Textos: Gn. 41.38 – Gn. 45.1-8
INTRODUÇÃO
Nesta última lição nos estudaremos a seção do livro de Gênesis que trata a respeito da vida de José, o filho de Jacó que foi vendido como escrevo, e se tornou governador no Egito. Inicialmente meditaremos sobre seus primeiros dias de vida, ao lado dos seus irmãos. Em seguida, refletiremos sobre seus tempos de adversidade, quando foi vendido como escravo. E ao final, destacaremos a soberania divina, a fim de cumprir seus propósitos, através da vida de José, tornando-o governador.
1. JOSÉ, O AMADO
José era um filho amado de Jacó, no contexto de uma família problemática, nos quais seus irmãos o perseguiam (Gn. 37.1-4). Todas as famílias enfrentam seus problemas, temos uma tendência a idealizar demasiadamente o ambiente familiar. No caso de José, seu pai demonstrava certo favoritismo, e isso certamente causava inveja nos irmãos. A predileção pode resultar em transtornos nas famílias, pais que beneficiam determinados filhos, em detrimentos de outros, pode favorecer intrigas (Gn. 37.1-11). É bem verdade que Deus deu sonhos a José, e esses inegavelmente revelavam seu futuro, mas o jovem não teve sabedoria quanto ao momento de expressá-los. Nem todos os sonhos são manifestações divinas, alguns deles são provenientes das inquietações da vida. Há pessoas nas igrejas, principalmente nas igrejas pentecostais, que supervalorizam os sonhos, e desconsideram as instruções da Palavra de Deus (Jr. 23.25-28). A inveja dos irmãos de José resultou em violência, e tomados pelo ódio, decidiram conspirar contra o filho amado de Jacó. A fim de se livrarem de José, venderam o sonhador para o midianitas. Eles não apenas venderam o irmão, mas também arquitetaram um plano, a fim de justificar perante Jacó, a ausência do filho querido. Essa é uma demonstração do nível de malignidade que se apoderou dos irmãos de José. Há pessoas que de modo semelhante endurecem seus corações, e se tornam propensos à violência, indiferentes às pessoas, e incapazes de demonstrar arrependimento (Pv. 28.13). O velho Jacó, por causa da insensibilidade dos seus filhos, acabou por angustiar sua alma (Gn. 42.36). Como ele muitos pais, inclusive cristãos, carregam tristezas na vida, por causa de filhos desobedientes.
2. JOSÉ, O ESCRAVO
José, após ser vendido aos midianitas, acabou sendo escravo no Egito, ali ele se tornaria uma fonte de bênçãos para sua família. Mas antes passou por situações adversas, até que Deus cumprisse Seus desígnios na vida daquele hebreu. José se tornou servo na casa de Potifar, de modo que o Senhor abençoou aquele egípcio (Gn. 39.5). Muitas pessoas descrentes são abençoadas por causa da fé piedosa de um cristão. Para tanto, faz-se necessário que, como José, sejamos sal da terra e luz do mundo (Mt. 5.13-16). A mulher de Potifar tentou o jovem José, incitando-o a trair a confiança do seu senhor. Mas ele sabia que estava na presença de Deus, e que não poderia decepcionar aquele a quem servia (Gn. 39.9). Fugir da tentação é uma orientação bíblica, o exercício do domínio próprio é uma virtude cristã a ser cultivada (II Tm. 2.2). A mulher de Potifar, insatisfeita com a fidelidade do escravo, o denuncia injustamente, acusando-o de tê-la assediado. José foi vítima da injustiça dos homens, acabou ser encarcerado por se negar seguir pelo caminho mais fácil. Mas ao invés de desfalecer, preferiu confiar em Deus, que estava no comando de todas as situações. Na prisão o Senhor o usou para interpretar sonhos, tendo revelado ao copeiro que esse seria restituído ao cargo. Mas esse, quando saiu da prisão, não se lembrou de imediato de José. A confiança nos projetos humanos pode resultar em decepção. A política dos homens é uma demonstração das injustiças que assolam a sociedade, por meio das quais os fieis padecem sem merecer, por isso o melhor é depositar toda confiança em Deus (Sl. 146.3-6). É maravilhoso saber que Ele está trabalhando em prol daqueles que seguem os Seus caminhos, e que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus, e são chamados seguindo os Seus propósitos (Rm. 8.28).
3. JOSÉ, O GOVERNADOR
Enquanto José permanecia na prisão, Deus deu dois sonhos a Faraó, que o deixou perplexo, principalmente porque seus adivinhos foram incapazes de explica-los. Até que o copeiro, que havia se esquecido de José, se lembrou dele. Apesar das limitações humanas, Deus trabalho no Seu tempo, e concretiza o que propôs fazer. José foi levado á presença de Faraó, dando a apropriada interpretação dos sonhos, não deixando de dar glória a Deus (Gn. 41.16). O próprio Faraó reconheceu que havia algo de especial naquele hebreu, e o colocou como vice-governante do Egito. Mas para chegar a esse posto ele precisou passar por momentos de adversidade, foram treze anos de injustiças, e incompreensão por parte dos homens. Mas José tinha consciência que estava no centro da vontade de Deus. Essa, ainda que não seja compreendida de imediato, é sempre boa, agradável e perfeita (Rm. 12.2). A prosperidade de José não tinha como objetivo a ostentação, nem mesmo a vingança perante seus irmãos. Há pessoas que defendem a prosperidade como um fim em si mesmo, apenas para mostrarem aos outros que são “abençoados”. A família de José, nos tempos da seca, precisaram se dirigir ao Egito, a fim de buscar mantimento. Seus irmãos não sabiam que iriam encontrar naquele lugar o jovem a quem haviam vendido como escravo. Deus é especialista em transformar adversidade em possibilidade. Os próprios irmãos de José demonstraram maturidade, que haviam mudado. Eles estiveram dispostos a reparar o erro cometido, as pessoas sempre podem mudar suas atitudes (Gn. 44.13-44). Por outro lado, a demonstração de graça e misericórdia de José deve servir de inspiração para os cristãos. Ao invés de querer se vingar dos seus irmãos, o vice-governador do Egito reconheceu os propositivos divinos (Gn. 45.1-15)
CONCLUSÃO
A história de José é um exemplo de confiança em Deus, mesmo diante dos momentos difíceis (Hb. 11.1). É confortador saber que servimos ao mesmo Senhor, que está no comando das nossas vidas. Sabemos que nossa leve e momentânea tribulação redundará em glória excelente, pois fiel é Aquele que prometeu, e eternas são as suas palavras (II Co. 14.17). Por, isso, com Paulo, podemos descansar nas riquezas insondáveis de Deus, pois Sua sabedoria vai além do nosso entendimento, os Seus caminhos são inescrutáveis (Rm. 11.33).