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MISSIONÁRIOS FAZEDORES DE TENDAS

 

                         Texto Base: Atos 18:1-5; 1Tessalonicenses 4:11,12

“Vós mesmos sabeis que, pare que me era necessário, a mim e aos que estão comigo, estas mães me servirem” (Atos 20:34).

Atos 18:

1.Depois disto, partiu Paulo de Atenas e chegou a Corinto.

2.E, achando um certo judeu por nome Áquila, natural do Ponto, que havia pouco tinha vindo da Itália, e Priscila, sua mulher (pois Cláudio tinha mandado que todos os judeus saíssem de Roma), se ajuntou com eles,

3.e, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer tendas.

4.E todos os sábados disputava na sinagoga e convencia a judeus e gregos.

5.Quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, foi Paulo impulsionado pela palavra, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo.

1Tessalonicenses 4

11.e procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos mandado;

12.para que andeis honestamente para com os que estão de fora e não necessiteis de coisa alguma.

INTRODUÇÃO

A ideia de usar vocações profissionais como meio para o trabalho missionário é bastante relevante no cenário missionário global. Ela se baseia em reconhecer que Deus pode chamar e usar cristãos em suas profissões como ferramentas para alcançar pessoas e lugares que, de outra forma, poderiam ser difíceis de acessar para o evangelismo tradicional.

Em alguns países ou regiões, o acesso direto para atividades missionárias pode ser limitado ou proibido. No entanto, através de suas profissões, os missionários podem entrar nessas áreas de forma legal ou mais discreta, possibilitando o testemunho do Evangelho. Ao exercerem suas profissões no local onde vivem, os missionários podem construir relacionamentos genuínos e significativos com as pessoas ao seu redor. Isso cria uma base sólida para compartilhar a mensagem do Evangelho com autenticidade.

O profissionalismo nas suas áreas de atuação pode conferir aos missionários credibilidade e respeito dentro da comunidade local. Isso pode abrir portas para introduzir a mensagem do Evangelho de Jesus Cristo. A Bíblia apresenta exemplos de pessoas como o apóstolo Paulo, Priscila e Áquila que conciliaram suas profissões com o ministério missionário. Eles eram fazedores de tenda (Atos 18:3).

I. A VIDA PROFISSIONAL DE PAULO E SUA VOCAÇÃO MINISTERIAL

1. A profissão do apóstolo Paulo

“Depois disto, partiu Paulo de Atenas e chegou a Corinto. E, achando um certo judeu por nome Áquila, natural do Ponto, que havia pouco tinha vindo da Itália, e Priscila, sua mulher (pois Cláudio tinha mandado que todos os judeus saíssem de Roma), se ajuntou com eles, e, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer tendas” (Atos 18:1-3).

Pelo texto, percebe-se que Paulo era um fazedor de tendas. Estas tendas eram feitas de couro de animais. O contexto histórico e cultural da época proporciona uma visão interessante sobre como Paulo integrava sua profissão com sua missão de pregar o Evangelho.

A prática de Paulo como trabalhador em couro (ou fazedor de tendas) ilustra a integração de sua profissão com sua missão. Ele não via essas atividades como separadas, mas como parte de seu serviço a Deus. Essa integração era uma estratégia sábia para sua sobrevivência financeira e sustento, enquanto também lhe permitia estabelecer conexões com diferentes igrejas.

Quando Paulo se deparou com a necessidade de sustento durante seu ministério em Corinto, ele se adaptou às circunstâncias e ao contexto cultural. Fabricar tendas era uma habilidade útil e necessária naquela época, e isso lhe permitiu ser autossuficiente, evitando ser um fardo para a igreja local. A sua parceria com Priscila e Áquila mostra como Deus usa relacionamentos e colaborações para avançar na obra do Reino. Ao compartilharem a mesma profissão, não apenas mantiveram-se sustentáveis financeiramente, mas também tiveram a oportunidade de passar tempo juntos, compartilhar experiências e apoiar-se mutuamente no ministério.

Paulo demonstrou flexibilidade ao equilibrar seu trabalho secular com seu chamado missionário. Ele não viu a fabricação de tendas como uma distração, mas como uma extensão do seu propósito de servir a Deus e proclamar o Evangelho. Essa flexibilidade o ajudou a alcançar seu objetivo comum de difundir as Boas-Novas.

O exemplo de Priscila e Áquila também destaca o papel fundamental das parcerias no ministério. Eles não apenas acolheram Paulo, mas também o discipularam e apoiaram em sua jornada missionária. O relacionamento e a colaboração eficazes são vitais para o avanço da obra missionária.

Portanto, o exemplo de Paulo como fazedor de tendas de couro ressalta a importância da adaptação cultural, da integração de habilidades profissionais com a missão e da colaboração com outros crentes para alcançar os objetivos do Reino de Deus.

2. Como o apóstolo Paulo conjugava vida profissional e ministerial? 

O apóstolo Paulo era um exemplo de como integrar vida profissional e ministerial de maneira eficaz e dedicada. Ele equilibrava suas atividades profissionais e ministeriais de várias maneiras:

a)    Sustento pessoal. Paulo era habilidoso na fabricação de tendas, uma profissão comum naquela época. Embora tivesse direito de ser sustentado pelas igrejas que plantara, o apóstolo trabalhou em seu ofício para ganhar o pão de cada dia (Atos 20:34; 1Co.9:12; 2Co.11:9-12; 1Ts.2:9; 2Ts.3:7-9). Ele usou essa habilidade para prover seu próprio sustento e não ser um fardo financeiro para as igrejas que ele estava servindo. Não por acaso, o apóstolo Paulo era fariseu e fora criado aos pés de Gamaliel, mas não esqueceu a arte de fazer tendas, provavelmente uma profissão que aprendera na juventude.

b)   Flexibilidade e adaptação. Paulo demonstrou flexibilidade e adaptabilidade em relação ao seu trabalho. Ele estava disposto a ajustar sua programação e atividades profissionais de acordo com as necessidades e oportunidades para ministrar às pessoas.

c)    Priorização do Ministério. Embora Paulo trabalhasse em sua profissão, ele sempre priorizava seu ministério. Ele dedicava uma parte significativa de seu tempo pregando, ensinando, discipulando e estabelecendo igrejas, mesmo enquanto trabalhava para se sustentar.

d)    Uso estratégico do tempo. Paulo utilizava seu tempo de forma estratégica, aproveitando as janelas de oportunidade para compartilhar o Evangelho, seja durante o trabalho, em sinagogas, nas casas das pessoas ou em outros encontros sociais.

e)    Parcerias e colaborações. Ele formava parcerias estratégicas com outros crentes, como Priscila e Áquila, que compartilhavam da mesma profissão e da mesma fé. Essas colaborações fortaleciam seu ministério e proporcionavam um ambiente de apoio e comunidade.

f)     Integração do propósito de vida. Paulo via sua profissão como uma extensão do seu chamado missionário. Ele não a via separada de sua missão de pregar o Evangelho e fazer discípulos, mas como uma maneira de expressar sua fé e servir a Deus no contexto secular.

g)    Compromisso e determinação. Ele demonstrava um compromisso inabalável com sua missão, apesar dos desafios e perseguições que enfrentava. Sua determinação em propagar o Evangelho era evidente em todas as áreas de sua vida, incluindo sua profissão.

O apóstolo Paulo entendia que a missão de espalhar o Evangelho era sua principal prioridade, e ele usava todos os meios disponíveis para alcançar esse objetivo, incluindo sua profissão. Sua vida serviu como um modelo de como integrar a vida profissional e ministerial de maneira eficaz, sempre mantendo o foco no propósito maior de glorificar a Deus e fazer discípulos.

3. A ética financeira na atividade missionária de Paulo

Paulo reconhecia a legitimidade e a importância de receber apoio financeiro das comunidades a quem ele ministrava. Ele via isso como uma prática estabelecida no Antigo Testamento (vide 1Co.9:12ss), onde os ministros eram sustentados pelo povo. Esse suporte permitia que os missionários se concentrassem completamente em seu trabalho de pregação e ensino. Em algumas situações, Paulo aceitou ajuda financeira de outras igrejas ou indivíduos, como a igreja de Filipos, para financiar suas atividades missionárias. Ele entendia que o apoio financeiro era essencial para expandir o ministério e alcançar mais pessoas.

Apesar de reconhecer a validade de receber ajuda financeira, Paulo era cuidadoso ao aceitá-la. Ele não queria criar obstáculos ao Evangelho ou ser visto como alguém que estava interessado apenas no dinheiro. Ele buscava equilibrar a ajuda financeira com uma vida de integridade e exemplo.

Paulo demonstrava independência e desapego em relação ao dinheiro. Ele não exigia ofertas ou financiamento das igrejas e não baseava seu ministério nisso. Sua confiança estava em Deus para suprir suas necessidades. Mesmo não exigindo ajuda financeira, Paulo era grato pelo apoio que recebia. Ele reconhecia as ofertas voluntárias e expressava sua gratidão por meio de palavras e bênçãos aos que contribuíam para seu ministério (Fp.4:10-12).

Enfim, sua ética reflete um equilíbrio delicado entre aceitar ajuda financeira quando necessário, ser transparente sobre as necessidades, não abusar dessa ajuda e manter um compromisso com a independência e a confiança em Deus. Ele valorizava o princípio de sustento missionário, mas também era sensível ao impacto que poderia ter na pregação do Evangelho.

II. MISSIONÁRIOS FAZEDORES DE TENDAS

1. Fazedores de tendas

A produção de tendas não é uma concepção recente; é tão antiga quanto os ensinamentos encontrados nas Escrituras, como aprendemos em Atos 18. Dessa maneira, no contexto de atividades missionárias, a expressão "fazedores de tendas" está relacionada aos seguidores de Jesus, chamados e enviados pela Igreja, para empregar seus dons, talentos e habilidades profissionais no campo missionário. São indivíduos que atuam como profissionais de negócios em missões, trabalhando em áreas fortemente opostas à mensagem cristã.

Segundo os especialistas em missões, durante muitos anos, a abordagem predominante nas práticas missionárias era abandonar a vida secular (trabalho profissional, estudos, etc.) para se dedicar exclusivamente à obra missionária. Contudo, nos dias de hoje, a compreensão se expandiu, permitindo que seja plenamente viável ser um profissional ou empreendedor e ao mesmo tempo realizar a obra missionária, sem necessariamente deixar a carreira profissional de lado.

O episódio em Atos 18:1-3 nos mostra que Paulo trabalhava como fabricante de tendas para se sustentar financeiramente durante suas atividades missionárias em Corinto. Essa abordagem ilustra que ser um "fazedor de tendas" é uma estratégia viável para sustentar a obra missionária e difundir a mensagem cristã em locais onde o sustento proveniente da própria missão pode não ser suficiente.

Essa dualidade entre trabalho profissional e missão mostra que a obra de Deus pode ser realizada em diversos contextos e por meio de diferentes métodos. Além disso, evidencia a importância de adaptar-se às circunstâncias locais e utilizar os recursos disponíveis para espalhar a mensagem do evangelho.

Portanto, Atos 18:1-3 oferece um exemplo prático de como é possível integrar uma carreira profissional com a missão de propagar a fé, reforçando a ideia de que a obra missionária não está restrita a um modelo único e pode ser adaptada de acordo com as circunstâncias e necessidades.

2. A força missionária no mundo

A maior força missionária cristã do mundo é formada por profissionais, empreendedores e estudantes que se movem entre culturas para servir a Cristo através de suas vidas e trabalho. A Missão não é mais limitada a um grupo específico de pessoas, como os tradicionais missionários em tempo integral. Profissionais, empreendedores, estudantes e pessoas de várias esferas da vida agora são vistos como agentes vitais na propagação do evangelho em suas esferas de influência.

Profissionais e empreendedores cristãos muitas vezes têm acesso a regiões e países onde os missionários tradicionais podem encontrar barreiras. Sua presença nessas áreas oferece uma oportunidade única de testemunho e compartilhamento do evangelho.

O exemplo do apóstolo Paulo em 1Coríntios 9:20-22 destaca a importância de compreender e se identificar com diferentes culturas para comunicar o evangelho de forma relevante. Essa contextualização é essencial para alcançar pessoas de diferentes origens e contextos.

Cada pessoa tem habilidades, talentos e experiências únicas que podem ser usados de maneira significativa na missão. Essa diversidade de habilidades permite que a missão seja abordada de maneiras criativas e eficazes.

3. O preparo dos fazedores de tendas

A preparação e capacitação dos “fazedores de tendas”, assim como de todos os missionários, é fundamental para que desempenhem eficazmente seus papéis transculturais na propagação do evangelho. A referência à orientação de Paulo a Timóteo, destacando a importância da instrução e preparação, é relevante nesse contexto (2Tm.3:17). Aqui estão alguns pontos a considerar sobre a preparação dos “fazedores de tendas” para a missão transcultural:

a)    Formação teológica e Bíblica. Assim como os missionários tradicionais, os “fazedores de tendas” devem buscar uma sólida formação teológica e bíblica. Isso lhes proporcionará uma base sólida para compreenderem as Escrituras e comunicarem a mensagem cristã com precisão e relevância.

b)   Entendimento cultural. É vital que os “fazedores de tendas” se preparem para compreender e respeitar as culturas onde estão inseridos. Isso envolve aprendizado sobre tradições, valores, normas sociais e formas de comunicação específicas de cada cultura.

c)    Habilidades profissionais. Além da formação teológica, aprimorar habilidades profissionais é crucial. Os “fazedores de tendas” podem usar suas habilidades e conhecimentos profissionais para contribuir de maneira significativa na missão, seja na área da saúde, educação, tecnologia, administração, entre outras.

d)    Capacitação em Missões. Participar de programas de capacitação em missões que abordem temas como evangelismo transcultural, contextualização, estratégias de implantação de igrejas e questões interculturais é valioso para os “fazedores de tendas”.

e)    Desenvolvimento de competências pessoais. Desenvolver habilidades como resiliência, empatia, resolução de conflitos, adaptação e liderança é essencial para se ajustar a ambientes culturais diversos e lidar com os desafios inerentes à vida e ao trabalho em contextos transculturais.

f)     Comunicação efetiva. Aprimorar habilidades de comunicação é fundamental para transmitir a mensagem do evangelho de forma clara e compreensível, levando em consideração as nuances culturais.

O crescimento significativo de profissionais-missionários destaca a necessidade de investir em sua preparação e capacitação, capacitando-os para se tornarem agentes eficazes na obra missionária transcultural.

A integração de habilidades profissionais e um entendimento profundo da missão cristã são essenciais para o avanço do Reino de Deus em contextos globais diversificados. Graças a Deus, hoje, homens e mulheres são treinados por instituições missionárias com experiência reconhecida, para que eles usem suas profissões além-fronteiras a fim de testemunhar de Cristo, principalmente, em países fechados para o trabalho missionário tradicional.

III. VOCAÇÃO, PROFISSÃO E MISSÕES

1. Deus é quem chama

Deus é, sem dúvida, o Agente principal na vocação e capacitação de cada indivíduo. É Ele quem, por Sua graça e sabedoria, concede a inclinação, disposição e habilidades necessárias para exercer um determinado ofício ou missão. A vocação, portanto, não é apenas uma escolha pessoal, mas um chamado divino que reflete Seus desígnios e propósitos para cada um de nós.

Esse chamado divino vai além de simplesmente desempenhar uma função; é uma convocação para servir a Deus e às outras pessoas de maneira significativa. Deus capacita e comissiona os crentes para que possam desempenhar papéis únicos em Seu plano redentor para o mundo.

O texto de 1Coríntios 9:16-19 destaca que, quando somos guiados por Deus em nossa vocação, encontramos um profundo significado e satisfação pessoal. Ao vivermos de acordo com o chamado de Deus, somos impulsionados por um senso de propósito e paixão que vai além de nossa própria realização pessoal; alcança a esfera do serviço ao próximo e a glorificação do nome de Deus.

Essa compreensão da vocação como um chamado divino também implica responsabilidade. Deus confia em nós para cumprir nossa vocação de maneira ética, compassiva e orientada por Seus princípios. É um convite para viver em integridade, servindo com amor e dedicação, e buscando a transformação do mundo em conformidade com os valores do Reino de Deus.

Em resumo, Deus é o arquiteto de nossa vocação, capacitando-nos para desempenhar papéis específicos no mundo. Responder a esse chamado e viver de acordo com ele é uma maneira de honrar a Deus, servir aos outros e encontrar realização profunda e duradoura em nossa jornada terrena.

2. Exercendo a vocação

Quando respondemos de maneira prática ao chamado que recebemos da parte de Jesus, aplicando nossas habilidades e paixões, é quando encontramos nosso propósito de vida. A vocação é a missão única para a qual cada um de nós foi equipado, visando servir ao nosso Criador; é a razão pela qual fomos criados de forma singular por Deus. Ele nos capacita a realizar essas tarefas através de nossos dons e virtudes, integrando-nos em Seus planos para Sua honra e glória.

É notável que o apóstolo Paulo exemplificou uma fé robusta, obediência e dedicação ao chamado que recebeu para proclamar a salvação e anunciar a boa nova a diferentes povos. Ele compreendeu que a mensagem e a vida de Jesus eram para ser vividas plenamente por cada cristão e, da mesma forma, ser transmitida aos outros com total comprometimento (2Co.4:11-14). Dessa maneira, o apóstolo Paulo expressava sua vocação ao anunciar sobre Jesus e testemunhar o Evangelho onde quer que Deus o enviasse.

3. Minha profissão, meu campo missionário

Todos somos chamados a servir a Cristo com nossas habilidades, recursos e vocações. Esse entendimento está fundamentado na fé cristã, onde a vida é vista como uma oportunidade de glorificar a Deus através de nossas ações, inclusive nas esferas profissionais.

A profissão pode, de fato, representar uma significativa porta aberta para compartilhar a mensagem do Evangelho e contribuir para a obra missionária, seja através de um negócio próprio ou ao servir em outras organizações e corporações. A diversidade de habilidades e talentos em diferentes áreas profissionais pode ampliar o impacto da obra missionária e expandir o alcance da mensagem de Cristo.

Os missionários tradicionais que dedicam suas vidas integralmente para plantar igrejas são fundamentais, pois estabelecem comunidades de fé e compartilham os ensinamentos de Cristo em contextos onde o Evangelho pode não estar presente. Por outro lado, os profissionais que integram suas habilidades e fé na sua carreira diária têm a oportunidade única de serem testemunhas vivas do Evangelho nos ambientes onde passam a maior parte do tempo.

Essa dualidade mostra que a missão não é apenas sobre ações diretas de pregação, mas também sobre viver os princípios do Evangelho no cotidiano, influenciando positivamente as pessoas ao nosso redor e moldando a cultura no ambiente de trabalho. Seja através de práticas éticas, relacionamentos respeitosos, contribuições para a comunidade ou ações de caridade, os profissionais podem compartilhar o amor de Cristo e demonstrar os valores do Reino de Deus em suas esferas de influência.

Essa diversidade de abordagens missionárias fortalece a causa do Evangelho, permitindo que a mensagem seja proclamada de maneiras adaptadas e relevantes para diferentes contextos, atendendo às necessidades espirituais e práticas das pessoas ao redor do mundo.

A passagem bíblica de Romanos 16:25-27 destaca a importância de glorificar o nome de Deus tanto dentro quanto fora da igreja, reconhecendo que todas as dádivas e talentos vêm de Deus e devem ser usados para o propósito maior de Sua glória.

Em resumo, o exercício de uma atividade missionária em nossa área profissional implica viver e expressar os princípios e valores do Evangelho em nosso trabalho diário. Isso pode incluir:

ü  Ética e integridade. Demonstrando princípios éticos e comportamento íntegro no ambiente profissional, independentemente das pressões externas.

ü  Serviço e compaixão. Demonstrando cuidado e preocupação genuína pelos colegas de trabalho, clientes, clientes, ou qualquer pessoa com quem interagimos durante o trabalho.

ü  Testemunho pessoal. Compartilhando nossa fé de maneira sensível e respeitosa, quando apropriado, e vivendo de forma que nossa vida e ações falem do amor e da verdade de Cristo.

ü  Generosidade e caridade. Contribuindo com recursos financeiros e tempo para causas e organizações que estejam alinhadas com os princípios do Evangelho, buscando melhorar a vida dos necessitados.

ü  Mentoria e aconselhamento. Oferecendo orientação e apoio a colegas de trabalho ou subordinados, compartilhando princípios de fé e valores que possam ajudar no desenvolvimento pessoal e profissional.

A ideia é que, ao vivermos nossa fé de maneira autêntica no local de trabalho, podemos ser uma luz para os outros e influenciar positivamente nossa área profissional e a sociedade como um todo. Isso se alinha com o entendimento de que somos chamados a ser "sal da terra" e "luz do mundo" (Mt.5:13-16), levando a mensagem e o amor de Cristo aonde quer que vamos.

CONCLUSÃO

Deus está convocando cada vez mais profissionais para transmitirem a mensagem de salvação aos lugares mais remotos da Terra, especialmente entre os povos que ainda não foram alcançados. No entanto, é importante ressaltar que sentir a atração de "fazer tendas" não garante automaticamente a qualificação para proclamar o evangelho nos lugares mais distantes. É necessário examinar os motivos e avaliar a disposição espiritual. Daí, a importância do trabalho da igreja local na descoberta de vocações. A igreja local, guiada e assistida pelo Espírito Santo, desempenha um papel crucial na identificação daqueles verdadeiramente chamados para essa nobre missão. É por meio do discernimento espiritual e do acompanhamento atento que a igreja pode reconhecer e apoiar aqueles que são vocacionados para levar a mensagem do evangelho até os confins da Terra. Esse processo requer sensibilidade espiritual, discernimento comunitário e busca constante da orientação divina para garantir que a missão seja cumprida de maneira eficaz e fiel aos ensinamentos de Cristo.