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A IGREJA DE CRISTO

Texto Áureo: Mt. 18.20 – Texto Bíblico Básico: Rm. I Co. 12.12-27

 

INTRODUÇÃO

A palavra igreja, no grego, é ekklesia, formade de ek, “para fora de” e klesis, “chamado”, era usado entre os gregos para descrever um corpo de cidadãos reunidos, uma assembleia, com a finalidade de discutir os assuntos do estado (At. 19.39). No cristianismo, diz respeito: 1) ao grupo inteiro dos redimidos ao longo de toda história, do qual Cristo se referiu como “minha igreja”, Mt. 16.18, que, mais tarde, é definida por Paulo como “a igreja, que é o seu corpo” (Ef. 1.22,23; 5.23); 2) no singular, como em Mt. 18.17, refere-se a um grupo formado por crentes professor (At. 20.28; I Co. 1.2; Gl. 1.13; I Ts. 1.1; II Ts. 1.1; I Tm. 3.5), quando no plural, diz respeito às igrejas de uma região.

1. A NATUREZA DA IGREJA
O termo ekklesia, conforme mostrado acima, se refere, portanto, a 1) todo o corpo de cristão em uma cidade (At. 11.22; 13.1); 2) uma congregação (I Co. 14.19,35; Rm. 16.5); e 3) todo o corpo de crentes na terra (Ef. 5.32). Os cristão, por sua vez, são chamados de 1) irmãos – já que ela é uma fraternidade ou comunhão espiritual, no qual foram abolidas as divisões que separam a humanidade (Cl. 3.11; Gl. 3.28); e 2) os do Caminho – já que seguir a maneira especial daquele que assim se identificou (Jo. 14.6), vivendo de acordo com Ele (At; 9.2). É possível que também os irmãos sejam denominados de crentes (por depositarem sua fé nos ensinamentos de Cristo), santos (por terem sido separados por Ele para servirem-no), eleitos (por terem sido escolhidos para um ministério glorioso), discípulos (por se predisporem a ser aprendizes do Mestre) e cristão (já que sua devoção se fundamenta não apenas em ensinamentos, mas na pessoa de Cristo). A igreja é ilustrada, ao longo do Novo Testamento, como 1) corpo de Cristo (I Co. 12.13); 2) templo de Deus (I Pe. 2.5,6); e 3) noiva de Cristo (II Co. 11.2; Ef. 5.25-27; Ap. 19.7; 21.2; 22.17).

2. OS MEMBROS DA IGREJA
A condição bíblica para ser membro da igreja de Jesus é, primordialmente, a fé explícita no Evangelho e confiança sincera e de todo coração na salvação vicária (At. 16.31), além disso, a submissão ao batismo como testemunho simbólico da fé em Cristo, confessando, verbalmente, essa fé (Rm. 10.9,10). É interessante distinguir, aqui, a igreja visível, constituída de todos os verdadeiros cristão de todas as denominações, cujos nomes estão elencados no livro de membros das igrejas, da igreja invisível, composta daqueles cujos nomes estão registrados no céu. Os muitos membros da igreja, constituem, na verdade, um corpo (Cl. 1.18), tendo Cristo como Cabeça (Ef. 4.15), o qual, deu “uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef. 4.11). A igreja, como organização, tem Presbíteros/ bispos (At. 14.23; 20.28 a fim de cuidar ou supervisionar (I Tm. 3.1), presidir (I Tm. 5.17), defender a sã doutrina (Tt. 1.9), escolhidos de acordo com especificações (I Tm. 3.1-6; Tt. 1.7-9) como critério para a ordenação (I Tm. 4.14; Tt. 1.5) e os diáconos, que tinham como objetivo servirem aos necessitados da igreja e as mesas, para os quais, também, se observavam algumas qualificações (I Tm. 3.8-10,12-13) para auxiliarem os presbíteros (pastores) At. 6.1-6).

3. A MISSÃO DA IGREJA
Tudo isso tem como objetivo central: 1) a evangelização (Mt. 28.19; At. 1.8) a todas as nações, para isso, Jesus prometeu estar com aqueles que seguiam levando a mensagem do evangelho (Mt. 28.20); 2) a edificação dos crentes (Ef. 4.12), com vistas “ao aperfeiçoamento dos santos”, para isso, deve ter os dons espirituais (I Co. 12). Mas não deve ficar restrita a esses dons, precisa também investir no ensino (Ef. 4.11); 3) a adoração, por meio das ofertas (I Co. 16.2), a fim de desenvolver a comunhão entre os membros (Hb. 10.25), com orações, músicas e ações de graças; 4) o auxílio aos mais necessitados, principalmente, aos órfãos e as viúvas (Tg. 1.27), sensível a carência dos mais pobres (Tg. 2.1-11). Mas é preciso ter em mente que o foco central da igreja é o evangelho de Cristo, para isso, não podemos fugir da mensagem da salvação pelo sacrifício vicário de Jesus, o qual morreu pelos nossos pecados (I Co. 15.3), ressuscitou dentre os mortos (I Co. 15.20; Rm. 1.3,4) para livrar os seres humanos do julgamento vindouro (II Ts. 1.8). Não podemos esquecer que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo que crê (Rm. 1.16), por isso, ai de nós se não pregarmos o evangelho (I Co. 9.16).

4. AS ORDENANÇAS DA IGREJA
1) o batismo – palavra usada na fórmula de Mt. 28.19,20 em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, na autoridade de Jesus, quando enviou sua igreja (At. 2.38). Todos aqueles que recebem a Cristo como salvador podem ser batizados, por meio da profissão de fé (At. 8.37), da oração (At. 22.16) e do voto de consagração (I Pe. 3.21). O motivo central do batismo é o testemunho (Gl. 3.27). 2) a santa ceia – é uma comemoração em memória de Cristo (Lc. 22.19; I Co. 11.24,25) que expõe a encarnação do Verbo (Jo. 1.14; Jo. 6.33), a aliança com Cristo, no seu sangue (I co. 11.25); Hb. 9.14-24; Rm. 3.25,26; I Pe. 1.2), que nos conclama à responsabilidade (I Co. 11.20-34), mas isso não quer dizer que precisemos ser perfeitos para participar da ceia, pois somente são dignos aqueles que se consideram indignos (I Tm. 1.15), isso, porém, não deva dar margem a vida em pecado (Rm. 6.1,2). O pecado mais grave, na ceia do Senhor, é não discernir o valor da sua morte e ressurreição pelos nossos pecados, no caso de Corinto, muitos se reuniam, não para celebrar esse memorial, mas para se embriagarem e se empanturrarem de comida.

CONCLUSÃO
A igreja é o corpo de Cristo, a habitação de Deus através do Espírito. Portanto, cada crente, nascido de cima, é parte da igreja universal, isto é, daqueles que estão inscritos no céu (Ef. 1.22,23; 2.22; Hb. 12.23). A igreja existe, como razão prioritária, a fim de 1) ser agência de Deus para a evangelização do mundo (Mt. 28.19,20; Mc. 16.15,16; At. 1.8); 2) ser um corpo coletivo no qual o homem possa adorar a Deus (I Co. 12.13); 3) ser canal do propósito divino de edificar um corpo de santos aperfeiçoados segundo a imagem de Seu Filho (I Co. 12.28; 14.12; Ef. 4.11-16)

BIBLIOGRAFIA
BARBOSA, J. R. A. O Cremos da Assembleia de Deus. São Paulo: Reflexão, 2017.
SOARES, E. A razão da nossa fé. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.