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* PRESERVANDO A DOUTRINA – A MISSÃO CONSERVADORA DA IGREJA


Textos: I Tm. 4.16 – II Pe. 2.1-4


Objetivo: Mostrar que a igreja de Cristo, na terra, deve preservar e defender a verdade de Deus, ante aos enganos e males das heresias

INTRODUÇÃO
O ensinamento respaldado na ortodoxia bíblica é uma das missões exponenciais da igreja. Aprenderemos o significado de doutrina e ortodoxia, destacando o papel da igreja na atuação de preservação e difusão da verdade divina.

1. DEFINIÇÃO DE DOUTRINA
A palavra “doutrina”, vem do latim doctrina, cuja forma verbal é docere “ensinar”. O termo tem um sentido geral, podendo referir-se a qualquer ensinamento, como também indicar algum ensino específico, como a doutrina da salvação, do pecado, de Deus, entre outras. No Novo Testamento, uma das palavras que denota doutrina é didaché (ensinamento): 1) aquilo que é ensinado (Mt. 7.28; Tt. 1.9; Ap. 2.17,15,24) e 2) o ato do ensino, instrução (Mc. 4.2; Rm. 12.17). Outra palavra é didaskalia, e revela: 1) aquilo que é ensinado, doutrina (Mt. 15.9; Mc. 7.7; Ef. 4.14; Cl. 2.22; I Tm. 1.10; 4.1,6; 6.1,3; II Tm. 4.3; Tt. 1.9; e 2) ensino, instrução (Rm. 12.7; 15.4; I Tm. 4.13,16; 5.17; II Tm. 3.10,16; Tt. 2.7). Em Hb. 6.1, o termo logos é traduzida também por doutrina, em que, literalmente se lê, a doutrina ou a palavra de Cristo. É interessante destacar que, doutrina, diz respeito ao ensinamento da Escritura, no seio da igreja cristã, enquanto que em relação à pregação, o termo bíblico é kerugma, usado como meio na evangelização (I Co. 1.21).

2. A DOUTRINA BÍBLICA ORTODOXA
O ensinamento, na igreja, deve ser, eminentemente, ortodoxo. A palavra, que não se encontra na Bíblia, é geralmente associada à “opinião correta”, sendo esse seu significado literal. No que tange ao ensinamento eclesiástico, diz respeito à doutrina que se baseia na revelação divina, mas especificamente, de Cristo (Hb. 1.1,2). Assim, um verdadeiro cristão vê, em Jesus, a verdade central de Deus (I Co. 15.1-11; Gl. 1.6-9; I Tm. 6.3; II Tm. 4.3,4; I Jo. 4.1-3; II Jo. 7,9). Tendo Cristo por fundamento, esse termo não precisa ser usado dogmaticamente como algo estático, mas como uma opinião mais ampla que abranja o que é de comum nas verdades centrais da fé, na reflexão bíblica, a partir da doutrina dos apóstolos, ciente de que não somos detentores de toda a verdade, mas tão somente daquela que nos foi revelada (Dt. 29.29). A ortodoxia, nesse sentido, precisa do crivo interpretativo, apelando para o molde do que se costuma denominar de quadrilátero wesleyno (em referência à John Wesley): Escritura, tradição, razão e experiência. Essa ordem não é casual, haja vista que as experiências pessoais, o raciocínio lógico, aquilo que está escrito nos credos devam estar, constantemente, em consonância com a Escritura enquanto testemunho de Cristo, a verdade (Jo. 3.33; 5.56; 8.14; 18.37; 19.35; 21.24; I Jo. 5.9-11). A heresia, por conseguinte, é algo que precisa ser visto não em torno das questões secundárias da fé, mas, primordialmente, dos pontos essenciais da doutrina cristã: a salvação do pecado pela graça, por meio da fé (Jo. 3.16; Rm. 3.23; 6.23; Ef. 2.8,9), através do sacrifício vicário de Cristo (Jo. 14.6; At. 4.12), conforme o testemunho da Escritura (Mt. 22.29; Lc. 24.44). Fazendo assim, não correremos o risco de sermos intolerantes e irmos ao extremo de taxar alguém de herege apenas por discordar não da revelação bíblica, mas da “opinião” particular de alguém ou de uma denominação. Somente à luz das verdades centrais da Bíblia, poderemos, então, batalhar pela fé que foi entregue aos santos (Jd. 3), mas sempre com mansidão e temos (I Pe. 3.15).

3. A IGREJA E A DOUTRINA
O ensino tem um papel essencial na formação educacional da igreja, Jesus destacou esse aspecto como parte central na Grande Comissão (Mt. 28.20) e, os mestres na Palavra são dádiva de Deus à Igreja (Ef. 4.11) com vistas ao aperfeiçoamento dos santos. Muitas igrejas beiram o caminho da heresia, e por que não dizer, da apostasia, por causa da ausência de ensinamento (Hb. 6.1; 5.12). Por isso, Paulo dá importância primordial à separação de homens aptos a ensinar a outros (II Tm. 2.2), que manejem bem a Palavra (II Tm. 2.15). Por esse motivo, aqueles que são chamados ao ensino devem se esmerar no fazê-lo (Rm. 12.7), não apenas por palavras, mas também pelo exemplo (At. 12.25; 20.19-24). Tocante à matéria, a igreja não pode ter outro assunto senão a doutrina apostólica (At. 2.42), que, por sua vez, advém da Escritura, englobando, assim, tanto o Antigo quanto o Novo Testamento. De preferência, o ensinamento deva ser expositivo, isto é, a partir de uma porção escriturística que tenha unidade, considerando os elementos textuais e contextuais. A partir dessa prática, a igreja não incorrerá no erro de formular sistemas isolados, advindos da Escritura, mas que nada têm de ortodoxos. É válido lembrar que muitas heresias surgem do uso indiscriminado da Bíblia Sagrada.

CONCLUSÃO
A igreja de Cristo não pode desprezar o ato do ensino, para tanto, deve munir-se do conhecimento da Escritura, à luz do Espírito (I Co. 2.10-16). É essa disposição espiritual, que se dá por meio da exposição e comparação de escritura com escritura, que a igreja pode se pôr como coluna e firmeza da verdade (I Tm. 3.15), julgando os espíritos para ver se de fato procedem de Deus (I Jo. 4.1).