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A RESPONSABILIDADE DA IGREJA COM OS MISSIONÁRIOS


 Texto Base: 1 Coríntios 9:9-14
“Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl.6:10).

1Coríntios 9:

9.Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarde a boca ao boi que trilha o grão. Porventura, tem Deus cuidado dos bois?

10.Ou não o diz certamente por nós? Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra deve lavrar com esperança, e o que debulha deve debulhar com esperança de ser participante.

11.Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais?

12.Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes, suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo.

13.Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar participam do altar?

14.Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, vamos tratar da responsabilidade da Igreja Local no que diz respeito ao apoio ao missionário e à sua família. Uma das grandes responsabilidades da Igreja é garantir o bem-estar integral dos missionários, desde a identificação e preparação até o envio e o acompanhamento ao longo de sua jornada missionária. Isso inclui não apenas o cuidado direto com o missionário, mas também se estende ao seu cônjuge e filhos, reconhecendo a importância de facilitar a adaptação de todos a uma nova realidade cultural. Essa adaptação é fundamental para que o trabalho missionário possa progredir de acordo com o planejamento estabelecido. Não haja dúvida de que a adaptação a uma nova realidade cultural representa um desafio significativo para a igreja que está organizando a missão.

I. A IGREJA E O SISTEMA DE APOIO AOS MISSIONÁRIOS

1. A responsabilidade da igreja

O suporte aos missionários é uma responsabilidade fundamental e contínua que recai sobre as igrejas em todo lugar. No livro de Atos, vemos a igreja primitiva desempenhando um papel vital na identificação e suporte aos missionários (Atos 11:19-26; Atos 13:1-5; 14:25-28; 16:1-8). Eles eram enviados após um discernimento coletivo, muitas vezes com imposição de mãos e comissionamento pelo Espírito Santo, por intermédio dos líderes da igreja local. Isso reflete a responsabilidade da igreja em reconhecer e nutrir as vocações missionárias dentro de sua congregação. Além disso, a igreja local assumia a responsabilidade de sustentar esses missionários, seja financeiramente ou através de apoio prático e orações. Esse suporte era vital para que os missionários pudessem se dedicar inteiramente à obra missionária, sem se preocupar excessivamente com as necessidades materiais.

Esses princípios continuam relevantes nos dias de hoje. As igrejas devem discernir, capacitar e enviar missionários, proporcionando um ambiente de apoio espiritual, emocional, financeiro e prático. Ao fazer isso, estão cumprindo sua responsabilidade bíblica de espalhar o Evangelho além das fronteiras locais, alcançando diferentes culturas e nações. É um testemunho vivo do corpo de Cristo trabalhando em unidade para cumprir a Grande Comissão.

Por outro lado, é incumbência do missionário fornecer relatórios periódicos sobre a Obra no campo missionário (Atos 15.4,12; Atos 21.19). Essas passagens mostram que os missionários, após uma jornada ou em uma visita à igreja que os enviou, compartilhavam suas experiências, testemunhos e o que Deus estava realizando no campo missionário. Isso era vital para manter a igreja informada sobre o avanço do Evangelho, os desafios enfrentados e as necessidades específicas de oração e apoio.

Ao oferecer esses relatórios, os missionários não apenas compartilham histórias inspiradoras, mas também possibilitam que a igreja participe ativamente do trabalho missionário por meio de suas orações e apoio prático. Isso cria um senso de conexão e parceria entre os missionários e a igreja, fortalecendo o relacionamento e reforçando o compromisso da igreja com a missão global.

Portanto, a prática de prestação de relatórios periódicos beneficia tanto os missionários quanto a igreja, permitindo uma colaboração eficaz no avanço do Reino de Deus em diferentes partes do mundo. É uma maneira prática de implementar a responsabilidade mútua e a cooperação no contexto da missão transcultural.

2. O sistema de apoio e a “obra de fé”

Cada empreendimento missionário é, do início ao fim, uma jornada fundamentada na fé. Independentemente do modelo de suporte adotado, os missionários devem confiar em Deus e depender da fidelidade das pessoas que os apoiam. Sem fé, oração e esforço, a missão não alcançará seus objetivos. Tanto os missionários quanto aqueles que os sustentam precisam cultivar uma fé sólida, pois é essa fé que impulsiona a obediência ao mandamento de Jesus de fazer discípulos. Assim sendo, há crescimento e expansão contínua da obra de Deus, conforme vemos nas Escrituras, como narrado em Atos 2:42-46.

3. O objetivo de Missões

O cerne da Missão cristã é revelar Cristo ao mundo para que Ele seja conhecido e adorado em todos os cantos da terra. Esse objetivo central reflete a essência do Evangelho, que é compartilhar a mensagem de salvação e transformação que vem por meio de Jesus Cristo.

Quando Cristo é conhecido e adorado em todas as nações, vidas são transformadas, comunidades são renovadas e a reconciliação é promovida. A missão não é apenas sobre proclamar palavras, mas também viver o Evangelho de maneira que reflita o caráter e o amor de Cristo. Ela visa mostrar ao mundo quem é Cristo e o que Ele fez por todos.

Portanto, a missão cristã é um convite para que as pessoas experimentem a graça e a verdade encontradas em Jesus. É um convite para um relacionamento vivo e significativo com o Criador. Quando Cristo é verdadeiramente conhecido e adorado, as vidas são transformadas para a glória de Deus e o bem da humanidade. Esse é o coração pulsante da missão de Deus e o privilégio da igreja de participar dela. Portanto, que haja todo o suporte necessário e planejamento na igreja local para que o nome de Jesus seja conhecido em todos os lugares por meio da obra missionária!

II. O CUIDADO INTEGRAL DOS MISSIONÁRIOS

1. O cuidado integral

É papel essencial da Igreja Local assumir uma responsabilidade abrangente no cuidado e apoio daqueles que estão trabalhando no campo missionário. Este cuidado integral transcende a esfera financeira, englobando as áreas espiritual, emocional, física e social da vida do missionário. A igreja deve acompanhá-los de perto, proporcionando apoio pastoral com amor e respeito, visando ajudar o missionário a superar as adversidades internas e externas que possam surgir durante o seu ministério (Atos 17:14,15).

Ao longo do Novo Testamento, observamos uma preocupação constante das igrejas com os missionários que estão dedicados a pregar o Evangelho em locais distantes, conforme podemos ver em Filipenses 1:3-11. Os crentes da Igreja de Filipos eram ativos na obra missionária, contribuindo significativamente para o ministério de Paulo. Eles estavam envolvidos não apenas na divulgação do Evangelho, mas também no suporte direto ao apóstolo enquanto ele enfrentava desafios e dificuldades durante suas missões. Isso destaca a importância de uma participação ativa da igreja no cuidado dos missionários.

O apóstolo Paulo expressa sua gratidão pela participação ativa e sustento da igreja de Filipos na obra missionária. Ele não menciona apenas apoio financeiro, mas também expressa sua oração constante por essa Igreja, demonstrando uma preocupação integral pela situação espiritual e emocional dos missionários. Isso indica que o cuidado inclui tanto aspectos materiais quanto espirituais e emocionais.

Portanto, o apoio da Igreja Local é vital para sustentar os missionários no cumprimento da Grande Comissão e para que o Evangelho seja proclamado e enraizado em todos os lugares.

Além do mais, esse apoio diz respeito também ao planejamento de visitas aos missionários no campo. Veja o exemplo de Onesíforo, cujo nome significa “portador de préstimos”. Este extraordinário recreador e consolador de Paulo foi um bálsamo para ele nos momentos difíceis de seu ministério. Veja o que Paulo disse dele:

“Que o Senhor demonstre misericórdia a Onesíforo e sua família, pois muitas vezes me animou em suas visitas e nunca se envergonhou por eu estar na prisão. Pelo contrário, quando veio a Roma, procurou-me diligentemente até me encontrar. Que o Senhor lhe mostre misericórdia no dia da volta de Cristo. E você sabe muito bem quanto ele me ajudou em Éfeso” (2Tm.1:16-18).

Note quatro fatos acerca desse precioso amigo de Paulo:

a) Um amigo consolador e refrescante (2Tm.1:16) – “Porque, muitas vezes, me deu ânimo e nunca se envergonhou das minhas algemas”. Onesíforo foi um amigo que não apenas prestou serviço multiforme a Paulo em Éfeso, mas também o encorajou nos momentos difíceis de sua prisão, na antessala do seu martírio, nunca se envergonhando das circunstâncias. Ele trouxe ânimo e conforto na prisão de Roma, sendo uma verdadeira "brisa fresca" nos dias cinzentos da vida de Paulo.

b) Um amigo encorajador e persistente (2Tm.1:17) - “Antes, tendo ele chegado a Roma, me procurou solicitamente até me encontrar”. Ao viajar de Éfeso a Roma, arriscando-se em tempos perigosos para encontrar Paulo, Onesíforo demonstrou grande perseverança e determinação. Incansavelmente o buscou, mesmo desconhecendo o local exato de sua prisão, mostrando-se um verdadeiro amigo encorajador nos momentos mais desafiadores. Ele poderia ter desistido após várias buscas inglórias, mas não desistiu até encontrar Paulo, para estar ao seu lado nos momentos mais difíceis da sua vida. Ele era, de fato, um amigo encorajador.

c) Um amigo abençoador e prestativo (2Tm.1:18b) - “[…] e tu sabes, melhor do que eu, quantos serviços me prestou ele em Éfeso” (2Tm.1:18b). Durante os anos em que Paulo esteve em Éfeso, Onesíforo não poupou esforços para servir e abençoar Paulo em diversas situações. Sua generosidade e desejo de auxiliar na missão de pregar o Evangelho revelam sua natureza prestativa e abençoada como amigo.

d) Um amigo que colhe o que semeou (2Tm.1:16a, 18a) - “Conceda o Senhor misericórdia à casa de Onesíforo [...]. O Senhor lhe conceda naquele Dia, achar misericórdia da parte do Senhor”. Onesíforo plantou sementes de misericórdia ao demonstrar compaixão e apoio a Paulo. Em resposta, Paulo roga a Deus misericórdia para Onesíforo e sua família, ilustrando a recompensa que os misericordiosos recebem, conforme ensinado por Jesus no Evangelho de Mateus (Mt.5:7).

Que as marcas deste irmão amado e solícito, desperte em nós o desejo de imitarmos seu exemplo, bem como suas atitudes.

2. Uma agenda quanto à volta do missionário

A igreja local deve demonstrar discernimento, sensibilidade e flexibilidade ao receber missionários de volta ao seu meio. O amor, a compaixão e o suporte devem ser as bases de como a igreja lida com os missionários e suas famílias em diferentes situações de retorno do campo missionário.

a)    Acolhimento BíblicoO exemplo dos apóstolos em Atos 20:1-6 mostra a prática de receber e apoiar os missionários que retornavam de viagens missionárias. Eles eram recebidos com alegria e apoio da igreja local. Isso sugere que a igreja deve seguir esse padrão de acolhimento caloroso e solidário aos missionários que retornam ao lar de origem.

b)   Cuidado pastoral. É fundamental que as igrejas ofereçam cuidado pastoral e apoio emocional, espiritual e físico aos missionários e suas famílias. O retorno de uma missão pode trazer desafios de adaptação e transição, especialmente quando se trata de questões culturais e de reintegração na comunidade local.

c)    Necessidades específicas. Cada situação pode ser única, e os missionários podem ter diferentes necessidades ao retornar, seja para descanso, tratamento médico ou transição para uma nova fase de ministério. As igrejas devem se esforçar para compreender essas necessidades e oferecer suporte cabível.

d)    Apoio prático. Além do suporte emocional e espiritual, as igrejas podem oferecer ajuda prática, como assistência financeira, acomodação temporária, orientação para questões práticas da vida cotidiana ou conexões com profissionais de saúde, dependendo da situação.

e)    Reconhecimento e gratidão. É importante que a igreja reconheça o serviço e o esforço dos missionários e suas famílias. Expressar gratidão e apreciação pelos anos de dedicação e trabalho no campo missionário é uma forma de encorajamento e fortalecimento para o futuro.

Assim, abraçar os missionários e sua família faz parte do cuidado integral dos missionários.

III. MANEIRAS PRÁTICAS DE SE COMPROMETER COM OS MISSIONÁRIOS

Comprometer-se com os missionários de maneira prática envolve diversos aspectos importantes. Veja alguns exemplos.

1. Comunicar as necessidades

Tudo na obra de Deus passa pela comunicação. Esse princípio encontramos na Bíblia, quando lemos: “comunicação com os santos nas suas necessidades” (Rm.12:13). Comunicar as necessidades é fundamental para estabelecer uma relação transparente e de confiança entre os missionários e seus apoiadores. Isso significa que os missionários devem ser claros sobre as necessidades específicas que possuem, sejam elas financeiras, materiais ou emocionais. É importante que comuniquem de forma precisa e atualizada, permitindo que os apoiadores compreendam as demandas reais e tomem decisões informadas sobre como melhor contribuir. Essa comunicação pode ser feita num momento do culto regular ou por meio de e-mail, telefone, mídias e redes sociais, mensagens de texto etc. O importante é não eixar de comunicar e dar ciência a Igreja do que está se passando no campo onde missionário atua.

2. Doar para suprir necessidades

Como afirma o pr. Wagner Gaby, “a vida no campo missionário pode ser desafiadora, exaustiva e difícil. No meio do estresse e das lutas, muitos missionários frequentemente se sentem desconectados e esquecidos pela igreja que os envia, principalmente, quando se deparam com a escassez no campo. Nesse sentido, é importante que a igreja local dê oportunidade aos missionários para que eles compartilhem essas necessidades e, assim, a igreja se sinta convocada a cooperar nas doações”.

Doar é uma maneira prática e direta de apoiar os missionários. Isso pode envolver contribuições financeiras, doações de suprimentos, alimentos ou qualquer outra coisa que os missionários possam necessitar para cumprir sua missão. As doações fornecem os recursos necessários para que os missionários continuem seu trabalho de forma eficaz e alcancem seus objetivos. Ao conhecer as necessidades dos missionários, a igreja local é desafiada a agir em amor e generosidade, semelhante à igreja de Corinto que foi convocada a fazer doação (1Co.8:1-7). Isso cria uma cultura de contribuição e serviço, incentivando a igreja a se envolver ativamente no sustento dos missionários e na expansão do reino de Deus.

Ao apoiar os missionários neste aspecto e em oração, a igreja local se torna uma participante ativa da obra missionária. Eles compartilham do impacto do ministério dos missionários, tornando-se coobreiros na propagação do Evangelho e no cumprimento da Grande Comissão.

Enfim, a comunicação aberta e regular das necessidades dos missionários e a resposta ativa da igreja local com generosidade e cooperação são cruciais para manter uma parceria frutífera e eficaz na obra missionária. Isso fortalece os laços entre os missionários e a igreja, promovendo o cuidado mútuo e o avanço da missão de forma integrada e sustentável.

3. Orar e jejuar pela causa

A oração e o jejum são práticas espirituais poderosas que demonstram um compromisso profundo com a causa dos missionários. Orar por eles é essencial, pois as bênçãos espirituais e a proteção divina são fundamentais em seu trabalho. O jejum é uma forma adicional de dedicação espiritual, mostrando solidariedade e buscando a orientação divina para os desafios enfrentados pelos missionários. Nesse sentido, é muito importante os líderes das igrejas locais convocarem o povo de Deus para orar e jejuar pelos missionários no campo. Note que a oração e o jejum estão na base do envio de Paulo e Barnabé para o campo missionário (Atos 13:1-3). Outrossim, além das convocações coletivas, é muito importante o comprometimento individual na oração e no jejum. Que assim seja!

As práticas relatadas neste tópico, quando combinadas, ajudam a criar uma rede de apoio eficaz para os missionários, permitindo que eles alcancem suas metas e compartilhem sua mensagem de maneira mais eficaz. A comunicação aberta e honesta, doações práticas e o apoio espiritual são elementos essenciais para o sucesso e o impacto positivo das atividades missionárias.

CONCLUSÃO

Nesta lição, fomos encorajados a entender as necessidades dos missionários. A Igreja Local tem o poder de impactar significativamente a vida deles e de suas próprias famílias. Quando nosso coração está voltado para missões, nossa postura é de oração constante, nosso testemunho alcança mais pessoas e nossos recursos financeiros são direcionados para o que tem valor eterno (conforme mencionado em Mateus 6:19-21). É por isso que Deus nos chama a assumir o compromisso e a responsabilidade de apoiar os missionários que estão no campo. As bênçãos que advêm dessa atitude são verdadeiramente abundantes.