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COMO SE CONDUZIR NA CAMINHADA

 

Texto Base: Efésios 5:15-17

“Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo” (Colossenses 4:5).

Efésios 5:

15.Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios,

16.remindo o tempo, porquanto os dias são maus.

17.Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. 

INTRODUÇÃO

Na quarta lição deste trimestre, somos ousados a explorar as veredas da jornada cristã sob o título revelador: "Como se conduzir na caminhada". Este tema crucial direciona nosso olhar para as orientações divinas que moldam nossa trajetória espiritual. Na jornada da vida cristã, a Palavra de Deus emerge como a bússola infalível, iluminando os passos dos fiéis peregrinos em direção ao reino celestial. O Salmista proclama em Salmo 119:105: "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho". Esta afirmação ressoa como o alicerce inabalável que nos guia na caminhada cristã.

Nessa caminhada, o Pai celestial, em seu amor incomparável, estabelece um padrão divino para a conduta que conduz o crente à vida eterna. Cada página das Sagradas Escrituras torna-se uma revelação, um sinal luminoso delineando como devemos agir ao longo desse caminho rumo à Pátria Celestial. Seu cuidado paternal se manifesta na orientação, na repreensão e na correção que recebemos ao longo dessa jornada.

Alicerçar nossa conduta na caminhada cristã na imersão na Palavra de Deus é o cerne do estudo desta Lição. 2Timóteo 3:16,17 enfatiza que toda Escritura é inspirada por Deus, sendo não apenas útil, mas essencial para o ensino, a repreensão, a correção e a educação na justiça. Este versículo destaca a importância vital de alinharmos nossa conduta com os princípios eternos delineados nas Escrituras, buscando nelas a sabedoria que nos capacita a enfrentar os desafios diários da jornada cristã.

Ao imergirmos nesse estudo, que possamos compreender que a condução cristã não é apenas uma questão de destino, mas uma jornada diária de transformação, moldada pela luz da Palavra de Deus. Que este aprendizado inspire uma conduta piedosa, uma obediência diligente e uma confiança inabalável na orientação celestial enquanto caminhamos rumo ao Céu, guiados pela luminosidade inextinguível da Palavra de Deus.

I. O PADRÃO DE CONDUTA NA CAMINHADA CRISTÃ

1. Jesus como nosso padrão de conduta

Antes de analisarmos o texto base desta Lição (Efésios 5), cabe-nos refletir a respeito de um padrão geral de conduta para fazer a vontade do Pai celestial na Caminhada Cristã.

Na senda da vida cristã, o padrão de conduta estabelecido por Jesus emerge como a bússola moral que orienta os passos dos discípulos em sua jornada terrena. A palavra "padrão" evoca a ideia de uma norma consagrada, determinada por consenso ou autoridade, que se torna a base de comparação, um modelo digno de ser seguido. Neste contexto, o Senhor Jesus, ao proferir as palavras registradas em João 13:15, transcende o papel de Mestre para se tornar o exemplar supremo de vida – “Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu fiz, façais vós também".

Esta assertiva de Jesus, estabelece uma verdade fundamental: Ele é o padrão de conduta para seus discípulos. O termo "exemplo" denota mais do que simples instrução verbal; representa uma encarnação prática dos princípios divinos em ação. Jesus, ao viver na plenitude da vontade de Deus, torna-se o arquétipo, o modelo a ser imitado por todos aqueles que desejam seguir o caminho da verdade.

A importância desse padrão de conduta não pode ser subestimada. Em Hebreus 12:2, Jesus é apresentado como o "autor e consumador da nossa fé", evidenciando que Ele não apenas inicia, mas também completa a obra de fé em nossas vidas. A caminhada cristã, portanto, é moldada pela incessante contemplação de Jesus, não apenas como um mestre distante, mas como um padrão vivo que ilumina o caminho para a realização da vontade divina.

Portanto, a imitação de Jesus não é uma simples aspiração, mas uma necessidade vital para aqueles que almejam fazer a vontade de Deus neste mundo. Ele é o modelo perfeito de amor, humildade, serviço e obediência, proporcionando um roteiro claro para a conduta cristã. Assim, a caminhada cristã encontra seu significado mais profundo na incessante busca por refletir o padrão de conduta exemplificado por Jesus, o Mestre divino e perfeito.

2. Fazendo a vontade de Deus

Ao examinarmos a jornada de Jesus nesta vida, percebemos que, como Filho de Deus, Ele buscou incessantemente agradar ao Pai, fazendo sempre a Sua vontade (João 4:34; 6:38; 17:4). Essa atitude exemplar de submissão e obediência reflete não apenas a relação singular entre o Pai e o Filho, mas também estabelece um modelo sublime para todos os discípulos que anseiam seguir os passos do Mestre.

A instrução de Jesus aos seus discípulos sobre a busca da vontade do Pai, expressa na oração do "Pai Nosso", ressoa como um eco divino que ecoa através dos séculos (Mateus 6:10; cf. Mateus 26:39,42). Nessa oração, encontramos não apenas uma súplica por alimento espiritual, mas um anseio genuíno de alinhar a vontade pessoal com a divina, revelando o coração do cristão que busca viver em harmonia com os desígnios celestiais.

A aparente dificuldade de andar no padrão divino de Cristo não é uma barreira intransponível. Jesus mesmo, ao ensinar sobre a oração no Sermão da Montanha, enfatizou a necessidade de buscar auxílio do alto, reconhecendo nossa dependência de Deus (Mateus 6:9-13). Essa abordagem de humildade e confiança torna possível para o cristão, com a ajuda divina, seguir os passos de Cristo e, assim, cumprir a vontade do Deus Pai.

O cristão que almeja o Céu é desafiado a abandonar o egoísmo, o orgulho e a vaidade, trilhando o caminho da submissão a Deus. A prática da "Lei de Ouro", como ensinada por nosso Senhor - "tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também a vós" (Mateus 7:12; cf. Romanos 13:8,10) -, torna-se a bússola moral que guia as interações diárias, promovendo relações fundamentadas no amor e no respeito mútuo.

Assim, fazer a vontade de Deus transcende o mero cumprimento de regras; é uma jornada de transformação contínua, uma busca constante por alinhar nossos desejos e ações com os princípios divinos. Ao seguirmos esse caminho de submissão e amor, não apenas refletimos a imagem de Cristo, mas também construímos um alicerce sólido para a jornada que nos conduz ao Céu.

3. Uma vida cristã bem-sucedida

A vida cristã é muitas vezes comparada a uma competição espiritual, uma corrida em que cada passo é vital na busca pela aprovação divina. O apóstolo Paulo, em sua eloquente metáfora atlética em 1Coríntios 9:24-27, destaca a necessidade de procurar o caminho certo para alcançar a qualificação. Nessa busca pela qualificação celestial, o cristão encontra um padrão inspirador e transformador: Cristo Jesus.

O êxito espiritual, conforme delineado por Paulo, não é uma conquista casual, mas o resultado de uma busca consciente e diligente pelo caminho que leva à semelhança com Cristo. Assim como indivíduos bem-sucedidos na vida secular buscam espelhar-se em figuras ilustres, equilibradas e resilientes, o cristão é chamado a mirar-se em Cristo, o padrão supremo de êxito espiritual.

A analogia de Paulo sobre a competição espiritual sugere que o cristão deve abraçar a resiliência e o equilíbrio, características que Jesus personificou durante Sua jornada terrena. Em Filipenses 2:5, o apóstolo exorta os crentes a cultivarem em si mesmos o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus. Esse "sentimento" não é apenas uma emoção passageira, mas uma disposição constante de submissão, humildade e obediência à vontade divina.

Uma vida espiritual bem-sucedida não se baseia em conquistas externas, mas na conformidade interna ao caráter de Cristo. O equilíbrio entre fé e obras, e a resiliência diante das adversidades tornam-se os pilares dessa jornada espiritual vitoriosa. Ao seguir o modelo de Cristo, o cristão não apenas se qualifica na competição espiritual, mas também se torna um agente de transformação no mundo ao seu redor.

Portanto, a busca por uma vida espiritual bem-sucedida não é apenas um anseio individual, mas um chamado coletivo para refletir a luz de Cristo e proclamar Sua mensagem de redenção e esperança.

II. FAZENDO A CAMINHADA COM PRUDÊNCIA E SABEDORIA

1. O que é prudência?

Do latim “prudentĭa”, a prudência é a temperança, a moderação, a sensatez ou a cautela. Trata-se da virtude de agir de forma justa e ponderada. Ser prudente é ser precavido.

Agir com prudência compreende tanto ações relacionadas a falas quanto a movimentos, a fim de não causar danos a outras pessoas e também a própria pessoa. Ou seja, é uma sensatez que faz com que a pessoa busque evitar situações que gerem perigo, inconveniências, etc. Está escrito que “O insensato despreza a instrução de seu pai, mas o que aceita a repreensão consegue a prudência” (Provérbios 15:5).

Instrui o apóstolo Paulo: “Portanto, vede prudentemente como andais...” (Ef.5:15). Esta instrução ressoa como um guia sábio para a jornada do cristão neste mundo, e no cerne dessa orientação encontra-se a palavra "prudência". Aqui, Paulo faz um apelo contundente aos crentes para que avaliem com prudência a maneira como conduzem suas vidas - “vede prudentemente como andais”. Em outras palavras: seja prudente. Esta expressão "vede prudentemente como andais" (Ef.5:15) alerta para a importância de refletir cuidadosamente sobre as ações, garantindo que estejam em sintonia com a orientação divina.

No contexto do Antigo Testamento, especificamente em Provérbios 9:9, a prudência é vinculada à compreensão e discernimento, sugerindo uma capacidade de ensinar e instruir – “Dê instrução ao sábio, e ele se tornará mais sábio ainda; ensine o justo, e ele crescerá na prudência” (Provérbios 9:9).

A prudência, portanto, é uma virtude que capacita o indivíduo a agir com cautela e moderação diante de desafios, sendo uma razão prática que permite discernir as escolhas mais adequadas para realizar o bem (Provérbios 16:16).

Com mais ênfase podemos dizer que a prudência transcende a simples tomada de decisões; ela é uma qualidade que permeia a vida do cristão, moldando seu caráter e influenciando suas ações. Ao possuir prudência, o crente adquire a habilidade não apenas de fazer escolhas sábias, mas também de ensinar e orientar outros no caminho da sabedoria. Essa virtude é uma bússola moral que direciona o cristão em sua caminhada, permitindo-lhe navegar pelos desafios da vida com discernimento divinamente concedido.

A prudência, portanto, não é apenas uma habilidade humana, mas uma dádiva celestial que capacita o crente a viver de acordo com a vontade de Deus, fazendo escolhas que refletem a luz da verdade e promovem o bem em sua caminhada cristã.

José, filho de Jacó, é um exemplo notável de pessoa prudente. A história desse prudente jovem é relatada no livro de Gênesis, capítulos 37 a 50. A trajetória de José é marcada por uma série de eventos desafiadores, começando com a venda pelos seus irmãos como escravo e culminando com sua posição de destaque no Egito.

José demonstra prudência em várias situações ao longo de sua vida. Quando trabalhava na casa de Potifar, o oficial egípcio, ele se mostra um servo fiel e íntegro, recusando-se a ceder à tentação da esposa de Potifar. Esse ato de prudência resulta em sua prisão injusta, mas também na preservação de sua integridade moral.

Além disso, durante sua estada na prisão, José exibe sabedoria ao interpretar os sonhos de outros prisioneiros, antecipando eventos futuros. Essa habilidade se revela crucial mais tarde, quando ele interpreta os sonhos do faraó, sendo elevado a uma posição de autoridade para lidar com a iminente crise de fome.

A prudência de José é evidente também em sua abordagem ao lidar com seus irmãos, que o venderam como escravo. Em vez de buscar vingança, José os perdoa, reconhecendo que Deus tinha um propósito maior em sua jornada.

Portanto, a história de José na Bíblia destaca sua prudência ao enfrentar adversidades, sua fidelidade a Deus e sua capacidade de discernimento em diversas circunstâncias.

“Que o Senhor lhe conceda prudência e entendimento, para que, quando for rei sobre Israel, você guarde a Lei do Senhor, seu Deus” (1Crônicas 22:12).

2. Não andeis como néscios!

Ser néscio, segundo a perspectiva bíblica, é viver imerso na ignorância espiritual e afastado da luz divina, resultando em uma jornada marcada pelo pecado (Ef.2:2,3).

O apóstolo Paulo, em sua Carta aos Efésios (Efésios 5:15), adverte os crentes contra a conduta néscia – “...não como néscios, mas como sábios”. Utilizando o termo grego "asophos", ele destaca a importância de agir com sabedoria e discernimento, estando cheios do Espírito Santo para alinhar-se à vontade divina.

Paulo esclarece que aqueles que persistem na carnalidade não conseguem agradar a Deus, conforme mencionado em Romanos 8:8. Portanto, o apelo de Paulo para “não andar como néscios, mas como sábios” é também uma chamada à santidade e submissão à orientação do Espírito Santo. Ao evitarem a conduta néscia, os crentes buscam uma vida que glorifica a Deus, refletindo a sabedoria que provém d'Ele.

Em resumo, não andar como néscios revela a importância de os crentes rejeitarem a ignorância espiritual, abraçando a sabedoria divina e guiando sua jornada com prudência, sob a luz do Espírito Santo. Isso não apenas os afasta do caminho do pecado, mas também os conduz a uma vida que reflete a glória de Deus em cada passo dado.

3. Andeis como sábios!

A instrução do apóstolo Paulo em Efésios 5:15 ressoa como um chamado claro aos crentes: "Vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios". O termo "sábios", derivado do grego "sophós", descreve aqueles que são hábeis e peritos, e é esse o adjetivo que Paulo escolhe para caracterizar a jornada daqueles que se dirigem ao Céu.

A sabedoria mencionada aqui não é simplesmente a destreza intelectual adquirida por meio de estudos acadêmicos; é uma sabedoria espiritual que emana da vida dirigida pelo Espírito Santo. Aqueles que trilham no caminho do Espírito vivem na luz, na santidade e são dotados de discernimento divino (Efésios 1:8; Colossenses 4:5). Essa sabedoria, oriunda da luz divina que habita o crente, capacita-o a distinguir entre o que é correto e o que não é.

Paulo, ao dizer "vede prudentemente como andais" (Ef.5:15), está incentivando os crentes a avaliarem com sabedoria cada passo em sua jornada. Portanto, andar como sábios, implica um compromisso inabalável de não retroceder para as práticas do mundo.

A sabedoria divina, que não está sujeita a cursos acadêmicos, é espiritual e desempenha um papel crucial na condução do crente em direção à santidade (Hebreus 12:14). O resultado desse caminhar com sabedoria é a transformação gradual, tornando-se parecido com Jesus (1João 3:2; Gálatas 3:26).

Andar como sábios, à luz dessa perspectiva, implica não apenas em adquirir conhecimento, mas em aplicar a sabedoria divina à vida diária. Isso se traduz em decisões fundamentadas na luz da Palavra de Deus, na busca contínua pela santidade e na progressiva conformidade à imagem de Cristo.

Portanto, a exortação de Paulo é não apenas para uma sabedoria humana, mas para uma sabedoria que transcende o intelecto, moldando a própria essência do crente no processo.

III. VENCENDO OS DIAS MAUS

1. Remindo o tempo

A exortação de Paulo em Efésios 5:15,16 ressalta a importância de os crentes caminharem com sabedoria, aproveitando ao máximo o tempo que lhes é dado. A expressão "remindo o tempo" aponta para a necessidade de resgatar momentos, reconhecendo a transitoriedade da vida e a urgência de agir com propósito. O termo "remir" significa resgatar, recuperar, e nesse contexto, sugere a ideia de resgatar oportunidades, investindo o tempo de maneira inteligente, significativa e intencional.

Remir o tempo não sugere uma simples ocupação do tempo, mas uma redenção ativa, onde cada momento é investido com discernimento divino. A compreensão de que "os dias são maus" destaca a urgência de viver de maneira significativa, resistindo às influências negativas ao redor.

Remir o tempo, portanto, implica em evitar distrações desnecessárias e priorizar o que é realmente valioso. Isso inclui o crescimento espiritual, a busca pela santidade, o compartilhamento do Evangelho e a demonstração prática do amor cristão.

Ao adotar essa postura de remir o tempo, os crentes não apenas resistem às pressões do mundo, mas também se tornam agentes transformadores em seu ambiente. É uma jornada que transcende a mera gestão do tempo, envolvendo uma profunda consciência da vontade de Deus e um compromisso ativo em viver de maneira que glorifique ao Senhor em todos os momentos.

Com certeza, as pessoas sábias têm consciência de que o tempo é um bem precioso. Todos nós temos a mesma quantidade de tempo ao nosso dispor: 60 minutos por hora, 24 horas por dia. As pessoas sábias empregam seu tempo de forma proveitosa.

2. Remindo o tempo e a Volta do Senhor Jesus

O conceito de "remir o tempo" entre os cristãos no princípio da Igreja estava intrinsecamente ligado à iminência da segunda vinda do Senhor Jesus. A compreensão de que esse evento glorioso poderia ocorrer a qualquer momento impregnava a mentalidade da comunidade cristã, moldando sua abordagem em relação ao tempo e às oportunidades que se apresentavam.

O apóstolo Paulo, ao escrever sobre a nossa transformação e a imortalidade em 1Coríntios 15:51, instigava os crentes a adotarem uma postura vigilante, sempre prontos para a volta do Senhor. Essa expectativa não era uma mera teoria, mas um motivador prático para viver de maneira significativa e centrada em Cristo.

Remir o tempo, nesse contexto, era mais do que uma gestão eficiente do tempo; era um chamado urgente para viver uma vida piedosa, santa e sábia. A ênfase não era apenas na qualidade do tempo, mas na prontidão espiritual para o encontro com o Senhor. A passagem em 1Tessalonicenses 4:15 reforça essa ideia, destacando a importância de estarmos preparados espiritualmente, pois a volta de Jesus é iminente.

A perspectiva da iminência da volta de Cristo impede que os cristãos percam tempo com trivialidades e os impulsiona a priorizar o que é eterno. A vida sábia e piedosa, encorajada por essa expectativa, não é apenas uma preparação para o futuro, mas uma expressão de adoração e serviço ao Senhor no presente.

Ao remir o tempo, os crentes primitivos não apenas gerenciavam seus dias com sabedoria, mas também testemunhavam ao mundo sobre a esperança que possuíam. Essa jornada transcendia o temporal, apontando para a realidade eterna que aguardava os que estavam preparados para a volta do Senhor Jesus.

3. Os dias são maus

“Remindo o tempo, porquanto os dias são maus” (Ef.5:16). Aqui, a expressão "os dias são maus" ressoa como um alerta vívido para os cristãos, indicando que vivemos em uma sociedade permeada pelo pecado e por influências negativas. Nesse contexto desafiador, a exortação de "remir o tempo" ganha uma urgência ainda maior, pois os dias maus representam uma constante ameaça à busca por uma vida centrada em Deus.

A caracterização dos dias como maus não sugere apenas a presença de adversidades externas, mas também a possibilidade de sucumbir às tentações e práticas prejudiciais à Igreja de Cristo. É um reconhecimento da influência corrosiva do pecado que permeia a cultura e pode desviar os crentes do propósito eterno.

Diante dessa realidade, a resposta não é o conformismo, mas o discernimento espiritual. Paulo enfatiza que, em vez de nos conformarmos com os padrões mundanos, devemos compreender "qual seja a vontade de Deus" (Efésios 5:17). Isso implica não apenas conhecer intelectualmente a vontade divina, mas aplicá-la de maneira prática em nossas vidas diárias.

A vontade de Deus, nesse contexto, inclui ações específicas que fortalecem a vida espiritual e promovem o bem para com os outros. Isso envolve a prática do amor, a leitura das Escrituras, a oração, a consagração pessoal e a participação ativa nas diversas atividades/ministérios da Igreja Local. Em Gálatas 6:10 e Hebreus 10:25, encontramos direcionamentos claros sobre como usar o tempo de maneira construtiva, promovendo a edificação mútua e a preservação da fé em meio aos dias maus.

Portanto, remir o tempo em meio aos dias maus é mais do que uma gestão eficiente do tempo; é uma resposta sábia à urgência espiritual da época. É uma jornada de discernimento, resistência às influências negativas e busca constante pela vontade de Deus, vivendo uma vida que honra o Senhor mesmo em um contexto desafiador.

CONCLUSÃO

Concluímos esta Lição afirmando que a caminhada cristã não é apenas uma jornada física, mas uma jornada de transformação interior, orientada pelos princípios eternos da Palavra de Deus. Ao vivermos sábia e prudentemente, redimindo o tempo em meio aos desafios do presente, preparamo-nos não apenas para a eternidade, mas para vivermos uma vida que glorifica a Deus em cada passo.

Que esse estudo sobre como nos conduzir na caminhada cristã inspire-nos a abraçar a sabedoria divina, a agir com prudência em cada decisão e a viver na expectativa santa da volta gloriosa de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Que, ao final desta jornada terrena, possamos ouvir as palavras do Mestre: "Bem está, servo bom e fiel... entra no gozo do teu Senhor" (Mateus 25:21).