Texto Áureo: Jo. 3.16 – Texto Bíblico Básico: Rm. 3.1-12
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos uma das doutrinas fundamentais da fé cristã, nem sempre considerada nos arraiais evangélicos, sobretudo nesses tempos atuais. Trata-se do novo nascimento, a experiência da regeneração, pela qual passa aqueles que têm um encontro com Jesus. Inicialmente refletiremos sobre Nicodemos, a autoridade religiosa que procurou Jesus de noite, tendo sido informado sobre a necessidade de nascer do alto. Ao final, meditaremos sobre a conversão de Saulo, um modelo de alguém que realmente nasceu do Pai.
1. NICODEMOS, O RELIGIOSO
Nicodemos, pelo que sabemos do Evangelho, era um fariseu, um membro dessa religião, sendo membro do sinédrio (Jo. 7.50). A fim de se preservar dos críticos, esse homem decidiu se aproximar de Jesus, mas o fez a noite, para não ser identificado. Ao que tudo indica, era uma pessoa de boa índole, extremamente religioso, e como a maioria dos fariseus, moralista. Os fariseus era um grupo separatista dentro do judaísmo, que buscava agradar a Deus através dos rituais religiosos (At. 26.5; Gl. 1.14; Fp 3.5). O problema dessa religião, como todas as demais, é a tentativa de autojustificação perante Deus. Mas conforme já destacamos em aulas anteriores, o salário do pecado é a morte (Rm. 6.23), e ninguém pode se justificar através de méritos próprios (Ef. 2.8,9). Nicodemos ficou bastante perplexo com a declaração de Jesus, de que era necessário nascer de novo, pois ele acreditava que sua religião era suficiente. A religião acomoda o ser humana, tira-lhe a responsabilidade, isenta-o da preocupação com o outro. A maioria das pessoas religiosas se fiam em seus preceitos, e acham que agradarão a Deus simplesmente pelo que fazem, ou deixam de fazer. Nicodemos reconheceu que os sinais que Jesus realizava eram provenientes de Deus, mas Jesus não se deixou levar pelo elogio, antes o advertiu quanto a necessidade premente do novo nascimento. A religião é uma torre de Babel, não passa de uma construção meramente, incapaz de levar o homem a Deus.
2. A NECESSIDADE DO NOVO NASCIMENTO
Como o ser humano é incapaz de salvar a si mesmo, necessita passar pela experiência do novo nascimento. Jesus foi enfático a esse respeito: “aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo. 3.3). Esse novo nascimento é diferente do nascimento na carne, pois todas pessoas nasceram do ventre de uma mãe. Mas o novo nascimento é de natureza sobrenatural, na verdade, é espiritual, e procede do Pai. É uma obra do Espírito Santo, que convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo.3.5;16.8). Essa experiência também é denominada de regeneração, pois acontece quando somos gerados de novo pela palavra de Deus (I Pe. 1.23). O termo “novo”, no grego neotestamentário, é anothen, pode ser mais precisamente traduzido por “de cima”. Essa ideia faz oposição ao nascimento biológico, assegurando que é uma obra divina, pela agência do Espírito Santo, pois o vento sopra, através da Palavra. Ainda que as pessoas sejam boas, tais como Nicodemos e tantos outros moralistas, fato é que todos precisam nascer de cima. As boas ações não podem salvar as pessoas, para efeito salvífico, não têm qualquer valore (Is. 41.29). Não podemos esquecer que “todos pecaram” (Rm. 3.23), por conseguinte, todos precisam nascer de cima. Esse nascimento traz implicações éticas para a vida daquele que passou por essa experiência, isso porque passa a ser nascida de Deus (I Jo. 2.29), e é identificada como nova criatura (II Co. 5.17).
3. SAULO DE TARSO, UM EXEMPLO
Saulo de Tarso, que ficou mais conhecido como Paulo, é um exemplo de alguém que nasceu de Deus. Antes de ter um encontro pessoal com Cristo, não passava de um religioso zeloso, um dos principais entre os fariseus. Ele mesmo assumiu que era um dos mais cuidadosos entres os praticantes da religiosidade judaica (At. 26.5; Gl. 1.14; Fp. 3.5). Até que na estrada de Damasco, enquanto seguia para perseguir os cristãos, foi alcançado pela graça de Deus, e prostrado em terra, sem poder ver, ouviu a voz que bradou: “Saulo, Saulo, por que me persegues? ” (At. 9.4). A partir de então, aquele que era um perseguidor inveterado dos cristãos, passou a ser um deles e a pôr em risco sua própria vida, por amor do Senhor Jesus Cristo. A religião de Paulo, ainda que bem-intencionada, estava limitada em relação a Deus. Ninguém é salvo por seguir uma ou outra religião, somente aqueles que seguem a Cristo, podem ter a segurança da vida eterna (I Jo. 1.2). Por causa desse encontro com Jesus, a vida de Paulo foi totalmente transformada. Ele passou a pautar sua vida pela direção do Espírito Santo, e não fazia mais o que queria, antes a vontade de Deus. Ao escrever sua Epístola aos Gálatas, Paulo mostra a interdição da religião humana. Por méritos religiosos ninguém consegue agradar a Deus, isso somente pode ser feito no Espírito, quando andamos nEle e permitimos que produza em nós o Seu fruto (Gl. 5.22).
CONCLUSÃO
A religião, ainda que bem-intencionada, é incapaz de salvar o homem. O pecado distancia-o do Seu criador, e o reduz a uma condição desumana (Rm. 3.23). Por causa disso, Deus providenciou um plano para salvar os pecadores, através do sacrifício de Cristo na cruz do calvário (Jo. 3.16; Rm. 6.23). Quando o pecador crer em Cristo, e tem um encontro pessoal com Ele, passa pelo processo da regeneração, e nasce de novo, ou melhor, de cima.
BIBLIOGRAFIA
BARBOSA, J. R. A. O Cremos da Assembleia de Deus. São Paulo: Reflexão, 2017.
SOARES, E. A razão da nossa fé. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.