Texto Base: Mateus 25.41-46
“Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt.25:41).
Mateus 25:
41.Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;
42.porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;
43.sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e estando enfermo e na prisão, não me visitastes.
44.Então, eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão e não te servimos?
45.Então, lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim.
46.E irão estes para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna.
INTRODUÇÃO
O estudo sobre o Inferno é indiscutivelmente um dos mais complexos e controversos dentro do contexto teológico. Enquanto algumas tradições religiosas abordam o Inferno como um lugar de punição eterna para os pecadores, outras interpretam-no de maneiras diversas, incluindo alegorias ou símbolos de consequências espirituais negativas. No entanto, a perspectiva cristã tradicional tem mantido a ideia de um Inferno como um local de tormento eterno para os que são condenados.
Sem dúvida é um dos assuntos principais do Novo Testamento. Jesus ensinou de forma enfática a realidade do Inferno nos Evangelhos. Aliás, Ele ensinou mais a respeito do Inferno que do Céu nas páginas dos Evangelhos. Portanto, o Inferno é real e ele não foi preparado para o ser humano, e a sua realidade é um alerta para nós ao longo de nossa jornada cristã.
Neste estudo, exploraremos a realidade bíblica do Inferno, mergulhando nas Escrituras Sagradas para entendermos como a Bíblia descreve e contextualiza esse conceito. Embora seja um assunto difícil e muitas vezes perturbador, é crucial examiná-lo com seriedade, considerando seu impacto na compreensão da natureza de Deus, da moralidade e da vida após a morte. Ao longo deste estudo, buscaremos esclarecer as seguintes questões: o Pensamento humano a respeito do Inferno; como a Palavra inferno aparece na Bíblia; a Doutrina bíblica do Inferno.
I. O PENSAMENTO HUMANO A RESPEITO DO INFERNO
1. Filósofos e teólogos de mente cauterizadas
Aqueles que vivem na incredulidade, submersos nas sombras deste mundo, frequentemente rejeitam a existência do Inferno de forma imediata. Alguns filósofos humanistas argumentam que a ideia bíblica do Inferno não se alinha com os valores éticos modernos. Teólogos contemporâneos e pós-modernos, questionando a inspiração plenária da Bíblia, buscam enfraquecer a doutrina bíblica do inferno, rotulando-a como uma concepção pagã a ser eliminada das escrituras. Há também aqueles que, admitindo a possibilidade do inferno, sugerem que seja apenas temporário, com a promessa de purificação e uma segunda chance para entrada no céu.
Contudo, em discordância com essas visões, os ensinamentos bíblicos afirmam a realidade do Inferno como um lugar de punição eterna para os que rejeitam a graça de Deus e persistem no pecado. A Bíblia, em seus diversos relatos e ensinamentos, descreve o Inferno como um destino terrível reservado aos ímpios e desobedientes. Jesus Cristo, em seus ensinamentos, fala claramente sobre a realidade do Inferno e adverte sobre as consequências da rejeição da verdade divina.
Portanto, em conformidade com os ensinamentos das Escrituras Sagradas, é imperativo reconhecer e aceitar a existência do Inferno como uma realidade espiritual. Negar ou reinterpretar essa verdade fundamental compromete a integridade das Escrituras e mina a mensagem central do evangelho. Em vez disso, devemos buscar compreender e aceitar o significado do Inferno dentro do contexto da fé cristã, reconhecendo-o como uma expressão da justiça e do amor de Deus.
2. O ensino do Universalismo
O ensino do Universalismo, que propõe que todas as pessoas alcançarão a salvação e entrarão no Céu, é uma interpretação que diverge substancialmente dos ensinamentos bíblicos. Embora essa perspectiva possa parecer reconfortante à primeira vista, ela se choca diretamente com muitos princípios e narrativas encontradas nas Escrituras Sagradas.
A Bíblia apresenta claramente a noção de escolha moral e responsabilidade pessoal diante de Deus. Ela retrata Deus como um ser de amor, mas também como justo e soberano. Deus concede aos seres humanos o livre-arbítrio para escolher entre o bem e o mal, entre seguir a Ele ou rejeitá-Lo. Essa escolha tem implicações eternas, conforme exemplificado em passagens como João 3:16, que afirma que aqueles que creem em Jesus terão a vida eterna, enquanto os que não creem já estão condenados.
Além disso, a Bíblia retrata o Inferno como um lugar real de punição para os ímpios e desobedientes. Jesus Cristo, em seus ensinamentos, fala frequentemente sobre a realidade do Inferno e adverte sobre as consequências da rejeição da verdade divina. Por exemplo, em Mateus 25:46, Ele fala sobre a separação eterna entre os justos e os ímpios, indicando que a punição eterna é uma realidade para aqueles que rejeitam a Deus.
A ideia de que todos são automaticamente filhos de Deus e, portanto, destinados à salvação, ignora a necessidade de arrependimento, fé e reconciliação com Deus, conforme ensinado na Bíblia. Embora Deus deseje que todos sejam salvos (1Timóteo 2:4), Ele também exige uma resposta pessoal e comprometida com Ele.
Portanto, à luz das Escrituras Sagradas, o ensino do Universalismo não encontra respaldo, pois contradiz os ensinamentos claros da Bíblia sobre a natureza de Deus, o livre-arbítrio humano e as consequências da escolha moral. Em vez disso, devemos buscar uma compreensão fiel das verdades reveladas nas Escrituras, reconhecendo a soberania de Deus e a responsabilidade pessoal do homem diante d'Ele.
3. O alerta apostólico
O alerta apostólico sobre os falsos ensinos relativos ao Inferno, conforme expresso nas epístolas de Paulo, é uma chamada importante para discernimento e fidelidade às Escrituras Sagradas.
Paulo adverte sobre aqueles que, sob a aparência de piedade, distorcem a verdade fundamental do ensinamento bíblico sobre o Inferno. Esses falsos mestres, ao invés de abraçarem a eficácia da mensagem divina, a rejeitam em favor de suas próprias interpretações e agendas. Paulo descreve esses falsos mestres como indivíduos que resistem à verdade, optando por seguir doutrinas que são contrárias à revelação divina.
Ao contextualizar esses alertas apostólicos para os dias atuais, podemos reconhecer a importância contínua de permanecermos vigilantes contra falsas doutrinas e ensinamentos.
Em um mundo onde diversas interpretações e ideologias competem por nossa atenção, é essencial que retornemos sempre às Escrituras como nossa autoridade final e incontestável. Devemos estar atentos aos sinais de distorção ou negação da verdade bíblica sobre o Inferno, mantendo-nos firmes na fé e na busca pela verdade genuína.
Portanto, o alerta apostólico nos lembra da necessidade de discernimento espiritual e compromisso com a ortodoxia cristã, especialmente diante da disseminação de ensinamentos enganosos e falsas interpretações das Escrituras. Este chamado à vigilância é um lembrete oportuno para todos os crentes, incentivando-nos a permanecer fiéis à Palavra de Deus e a rejeitar qualquer ensinamento que contradiga sua verdade essencial.
Aqui estão alguns textos bíblicos mencionados pelo apóstolo Paulo que abordam os falsos ensinos e ensinadores:
Ø 2Timóteo 3:5 - "Tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder. Afasta-te também desses".
Ø 2Timóteo 3:8 - "E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé".
Ø 1Timóteo 4:1 - "Ora, o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios".
Estes versículos destacam a preocupação de Paulo com a presença de falsos ensinos e falsos mestres que distorcem a verdadeira mensagem do evangelho. Jesus também foi enfático: "Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores" (Mateus 7:15).
II. COMO A PALAVRA INFERNO APARECE NA BÍBLIA
1. No Antigo Testamento
No Antigo Testamento, a palavra "inferno" não é diretamente usada como é comumente entendida em contextos teológicos cristãos contemporâneos. Em vez disso, o termo principal usado é "Sheol", que se refere à morada dos mortos ou à sepultura. No entanto, em algumas traduções da Bíblia para o português, "inferno" é usado como uma tradução para "Sheol" em certos versículos.
É importante observar que a compreensão do "inferno" como um lugar de castigo eterno não era tão desenvolvida no Antigo Testamento como é na teologia cristã posterior.
Aqui estão alguns versículos onde "Sheol" é traduzido como "inferno" em algumas versões da Bíblia:
ü Salmo 9:17 (ARA): "Os ímpios serão lançados no inferno, como também todas as nações que se esquecem de Deus".
ü Salmo 16:10 (ARA): "Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção".
ü Salmo 55:15 (ARA): "Que a morte os apanhe, e vivos desçam ao inferno; pois há maldade nas suas habitações e no meio deles".
ü Provérbios 15:24 (ARA): "O caminho da vida leva para cima ao sábio, para que se desvie do inferno que está em baixo".
ü Isaías 5:14 (ARA): "Por isso, o inferno grandemente se alargou, e se abriu a sua boca desmesuradamente; e para lá descerão o seu esplendor, a sua multidão, e a sua pompa, e os que entre eles se alegram".
É importante notar que em algumas traduções mais modernas da Bíblia, como a NTLH (Nova Tradução na Linguagem de Hoje) e a NVI (Nova Versão Internacional), o termo "Sheol" é geralmente traduzido como "sepultura" ou simplesmente mantido como "Sheol", em vez de ser traduzido como "inferno". Isso reflete uma abordagem mais precisa em relação ao significado original da palavra hebraica.
2. No Novo Testamento
No Novo Testamento, a palavra "inferno" é traduzida a partir de três palavras gregas principais: "hades", "tártaro" e "geena".
a) Hades: é traduzido do termo grego equivalente à palavra hebraica "Sheol", referindo-se geralmente ao lugar de repouso dos mortos ou à morada dos espíritos após a morte. Embora em algumas passagens possa se referir especificamente a um lugar de castigo, como em Lucas 16:23, onde é descrito como o lugar onde o rico injusto foi após a morte. Também é mencionado em Mateus 11:23 e Lucas 10:15 como um lugar associado com castigo.
b) Tártaro: Esta palavra é mencionada apenas uma vez no Novo Testamento, em 2Pedro 2:4, onde se refere ao lugar de confinamento dos anjos rebeldes. Tártaro é um termo que evoca a ideia de um abismo profundo, uma prisão para os seres espirituais malignos.
c) Geena: Este termo é usado 12 vezes no Novo Testamento e é a palavra que mais se aproxima da ideia moderna de "inferno" como um lugar de castigo eterno. "Geena" é uma palavra grega que deriva do hebraico "Gehenna", referindo-se ao Vale de Hinom, um lugar nos arredores de Jerusalém associado com a adoração pagã e sacrifícios rituais, inclusive de crianças ao falso deus Moloque. Jesus frequentemente usou essa palavra para descrever o destino final dos ímpios e a natureza do julgamento divino (Mateus 5:22, 29-30; 10:28; 18:9; 23:15, 33; Marcos 9:43,45,47; Lucas 12:5).
Essas palavras fornecem diferentes nuances e compreensões do que é traduzido como "inferno" nas traduções da Bíblia em português, abrangendo desde o local de repouso dos mortos até o lugar de castigo eterno.
Lago de Fogo e Enxofre: o Inferno propriamente dito
O Novo Testamento, também, trata do “Lago de Fogo e Enxofre” (Ap.20:14,15). Diz respeito de uma prisão eterna, pois, segundo informou o Senhor Jesus, foi o lugar preparado para Satanás viver, na eternidade: “... Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt.25:41); é o Inferno propriamente dito. Será nesse lugar tenebroso onde serão lançados os ímpios condenados no Julgamento Final, diante do Trono Branco, onde já estarão o Anticristo, o Falso profeta e Satanás (Ap.20:15) - “... de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre” (Ap.20:10).
Segundo expressou Timothy J. Demy, atualmente, não há ninguém no “lago de fogo”. A localização de todos os ímpios mortos desde o início da criação é, no Antigo Testamento, o “Seol” e, no Novo Testamento, o “Hades”. Segundo Lucas 16, este lugar é bastante parecido com o Lago de Fogo, mas não igual. Depois do julgamento do Grande Trono Branco, todos os anjos caídos e a humanidade incrédula passarão a eternidade no Lago de Fogo. Os crentes, porém, entrarão no Céu e viverão eternamente na presença de Deus (Timothy J.Demy. Enciclopédia Popular de Profecia bíblica. p. 302. CPAD. 2015).
Portanto, a eterna separação de Deus é o destino eterno dos incrédulos; é o que a Bíblia considera de segunda morte (Ap.20:14) - “Aqueles que forem lançados no ‘lago de fogo’ passarão pela ‘segunda morte’ (Ap.2:11; 21:8), que não é igual à primeira que é física e temporal. A primeira morte é apenas a interrupção da existência na Terra, mas a segunda não traz nenhuma interrupção. Aqueles que rejeitam o chamado de Deus, cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida, enfrentarão um terrível julgamento e um futuro ainda mais funesto. ‘Se o Céu é, em muitos graus, mais maravilhoso do que sua descrição em Apocalipse 21:1-22:5, também a condenação eterna é, em muitos graus, mais terrível do que se retrato aqui’ (Ap.20:13-15)” (Timothy J.Demy. Enciclopédia Popular de Profecia bíblica. p. 302.CPAD.2015).
Alguns dizem que os salvos também hão de ser julgados no Juízo Final, mas isso contraria o que Jesus afirmou, em João 5:24: "Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entrará em juízo, mas passou da morte para a vida" (ARA). Portanto, o salvo em Cristo tem a vida eterna hoje e não será mais julgado quanto ao pecado (cf. Rm.8:1,33,34), a menos que se desvie do caminho da justiça (2Pd.2:20-22; Mt.24:13; Ap.3:5).
Portanto, o resultado do Juízo Final será o Inferno, a separação eterna de Deus - “o lago de fogo e enxofre”. Esta advertência não pode passar despercebida. Está bem claro que o visto de entrada para o Céu é ter o nosso nome escrito no Livro da Vida. Para isso é preciso, hoje, que a pessoa aceite Jesus, enquanto ainda Ele é o Salvador e Advogado (1João 2:1). No Juízo Final não haverá nenhuma chance para alguém se salvar ou ter seus pecados perdoados. Naquele grande Tribunal Jesus será Juiz e não mais Salvador e nem Advogado (2Tm 4:1).
Conta-se que um fazendeiro, muito rico, cometeu um crime, um homicídio. Para defendê-lo contratou um famoso advogado. Este, usando seu prestígio e capacidade, foi adiando sempre o julgamento, enquanto seu cliente permanecia respondendo o processo, em liberdade. O advogado, contudo, nesse ínterim, prestou concurso para a magistratura e foi empossado como juiz. O fazendeiro, quando soube, ficou muito feliz. Enviou uma carta felicitando o juiz e manifestando sua confiança e certeza na sua absolvição. O juiz ao enviar seu agradecimento, fez, contudo, constar o seguinte: "Eu era o seu advogado. Fiz tudo para defendê-lo. Agora, porém, eu sou o seu juiz e vou julgá-lo com justiça”. O Senhor Jesus é, hoje, nosso Advogado. Certamente que o seu desejo é o de justificar o pecador, diante do Pai. Porém, a partir do momento em que o homem partir para a eternidade, sem salvação, o mesmo Jesus passa a ser o seu Juiz, Aquele que, no Grande Trono Branco, julgará, com justiça - “...Ele é o que por Deus foi constituído Juiz dos vivos e dos mortos” (Atos 10:41).
III. A DOUTRINA BÍBLICA DO INFERNO
1. O conceito bíblico de Inferno
O conceito bíblico de "Inferno" envolve várias passagens e interpretações teológicas. Enquanto algumas referências bíblicas descrevem um lugar de castigo eterno para os ímpios, outras detalham a punição dos anjos caídos e dos seguidores do Diabo.
ü Mateus 25:41. Neste versículo, Jesus fala sobre o destino dos ímpios no julgamento final, dizendo: "Então, ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: 'Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos'". Aqui, o "fogo eterno" é associado com o destino dos ímpios, preparado originalmente para o Diabo e seus anjos rebeldes.
ü 2Pedro 2:4. Pedro menciona a punição dos anjos que pecaram, dizendo: "Pois, se Deus não poupou anjos quando pecaram, mas os lançou no inferno, prendendo-os em abismos tenebrosos, reservando-os para juízo". Isso sugere que o "inferno" é um lugar de confinamento para os anjos rebeldes.
ü Judas 1:6. Este versículo também faz referência à punição dos anjos que não guardaram sua posição original, sendo lançados em algemas de escuridão, reservados para o juízo do grande Dia.
ü Apocalipse 20:10. Aqui, o destino final do Diabo é descrito, sendo lançado no lago de fogo e enxofre, onde será atormentado dia e noite para todo o sempre.
ü 2Coríntios 4:4. Embora não mencione diretamente o "Inferno", este versículo fala sobre o papel do Diabo como "o deus deste século", indicando sua influência sobre aqueles que não creem em Deus e que estão sob seu domínio.
Portanto, de acordo com a interpretação bíblica, o "Inferno" é um lugar real de punição eterna preparado para Satanás e seus seguidores, incluindo anjos rebeldes e os ímpios que rejeitam a Deus. É um destino terrível reservado para aqueles que persistem no pecado e na rebelião contra Deus, conforme descrito em várias passagens das Escrituras Sagradas.
2. O que ensina a doutrina?
A doutrina bíblica sobre o Inferno ensina que é um lugar real de punição eterna para aqueles que rejeitam a Deus e persistem no pecado. Aqui estão alguns pontos importantes que a doutrina bíblica aborda:
a) Existência real do Inferno. O ensino bíblico afirma a existência real do Inferno como um lugar de punição após a morte para os ímpios. Versículos como Mateus 10:28, Mateus 23:33, Marcos 9:43 e Lucas 12:5 destacam a realidade e a seriedade desse lugar de tormento.
b) Punição eterna. O Inferno é retratado como um estado de punição eterna, onde aqueles que o habitam sofrem tormento sem fim. Essa punição é descrita como algo terrível e sem esperança, como em Mateus 25:41, onde Jesus fala sobre o fogo eterno preparado para o Diabo e seus anjos.
c) Separação de Deus. Uma das características fundamentais do Inferno é a completa separação de Deus e de Sua presença. Aqueles que estão no Inferno não têm comunhão com Deus e estão eternamente separados Dele, conforme retratado em Mateus 25:41.
d) Punição integral. A doutrina bíblica ensina que a punição no Inferno é integral, afetando não apenas a alma, mas também o corpo. O sofrimento no Inferno é descrito como físico e espiritual, envolvendo todos os aspectos do ser humano.
e) Presença de Satanás e demônios. O Inferno é retratado como o lugar onde Satanás e seus demônios também estão presentes. Aqueles que rejeitam a Deus acabam compartilhando o destino desses seres malignos, conforme descrito em Mateus 25:41.
Portanto, de acordo com a doutrina bíblica, o Inferno é um lugar real de punição eterna para os ímpios, caracterizado pela separação de Deus, tormento eterno e a presença de Satanás e seus demônios. É um destino terrível que a Bíblia adverte os seres humanos a evitarem através da fé em Cristo e da obediência ao Seu evangelho.
3. O castigo será eterno
O ensino bíblico sobre o castigo eterno é enfático e claro, demonstrando a realidade do Inferno como um lugar de punição eterna para aqueles que rejeitam a Deus e persistem no pecado. As passagens do Novo Testamento destacam diversas características desse castigo:
a) Fogo inextinguível. Jesus fala sobre o fogo inextinguível em Mateus 3:12 e Marcos 9:43,48, retratando o fogo como um elemento de tormento eterno.
b) Fornalha acesa. Em Mateus 13:42,50, Jesus compara o Inferno a uma fornalha acesa, enfatizando a intensidade do sofrimento daqueles que estão sob o julgamento de Deus.
c) Trevas. As Escrituras descrevem o Inferno como um lugar de trevas, como mencionado em Mateus 8:12 e 22:13, simbolizando a separação completa da luz e da presença de Deus.
d) Fogo eterno e Lago de Fogo. O fogo eterno e o Lago de Fogo são termos usados para descrever o destino final dos ímpios, conforme visto em Mateus 25:41 e em várias passagens de Apocalipse (19:20; 20:10,14,15).
Enfim, o castigo eterno é apresentado como uma consequência direta do pecado e da rebelião contra Deus. A Bíblia ensina que todos os que não se arrependem de seus pecados enfrentarão o juízo divino e serão lançados no Inferno após o julgamento do Grande Trono Branco, conforme descrito em Apocalipse 20:11-15.
É fundamental ressaltar que a ida do ser humano para o Inferno não é uma decisão de Deus, mas sim uma escolha pessoal daqueles que rejeitam a salvação oferecida por meio de Jesus Cristo. A decisão de aceitar ou rejeitar a Cristo determinará o destino eterno de cada indivíduo, conforme ensinado em Mateus 25:46 e João 5:26. Assim, a escolha de passar a eternidade com Cristo no Céu ou sem Ele no Inferno é uma decisão pessoal e crucial que cada indivíduo deve fazer.
CONCLUSÃO
O estudo sobre a realidade bíblica do Inferno revela um ensino claro e consistente ao longo das Escrituras sobre a existência de um lugar de punição eterna para aqueles que rejeitam a Deus e persistem no pecado. O Inferno é retratado como um lugar de tormento inextinguível, trevas e separação eterna da presença de Deus, conforme descrito em diversas passagens do Novo Testamento, tais como Mateus 25:41, Marcos 9:43, Lucas 12:5, e Apocalipse 20:10. Essa doutrina não apenas enfatiza a seriedade do juízo divino sobre o pecado, mas também ressalta a justiça e a santidade de Deus.
O castigo eterno é apresentado como uma consequência direta da escolha pessoal de rejeitar a salvação oferecida por meio de Jesus Cristo, como destacado em João 3:16-18.
No entanto, a realidade do Inferno não é uma expressão do desejo de Deus de condenar, mas sim uma consequência da livre vontade humana em se afastar da graça e do perdão divino. A mensagem central das Escrituras é de que Deus deseja que todos se arrependam e sejam salvos, como expresso em 2Pedro 3:9.
Portanto, enquanto o ensino sobre o Inferno pode ser sombrio, ele também ressalta a importância da decisão pessoal de aceitar a salvação em Cristo e viver em obediência a Ele.
A realidade do Inferno serve como um chamado urgente ao arrependimento e à fé em Deus, destacando a necessidade de cada indivíduo escolher sabiamente seu destino eterno.