Santo, Cristo a santifica para apresentá-la a si mesmo totalmente pura (2Ts.2:13).

O processo de santificação acontece “por meio da lavagem de água pela palavra” (Ef.5:26); ou seja, a Igreja está sendo lavada no presente, não com água literal, mas com o agente de limpeza que é a Palavra de Deus. Em termos simples, isso significa que a vida do crente é purificada à medida que ele ouve as palavras de Cristo e obedece. Jesus falou aos seus discípulos: “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” (João 15:3). E Ele ligou a santificação à Palavra em sua oração sacerdotal: “Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade” (João 17:17). Assim como o sangue de Cristo nos purifica de uma vez por todas da culpa e da penalidade do pecado, da mesma forma a Palavra de Deus nos purifica continuamente da corrupção e da poluição do pecado. Com afirma o pr. Douglas Baptista, a Santificação é o ato de separar-se do pecado e preparar-se para a volta do Senhor (1Pd.1:15; Hb.12:14). Esse processo é contínuo até a glorificação final no dia de Cristo (Rm.6:22; 8:30; Fp.3:21).

2. Gloriosa e irrepreensível

A santificação tem como alvo preparar uma “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef.5:27). Paulo explica por que Cristo se entregou pela Igreja, a fim de torná-la santa – “para a apresentar a si mesmo gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante”. A “apresentação” retrata um casamento futuro; é como o período de noivado, que, para os judeus, estabelecia vínculos tão fortes como os do casamento.

Conforme afirma William Macdonald, no passado, o amor de Cristo se manifestou na nossa redenção; no presente, é visto na nossa santificação; no futuro, será exibido na nossa glorificação (Ap.19:7). Ele mesmo vai apresentar a si mesmo a Igreja gloriosa, sem mácula, sem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.

Sem “mácula” e sem “ruga” significa sem mancha alguma de ordem moral ou espiritual. Então a Igreja atingirá o clímax da beleza e da perfeição espiritual. Naquele Dia não haverá sinal algum de velhice na Igreja de Cristo - nenhuma ruga, nenhum defeito. Ele não admitirá nada que não lembre a flor de uma juventude eterna e a novidade de uma afeição que nunca se cansa nem se corrompe. A Igreja então será santa e sem culpa. Veja que a Igreja não torna a si mesma santa e irrepreensível; ao contrário, ela já foi feita assim através do sangue de Cristo.

III. AS ARMAS DA IGREJA DO DEUS VIVO

“Zelo e ensino pela verdade são duas das principais armas da Igreja do Deus vivo”.

1. O zelo pela verdade

Enfatizamos que a verdade bíblica é absoluta e imutável (Lc.21:33; João 17:17), e a igreja é a “fiel depositária” dessa verdade (1Tm.3:15). Portanto, como cristãos em Cristo, entendemos que a Bíblia é a autoridade suprema em nossas vidas, e é através dela que conhecemos a verdade eterna de Deus.

Quando olhamos para passagens como Lucas 21:33 e João 17:17, vemos a clara afirmação de Jesus sobre a natureza duradoura e inalterável de Suas palavras. O Senhor também nos diz em João 14:6 que Ele próprio é o caminho, a verdade e a vida. Portanto, não há margem para dúvida: o Evangelho de Cristo é a única verdade que nos conduz à salvação e à comunhão com o Pai.

Também encontramos orientação na Primeira Epístola a Timóteo, capítulo 3, versículo 15, onde somos ensinados que a igreja é a "coluna e firmeza da verdade". Isso significa que a igreja tem um papel vital como guardiã e defensora da verdade bíblica. É nosso dever, como membros da igreja, preservar e proclamar o Evangelho, cumprindo assim a grande comissão que Jesus nos confiou (Mt.28:19,20).

Entretanto, devemos lembrar que ser "fiel depositária" da verdade não significa que a igreja local é infalível. Somos humanos e passíveis de erro, mas confiamos na direção do Espírito Santo para nos guiar na compreensão e interpretação correta das Escrituras. Também precisamos manter um coração humilde e aberto à correção, sempre voltando à Bíblia como nossa base final de fé e prática.

Quando vivemos de acordo com a verdade bíblica, experimentamos a alegria da salvação, a transformação de nossas vidas e a capacitação do Espírito Santo para vivermos de maneira que honremos a Deus. Portanto, todos os crentes em Cristo devem mergulhar na Palavra, aprofundarem seu relacionamento com Cristo e a contribuírem para a edificação do corpo de Cristo, a igreja, como fiéis depositários da verdade divina. Assim, a Igreja deve zelar pela verdade das Escrituras, viver e propagar a mensagem bíblica com fidelidade (2Tm.4:2).

2. O ensino da verdade

Deus constituiu líderes para o aperfeiçoamento e edificação da Igreja (Ef.4:11,12). E eles devem estar com habilidade e aptidão para ensinar (1Tm.3:2). Para isso, o líder precisa ter compromisso com a Palavra (Atos 20:20-27), ter a capacidade de compreender a Palavra, defender a ortodoxia, refutar as heresias (Tt.1:9), e esforçar-se na Palavra e no ensino (1Tm.5:17). Enfim, a verdade bíblica deve ocupar a primazia na igreja local (1Tm.4:13; 2Tm.2:15) onde o líder exerce a sua liderança.

O verdadeiro líder é um estudioso dedicado, que se esmera tanto no estudo como no ensino; e ensina tanto pela palavra como pelo exemplo, tanto com palavras como por obras. Faço minha as palavras do Pr. Douglas Baptista: “Não ensinar as Escrituras, relativizar suas doutrinas ou fazer concessões ao pecado equivale fazer a igreja refém do mundanismo. Portanto, somente a verdade de Deus é capaz de libertar o pecador (João 8:32)”.

CONCLUSÃO

Apesar dos ataques contumazes contra a Igreja de Cristo perpetrada pelo arqui-inimigo de Cristo, principalmente nestes últimos tempos difíceis da era cristã, a nossa fé não pode esmaecer; devemos, mais do que nunca, sermos Igreja do Deus vivo, e guardiã da Verdade que liberta (João 8:36). Vivemos num contexto de ataques que buscam desconstruir a fé dos santos, entretanto, nesse contexto é que somos convidados a ser Igreja do Deus Vivo, coluna e firmeza da verdade. É tempo de ser Igreja em qualquer lugar em que Deus nos levar. Fazemos parte do Corpo de Cristo; portanto, não permitamos que a mensagem da cruz seja ressignificada; devemos, sim, honrá-la, pregá-la com destemor, buscarmos a santificação, a integridade e a irrepreensibilidade até a volta do Senhor.