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O PERIGO DAS OBRAS DA CARNE





                         Leitura Bíblica: Lc. 6.39-49 – Texto Áureo: Mt. 26.41

INTRODUÇÃO
Uma vida direcionada pelas obras da carne está em grave perigo, considerando que aquilo que o homem plantar isso também ceifará. Por isso, a fim de alertar àqueles que se encontram nessa situação de risco, destacaremos, na aula de hoje, a importância de investir no espírito, tendo em vista que a fraqueza da carne pode favorecer a manifestação das obras más. Mostraremos ainda que aqueles que se deixam conduzir pelos desejos desenfreados acabam trazendo sobre eles penalidades drásticas. Ao final, apontaremos as consequências para aqueles que plantam na carne, ao invés de semearem no espírito.

1. A CARNE É FRACA
Nunca é demais ressaltar que não é bíblica, muito menos judaico-cristã a dicotomia espírito-corpo, comumente defendida nos púlpitos de algumas igrejas, sob a influência helenista inserida no cristianismo por meio de Agostinho, entre outros. A interpretação de Mt. 26.41, bem como de Gl. 5.17-22, deve ser feita a partir de uma cosmovisão escriturística, desconsiderando a perspectiva platônica. Quando Jesus destaca que o espírito está pronto, mas que a carne é fraca, está enfatizando as limitações da própria condição física. Essa declaração foi feita antes dEle ser levado a julgamento, e por conseguinte, ao calvário, quando se encontrava no Getsêmane (Mt. 26.41). No contexto da passagem, aprendemos que a oração é uma necessidade que nem sempre é valorizada pelos cristãos. De vez em quando precisamos nos colocar em vigilância, e para que isso seja feito, faz-se necessário que nos coloquemos em jejum e oração. Os momentos cruciais pelos quais Jesus teria que passar o levaram a orar com intensidade. Os discípulos, por não compreenderem a situação, e por não suportarem o peso do sono, dormiram. Para vencer os dias difíceis que podem sobrevir sobre nós, precisamos ser fortes, e sempre que necessário, abrir mão da comodidade, para se dedicar a horas silenciosas na presença de Deus. É dessa maneira que seremos capazes de enfrentar as tribulações da vida presente. O corpo não é necessariamente mal, mas pode ser usado para dar vasão à natureza pecaminosa. No contexto de uma sociedade hedonista, é provável que algumas pessoas prefiram a comodidade, a uma vida de sacrifício pelo próximo. Os seguidores de Jesus demonstraram insensibilidade em relação à condição do seu Mestre. Eles foram fracos diante da necessidade do Senhor de ter alguém ao Seu lado naquele momento angustiante.

2. A VIDA CONDUZIDA PELAS OBRAS DA CARNE
É preciso ter cuidado para não se deixar conduzir pela natureza pecaminosa, e se orientar pelo comodismo tão comum na contemporaneidade. Nada há de errado em ter conforto, e mesmo em desfrutar do quinhão que o Senhor proveu. Por outro lado, os bens materiais não podem ser usados apenas para o bem-estar das pessoas, a fim de alimentar os desejos egoístas. O fundamento das obras da carne é a concupiscência – makrothumia em grego – que diz respeito aos desejos desenfreados do homem caído (Rm. 7.8). As pessoas centradas nelas mesmas são incapazes de perceberem as carências dos outros. Por essa razão, destacamos que em Gl. 5.17, as obras da carne se manifestam prioritariamente no campo dos relacionamentos interpessoais. A busca por uma vida regalada, a supervalorização do eu, o desejo pelas posses, podem levar as pessoas a se distanciarem de Deus (II Tm. 3.1-3). A natureza pecaminosa precisa ser mortificada (Cl. 3.5), bem como nossa indisposição para o  sacrifício. Deus amou o mundo de tal maneira que entregou Seu Filho Unigênito (Jo. 3.16), nós devemos também dar nossas vidas pelos irmãos (I Jo. 3.16). Quando predominam as obras da carne, em detrimento do fruto do Espírito, as pessoas se entregam devassamente à prostituição, impureza e lascívia, destruindo seus próprios corpos (I Co. 6.18); transformam a elas mesmas em deuses, se voltando à idolatria da qual devemos fugir (I Co. 10.14); e adentram ao mundo do ocultismo, que tem a ver com a feitiçaria, a fim de justificarem suas opções carnais (Ap. 21.8). A natureza que se opõe a Deus é invejosa, nunca encontra satisfação, está sempre em busca no que é do outro (I Co. 3.3). O resultado da ambição invejosa são as contendas, as pelejas que fomentam as discórdias, inclusive dentro das igrejas (II Co. 12.20). Não por acaso, algumas congregações estão tomadas pelas inimizades, partidarismos e facções. Há crentes que estão matando a fé uns dos outros, sem dar lugar ao perdão que vem de Deus (Cl. 3.12,13). Ao cristão não convém ser conduzido pelas obras da carne, e coisas semelhantes a essas, dentre as quais também podem ser incluídas bebedices e orgias, práticas comuns nos tempos de Paulo, bem como nos dias atuais.

3. O QUE O HOMEM PLANTAR ISSO TAMBÉM CEIFARÁ
Aqueles que semeiam na carne pagam um preço elevando, isso porque o salário do pecado é a morte (Rm. 6.23). Mas é necessário atentar para a orientação bíblica de que Deus não é um estraga-prazeres, que se opõe aos nossos desejos. Na verdade, fomos criados por Deus para ter prazer, contanto que esses sejam desfrutados conforme sua orientação moderadora. A queda acabou por lançar o ser humano para a dispersão, a se portar de maneira desequilibrada. Os extremos se tornaram opções mais viáveis para os descendentes de Adão e Eva. A vontade de Deus é sempre boa, agradável e perfeita (Rm. 12.1,2) e para que não sejamos destruídos com o mundo (I Co. 11.32). A entrega dissoluta ao pecado destrói o objetivo de Deus em nossas vidas para o qual fomos criados. J. R. R. Tolkien e C. S. Lewis, em suas alegorias fantásticas, demonstraram o que acontece com o ser humano quando esse pauta sua vida pelo pecado. Paulo é enfático ao declarar aos Gálatas: “pois o que o homem semear isso também ceifará” (Gl. 6.7). Há pessoas que estão destruindo seus corpos por causa dos vícios aos quais se devotaram. Alguns que querem ter cada vez mais dinheiro, e estão adoecendo e morrendo mais cedo do que deveriam (I Tm. 6.6-10). A prosperidade material se tornou o deus deste século, e o consumismo em uma espécie de religião. Os shopping centers são verdadeiros templos, nos quais as pessoas se dobram diante do deus-mamom (Mt. 6.24). A morte física iminente pode conduzir as pessoas à morte eterna, que se concretiza na condição de morte espiritual (Rm. 3.23; Hb. 9.27). Cristo é a Vida, somente nEle encontramos plena satisfação, e amando-O somos libertos do poder destruidor das obras da carne (Jo. 8.36). O convite dEle é para que abracemos seu jugo suave, e aprendamos que somente Ele pode nos trazer alivio real (Mt. 11.28).

CONCLUSÃO
Semear na carne é uma opção natural para o ser humano caído, tendo em vista que a propensão adâmica é para a desobediência. A menos que aconteça uma intervenção espiritual, estamos todos fadados a ir após nós mesmos. E quando nos entregamos aos desejos desenfreados, o resultado será a morte física, espiritual e eterna. Antes que seja tarde é preciso dar o brado de Paulo: “Miserável homem que sou” (Rm. 7.24), para receber o livramento de Deus, e reconhecer que “somos mais do que vencedores”, pelo Espírito Santo (Rm. 8.37-39).

BIBLIOGRAFIA
BARKLAY, W. As obras da carne e o fruto do Espírito. São Paulo: Vida Nova, 1988.
OLIVEIRA, F. T. As obras da carne e o fruto do Espírito. São Paulo: Reflexão, 2016