Texto Áureo: Mt. 28.19 – Mt. 16.24,26; 28.19,20; II Tm. 2.1-3.
Objetivo: Mostrar que, na educação cristã, através do discipulado, a igreja tem por objetivo fazer de cada crente um fiel seguidor de Cristo.
INTRODUÇÃO
Fazer discípulos leva tempo, mas é a maneira mais eficaz, certa e segura de efetivamente alcançarmos o mundo. É fácil fazer um membro de igreja, porém é uma ciência gerar um discípulo, até formar Cristo nele. "Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós" (Gl 4:19). Essa é a proposta do discipulado, fazer seguidores, alunos, do Grande Mestre que é Cristo. Afinal, somente se faz a distinção entre evangelismo e discipulado para efeitos metodológicos, pois ambos estão intimamente interligados. A ordem de Jesus, na grande comissão, é a de “fazer discípulos” (Mt. 28.18-20).
I – DEFINIÇÃO DE DISCIPULADO
A palavra discipulado, no grego bíblico, dá idéia de aprendiz, portanto, fazer discípulos significa, prioritariamente, levar outras pessoas a também, como nós, a seguir os passos daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Algumas palavras, no original, apontam para sentidos mais amplos do termo "discipulado": 1) akoluteo - seguir (Mt. 6.6) - encontra-se 56 nos sinóticos, 14 em João, 3 em Atos, uma vez em Paulo e 6 no Apocalipse; 2) mathetes -aprendiz - é aquele que ouve e segue o seu mestre; e 3) mimeomai - imitar - I Co. 11.1 - o alvo de todo cristão é seguir a Cristo como modelo. Discipular não é simplesmente fazer com que a pessoa saiba que foi salva, que deve ler a Bíblia e orar. Mais importante que tudo isso, ainda que não se exclua tais práticas, é o desenvolvimento de um relacionamento profícuo entre o discípulo e o seu Mestre Amado (Mt. 10.24,25; Lc. 6.40).
II – A IMPORTÂNCIA DO DISCIPULADO
O verdadeiro discipulado pressupõe o ensino. Muitos pessoas, hoje, adentram às igrejas sem buscar aprender de Jesus. Ele mesmo diz, aprendei de mim (Mt. 11.28,29). O ensino, é, portanto, de natureza fundamental à igreja (Mt. 4.23-25; 9.35-38). Jesus é reconhecido como o Mestre não por acaso (Mt. 7.28; 13.53,54). As pessoas que têm responsabilidade na igreja precisam atentar para o fato de que a igreja não é um mero clube social onde as pessoas se encontram esporadicamente para pôr os assuntos em dia. Antes, é um espaço educativo, isto é, para a instrução no qual a Palavra deva ser aberta, e, especialmente, os novos convertidos, precisam ser encaminhados nos primeiros passos da vida cristã. É uma pena que haja, em muitas igrejas locais, uma preocupação excessiva em fazer cruzadas nas quais muitos levantam as mãos, mas poucos, de fato, permanecem em Cristo. Talvez seja esse o momento de revermos a visão integral de Jesus, no intuito de fazer discípulos, auxiliando no desenvolvimento do caráter do neo-converso até que venha ao testemunho público do batismo, consoante ao exposto pelo Mestre na Comissão de Mt. 28.18-20.
III – A PRÁTICA DO DISCIPULADO NA IGREJA
Em II Tm. 2.2 Paulo mostra a importância da escolha de pessoas capacitadas para a tarefa do serviço na igreja, isso, certamente, inclui o discipulado. As pessoas envolvidas na prática do discipulado, são, de fato, pais espirituais, nos mesmos moldes que Paulo se reconhecia como mentor espirituais dos seus filhos na fé (I Co. 4.15 Gl. 4.19; I Ts. 2.11). Como pais (e mães espirituais) temos responsabilidades perante os nossos filhos na fé. Não podemos, portanto, entrega-los ao acaso, sob o risco de se perderem, o que, com certeza, não é bem visto aos olhos do Senhor. Se existem pais e mães desnaturados, no contexto carnal, será que não se poderia dizer o mesmo de determinadas pessoas que não acompanham aqueles que levaram para a igreja? Discipular, envolve, entre outros, os seguintes aspectos: 1) aconselhamento – levando ao conhecimento das doutrinas básicas da fé cristã a fim de que tenha bases sólidas para se posicionar, e, como Paulo, também dizer “eu sei em quem tenho crido” (II Tm. 1.12); 2) a alimentação – algo que deve ser feito sistematicamente (I Pe. 2.2), afinal, conforme expõe o Apóstolo, a falta de alimento conduz à imaturidade (I Co. 3.2). É uma pena que muitos já deveriam estar mais adiantes na fé, mas continuam imaturos (Hb. 5.11-14) e pela ausência do discipulado, a igreja pode ser responsabilizada; e 3) proteção – o mundo jaz no maligno e está repleto de falsos profetas (M. 7.15-20), eis a razão pela qual devemos também discipular (At. 20.29,30) para não se deixar levar por aqueles que tentam fazer os neo-conversos tropeçarem (I Co. 10.32; II Co. 6.3); e 4) adversidades – no mundo tereis aflições, disse Jesus, por isso, os discípulos de Cristo devem ser preparados para enfrentar as problemas da vida e serem capazes de vencer as provas que podem os levar a falhar na caminhada (I Ts. 3.5; Fp. 2.15-16).
CONCLUSÃO
Fazer discípulo, porém, não é fácil, talvez, por isso, muitos preferem a senda menos tortuosa. Antes de qualquer coisa, precisamos entender o que significa ser discípulo de Jesus. A palavra discípulo, na verdade, tem a ver com aprendizado, mas, em termos bíblicos, a salutar analisar o que disse Jesus em Mt. 16.24 “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me”. Assim, para ser discípulo há um “se”, isto é, uma condição a ser cumprida, não é apenas uma opção sem qualquer preço. Não é um preço a ser pago para a salvação, já que pela graça somos salvos, por meio da fé. Essa condição é o preço da salvação, não para a salvação, é a prova do verdadeiro discipulado.