Objetivo: Mostrar que Jesus é o Verbo de Deus que se fez carne e habitou entre nós, a fim de nos redimir do pecado.
INTRODUÇÃO: É comumente aceito que Jesus é o Verbo de Deus. Mas o que quer isso dizer, afinal? Isso tem alguma relação com sua divindade? Qual o significado do termo “verbo” em relação a Jesus? Essas são algumas das questões importantes que pretendemos responder ao longo deste estudo.
1. A DIVINDADE DE CRISTO: A divindade de Cristo é uma doutrina atestada tanto na Escritura quanto na história da igreja. Se apelarmos para o evangelho, o que já nos é suficiente, veremos que Jesus tinha autoconsciência de sua divindade, como Aquele que pode perdoar pecados (Mc. 2.5,7), que é Senhor do sábado (Ex. 20.8-11; Mc. 2.27,28). No evangelho de João, Jesus alegou ser um com o Pai (Jo. 10.30), de modo que ao vê-LO, conhecemos o Pai (Jo. 14.7-9). Em Jo. 8.58, há uma nítida afirmação de sua preexistência, especialmente, se compararmos com Ex. 3.14,15. Essa declaração de Jesus, inclusive, incitou aos presentes a quererem apedrejá-LO (Jo. 8.59), por considerarem que sua afirmação seria uma blasfêmia, provavelmente, à luz de Lv. 24.16. Jesus é Deus porque, como tal, tem poder sobre a vida e a morte (Jo. 5.21); 11.25). Finalmente, um testemunho claro da divindade de Cristo encontra-se na declaração de fé de Tomé, em Jo. 20.28.
2. O VERBO ENCARNADO: A palavra usada por João, no grego neotestamentário, para Verbo, é “logos”. Esse termo, no contexto helenista, tem a ver com o verbo “legein”, que significa “dizer”, “falar”, “expressar uma opinião”. Para o pensador grego Heráclito, o “logos” seria o princípio sustentador do universo. Essa visão, de algum modo, se coaduna com a declaração de Jo. 1.3, mostrando que Jesus é o fundamento de todas as coisas. No entanto, é mais coerente analisar a utilização dessa palavra na percepção judaica. Em hebraico, o verbo dizer é “dabar”, e corresponde à manifestação da sabedoria divina (Pv. 8.23). Alguns estudiosos defendem que João deva ter se utilizado do livro bíblico de Provérbios para escrever a abertura do evangelho que carrega o seu nome, e não os filósofos gregos. Sendo assim, Cristo é a representação, ou melhor, a ação divina na história, a própria Palavra de Deus que se fez carne e habitou, ou como está escrito no grego do NT, que “construiu sua tenda”, no meio dos homens (Jo. 1.14). A encarnação da Palavra, nesse sentido, é muito mais do que um conceito filosófico, é a atuação do “Deus conosco” na esfera humana (Mt. 1.23). E se é uma sabedoria, não pode ser reduzida ao mero acúmulo de conhecimentos enciclopédicos, mas à submissão, fundamentada no temor do Senhor (Pv. 9.10; 15.33). Não podemos esquecer que o próprio Cristo, ao encarnar-se, aprendeu a obediência (Hb. 5.8).
3. CHEIO DE GRAÇA E DE VERDADE: Ao se tornar carne, Cristo, como a Palavra, manifestou a face graciosa e verdadeira de Deus, a qual, costuma ser ofuscada pela religiosidade humana. Além de revelar a shekináh, isto é, a glória de Deus, João, no versículo 14, diz que o Verbo esteve entre nós, “cheio de graça e de verdade”. A graça de Deus nos é manifestada em seu amor pela humanidade, condicionada ao crer no sacrifício vicário de Jesus (Jo. 3.16; I Jo. 4.9). Paulo, em suas epístolas, faz referência ao amor gracioso de Deus que nos alcançou sendo nós ainda pecadores (Rm. 3.24; Gl. 5.4; Ef. 2.8; Tt. 2.11). Nos tempos em que o Verbo se fez carne havia quem questionasse a existência da verdade (Jo. 19.32). Jesus, no entanto, não apenas mostrou a verdade por meio de seus ensinamentos, Ele mesmo se revelou como a Verdade de Deus (Jo. 14.6; 17.17). É por isso que não é possível uma adoração genuína a Deus, a não ser por meio da Verdade que é Cristo (Jo. 4.24). Sem Cristo, o mundo vagueia, seguindo o curso do movimento das ondas legalistas da religiosidade que engana, distanciando-se da Verdade que liberta (Jo. 8.36).
CONCLUSÃO: Conta-se que em 1969, quando a nave Apolo 11 pousou o solo lunar, os jornalistas noticiaram que homem havia posto seus pés na lua, por conseguinte, aquele teria sido o maior evento histórico de todos os tempos. De pronto, Billy Graham, o conhecido pregador americano, teria refutado tal afirmação, dizendo que o maior evento histórico de todos os tempos não teria sido o homem ter posto suas pisadas na lua, mas Deus, em Cristo, ter estado na terra. Essa é uma estrondosa verdade, pois grande é o mistério da piedade: “Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória” (I Tm. 3.16). PENSE NISSO!