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A NOVA VIDA EM CRISTO

Texto Áureo: Rm. 12.1 Leitura Bíblica: Rm. 12.1-12
 INTRODUÇÃO
A partir do capítulo 12, o apóstolo Paulo passa a tratar não apenas do “crer”, como vinha fazendo até agora, e passa, então, ao ético, isto é, ao “fazer” da vida cristã. Inicialmente, ele faz um apelo para que os crentes tenham uma vida consagrada a Deus, e em seguida, apresenta algumas recomendações a respeito do uso dos dons espirituais na igreja, o corpo de Cristo. As orientações do Apóstolo nessa seção da Epístola demonstra sua preocupação não apenas com a ortodoxia, mas também com a ortopraxia.

I – UM APELO À CONSAGRAÇÃO PESSOAL (Rm. 12.1,2)

Interessante que Paulo não ordena, mas apenas “roga”, isto é, “admoesta, solicita, encoraja”, que é o sentido de parakaleo, em grego. O apelo do apóstolo tem como base a grande misericórdia de Deus, não os princípios legalistas dos judaizantes. O amor de Deus por nós nos motiva a viver em total consagração a Ele, esse é o sacrifício que O agrada, não mais o sangue de animais, como no Antigo Pacto (Hb. 13.15-19), esses sacrifícios são denominados por Pedro, de “espirituais” (I Pe. 2.5), equivaleria ao que Paulo denominou de “culto racional”. Para que isso se efetive, não mais podemos nos conformar, ou seja, “entrar na forma” desse mundo. O mundo, aqui, é perverso ou mal (Gl. 1.4) e dominado por Satanás, o seu príncipe, que cega a mente dos incrédulos (II Co. 4.4). Não podemos mais pactuar com esse sistema anti-Deus que prevalece no presente século, haja visto que “as coisas antigas se passaram e eis que tudo se fez novo” (II Co. 5.17). Somos instruídos, portanto, a sermos transformados, literalmente, transfigurados (ver Mt. 17.2; II Co. 3.18), pela renovação da nossa mente. Essa renovação somente pode acontecer na medida em que passamos a pensar com a mente de Cristo, e não com a nossa natureza pecaminosa (II Co. 11.3; Ef. 1.18; I Co. 2.16). Assim, experimentaremos quão boa, agradável e perfeita é a vontade de Deus, não apenas para Ele, mas também para nós, assim, reconheceremos que não vale a pena pecar.

II – A IGREJA COMO CORPO DE CRISTO (Ef. 1.22,23; I Co. 12.12-23)

A igreja é o corpo, do qual, Cristo é o cabeça (Ef. 1.22; Cl. 1.18,24). Como corpo, a igreja tem muitos membros, mas continua sendo um só corpo (I Co. 12.12). Com essa analogia, o Apóstolo pretende ressaltar o aspecto de unidade (não de uniformidade) da igreja. Isso demonstra a necessidade da dependência mútua entre os membros do corpo, sendo eles diferentes e ocupando lugares distintos, todos são nobres, tanto a mão quanto o pé - os mais ativos, tanto a orelha quanto o olho – os mais contemplativos (I Co.12.15,16). É preciso, todavia, considerar que Deus colocou os membros no corpo como quis (I Co. 12.18). Isso quer dizer que o próprio Deus dispôs, no corpo de Cristo, a diversidade de dons - tanto espirituais quanto ministeriais (sobre esses ver Ef. 4.11) - com objetivo de “guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Ef. 4.3), “querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef. 4.12,13).


III– O USO DOS DONS ESPIRITUAIS

É comum os cristãos pensarem que os dons espirituais se restringem aqueles de I Co. 12.8-10, no entanto, Paulo nos apresenta  outra lista, essa se encontra em Rm. 12.6-8. Existem, de fato, algumas diferenças entres essas duas listas, no entanto, em se tratando de dons ambos são espirituais, ou seja, partem do sobrenatural ainda que se considere, especialmente em relação aos de Romanos, uma participação mais efetiva do lado humano, e, menor, no de I Coríntios. Além dessa diferença, os dons de I Co parecem ter uma atuação mais temporária, e porque não dizer, instantânea, enquanto que os de Romanos, é mais duradoura.
 
I Coríntios 12.8-10
1) Palavra da Sabedoria – este dom, geralmente, transmite uma palavra de sabedoria para orientar a igreja, assim como em Jo. 4.17,18; At. 6.10; 15.13-22.
2) Palavra do Conhecimento – esse dom vem da revelação de um conhecimento antecipado de uma determinada verdade espiritual, como aconteceu em Jo. 4.23,24; At. 5.1-10; I Co. 14.24,25.
3) Fé – esse dom tem como objetivo a operação de milagres, não se trata, portanto da fé para a salvação (Ef. 2.8,9), e muito menos da fé como aspecto do fruto do Espírito (Gl. 5.22). Essa é a fé dada instantaneamente por Deus para a realização de curas e milagres (Mt. 17.20; Mc. 11.22-24; Lc. 17.6).
4) Curas – no plural, são concedido para à restauração da saúde física, por meios divinos e sobrenaturais (At. 3.6-8; 4.30). O plural (dons) indica curas de diferentes enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de um dom especial de Deus.
5) Operação de milagres – atos sobrenaturais de poder que intervêm nas leis da natureza com o objetivo de glorificar a Deus (At. 9.40; 13.9-11; 20.10; 27.43; 28.5).
6) Profecia – capacita o crente a transmitir uma mensagem uma palavra ou revelação diretamente de Deus, sob o impulso do Espírito Santo (I Co. 14.24-31), a igreja não pode ter essas mensagens como infalíveis, pois há falsos-profetas (I Jo. 4.1), por isso, toda profecia deve ser julgada (I Co. 14.29,32; I Ts. 5.20,21).
7) Discernimento de espíritos – para discernir e julgar corretametne as profecias e distinguir se uma mensagem provém do Espírito Santo ou não. Esse dom é fundamental na medida em que existem muitas distorções dos ensinos cristãos (I Tm. 4.1), eis alguns exemplos: At. 5.3; 8.20-23; 16.16-18.
8) Variedade de línguas – não se trata de uma língua aprendida, e, geralmente, não é entendida nem pelo que fala (I Co. 14.14) nem pelo que a ouve (I Co. 14.16). Quem fala em línguas edifica-se a si mesmo, por isso, quem fala línguas ore para que haja interpretação (I Co. 14.3,27,28).
9) Interpretação de línguas – capacidade concedida pelo Espírito Santo, não através do conhecimento prévio de determinado idioma, para que o portador do dom compreenda e transmita o significado de uma mensagem dada em línguas (I Co. 14.6,13,16).
 
Romanos 12.6-8
10) Serviço – disposição, capacidade e poder, dados por Deus, para alguém prestar assistência prática ao membros e aos líderes da igreja, a fim de ajuda-los a cumprir suas responsabilidades para com Deus (At. 6.2,3).
11) Ensinar – disposição, capacidade e poder, dados por Deus, para o crente examinar e estudar a Palavra de Deus, e de esclarecer, expor, defender e proclamar suas verdades para que as pessoas cresçam em graça e piedade (I Co. 2.10-16). É preciso que haja dedicação para o desenvolvimento desse dom (Rm. 12.7; I Tm. 4.14-16).
12) Exortar – disposição, capacidade e poder, dados por Deus, para que, através da proclamação da Palavra de Deus, as pessoas sejam estimuladas a se dedicaram mais a Deus e se separarem do mundo (At. 11.23; 14.22; 15.30-32).
13) Repartir – disposição, capacidade e poder, dados por Deus, para que o crente contribua livremente a fim de suprir as necessidades da obra ou do povo de Deus (II Co. 8.1-8; Ef. 4.28; At. 2.44,45; 4.34,37).
14) Presidir (Governar) – disposição, capacidade e poder, dados por Deus, para o crente conduzir e administrar as várias atividades da igreja, visando o bem espiritual de todos (Ef. 4.11,12: I Tm. 3.1-7: Hb. 13.7,17,24).
15) Misericórdia – disposição, capacidade e poder, dados por Deus, para o crente ajudar e consolar os necessitados e aflitos, não levando em conta o merecimento (Ef. 2.4; At. 9.36-39).
 
CONCLUSÃO
Os dons espirituais, conforme nos instrui o apóstolo, são dados para “cada um para o que for útil” (I Co. 12.7) e visam, sobretudo, a edificação e a santificação da igreja (I Co. 12.7). Tantos os dons de I Co. 12.8-10 quanto os de Rm. 12-6-8 são espirituais, contudo, esses últimos se diferenciam dos primeiros pelo fato de terem um caráter mais permanente, como também acontece com os dons ministeriais de Ef. 4.11, enquanto que os de I Co. 12.8-10 são dados instantaneamente, de acordo com a vontade do Espírito (I Co. 12.11) para satisfazer os anelos dos crentes em consonância com as necessidades da igreja (I Co. 12.31; 14.1).