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* A NATUREZA DO CARÁTER CRISTÃO

Textos: Cl. 3.1 – Ef. 4.17-24

Objetivo: Mostrar que somente o poder do Evangelho de Cristo é capaz de transformar e aperfeiçoar o caráter humano.

INTRODUÇÃO: Os desafios que nos são postos, e algumas vezes, impostos, requerem que os cristãos sejam, verdadeiramente, íntegros, com todo o cuidado para não serem levados pela onda do secularismo. Ao longo dos próximo estudos, nos voltaremos para o caráter cristão, com vistas ao reconhecimento de nossa identidade como cristãos. Para tanto, trataremos a respeito do caráter de alguns célebres servos e servas de Deus: Davi, Elias, Éster, José, Noé, Débora, Paulo, Pedro, Sara, Moisés e Abraão, e, singularmente, Cristo, nosso maior modelo.

1. DEFININDO "CARÁTER CRISTÃO: A palavra “caráter” vem do grego e significa, literalmente, marca, sinal gravado, traço distintivo. Em relação ao cristão, diz respeito ao progresso espiritual do crente, na busca constante de transformação, tendo Cristo como maior exemplo a ser imitado (I Co. 4.16; 11.1; Ef. 5.1; Fp. 3.17; I Ts. 2.14; Hb. 6.12). Devemos lembrar que, nos tempos antigos, quando Deus se revelou a Abraão, exigiu, não menos que Ele andasse em Sua presença e que fosse perfeito (Gn. 17.1). Portanto, o alvo do crente não é outro, senão a perfeição absoluta, a qual somente se encontra em Deus. É claro que Deus responderá com graça ao longo da caminhada (II Co. 12.9), mas não admitirá que desistamos de buscar o padrão perfeito que exige de cada um de nós, para que venhamos, ao final, nos identificar com sua natureza em santidade (II Pe. 1.4). A meta do cristão, em todo o momento, é obter a “aprovação divina”, que é, em sua totalidade, a definição do caráter cristão. É possível que, para tanto, tenhamos que passar por muitas tribulações (Rm. 5.3), até que, ao final, recebamos, da boca do Senhor, a mesma aprovação, por Ele, atribuída a Jesus: “Este é o meu Filho, em quem me comprazo (Mt. 3.17). O maior modelo para o caráter cristão, é, sem sombra de dúvida, Cristo, cujos passos devem ser seguidos (I Pe. 2.21).

2. A ORIGEM DO CARÁTER CRISTÃO: A queda do homem o colocou numa condição de desaprovação diante de Deus. A esta condição humana, a Bíblia denomina de pecado (Rm 3.23). Em virtude disto, o homem, distanciado de Deus, encontra-se espiritualmente morto (Rm. 6.23), carecendo da vivificação do Espírito Santo (Rm. 8.12,13), pelo nascimento que vem de cima (Jo. 3.3). O caráter cristão, portanto, tem sua origem no ato da conversão, no momento em que o pecador se volta para Deus, despojando-se do velho homem e se revestindo de Cristo (Ef. 4.17-24). A fonte do caráter cristão, é, nesse sentido, Espírito Santo, o qual, produz, em nós e conosco, o Seu fruto (Gl. 5.22), fora dEle, ficaremos restritos às obras da carne (Gl. 5.19-21). Sendo assim, para que tenhamos um caráter genuinamente cristão, precisamos, a princípio, passar pela experiência do nascimento que vem de Deus, conforme explicitado por Jesus a Nicodemos (Jo. 3), e, depois disto, continuar “andando no Espírito”, não se deixando levar pelas concupiscências da carne (Gl. 5.16).

3. O DESENVOLVIMENTO DO CARÁTER CRISTÃO: O aprimoramento do caráter cristão é uma verdade fundamental do cristianismo (II Co. 3.18). Conforme ressaltamos no tópico anterior, isso não acontece por meio da força humana (Zc. 4.6), mas pelo Espírito de Deus (Gl. 5.16). Por isso, a Escritura nos instrui para que sigamos “a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb. 12.14) como também: “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (II Co. 3.18). Como depreendemos dos textos em evidência, o desenvolvimento do caráter cristão não se dá de modo repentino, demanda tempo e, principalmente, contato permanente com Cristo (Jo. 15), a videira verdadeira, pois é enxertados nEle que podemos dar muitos frutos (v. 5). É assim que seremos perfeitos como o é Nosso Pai Celestial (Mt. 5.48), e Nosso Mestre (Lc. 6.40). Essa é a meta de todo cristão genuíno (Ef. 4.13; Fp. 3.12) que somente poderá ser alcançada, enquanto aqui estivermos, em amor (I Jo. 4.12). Em sua plenitude, a perfeição moral, ainda que deva ser nossa meta enquanto aqui estivermos, somente será alcançada no arrebatamento (ou ressurreição do corpo) quando o que é corruptível se revestirá da incorruptibilidade, então, seremos como Ele é (I Jo. 3.2).

4. O MUNDANISMO E O CARÁTER CRISTÃO: O mundo jaz no maligno (I Jo. 5.19) e, enquanto estivermos na terra - no mundo físico -, precisamos crescer espiritualmente a fim de que não venhamos a entrar em sua fôrma – mundo espiritual regido por Satanás (Rm. 12.1,2), experimentando a sempre boa, agradável e perfeita vontade de Deus. As aflições do tempo presente (Jo. 16.33; Rm. 8.18) podem afetar o desenvolvimento, e, em alguns casos, desconstruir o caráter do cristão. Aqueles que têm uma caráter frágil, em meio às tribulações, são levados por todo vento de doutrina (Ef. 4.14), pelas forças das trevas (II Pe. 2.17), diferentemente daquele que ouve a voz do Espírito por meio da Palavra do Bom Pastor (Jo. 3.8; 10.16). Aquele que tem o seu caráter cristão desconstruído, que não ouve e não pratica a Palavra é comparado, por Tiago, “ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era” (Tg. 1.23,24). Todo cristão deva cuidar para não se voltar à apostasia (I Tm. 4.1; I Co. 10.12), pois, todo aquele que se distância do Senhor, relutantemente, expõe Cristo novamente ao vetupério (Hb. 6.6). Fica aqui o alerta do profeta Jeremias para que não cavemos cisternas rotas que não retêm água (Jr. 2.13), pois todo aquele que se esquece do Senhor terá seu nome escrito no chão (Jr. 17.3), pois abandonou a fonte das águas vivas.

5. O CULTIVO DO CARÁTER CRISTÃO: O caráter cristão é produzido em contato com o Espírito Santo, para tanto, precisa ser cultivado ao longo do “andar com Ele” (Gl. 5.16). Eis aqui alguns dos princípios fundamentais para o cultivo do caráter cristão (do fruto do Espírito): 1) Leitura constante das Escrituras e de boa literatura cristã que nos confira o desejo de nos achegar, a cada dia mais, a Cristo, o padrão maior de perfeição; 2) Prática contínua da oração, não apenas com vista ao suprimento das necessidades materiais, mas, principalmente, para ter comunhão com o Senhor, relacionando-se com Ele; 3) Meditação, sintonizando o nosso espírito com o Espírito de Deus, acostumando à presença de Deus, para que, por meio da iluminação espiritual, cresçamos na fé; 4) Disciplina a fim de não perder de foco o alvo supremo da santificação no Espírito; 5) Vivência em amor, sabendo que nisto redunda a essência da espiritualidade (I Jo. 4.7,8). A título de ilustração, podemos apelar para a prática dos músicos que, mesmo dominado os instrumentos musicais com os quais trabalham, não se apartam deles, ensaiando, continuamente, a fim de que a execução se realize à contento. Caso um músico venha a negligenciar seu instrumento, cedo ou tarde, as pessoas perceberão que ele já não é mais o mesmo. Charles Spurgeon, o príncipe dos pregadores, dizia que não passava mais do que quinze minutos diários sem pensar em Deus.

CONCLUSÃO: Portanto, para o pleno desenvolvimento do caráter cristão, devemos, como um músico, ou um atleta, exercitar, com disciplina (e amor), a experiência com Deus. Paulo chama a atenção de todos os cristãos para o exercício da piedade (I Tm. 4.8; 6.5,6,11), pois, através deste, a caminhada espiritual se tornará cada vez mais produtiva, sem que se constitua num fardo (Mt. 11.30). Conta-se que um certo homem tinha um cão o qual, constantemente, costumava morder os vizinhos. Certo dia, o proprietário do cão fez uma mordaça e colocou naquele animal para que isso não mais viesse a acontecer. Felizmente, a fera deixou de morder a vizinhança, mas, para tristeza do dono, não deixou de correr atrás. A mordaça posta no focinho do cão não mudou sua natureza. Portanto, não podemos esquecer que o desenvolvimento do caráter cristão diz respeito, sobretudo, a uma transformação não apenas no exterior do indivíduo, mas, primordialmente, uma mudança interior, por meio da qual a natureza pecaminosa é subjugada pelo Espírito do Senhor (Rm. 6.6; Cl. 3.9). PENSE NISSO!