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DESENVOLVENDO UMA CONSCIÊNCIA DE SANTIDADE

Texto Base: 1Pedro 1:13-21

“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14).

1Pedro 1:

13.Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo,

14.como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância;

15.mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver,

16.porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.

17.E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação,

18.sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais,

19.mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado,

20.o qual, na verdade, em outro tempo, foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado, nestes últimos tempos, por amor de vós;

21.e por ele credes em Deus, que o ressuscitou dos mortos e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus.

INTRODUÇÃO

A santidade é um atributo pelo qual o Senhor se faz conhecido. Deus Pai é santo (João 17:11), assim como o Filho (Atos 3:14), ao mesmo tempo que Santo é a designação característica do Espírito de Deus (Salmos 51:11; Mt.1:18). O nome de Deus é santo (Lc.1:49), assim como o seu braço (Salmos 98:1), caminhos (Salmos 77:13) e palavras (Salmos 105:42).

A consciência de santidade pode ser entendida como a percepção e a compreensão que o crente possui sobre a importância e a necessidade de viver uma vida santa, em conformidade com os princípios e os padrões estabelecidos por Deus em Sua Palavra. Envolve uma profunda sensibilidade espiritual para discernir entre o que é santo e o que é profano, entre o que agrada a Deus e o que O entristece.

Ter uma consciência de santidade implica estar constantemente atento à presença de Deus em todas as áreas da vida, buscando honrá-Lo em pensamentos, palavras e ações. Significa reconhecer a santidade de Deus como um modelo a ser seguido e aspirado, enquanto nos esforçamos para nos separar do pecado e nos aproximar cada vez mais de Sua semelhança.

Além disso, a consciência de santidade inclui uma disposição para submeter-se à obra do Espírito Santo em nossa vida, permitindo que Ele nos transforme e nos purifique, para que possamos refletir mais plenamente a imagem de Cristo. É também estar ciente da nossa responsabilidade como embaixadores de Cristo neste mundo, levando uma vida que glorifique a Deus e testemunhe Seu poder transformador aos que estão ao nosso redor.

Em resumo, a consciência de santidade é uma profunda compreensão e compromisso com a busca da santidade em todas as áreas da vida, motivada pelo amor a Deus e pelo desejo de viver de acordo com Sua vontade revelada em Sua Palavra. Desse jeito, o crente em Jesus, que iniciou a sua jornada de fé com Cristo, deve estar consciente a respeito de viver uma vida santa, sem a qual “ninguém verá o Senhor” (Hb.12:14).

Nesta lição, exploraremos a importância da santidade na vida do crente, não apenas como um ideal a ser alcançado, mas como um processo contínuo de transformação pelo poder do Espírito Santo.

Ao mergulharmos na perspectiva bíblica da santificação, examinaremos os princípios e as práticas que nos conduzem a uma vida de maior santidade. Veremos como a santidade está intrinsecamente ligada à nossa comunhão com Deus e ao nosso testemunho perante o mundo. Além disso, exploraremos os estágios da santificação, reconhecendo que é um processo gradual e contínuo que ocorre ao longo da vida do crente, à medida que nos rendemos à obra transformadora do Espírito Santo em nossas vidas.

Por fim, entenderemos que a santidade não é uma busca solitária, mas uma jornada em comunidade, em que nos encorajamos e apoiamos mutuamente no caminho da fé. Descobriremos que a santidade está intimamente relacionada à justiça, outro atributo divino que reflete o caráter de Deus em nossa vida. Assim, ao desenvolvermos uma consciência de santidade, buscamos não apenas agradar a Deus, mas também viver em conformidade com sua vontade e propósito para nós, revelando ao mundo a glória do nosso Santo e Justo Senhor.

I. A PERSPECTIVA BÍBLICA DA SANTIFICAÇÃO

1. Santificação no Antigo Testamento

No Antigo Testamento, o conceito de santificação está intrinsecamente ligado à natureza e à vontade de Deus. A palavra hebraica "qôdesh", que denota santidade, aparece com frequência e abrange uma variedade de significados, todos relacionados à separação e à consagração a Deus. Envolve a ideia de ser separado para um propósito divino específico, seja para o serviço religioso, para a adoração a Deus ou para viver de acordo com os Seus mandamentos. Isso é evidente em várias passagens, como Êxodo 15:11, que exalta a santidade de Deus, e Números 4:15, que se refere a objetos consagrados no Tabernáculo.

Além disso, o adjetivo "qâdôsh" descreve tanto pessoas quanto objetos que são considerados santos e separados para o serviço de Deus. Por exemplo, em Gênesis 2:3, Deus santificou o sétimo dia, estabelecendo-o como um tempo sagrado de descanso e adoração. Da mesma forma, em Êxodo 19:6, Deus declara que Israel será um reino de sacerdotes e uma nação santa, separada para Ele.

Essa ênfase na santificação reflete a santidade intrínseca de Deus e Sua chamada para Seu povo viver em conformidade com Sua natureza santa. Assim, a santificação no Antigo Testamento não se limita apenas a práticas rituais, mas abrange toda a vida do indivíduo e da comunidade, com o objetivo de refletir a santidade e a glória de Deus no mundo.

2. No Novo Testamento

No Novo Testamento, a santificação é apresentada como uma obra contínua e transformadora realizada pelo Espírito Santo na vida do crente. O verbo grego "hagiadzô" é frequentemente usado para descrever esse processo de santificação, que significa "tornar santo", "purificar", "consagrar" ou "ser santo".

Uma das passagens-chave que ilustram a santificação no Novo Testamento é encontrada em 1Coríntios 6:11, onde Paulo escreve que os crentes foram lavados, santificados e justificados pelo nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus. Isso indica que a santificação é uma obra graciosa realizada pelo Espírito Santo na vida do crente, resultando em purificação e consagração para Deus.

Além disso, em Efésios 5:26, Paulo menciona que Cristo amou a igreja e se entregou por ela, a fim de santificá-la, purificando-a mediante a lavagem da água pela palavra. Aqui, vemos que a santificação é um processo contínuo e progressivo, no qual os crentes são purificados e transformados pela Palavra de Deus e pela obra do Espírito Santo.

Outra referência importante é 1Tessalonicenses 5:23, onde Paulo ora para que o Deus de paz santifique os crentes em todos os aspectos, preservando o espírito, a alma e o corpo deles irrepreensíveis até a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Isso ressalta a abrangência da santificação, que afeta todas as áreas da vida do crente.

Em resumo, no Novo Testamento, a santificação é apresentada como uma obra contínua e graciosa do Espírito Santo na vida do crente, resultando em purificação, consagração e conformidade com a imagem de Cristo.

3. A santidade exigida pela Palavra

A santidade exigida pela Palavra de Deus é um tema central ao longo das Escrituras, destacando a importância da separação do pecado e da consagração a Deus em todas as áreas da vida do crente. Jesus Cristo, em sua oração sacerdotal, expressou claramente a necessidade de santificação dos crentes, afirmando que a Palavra de Deus é a verdade que os santifica (João 17:17).

O apóstolo Paulo também enfatizou a importância da santidade ao exortar os cristãos a se absterem da imoralidade sexual e de qualquer forma de impureza, vivendo uma vida santificada e honrando a Deus em seus corpos (1Tessalonicenses 4:3-7). Além disso, em Efésios 5:26, ele descreve a obra purificadora da Palavra de Deus, comparando-a à lavagem da água pela Palavra, que santifica e purifica a Igreja, tornando-a santa e sem mancha.

Hebreus 12:14 é outro versículo-chave que ressalta a importância da santidade na vida do crente. O autor exorta os crentes a buscarem a paz com todos e a santificação, pois sem ela ninguém verá o Senhor. Isso evidencia que a santidade não é uma opção para o cristão, mas uma exigência divina para desfrutar da comunhão plena com Deus e participar de Sua presença eterna.

Portanto, a santidade exigida pela Palavra é um chamado para uma vida separada do pecado, consagrada a Deus e em conformidade com Sua vontade revelada. É um processo contínuo de transformação pela Palavra e pelo Espírito Santo, que capacita o crente a viver uma vida que glorifica a Deus em todos os aspectos.

II. A SANTIFICAÇÃO E SEUS ESTÁGIOS

1. A realidade da santificação

A santificação, conforme ensinada nas Escrituras Sagradas, abrange diferentes aspectos que revelam sua realidade profunda na vida do crente. Primeiramente, é importante destacar que a santificação é um ato, um estado e um processo pelo qual o crente se torna santo (Rm.6:19-22; 1Ts.4:1-7).

Em primeiro lugar, a santificação é um ato de separação do mundo. Isso significa que o crente é chamado a se distanciar do pecado e das práticas mundanas, sendo consagrado para Deus e dedicado à Sua vontade (Rm.12:2). Essa separação envolve uma mudança de coração e mente, resultando em uma vida transformada que busca agradar a Deus em todas as coisas (1Pd.1:14-16).

Além disso, a santificação é um processo contínuo no qual o crente é moldado à imagem de Cristo. Esse processo tem como objetivo principal fazer com que o crente se torne semelhante a Jesus, tanto em caráter quanto em conduta (Rm.8:29). É uma jornada de crescimento espiritual e amadurecimento na fé, no qual o Espírito Santo atua para conformar o crente à imagem de Cristo (2Co.3:18).

Assim, a santificação busca aperfeiçoar o crente, de modo que a imagem de Cristo se reflita plenamente em sua vida. Isso envolve a renovação da mente, a purificação do coração e a conformidade ao padrão divino de santidade (2Co.7:1; Ef.4:12,13; 5:26). É um processo que ocorre ao longo da vida do crente, à medida que ele se submete à Palavra de Deus, à obra do Espírito Santo e à comunhão com os irmãos na fé.

2. Três estágios da santificação

Os três estágios da santificação representam o processo pelo qual o crente passa ao longo de sua jornada espiritual, desde o Novo Nascimento até a Glorificação final:

a)   Santificação inicial ou posicional. Este estágio inicia com o Novo Nascimento, quando o crente é regenerado pelo Espírito Santo e declarado justo diante de Deus. Neste momento, o crente é completamente perdoado e declarado sem pecado, sendo posicionado em Cristo (1Co.6:11; Tt.3:5-7). Essa santificação posicional é uma obra realizada por Deus e não está sujeita a mudanças, pois é baseada na obra consumada de Cristo na cruz.

b)   Santificação progressiva. Este estágio refere-se ao processo contínuo de transformação e crescimento espiritual do crente nesta vida terrena. Envolve o despojamento do "velho homem" e a renovação do "novo homem", conforme a imagem de Cristo (Gl.5:16-18; Ef.4:20-24, 27-30). Nesse estágio, o crente é capacitado pelo Espírito Santo a viver uma vida de santidade, crescendo em graça e conhecimento, e se tornando cada vez mais semelhante a Jesus Cristo (2Pd.3:18).

c)   Glorificação. Este último estágio ocorrerá no retorno de Cristo, quando os crentes serão transformados e glorificados, recebendo corpos ressurretos semelhantes ao corpo glorioso de Cristo. Nesse momento, os crentes estarão plenamente conformados à imagem de Jesus, livres da presença e do poder do pecado (Rm.8:29; 1João 3:2; 1Ts.4:13-18). Esse é o cumprimento final da obra de santificação iniciada por Deus na vida do crente.

3. O alvo da santificação

O alvo da santificação é tornar o crente conforme a imagem de Cristo e plenamente coerente com o caráter divino. Isso implica em:

a)   Pureza de coração. O alvo da santificação é alcançar a pureza de coração, onde o crente é transformado interiormente e seus pensamentos, desejos e motivações são purificados. Jesus ensinou que os puros de coração verão a Deus, destacando a importância da santificação para a comunhão íntima com o Senhor (Mt.5:8).

b)   Obediência aos mandamentos de Deus. O crente santificado é chamado a ouvir, guardar e praticar os mandamentos de Deus. Jesus enfatizou que aqueles que o amam obedecerão aos seus mandamentos e o Pai e o Filho farão morada com eles. A santificação resulta em uma vida de obediência e comunhão íntima com Deus (João 14:23).

c)   Conformidade com a imagem de Cristo. O alvo final da santificação é a conformidade com a imagem de Cristo. Isso significa refletir o caráter e a natureza de Cristo em todas as áreas da vida. Os crentes são chamados a serem transformados à imagem de Cristo, crescendo em santidade e semelhança com Ele até alcançarem a estatura da plenitude de Cristo (Rm.8:29; Ef.4:13).

Portanto, o alvo da santificação é a transformação completa do crente para que ele viva em comunhão íntima com Deus, obedecendo aos seus mandamentos e refletindo a imagem de Cristo em sua vida.

III. O JULGAMENTO DO DEUS SANTO

1. O Deus Santo

A santidade de Deus é um dos atributos divinos mais enfatizados na Bíblia e tem profundo impacto na vida e na conduta dos crentes. Vejamos algumas análises mais detalhadas sobre este tema:

a)   Revelação da santidade de Deus. A Bíblia revela Deus como o Santo de Israel, destacando Sua separação e pureza absolutas em relação ao pecado e à impureza (Isaías 1:4). Seu nome é Santo, e Ele é exaltado como incomparável em santidade, sendo adorado pelos serafins que proclamam Sua santidade de forma contínua (Isaías 6:3). A santidade de Deus é tão absoluta que ninguém pode se igualar a Ele (1Samuel 2:2).

b)   Chamado à santidade. A santidade de Deus serve como padrão e modelo para a vida dos crentes. Ele mesmo ordena: "Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo" (Levítico 19:2). Esse chamado à santidade é reiterado no Novo Testamento, onde os crentes são exortados a serem santos em todas as áreas de suas vidas, pois o próprio Deus é santo (1Pedro 1:16).

c)   Impacto na vida do crente. A compreensão da santidade de Deus tem um impacto profundo na vida e conduta dos crentes. Eles são chamados a refletir a santidade de Deus em seu caráter, em suas ações e em seus relacionamentos. A busca pela santidade torna-se um objetivo central na vida do crente, pois eles aspiram a se tornarem cada vez mais semelhantes ao seu Santo Deus.

d)   Fonte de inspiração e motivação. A santidade de Deus não apenas define o padrão para a vida do crente, mas também serve como fonte de inspiração e motivação para buscar uma vida de retidão e pureza. Ao contemplarem a santidade de Deus, os crentes são impulsionados a se afastarem do pecado e a se dedicarem a uma vida que O honre e glorifique.

Portanto, a santidade de Deus não é apenas um atributo divino, mas também um chamado e um modelo para a vida do crente, inspirando-os a uma busca constante pela santificação e pela conformidade com o caráter de Deus.

2. Santidade exigida a todos os crentes

A santidade é uma exigência divina para todos os crentes, pois eles são chamados a refletir a natureza santa de Deus e a viverem de acordo com Seus padrões. Veja mais detalhadamente esse tema:

a)   A Igreja como santuário de Deus. A Bíblia ensina que a Igreja de Cristo é o santuário dedicado ao Senhor, sendo edificada sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, com Cristo Jesus como a principal pedra angular (Efésios 2:21). Como tal, a Igreja é chamada a ser santa e sem defeito, refletindo a pureza e a santidade de seu Senhor (Efésios 5:26,27).

b)   Exortação à santidade. Como membros do Corpo de Cristo e participantes da Igreja, os crentes são exortados a viverem em santidade. A Escritura é clara ao afirmar que sem santificação ninguém verá o Senhor (Hebreus 12:14). Isso implica em uma vida separada do pecado e consagrada a Deus.

c)   Consagração a Deus. A santidade exigida dos crentes não é apenas uma abstinência do mal, mas também uma consagração total a Deus. Eles são chamados a apresentar seus corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, como parte de seu culto espiritual (Romanos 12:1). Essa consagração envolve a renovação da mente e a conformidade com a vontade de Deus.

d)   Comprados pelo sangue de Cristo A base para a santidade dos crentes reside na obra redentora de Jesus Cristo. Fomos comprados pelo precioso sangue de Cristo e agora pertencemos a Ele (1Coríntios 6:20). Essa realidade nos motiva a vivermos em gratidão e obediência, buscando a santidade em todas as áreas de nossas vidas.

Portanto, a santidade exigida a todos os crentes é uma resposta ao chamado divino para refletir a natureza santa de Deus e para viverem em conformidade com Sua vontade. É uma jornada de consagração e dedicação, motivada pelo amor e pela graça de Deus revelados em Jesus Cristo.

3. Santidade e Justiça de Deus.

A santidade e a justiça de Deus são aspectos fundamentais de Sua natureza divina, revelados de forma consistente ao longo das Escrituras Sagradas. Veja com mais detalhe esse item:

a)   Santidade de Deus. A santidade de Deus refere-se à Sua natureza pura, separada do pecado e da impureza. João afirma que Deus é luz e nele não há treva alguma (1João 1:5), indicando Sua completa ausência de qualquer mal ou impureza. Essa santidade divina é exemplificada pela descrição dos serafins no livro de Isaías, que proclamam continuamente a santidade de Deus (Isaías 6:3).

b)   Justiça de Deus. A justiça de Deus está intrinsecamente ligada à Sua santidade. Sua retidão e perfeição moral o levam a agir de maneira justa e imparcial em todos os aspectos. A justiça de Deus é expressa em Sua conformidade perfeita com Sua própria lei e Seus padrões morais. Deus é o Juiz justo que não tolera o mal e que retribui a cada um conforme suas obras (Romanos 2:6).

c)   Relação entre santidade e justiça. A santidade de Deus exige Sua justiça. Sua natureza santa não pode tolerar o pecado, e Sua justiça requer que o pecado seja punido. A santidade divina é a base de Sua justiça, pois Ele não pode ser conivente com o mal. Isso significa que a justiça de Deus está em harmonia com Sua santidade, refletindo Seu caráter perfeito e imutável.

d)   Consequências da santidade e justiça de Deus. A compreensão da santidade e justiça de Deus tem implicações significativas para a humanidade. A santidade de Deus revela a necessidade da santificação e separação do pecado por parte do ser humano. Sua justiça exige que o pecado seja julgado e punido. No entanto, Sua misericórdia e graça oferecem uma solução para o problema do pecado através de Jesus Cristo, que satisfaz a justiça de Deus e proporciona perdão e salvação àqueles que creem Nele.

Veja alguns textos bíblicos que corroboram a ideia de que a santidade e a justiça de Deus exigem a santificação humana e o julgamento do pecado, mas também destacam a provisão divina de misericórdia e graça através do sacrifício redentor de Jesus Cristo, oferecendo perdão e salvação a todos os que crerem.

a)   Justiça de Deus e a necessidade de julgamento do pecado:

·         Romanos 3:23-26: "Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; mas, no presente, demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus".

·         2Coríntios 5:21: "Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus".

b)   Misericórdia e graça de Deus oferecendo solução através de Jesus Cristo:

·         João 3:16: "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna".

·         Efésios 2:8,9: "Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie".

·         Tito 3:4-7: "Mas quando se manifestaram a bondade e o amor de Deus, nosso Salvador, ele nos salvou, não por obras de justiça praticadas por nós, mas devido à sua misericórdia. Ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador. Ele o fez para que, justificados por sua graça, nos tornemos seus herdeiros, tendo a esperança da vida eterna".

Portanto, a santidade e a justiça de Deus são aspectos fundamentais de Seu caráter divino, revelando Sua natureza perfeita e Sua maneira imparcial de agir no mundo.

CONCLUSÃO

Desenvolver uma consciência sobre santidade é fundamental para a vida do crente. Ao estudarmos a santificação nas Escrituras, compreendemos que se trata de um processo contínuo no qual somos separados do mundo e transformados à imagem de Cristo. A santidade não é apenas uma opção, mas uma exigência divina para todos os que se dizem seguidores de Cristo.

Nossa jornada rumo à santidade começa com o entendimento da santidade de Deus e Sua justiça, reconhecendo que Ele é o padrão supremo de pureza e retidão. Em seguida, percebemos a necessidade de nos separarmos do pecado e nos aproximarmos de Deus, buscando uma vida de obediência e consagração.

Ao longo desse processo, enfrentamos desafios e tentações, mas também recebemos o auxílio do Espírito Santo, que nos capacita a viver de acordo com os padrões divinos. Devemos, portanto, cultivar uma consciência constante da santidade, examinando nossas atitudes, pensamentos e comportamentos à luz da Palavra de Deus.

Ao nos esforçarmos para desenvolver essa consciência sobre santidade, experimentamos uma transformação profunda em nossa vida espiritual. Somos capacitados a viver de forma mais íntegra, amorosa e obediente, refletindo cada vez mais a imagem de Cristo ao mundo ao nosso redor.

Que possamos, então, prosseguir nessa jornada de santificação com diligência e humildade, confiando na graça e no poder de Deus para nos capacitar a viver uma vida santa e agradável a Ele. Que a santidade se torne não apenas um ideal a ser alcançado, mas uma realidade vivida em nosso dia a dia, para a glória de Deus.