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ENTRE A PÁSCOA E O PENTECOSTES

Texto Áureo: At. 2.1-4  – Leitura Bíblica: Ex. 34.18-29

INTRODUÇÃO
Nesta última lição estudaremos a respeito da relação entre a celebração da páscoa e do pentecostes. Essas duas festas tinham destaque entre as comemorações judaicas, a fim de ressaltar a libertação e a gratidão a Deus. Estudaremos, a princípio, essas duas festas, em seguida, analisaremos cada uma delas, a fim de mostrar que o pentecostes é fundamental para o empoderamento da igreja, mas que esse somente se tornou possível porque Jesus, o Cordeiro pascoal, foi imolado pelos nossos pecados.

1. A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA
A palavra páscoa quer dizer passagem em hebraico, em alusão à passagem da morte que passaria pelas casas, ceifando as vidas dos primogênitos. Aos hebreus, para escaparam de tal juízo, cabiam observar os procedimentos dados por Deus. Eles mergulhavam os ramos de uma planta denominada hissopo na bacia com o sangue do cordeiro e o colocava nas vergas e umbrais das portas (Ex. 12.22). Em seguida, essa mesma planta era usada para aspergir o sangue que confirmava a aliança de Deus com o Seu povo (Ex. 24.1-8). O cordeiro havia sido assado e comido às pressas, o povo deveria estar pronto para partir logo que fosse dado um sinal (Ex. 12.8,11,46). A refeição consistia do cordeiro assado, pães asmos e ervas amargas, antecipando, assim, o sacrifício vicário de Cristo. O pão era sem fermento porque não havia tempo para que esse crescesse (Ex. 12.39), além de ser este um símbolo de impureza para os hebreus. A Palavra de Deus associa o fermento com o pecado, bem como com os falsos ensinamentos (Mt. 16.6-12; Gl. 5.1-9) e a hipocrisia (Lc. 12.1). A igreja do Senhor não pode se envolver com práticas pecaminosas, antes deve viver em santidade, sem se deixar contaminar com o fermento do mundo (I Co. 5.6-8). Outro procedimento foi usado, qualquer carne que sobrasse da festa deveria ser queimada, aquele cordeiro era especial, não deveria ser tratado como uma alimentação normal. Aquela refeição foi preparada para a família (Ex. 12.3,4), isso mostra que Deus atenta para a proteção dos lares. A igreja, como um todo, é uma família, que se une para lembrar a morte e ressurreição do Cordeiro de Deus (Ef. 2.21; 3.15;4.16).  O caráter memorial da páscoa israelita (Ex. 12.14-43) fora retomado pela fé cristã, a fim de celebrar o sacrifício de Cristo, na cruz do calvário (Mt. 26.26; I Co. 11.23-25). A páscoa israelita era celebrada em nome do Senhor, recordando o cumprimento das Suas promessas (Ex. 11.1-8; 12.31-36). Na noite da Páscoa se cumpriram as promessas dadas por Deus a Abraão, muitos séculos antes (Gn. 15.13,14). De fato, “nem uma só palavra falhou de todas as suas boas promessas, feitas por intermédio de Moisés, seu servo” (I Rs. 8.56). As promessas de Deus não falham, por isso estamos certos que passarão céus e terra, mas Suas palavras não haverão de passar (Lc. 21.33).

2. CRISTO, CORDEIRO DE DEUS E NOSSA PÁSCOA
Paulo identifica Cristo como a nossa páscoa, isso porque Jesus é o Cordeiro que foi imolado pelos nossos pecados (I Co. 5.7; Rm. 5.8,9). As igrejas locais se reúnem para celebrar a Ceia do Senhor. A Santa Ceia é um memorial, a fim de que, entre muitas atribuições eclesiásticas, não nos esqueçamos do principal, do sacrifício de Cristo na cruz (I Co. 11.23-25). Por ocasião da Ceia, utilizamos, simbolicamente, o pão que representa o corpo de Cristo (I Pe. 2.22-24), e o vinho, o sangue derramado do Senhor (Mc. 14.24). Esses elementos são simbólicos por isso não podem ser confundidos com o próprio corpo e sangue de Jesus (Jo. 6.35; 10.9), trata-se, portanto, de uma linguagem figurada. Essa deve ser uma observância continua para a igreja, ainda que não seja demarcada a frequência em que deve ocorrer (Lc. 22.14-20). A igreja cristã, desde o primeiro século, atentou para a prática do partir do pão (At. 2.42; 20.7; I Co. 11.26). É importante que a igreja mantenha a reverência por ocasião da celebração da Ceia, esse era um problema grave em Corinto, pois muitos membros da igreja não a levavam a sério (I Co. 11.29,30). Esse deve ser um momento solene, sobretudo de reflexão, a fim de demonstrar nossa identificação com o Cristo que por nós entregou Sua vida. Para evitar distorções no ato da celebração da Ceia, recomendamos: 1) sinceridade na apreciação (Lc. 22.17-19), não se trata apenas de alimentação, mas de percepção do valor do sacrifício de Cristo; e 2) autoexame para não nos tornarmos culpados e participantes daqueles que crucificaram o Senhor (I Co. 11.27). Ninguém se torna, por si mesmo, apto para a Ceia, é o sangue de Jesus, que nos torna aptos para tal. Não ceamos por causa dos nossos méritos, pois se assim fosse, ninguém poderia se aproximar da mesa (Ef. 2.8,9). Mas é preciso demonstrar contrição, reconhecimento do pecado, sobretudo arrependimento (I Jo. 1.9). A Ceia do Senhor é também um momento de irmandade, pois ao partir o pão demonstramos que somos um em Cristo (I Co. 10.16,17).

3. PENTECOSTES: O PODER DO ESPÍRITO SANTO
A festa judaica de Pentecostes acontecia no quinquagésimo dia depois da Páscoa, também era denominada de Festa das Semanas, porque ocorria sete semanas depois da Páscoa. Na ocasião celebrava-se a colheita dos primeiros grãos de trigo (Ex. 23.16; 34.22; Lv. 23.15-21). Para a igreja, essa festa passou a ter um significado especial, diz respeito ao momento em que essa recebeu o poder do alto, o batismo no Espírito Santo, prometido por Jesus, para a expansão do evangelho (At. 2.1). Cento e vinte discípulos, que se encontravam reunidos no mesmo lugar, ouviram um som como de um vento, na medida em que esse encheu o cenáculo, línguas repartidas como que de fogo pousaram sobre os presentes (At. 2.2,3). E todos foram cheios do Espírito Santo, o verbo pimplemi – cheios em grego – dá idéia de uma capacitação sobrenatural para o serviço divino. Desse modo, o derramamento do Espírito Santo significa o mesmo que ser batizado no ou com o Espírito Santo ou receber o dom do Espírito (At. 1.5; 2.4; 38). Esse mesmo Espírito habilita sobrenaturalmente os discípulos a “falarem em outras línguas” (At. 2.4), isso quer dizer que eles não estudaram as línguas que falaram, ainda que, pelo contexto, inferimos que essas línguas foram reconhecidas como idiomas (At. 2.6). O falar em línguas é uma evidência física do batismo no Espírito Santo. Esse precisa ser diferenciado do dom de variedade de línguas (I Co. 12.10). Quando o crente fala em línguas, no Batismo no Espírito Santo, demonstra que experimentou o derramamento. Quanto fala em línguas, enquanto dom, edifica a si mesmo, ou, se houver quem interprete, a igreja (I Co. 14.4,13,27).

CONCLUSÃO
O derramamento do Espírito, que aconteceu no dia de Pentecostes, continua disponível para a igreja nos dias atuais. Mas não podemos esquecer que isso somente se tornou possível por causa do sacrifício de Cristo na cruz do calvário. Portanto, a relação entre páscoa e pentecostes é fundamental para a teologia pentecostal, a primeira sem a segunda compromete a eficácia da evangelização, e a segunda sem a primeira, compromete o sacrifício vicário de Cristo.

BIBLIOGRAFIA
TIDBALL, D. The message of Leviticus. Leicester: Interversity-Press, 2005.
WIERSBE, W. Be holy: Leviticus. Colorado Springs: David Cook, 2010.