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O PERIGO DA MURMURAÇÃO

 

Texto Base: Êxodo 16:1-7; 1Corintios 10:10,11.

“E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor“ (1Corintios 10:10).

Êxodo 16:

1.E, partidos de Elim, toda a congregação dos filhos de Israel veio ao deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do mês segundo, depois que saíram da terra do Egito.

2.E toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão no deserto.

3.E os filhos de Israel disseram-lhes: Quem dera que nós morrêssemos por mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! Porque nos tendes tirado para este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão.

4.Então, disse o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá e colherá cada dia a porção para cada dia, para que eu veja se anda em minha lei ou não.

5.E acontecerá, ao sexto dia, que prepararão o que colherem; e será o dobro do que colhem cada dia.

6.Então, disse Moisés e Arão a todos os filhos de Israel: À tarde sabereis que o Senhor vos tirou da terra do Egito,

7.e amanhã vereis a glória do Senhor, porquanto ouviu as vossas murmurações contra o Senhor; porque quem somos nós para que murmureis contra nós? 

1Corintios 10:

10.E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor.

11.Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos. 

INTRODUÇÃO

Na caminhada espiritual do cristão, a murmuração representa um perigo sutil, capaz de minar a fé e a comunhão entre os irmãos. Ao longo das Escrituras, encontramos exemplos marcantes que ilustram as consequências desastrosas desse comportamento. Desde os tempos do Antigo Testamento, como registrado em Números 14:27, até as orientações apostólicas do Novo Testamento, como em Filipenses 2:14, a murmuração é tratada como um obstáculo à vida cristã frutífera e harmoniosa.

Nesta Lição, exploraremos o perigo representado pela murmuração, analisando suas causas, consequências e como podemos superá-la em nossa caminhada de fé.

I. A MURMURAÇÃO NA BÍBLIA

1. O que é murmurar?

Segundo as Escrituras Sagradas, “murmurar” é mais do que simplesmente expressar descontentamento ou queixas; envolve uma atitude de desaprovação constante, acompanhada por uma disposição de coração rebelde e crítica. As palavras hebraicas e gregas usadas para descrever a murmuração sugerem um murmúrio baixo, uma expressão de descontentamento em um tom sussurrante, muitas vezes feito secretamente ou em conspiração contra alguém ou algo.

ü  No hebraico: verbo "liyn". Este termo significa "resmungar" ou "queixar-se". É usado em passagens como Números 14:36 para descrever a murmuração dos israelitas no deserto.

ü  No grego: verbo "goggúzõ". Esta palavra grega significa "murmurar", "queixar-se" ou "dizer algo contra, em um tom baixo". É usada, por exemplo, em João 7:32, onde descreve a murmuração das pessoas contra Jesus.

Essa atitude de murmuração pode se manifestar de várias formas, desde reclamações abertas e diretas até comentários negativos feitos nas entrelinhas, insinuações e fofocas.

A murmuração pode surgir em momentos de dificuldade, frustração, ou mesmo em situações aparentemente triviais do cotidiano.

No contexto bíblico, vemos exemplos de murmuração contra Deus, líderes espirituais e até mesmo entre irmãos. Os israelitas, por exemplo, murmuraram repetidamente durante sua jornada no deserto, questionando a liderança de Moisés e rebelando-se contra as instruções de Deus. Essa murmuração resultou em consequências graves e até mesmo em punição divina.

Veja alguns exemplos na Bíblia:

a)    Murmuração contra Deus:

·         Êxodo 16:2,3. Os israelitas murmuraram contra Moisés e Arão no deserto, mas sua queixa era contra Deus, pois reclamavam da falta de comida.

·         Números 14:27-29. Os israelitas murmuraram contra Deus no deserto após os relatos dos espias sobre a terra prometida.

b)   Murmuração contra líderes espirituais:

·         Números 16:11. Corá, Datã e Abirão murmuraram contra Moisés e Arão, questionando sua liderança e autoridade designadas por Deus.

·         1Samuel 8:6-8. O povo de Israel murmurou contra o governo teocrático liderado por Samuel e pediu um rei humano.

c)    Murmuração entre irmãos:

·         Atos 6:1,2. Houve murmuração entre os discípulos porque as viúvas gregas estavam sendo negligenciadas na distribuição diária de alimentos.

·         1Coríntios 1:10. Paulo exorta os crentes em Corinto a não haver divisões entre eles, indicando a presença de murmuração e desunião na igreja.

Esses são apenas alguns exemplos que demonstram como a murmuração pode se manifestar em diferentes contextos e relacionamentos no meio do povo de Deus, mostrando a importância de combater essa atitude com amor, paciência e respeito mútuo.

Portanto, murmurar não é apenas uma expressão de descontentamento, mas uma postura de rebeldia e falta de fé. É uma tentativa de minar a autoridade e a vontade de Deus, bem como a harmonia e unidade entre os irmãos.

2. O comportamento dos murmuradores

O comportamento dos murmuradores, conforme observado nos relatos bíblicos, é caracterizado por uma série de atitudes e padrões de pensamento que revelam uma falta de contentamento, gratidão e confiança em Deus. Aqui estão algumas características desse comportamento:

a)   Ingratidão. Os murmuradores frequentemente expressam insatisfação e reclamações em relação às circunstâncias da vida, mesmo quando têm sido abençoados por Deus. Eles se esquecem das bênçãos recebidas e se concentram nos aspectos negativos.

·         Em Números 11:4-6, o povo de Israel murmura contra Moisés e expressa desejo de voltar ao Egito, desconsiderando as bênçãos que receberam de Deus.

·         Em Salmos 106:25, o salmista descreve a murmuração dos israelitas no deserto, destacando sua falta de gratidão pelos milagres e livramentos de Deus.

b)   Falta de confiança em Deus. A murmuração muitas vezes reflete uma falta de fé e confiança em Deus. Em vez de confiar na providência divina e na sabedoria de Deus, os murmuradores duvidam do cuidado e da provisão de Deus para suas vidas.

·         Em Números 14:2,3, os israelitas duvidam da capacidade de Deus de levá-los à Terra Prometida, mesmo após testemunharem Seus poderosos feitos.

·         Em Mateus 6:25-34, Jesus exorta Seus seguidores a confiar na providência divina e não se preocuparem com as necessidades materiais.

c)   Crítica e negatividade. Os murmuradores tendem a criticar constantemente os outros e a situação ao seu redor. Eles destacam o que está errado em vez de reconhecer o que é bom e louvável.

·         Em Números 12:1,2, Miriã e Arão criticam Moisés por causa de sua esposa, demonstrando uma atitude crítica e negativa.

·         Em Filipenses 2:14,15, Paulo instrui os filipenses a fazerem todas as coisas sem murmurações nem contendas, para que possam brilhar como luzes no mundo.

d)   Descontentamento constante. Murmuradores estão sempre em busca do que falta, em vez de apreciar o que já têm. Eles nunca estão satisfeitos e estão sempre procurando razões para reclamar.

·         Em Êxodo 16:2,3, o povo de Israel murmura por causa da falta de comida no deserto, mesmo após Deus ter acabado de libertá-los da escravidão no Egito.

·         Em Filipenses 4:11,12, Paulo aprendeu a estar contente em todas as circunstâncias, demonstrando a importância do contentamento em todas as situações.

e)   Falta de humildade e submissão. A murmuração muitas vezes revela um coração orgulhoso e teimoso, que se recusa a se submeter à vontade de Deus e às autoridades estabelecidas por Ele.

·         Em Números 16:1-3, Corá, Datã e Abirão se rebelam contra Moisés e Arão, desejando para si mesmos uma posição de liderança que não lhes foi dada por Deus.

·         Em Hebreus 13:17, os crentes são instruídos a obedecer e submeter-se aos líderes espirituais, reconhecendo sua autoridade e ensinamentos.

Essas características mostram como o comportamento dos murmuradores pode ser prejudicial não apenas para sua própria saúde espiritual e emocional, mas também para a unidade e o testemunho da comunidade de fé como um todo. Portanto, é crucial cultivar uma atitude de gratidão, confiança em Deus e contentamento em todas as circunstâncias da vida.

3. O crente murmurador

O crente murmurador é alguém que, apesar de afirmar sua fé em Cristo e possuir o Espírito Santo em sua vida, se entrega à prática da murmuração. Isso revela uma falta de disciplina espiritual e um descuido com as virtudes do Espírito Santo, como mencionado em Gálatas 5:16.

Ao se tornar um murmurador, o crente se torna um instrumento nas mãos do Maligno, permitindo que o Diabo o domine e o utilize para suas próprias finalidades. Essa atitude vai contra a obra de Cristo no mundo e mina a credibilidade do testemunho cristão.

Além disso, a murmuração afeta profundamente a alma do crente murmurador, tornando-a doente e impedindo que ele manifeste a alegria, a bondade e a gratidão que deveriam caracterizar um seguidor de Cristo. Como Jesus ensinou em Mateus 6:22,23, se os olhos do crente forem bons, seu corpo estará cheio de luz, mas a murmuração obscurece essa luz, levando a uma vida espiritual opaca e desagradável.

Portanto, é essencial que o crente reconheça o perigo da murmuração e busque viver em obediência aos ensinamentos de Cristo, cultivando uma atitude de gratidão, contentamento e confiança em Deus em todas as circunstâncias.

II. MURMURAÇÃO: IMPEDIMENTO DA PRIMEIRA GERAÇÃO À TERRA PROMETIDA

1. A murmuração contra os líderes escolhidos por Deus

A murmuração contra os líderes escolhidos por Deus no Antigo Testamento é um tema recorrente que ilustra a gravidade desse pecado e suas consequências. Deus designou Moisés e seu irmão Arão como líderes do povo de Israel durante o êxodo do Egito em direção à Terra Prometida (Êxodo 7:1,2). No entanto, mesmo após testemunhar os grandes livramentos realizados por meio desses líderes, o povo frequentemente murmurava e se queixava contra eles (Êxodo 16:3).

Essa murmuração era uma expressão de incredulidade e falta de fé no plano e na liderança de Deus. Em vez de confiar na promessa de Deus e na orientação dos líderes que Ele havia designado, o povo se entregou à descrença e à insatisfação, culminando em murmúrios contra Moisés e Arão. Essa atitude revelava uma escolha pelo mal, pois os murmuradores optavam por ignorar os benefícios concedidos por Deus e focavam apenas em suas próprias dificuldades e descontentamento.

O resultado dessa murmuração foi severo. A primeira geração que saiu do Egito não entrou na Terra Prometida, pois sua murmuração e rebelião contra Deus e seus líderes resultaram em consequências desastrosas. A murmuração minou a fé do povo, gerou desunião e desrespeito à liderança estabelecida por Deus, e, como resultado, essa geração foi impedida de desfrutar da promessa divina.

Essa narrativa nos ensina sobre a importância da confiança e obediência à liderança espiritual designada por Deus, bem como sobre os perigos da murmuração e da incredulidade. Devemos aprender com os erros do povo de Israel e buscar cultivar uma atitude de confiança e gratidão em relação aos líderes escolhidos por Deus em nossas vidas, evitando cair na armadilha da murmuração e descrença.

Atentemos para os seguintes textos bíblicos:

1Tessalonicenses 5:12,13:

12.Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam;

13.e que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam. Vivei em paz uns com os outros”.

Hebreus 13:17:

“Obedeçam aos seus líderes e sejam submissos a eles, pois zelam pela alma de vocês, como quem deve prestar contas. Que eles possam fazer isto com alegria e não gemendo; do contrário, isso não trará proveito nenhum para vocês”.

2. A murmuração contra Deus

A murmuração contra Deus é um comportamento que revela uma atitude de descontentamento e falta de confiança na providência divina. No relato do Êxodo do povo de Israel, vemos que, apesar de Deus prover o sustento diário do povo no deserto, eles frequentemente murmuravam e se queixavam contra Ele (Êxodo 16:4). Em vez de confiar na provisão de Deus e na Sua orientação, o povo demonstrava ingratidão e desconfiança, questionando as decisões e ações de Deus.

Essa murmuração contra Deus reflete uma falta de reconhecimento da soberania e bondade divinas. Em vez de buscar a Deus em humildade e gratidão, o povo se entregava à murmuração, expressando insatisfação e descontentamento com as circunstâncias da vida. No entanto, Deus, em Sua misericórdia, continuava a cuidar do Seu povo, mesmo diante de sua murmuração (Êxodo 16:12).

É importante reconhecer que Deus conhece as nossas necessidades e está sempre pronto para nos socorrer em nossas aflições. No entanto, Ele espera que nos aproximemos d'Ele com confiança e gratidão, em vez de nos entregarmos à murmuração e à ingratidão (Hebreus 4:16).

A murmuração contra Deus não apenas revela uma atitude de desconfiança e falta de fé, mas também pode nos afastar do Seu cuidado e bênção. Portanto, devemos buscar cultivar um coração grato e confiante na providência divina, evitando cair na armadilha da murmuração e da ingratidão.

3. Por que é perigoso murmurar?

De acordo com o ensinamento da Bíblia, a murmuração é perigosa por várias razões. Em primeiro lugar, ela reflete uma falta de confiança e gratidão para com Deus. Em vez de reconhecer Suas bênçãos e Seu cuidado constante, os murmuradores se queixam das circunstâncias e questionam a providência divina. Isso revela uma atitude de incredulidade e desrespeito para com Deus.

Além disso, a murmuração tem o potencial de corromper a mente e o coração daqueles que a praticam. Ao focar nas dificuldades e nos problemas, em vez de nas promessas e na fidelidade de Deus, os murmuradores se tornam cada vez mais cegos para Sua presença e ação em suas vidas. Isso os impede de experimentar a paz e a alegria que vêm da confiança em Deus.

Outro perigo da murmuração é o seu efeito corrosivo no meio da Igreja Local. Quando os crentes se entregam à murmuração, eles minam a unidade e a comunhão entre si, criando divisões e conflitos. Isso enfraquece o testemunho da igreja e prejudica sua capacidade de cumprir sua missão no mundo.

Além disso, a murmuração pode levar a consequências graves e até mesmo à disciplina divina. A Bíblia registra vários exemplos de julgamento sobre aqueles que murmuraram contra Deus e Sua liderança. Aqui estão alguns exemplos:

a)   Os Israelitas no Deserto. Após a libertação do Egito, os israelitas murmuraram repetidamente contra Moisés e contra Deus por causa de várias situações no deserto, como a falta de comida (Êxodo 16:2,3), a falta de água (Êxodo 17:2,3), e outros desafios (Números 14:27-29). Como consequência de sua murmuração e incredulidade, Deus os julgou, muitas vezes resultando em punições severas, como pragas e até mesmo morte (Números 14:29-35; Números 16:41-50).

b)   O Julgamento de Corá, Datã e Abirão. Corá, Datã e Abirão lideraram uma rebelião contra Moisés e Arão, murmurando contra sua liderança designada por Deus (Números 16:1-3). Como resultado, Deus julgou-os de forma terrível, abrindo a terra para que eles fossem engolidos vivos juntamente com suas famílias e seguidores (Números 16:31-35).

c)   Os Israelitas na jornada para Canaã. Durante sua jornada para a Terra Prometida, os israelitas murmuraram várias vezes contra Deus e contra Moisés, duvidando de Sua provisão e poder (Números 21:4-6). Como resultado, Deus enviou serpentes venenosas entre o povo, resultando em muitas mortes, até que eles se arrependessem e pedissem perdão (Números 21:6-9).

Esses exemplos ilustram como a murmuração contra Deus e Sua liderança resultou em julgamento e punição divina na história do povo de Israel. Eles nos alertam sobre a seriedade desse pecado e as consequências graves que ele pode trazer. Portanto, é importante que os crentes evitem a murmuração e cultivem uma atitude de gratidão, confiança e louvor a Deus, mesmo nas dificuldades e provações da vida.

Alguns textos bíblicos que destacam o potencial corruptivo da murmuração na mente e no coração daqueles que a praticam. Por exemplo:

Ø  Filipenses 2:14,15 (NVI) - "Façam tudo sem queixas nem discussões, para que venham a tornar-se puros e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no universo". Estes versículos destacam a importância de evitar queixas e discussões, indicando que tal atitude contribui para a pureza e a irrepreensibilidade dos filhos de Deus. Isso implica que a murmuração pode corromper e comprometer essa pureza.

Ø  Efésios 4:29 (NVI). "Não saia da boca de vocês nenhuma palavra prejudicial, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem". Este versículo adverte contra palavras prejudiciais, sugerindo que a murmuração não edifica os outros, mas, ao contrário, pode causar dano e corrupção tanto a quem murmura quanto aos que ouvem.

Esses são apenas dois exemplos que ilustram como a murmuração pode afetar a mente e o coração daqueles que a praticam, mostrando a importância de cultivar uma atitude positiva e edificante em vez de se entregar a queixas e murmurações.

III. MURMURAÇÃO: UM PECADO QUE NOS IMPEDE DE ENTRAR NA CANAÃ CELESTIAL

1. O fim dos israelitas murmuradores

A murmuração dos israelitas não foi um evento isolado, mas um padrão recorrente ao longo de sua jornada no deserto. Desde a saída do Egito, eles demonstraram uma tendência de reclamar e questionar as decisões de Deus e de Moisés. Essa atitude revelava uma falta de confiança na providência divina e uma disposição para se voltarem ao conforto do passado, mesmo que isso significasse retornar à escravidão no Egito.

A murmuração dos israelitas teve consequências severas. Em Números 14, após o relato dos espias que exploraram a Terra Prometida, a nação se rebelou contra Deus e Moisés, recusando-se a entrar na terra devido ao medo das dificuldades e dos habitantes da terra. Como resultado, Deus declarou que aquela geração não entraria na Terra Prometida, exceto Calebe e Josué. Eles vagariam no deserto até que todos os adultos dessa geração morressem, privados da promessa de uma terra abundante.

Para os crentes, a história dos israelitas murmuradores oferece várias lições práticas. Primeiramente, destaca a importância da fé e confiança em Deus, mesmo em tempos de incerteza e adversidade. Também enfatiza a importância da gratidão e da obediência, reconhecendo os benefícios das bênçãos de Deus e seguindo Seus mandamentos, mesmo quando parecem difíceis.

O fim dos israelitas murmuradores nos lembra da fidelidade de Deus em cumprir Suas promessas, mas também da responsabilidade do homem em responder com fé e obediência. Como cristãos, devemos aprender com os erros do passado e buscar viver em gratidão e confiança no Senhor, sabendo que Ele é fiel para conduzir-nos em nossa jornada espiritual. Portanto, a história dos israelitas murmuradores é muito mais do que um relato histórico, é um lembrete atemporal da importância da fé, obediência e gratidão na vida do crente, e das consequências da descrença e murmuração.

2. O destino dos murmuradores

À luz dos relatos do livro de Números, o apóstolo Paulo faz uma séria advertência ao povo da Nova Aliança: “e não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor” (1Coríntios 10:10). Embora o contexto original deste texto faça referência à morte física dos israelitas murmuradores no deserto, a advertência de Paulo também pode ser entendida no contexto espiritual.

Aqueles que persistem na murmuração podem experimentar uma morte espiritual gradual, caracterizada pela ausência de vida espiritual vibrante e pela presença do pecado não confessado e não tratado. Essa morte espiritual pode eventualmente se manifestar em consequências físicas e emocionais, afetando a saúde e o bem-estar geral.

Aqueles que se entregam à murmuração podem gradualmente perder o interesse e o prazer nas práticas espirituais, como a oração, a leitura da Bíblia, a comunhão com outros crentes e serviço ao próximo. A atitude negativa e crítica pode obscurecer a visão espiritual, tornando difícil experimentar a alegria e a plenitude que vêm da presença de Deus.

A murmuração representa um obstáculo significativo no processo de santificação do crente. Para progredir na vida cristã e crescer em maturidade espiritual, é essencial abandonar a murmuração e cultivar uma atitude de gratidão, confiança e submissão à vontade de Deus. Isso envolve a renovação da mente e a busca contínua pela transformação pelo Espírito Santo.

Em resumo, o destino dos murmuradores é um alerta para os crentes sobre os perigos espirituais da murmuração. É um chamado à vigilância espiritual, à renovação do coração e à busca contínua pela comunhão com Deus, evitando as armadilhas da insatisfação e da incredulidade.

Ao abandonar a murmuração e abraçar uma atitude de fé, gratidão e obediência, os crentes podem experimentar a plenitude da vida espiritual e viver em conformidade com os propósitos de Deus.

3. Os males da murmuração

A murmuração é uma prática prejudicial que pode causar uma série de males tanto na vida da Igreja Local quanto no caráter espiritual do indivíduo. Veja alguns males da murmuração:

a)   Desânimo espiritual e contendas comunitárias. A murmuração dentro da Igreja Local pode minar o ânimo espiritual dos membros, gerando descontentamento e desunião. As conversas negativas e críticas podem levar a contendas e conflitos entre os irmãos, prejudicando a comunhão e o testemunho da igreja perante a sociedade.

b)   Rebeldia espiritual e divisões ministeriais. A murmuração muitas vezes está ligada à rebeldia espiritual, onde os indivíduos se recusam a aceitar a autoridade espiritual estabelecida por Deus na igreja. Isso pode levar a divisões ministeriais, onde grupos dissidentes se separam do corpo principal, enfraquecendo assim o testemunho e a eficácia do trabalho ministerial.

c)   Destruição da comunhão da Igreja. A murmuração pode corroer a comunhão da igreja, minando a confiança e o respeito entre os membros. Quando os crentes se ocupam em fofocas e críticas constantes, torna-se difícil experimentar a verdadeira comunhão e compartilhar as bênçãos espirituais em conjunto.

d)   Afastamento do Espírito Santo. A murmuração está intrinsecamente ligada a outros pecados, como mentira, calúnia e difamação. Essas obras carnais entristecem o Espírito Santo e o afastam da vida do crente. Uma pessoa dominada por tais práticas não pode experimentar a plenitude do Espírito Santo em sua vida, resultando em um declínio espiritual e afastamento da presença de Deus (Ef.4:30; Gl.5:19-21).

e)   Atração de outros pecados. A murmuração serve como um portal para outros pecados, como idolatria, rebelião, adultério e blasfêmia contra Deus. Ao permitir que a murmuração domine suas vidas, os indivíduos abrem a porta para uma espiral descendente de pecado e distanciamento de Deus.

f)    Estagnação espiritual e serviço ao Inimigo. Aqueles que se entregam à murmuração acabam estagnando em sua jornada espiritual, incapazes de progredir na fé e no conhecimento de Deus. Além disso, ao se envolverem em comportamentos contrários ao caráter de Cristo, acabam prestando serviço ao inimigo e comprometendo seu testemunho como filhos de Deus.

Em suma, os males da murmuração são vastos e profundos, afetando não apenas a vida da Igreja Local, mas também o caráter espiritual e a comunhão pessoal com Deus. É vital que os crentes estejam vigilantes contra esse pecado, buscando viver em harmonia, amor e unidade, e evitando as armadilhas da murmuração e da divisão. O nosso Senhor disse que o reino dividido contra si mesmo é “devastado” e não “subsistirá“ (Mt.12:25; cf. Lc.1:17-22).

CONCLUSÃO

Este estudo sobre o Perigo da Murmuração na vida do crente destaca a seriedade desse pecado e suas consequências devastadoras tanto na comunidade da fé quanto na vida espiritual individual. A murmuração não é apenas uma expressão de descontentamento passageiro, mas uma atitude que revela um coração endurecido e descrente, afastando-se da comunhão com Deus e minando a unidade e o testemunho da Igreja.

Diante desse perigo, é imperativo que os crentes estejam vigilantes contra a murmuração, cultivando uma atitude de gratidão, fé e submissão à vontade de Deus. Devemos buscar a unidade e a comunhão na igreja, evitando fofocas e críticas prejudiciais, e dedicando-nos ao amor mútuo e ao serviço ao próximo. Somente assim podemos preservar a saúde espiritual da Igreja Local e continuar a avançar na jornada da santificação, vivendo em conformidade com os propósitos de Deus para nossas vidas.