SISTEMA DE RÁDIO

  Sempre insista, nunca desista. A vitória é nosso em nome de Jesus!  

A HUMILHAÇÃO DE HAMÃ E A HONRA DE MARDOQUEU

 

Texto Base: Ester 6:1-14

“E Hamã tomou a veste e o cavalo, e vestiu a Mardoqueu, e o levou a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoou diante dele: Assim se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada!” (Ester 6:11).

Ester 6:

1.Naquela mesma noite, fugiu o sono do rei; então, mandou trazer o livro das memórias das crônicas, e se leram diante do rei.

2.E achou-se escrito que Mardoqueu tinha dado notícia de Bigtã e de Teres, dois eunucos do rei, dos da guarda da porta, de que procuraram pôr as mãos sobre o rei Assuero.

3.Então, disse o rei: Que honra e galardão se deu por isso a Mardoqueu? E os jovens do rei, seus servos, disseram: Coisa nenhuma se lhe fez.

4.Então, disse o rei: Quem está no pátio? E Hamã tinha entrado no pátio exterior do rei, para dizer ao rei que enforcassem a Mardoqueu na forca que lhe tinha preparado.

5.E os jovens do rei lhe disseram: Eis que Hamã está no pátio. E disse o rei que entrasse.

6.E, entrando Hamã, o rei lhe disse: Que se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada? Então, Hamã disse no seu coração: De quem se agradará o rei para lhe fazer honra mais do que a mim?

7.Pelo que disse Hamã ao rei: Quanto ao homem de cuja honra o rei se agrada,

8.traga a veste real de que o rei se costuma vestir, monte também o cavalo em que o rei costuma andar montado, e ponha-se-lhe a coroa real na sua cabeça;

9.e entregue-se a veste e o cavalo à mão de um dos príncipes do rei, dos maiores senhores, e vistam dele aquele homem de cuja honra se agrada; e levem-no a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoe-se diante dele: Assim se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada!

10.Então, disse o rei a Hamã: Apressa-te, toma a veste e o cavalo, como disseste, e faze assim para com o judeu Mardoqueu, que está assentado à porta do rei; e coisa nenhuma deixes cair de tudo quanto disseste.

11.E Hamã tomou a veste e o cavalo, e vestiu a Mardoqueu, e o levou a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoou diante dele: Assim se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada!

12.Depois disso, Mardoqueu voltou para a porta do rei; porém Hamã se retirou correndo a sua casa, angustiado e coberta a cabeça.

13.E contou Hamã a Zeres, sua mulher, e a todos os seus amigos tudo quanto lhe tinha sucedido. Então, os seus sábios e Zeres, sua mulher, lhe disseram: Se Mardoqueu, diante de quem já começaste a cair, é da semente dos judeus, não prevalecerás contra ele; antes, certamente cairás perante ele.

14.Estando eles ainda falando com ele, chegaram os eunucos do rei e se apressaram a levar Hamã ao banquete que Ester preparara.

INTRODUÇÃO

Nesta Lição trataremos de dois eventos significativos no livro de Ester: a humilhação de Hamã e a honra de Mardoqueu. Esses acontecimentos evidenciam a providência divina e a justiça de Deus. A narrativa começa com a insônia do rei Assuero que, ao revisar os registros do reino, se lembra da lealdade de Mardoqueu ao revelar uma conspiração contra sua vida. Em contraste, a arrogância e a ambição desmedida de Hamã são expostas quando ele, erroneamente, presume que o rei deseja honrá-lo, mas enfrenta uma humilhação pública ao ter que enaltecer Mardoqueu. Esta lição destaca a importância da humildade, uma virtude que agrada a Deus e é recompensada por Ele, enquanto a soberba e a vaidade levam à queda. Ao refletirmos sobre esses eventos, somos lembrados do valor da integridade e da confiança na justiça divina.

I. O REI SE LEMBRA DA BOA AÇÃO DE MARDOQUEU

1. Uma noite decisiva

Enquanto o rei Assuero se retirava para seus aposentos após o banquete oferecido por Ester, Hamã saía cheio de júbilo, sentindo-se prestigiado tanto pelo rei quanto pela rainha. No entanto, sua exultação rapidamente se transformou em fúria ao avistar Mardoqueu, que permanecia impassível e não lhe prestava nenhuma reverência (Ester 5:9). A presença indiferente de Mardoqueu despertou em Hamã um ódio incontrolável. Apesar de sua ira, Hamã se conteve temporariamente e foi desabafar com seus amigos e sua esposa, Zeres. Ele revelou que toda sua riqueza e alta posição no reino eram insuficientes enquanto Mardoqueu continuasse vivo e não lhe prestasse respeito.

Planejando a vingança

O conselho de Zeres e dos amigos de Hamã foi pragmático e cruel: construir uma forca de 25 metros de altura e pedir ao rei, no dia seguinte, a execução de Mardoqueu (Ester 5:14). Satisfeito com o plano, Hamã foi dormir certo de que a morte de Mardoqueu estava iminente. Sua determinação em eliminar Mardoqueu antes do dia previsto para a matança dos judeus revela a profundidade de seu ódio. No entanto, enquanto Hamã planejava a destruição de Mardoqueu, algo extraordinário acontecia no palácio do rei.

Naquela noite, o rei Assuero não conseguia dormir (Ester 6:1). Este detalhe aparentemente trivial foi um ato de providência divina. Incapaz de descansar, o rei pediu que os registros do reino fossem lidos para ele. Durante a leitura, ele foi lembrado da lealdade de Mardoqueu, que havia exposto uma conspiração para assassinar o rei (Ester 2:21-23). Ao perceber que Mardoqueu não havia sido recompensado por sua boa ação, Assuero decidiu que era o momento de honrá-lo.

Reviravolta dramática

A insônia do rei Assuero foi uma intervenção divina crucial que desencadeou uma série de eventos inesperados. Enquanto Hamã dormia, seguro de sua vingança iminente, o rei planejava a honra de Mardoqueu. Na manhã seguinte, Hamã entrou no pátio do palácio para pedir a execução de Mardoqueu, sem saber que o destino estava prestes a mudar dramaticamente. Assuero, ao ver Hamã, perguntou-lhe como deveria honrar um homem que o rei desejava exaltar. Na presunção de que ele próprio era o destinatário da honra, Hamã sugeriu um tratamento grandioso, apenas para descobrir que seria ele mesmo a realizar essas honrarias para Mardoqueu (Ester 6:6-11). O início da derrota melancólica de Hamã estava iniciando.

Este episódio ressalta a soberania de Deus e Sua habilidade de virar situações aparentemente desesperadoras em favor dos Seus. A providência divina guiou cada detalhe, desde a insônia do rei até a lembrança da boa ação de Mardoqueu. A narrativa também sublinha a futilidade da arrogância e do ódio desmedido, exemplificados pela queda de Hamã. Em contraste, a integridade e a lealdade de Mardoqueu foram recompensadas de maneira surpreendente.

Aplicações contemporâneas

A história nos desafia a confiar na justiça divina e a manter nossa integridade, mesmo quando enfrentamos adversidades. Deus é capaz de usar as circunstâncias mais simples para realizar Seus propósitos. A arrogância, como a de Hamã, leva à queda, enquanto a humildade e a fidelidade, como a de Mardoqueu, são exaltadas. Esta lição nos lembra que Deus está no controle de todas as coisas e que Seu tempo e planos são perfeitos.

2. Forca ou honra

Na noite crucial narrada no livro de Ester, o destino de Mardoqueu estava sendo decidido por duas pessoas: Hamã e Assuero. Hamã, consumido pelo ódio, planejava erigir uma forca para executar Mardoqueu (Ester 5:14). Em contraste, o rei Assuero, após ser lembrado da boa ação de Mardoqueu ao expor uma conspiração contra ele, planejava honrá-lo (Ester 6:1-3). A questão que pairava era: qual desses planos prevaleceria? Esta situação ilustra a realidade de que, gostemos ou não, as ações e intenções das pessoas ao nosso redor podem ter consequências significativas em nossas vidas.

A importância dos relacionamentos interpessoais

Diante dessa realidade, é fundamental que nossos relacionamentos interpessoais estejam pautados no temor a Deus. A ética cristã ensina que a interdependência humana é essencial e que a autossuficiência, ou individualismo, é um estilo de vida antibíblico. A Bíblia nos instrui a "dar a cada um o que é devido" (Romanos 13:7), reconhecendo que ninguém se realiza plenamente sozinho, independente das pessoas ao seu redor. Esse reconhecimento é contrário ao individualismo moderno, que prega a autossuficiência.

O Novo Testamento contém inúmeros versículos que enfatizam a importância dos relacionamentos interpessoais com a expressão "uns aos outros". Por exemplo, Jesus ensina a seus discípulos a amarem uns aos outros como Ele os amou (João 13:34). Paulo exorta os cristãos a se encorajarem mutuamente (1Tessalonicenses 5:11), e Tiago instrui a confessarem os pecados uns aos outros e a orarem uns pelos outros (Tiago 5:16). Esses mandamentos destacam a interdependência dos cristãos e como Deus trabalha através dos relacionamentos humanos.

A providência Divina e a proteção de Deus

Coisas boas e ruins podem nos alcançar através das pessoas que nos cercam. No entanto, quando tememos a Deus, Ele é capaz de interceptar o mal e fazer com que a bênção nos alcance (Salmos 91:5-10). A maldição não atinge aqueles que são abençoados por Deus, como está claro na história de Balaão e Balaque, onde Balaão afirmou: "Como posso amaldiçoar quem Deus não amaldiçoou? Como posso denunciar quem o Senhor não quis denunciar?" (Números 23:8). Deus transformou a maldição planejada por Balaque em bênção para Israel (Deuteronômio 23:5), demonstrando que Sua proteção é eficaz contra qualquer plano maligno (Provérbios 26:2).

3. Cinco anos depois

Cinco anos haviam se passado desde que Mardoqueu revelara a conspiração contra Assuero, aparentemente caindo no esquecimento. Contudo, Deus, que governa sobre todas as coisas, inclusive a fisiologia humana, tirou o sono do rei naquela noite específica (Salmos 127:2). Sem conseguir dormir, Assuero mandou trazer e ler diante dele o livro de registros do reino (Ester 6:1). Entre tantos relatos de treze anos de reinado, a providência divina guiou a leitura exatamente para o trecho que mencionava o feito de Mardoqueu, que desmantelou a conspiração contra o rei. Esse momento crucial destaca a verdade das Escrituras: "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto" (Romanos 8:28).

Essa sincronia entre o esquecimento humano e a oportuna recordação divina ilustra como Deus orquestra eventos aparentemente triviais para cumprir Seus propósitos maiores. A leitura do registro no momento certo trouxe à memória do rei o feito heroico de Mardoqueu, que merecia ser honrado. Esse desenrolar dos acontecimentos foi essencial para frustrar os planos malignos de Hamã e exaltar Mardoqueu, demonstrando que nada escapa ao controle soberano de Deus.

A insegurança humana e a soberania Divina

A história de Mardoqueu nos lembra que, mesmo quando as boas ações parecem esquecidas pelos homens, elas nunca são esquecidas por Deus. Em tempos de aparente silêncio e espera, a providência divina está em ação, preparando o momento certo para trazer à luz o reconhecimento e a recompensa. Isso nos encoraja a confiar plenamente em Deus, sabendo que Ele vê e se lembra de todas as nossas ações, recompensando-nos no tempo certo.

II. HAMÃ É CHAMADO PARA HONRAR MARDOQUEU

1. Um ato de justiça

A leitura das crônicas naquela noite insone levou Assuero a lembrar-se de Mardoqueu e de sua heroica ação ao desmascarar uma conspiração contra o rei. Curioso sobre a recompensa dada a Mardoqueu, Assuero perguntou aos seus servos: “Que honra e recompensa Mardoqueu recebeu por isso?”. A resposta foi clara: “Coisa nenhuma se lhe fez” (Ester 6:3). A maneira como o rei se referiu diretamente ao nome de Mardoqueu indica que ele o conhecia bem e reconhecia a importância de seu ato.

Nesse momento crucial, vemos a providência divina em ação. Enquanto Assuero buscava uma forma de recompensar Mardoqueu, Hamã estava no pátio exterior do palácio, esperando uma oportunidade para pedir ao rei que permitisse enforcar Mardoqueu na forca que havia preparado. Hamã, dominado pelo ódio e pela vingança, não tinha ideia de que Deus estava prestes a virar o jogo de uma forma que ele nunca poderia prever.

A ironia divina é evidente quando Assuero pede a opinião de Hamã sobre a melhor forma de honrar um homem a quem o rei deseja exaltar, sem mencionar o nome de Mardoqueu. Hamã, presunçoso e pensando que o rei estava falando dele, sugeriu as maiores honras possíveis: vestir o homem com trajes reais, colocá-lo no cavalo do rei e conduzi-lo pelas ruas da cidade, proclamando sua honra (Ester 6:6-9).

A inversão do destino

Quando Assuero instruiu Hamã a fazer exatamente isso para Mardoqueu, a surpresa e o horror de Hamã devem ter sido imensos. O homem que ele planejava matar seria agora exaltado por sua própria mão. Hamã ia conduzir o cavalo no qual Mardoqueu, seu arqui-inimigo, estava montado. Parecia ironia do destino, mas não era; era Deus humilhando o inimigo e exaltando o seu servo (Mateus 23:12). Esse momento revela a verdade contida em Gênesis 50:20: “Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem”. A providência divina transformou os planos malignos de Hamã em uma ocasião de honra para Mardoqueu.

Essa passagem de Gênesis 50:20 nos ensina sobre a justiça e a soberania de Deus. Mesmo quando os justos são esquecidos pelos homens, Deus lembra e age no tempo certo. Ele pode usar até mesmo os inimigos para cumprir Seus propósitos e exaltar aqueles que O servem fielmente. A história de Mardoqueu e Hamã nos encoraja a confiar na justiça divina, sabendo que Deus trabalha todas as coisas para o bem daqueles que O amam (Romanos 8:28).

2. Presunção e autoconfiança

Hamã estava extasiado. A proposta do rei Assuero sobre honrar alguém que lhe agradava (Ester 6:6) encheu Hamã de presunção, levando-o a crer que ele próprio era o destinatário da honra. Este equívoco fez com que ele momentaneamente esquecesse sua sede de vingança contra Mardoqueu e a forca que havia preparado. Hamã é um exemplo clássico de alguém que precisa constantemente inflar seu ego para se sentir realizado, revelando um quadro profundamente doentio de narcisismo e autossuficiência.

A presunção de Hamã, achando-se digno de uma honra destinada a outro, é uma manifestação clara de soberba e orgulho. Este tipo de orgulho é um dos pecados mais antigos e perigosos, remontando à queda de Lúcifer, que em sua arrogância desejou ser igual a Deus (Isaías 14:13,14). Lúcifer não só caiu por causa de seu orgulho, mas também instilou esse mesmo sentimento na mente de Eva, levando-a a desobedecer a Deus (Gênesis 3:1-5). A Bíblia nos adverte repetidamente sobre os perigos do orgulho, afirmando que ele precede a ruína (Provérbios 16:18,19).

A humildade de Cristo como exemplo

Em contraste com a presunção de Hamã, somos chamados a seguir o exemplo de humildade de Cristo. Jesus, mesmo sendo Deus, não considerou o ser igual a Deus algo a que devia apegar-se, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo (Filipenses 2:3-8). A humildade de Cristo nos liberta de ambições egoístas e nos ensina a considerar os outros superiores a nós mesmos. Este espírito de humildade nos protege do orgulho destrutivo e nos guia para um relacionamento saudável com Deus e com os outros.

A fonte verdadeira de alegria

Ao invés de condicionar nossas emoções ao reconhecimento humano ou às circunstâncias momentâneas, devemos buscar a alegria verdadeira no Senhor. Jesus nos oferece uma alegria completa e duradoura (João 15:11). Paulo exorta os cristãos a se regozijarem sempre no Senhor (Filipenses 4:4-7) e Pedro exorta-nos a lançar sobre Jesus todas as nossas ansiedades (1Pedro 5:7). Esta confiança em Deus nos fortalece contra a necessidade de aprovação externa e nos mantém firmes em meio às adversidades.

3. O devido lugar de honra

O rei Assuero perguntou: "Que se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada?" (Ester 6:6). Hamã, cheio de presunção, achou que o rei se referia a ele e sugeriu que o homem fosse vestido com a veste real, montasse o cavalo do rei, recebesse a coroa real e fosse conduzido por um dos maiores príncipes do rei, com uma proclamação pública: "Assim se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada!" (Ester 6:6-9). O rei imediatamente acatou a sugestão, mas Hamã não imaginava que o honrado seria Mardoqueu e que ele próprio teria que conduzi-lo pela cidade (Ester 6:10,11). Esta reviravolta deixou Hamã furioso e profundamente envergonhado (Ester 6:12).

Alegrar-se com a honra alheia

Devemos nos alegrar quando alguém é honrado. Incomodar-se com a honra alheia pode ser uma expressão de orgulho e inveja. A Bíblia nos ensina a honrar os que são dignos de honra, pois isso agrada a Deus (1Pedro 2:17; 1Tessalonicenses 5:12,13). Honra genuína não deve ser confundida com bajulação. É uma virtude reconhecer e celebrar as conquistas e virtudes dos outros, pois isso reflete um coração puro e humilde.

A humildade de Mardoqueu

Apesar da grande honra recebida, Mardoqueu voltou para a porta do rei (Ester 6:12). Sua reação demonstra uma humildade exemplar. A verdadeira honra não deve nos desviar de nossos deveres e responsabilidades. Honras efêmeras podem facilmente inflar nosso ego e nos fazer perder de vista nosso verdadeiro propósito. Manter os pés no chão e continuar servindo fielmente é uma característica dos verdadeiramente honrados.

III. A SÍNDROME DE IMPERADOR

1. A soberba de Hamã

Quando Hamã sugeriu ao rei Assuero como deveria ser honrado o homem de cuja honra o rei se agrada, ele revelou seu desejo de ser tratado como um imperador. Hamã queria a roupa de rei, o cavalo de rei e a coroa de rei (Ester 6:8). Este desejo desenfreado de honra e poder é uma clara manifestação de soberba e presunção. A síndrome de imperador, onde alguém deseja ser tratado como um monarca absoluto, é um problema antigo que ainda se manifesta em diferentes contextos hoje.

Síndrome de imperador nas famílias e o papel dos pais

Atualmente, a "síndrome do imperador" tem sido identificada em adolescentes e jovens. Esses jovens se comportam de maneira egocêntrica, reinam dentro e fora de casa, ditam as regras e exigem o que querem. Essa atitude pode ser resultado de uma educação permissiva e falta de limites claros. Sem correção adequada, esses filhos podem chegar à vida adulta como Hamã, cheios de soberba e presunção (Provérbios 23:13-14; 29:15,17,23; 30:17). É crucial que os pais entendam a importância da disciplina e do ensino dos valores corretos desde cedo.

Deus deseja que tenhamos famílias saudáveis, onde a disciplina e o amor coexistem em harmonia (Salmos 127:1-5; 128:1-6). Os pais têm um papel fundamental em guiar seus filhos com amor responsável, dedicando tempo de qualidade e vivendo em constante vigilância e oração (Hebreus 12:7-9; Jó 1:5; Salmos 144:12). A correção, quando feita com amor e sabedoria, é uma forma de demonstrar cuidado e preparar os filhos para uma vida de humildade e serviço.

Prevenindo a síndrome de imperador

Para prevenir a síndrome do imperador, é essencial que os pais:

a)   Estabeleçam limites claros. Crianças precisam de limites para entender o que é aceitável e o que não é. Esses limites devem ser consistentes e justos.

b)   Modelem comportamentos humildes. Os pais devem ser exemplos de humildade e serviço. As crianças aprendem observando os adultos ao seu redor.

c)   Encorajem a empatia. Ensinar as crianças a se colocarem no lugar dos outros ajuda a combater o egocentrismo.

d)   Promovam a responsabilidade. As crianças devem aprender a assumir responsabilidades adequadas à sua idade, desenvolvendo um senso de dever e cooperação.

e)   Dedicação de tempo de qualidade. O tempo de qualidade com os filhos fortalece os laços familiares e permite que os pais ensinem valores importantes de forma natural.

2. Um mau prenúncio

Depois de ser humilhado ao honrar Mardoqueu, Hamã voltou para casa arrasado. Ele esperava encontrar consolo na sua esposa e amigos, mas o que recebeu foi uma advertência ainda mais desalentadora. Eles declararam: “Se Mardoqueu, diante de quem já começaste a cair, é da semente dos judeus, não prevalecerás contra ele; antes, certamente cairás perante ele” (Ester 6:13). Esta afirmação foi um mau prenúncio para Hamã, sinalizando que sua sorte estava prestes a mudar para pior.

Reconhecimento da providência Divina

A declaração dos amigos e da esposa de Hamã revela um reconhecimento implícito da providência divina sobre os judeus. Eles pareceram entender que a história dos judeus está repleta de episódios onde, apesar das adversidades, Deus intervém para proteger e salvar Seu povo. A percepção de que Hamã estava começando a cair diante de Mardoqueu, um judeu, reforça a crença de que forças maiores estavam em ação.

A história dos judeus é marcada por inúmeros episódios de sofrimento e ameaças, mas também de livramentos miraculosos. Desde a libertação do Egito até os tempos de Ester, os judeus experimentaram a intervenção divina de maneiras poderosas e inesperadas. A Bíblia está cheia de relatos onde Deus reverte situações aparentemente impossíveis para o bem do Seu povo (Êxodo 14:21-31; Daniel 3:16-28).

O desespero de Hamã

Hamã, que estava tão seguro de seu plano e de sua posição, agora se via confrontado com uma realidade que não conseguia controlar. A confiança de seus familiares e amigos na inevitabilidade da queda de Hamã, devido à sua oposição a Mardoqueu, apenas aumentou seu desespero. Esse momento marcou uma virada na narrativa, onde o orgulho e a presunção de Hamã começaram a ser recompensados com a ruína iminente.

Reflexão sobre soberba e humildade

A história de Hamã serve como um poderoso lembrete das consequências da soberba e do orgulho. Aqueles que se exaltam, eventualmente, serão humilhados (Lucas 14:11). Em contraste, a humildade e a confiança em Deus, como demonstrado por Mardoqueu e Ester, resultam em honra e livramento (1Pedro 5:6).

CONCLUSÃO

Este estudo sobre "A Humilhação de Hamã e a Honra de Mardoqueu" destaca a providência divina e a justiça de Deus em ação. Hamã, movido pela soberba e pelo ódio, acabou enfrentando a ruína, enquanto Mardoqueu, pela sua integridade e humildade, foi honrado pelo rei. Estes eventos sublinham a importância de confiar em Deus e agir com humildade, mostrando que, mesmo em situações difíceis, a justiça divina prevalece. A narrativa nos lembra que Deus está no controle e que a verdadeira honra vem de viver de acordo com Seus princípios.