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A PERSEVERANÇA E FÉ EM TEMPO DE APOSTASIA


Texto Áureo: Hb. 6.12 – Texto Bíblico: Hb. 6.1-15


INTRODUÇÃO
Na aula de hoje discutiremos a respeito da perseverança e fé em tempos de apostasia. É preciso destacar que alguns crentes hebreus daquela comunidade estavam desertando da fé, e retornando para a religiosidade judaica. Diante dessa realidade, o autor da Epístola os admoesta para seguirem adiante, crescendo em entendimento da fé, tendo cuidado para que não venham a perder o que haviam adquirido por meio de Cristo, tendo como garantias as promessas do Senhor.

1. A IMPORTÂNCIA DA MATURIDADE CRISTÃ
Em continuidade à discussão do capítulo anterior, o autor da Epístola aos hebreus amoesta os irmãos para que não fiquem apenas nos “rudimentos da doutrina de Cristo” (Hb. 6.1). Evidentemente não há uma reprovação em relação aos ensinamentos fundamentais da fé, tais como: arrependimento, fé em Deus, doutrina dos batismos, imposição das mãos, ressurreição dos mortos e juízo eterno (Hb. 6.2,3). Algumas dessas práticas religiosas eram conhecidas dos cristãos hebreus, e ao que tudo indica, eles a circunscreviam ao judaísmo, em consonância com o evangelho de Cristo. Essas doutrinas incluíam: 1) arrependimento das obras mortas – a prática das obras é necessária, mas não garante a salvação, pois somente pela fé em Cristo podemos ser salvos (Ef. 2.8-10); 2) fé em Deus – é verdade que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb. 11.6), essa fé, no entanto, deve instigar à maturidade, não ao comodismo; 3) doutrina dos batismos – a igreja cristã tem basicamente um batismo (Ef. 4.5), mas entre os judeus eram comuns vários banhos cerimoniais; 4) a imposição de mãos – era uma prática comum no judaísmo, como uma forma de transferência de atribuição, que se dava por meio da oração (Mc. 5.23; At. 6.6); 5) ressurreição dos mortos – Jesus morreu e ressuscitou pelos pecadores, essa se tornou uma doutrina fundamental da fé, e que também os que creem haverão de ressuscitar (I Co. 15.18); e 6) o juízo eterno – o julgamento vindouro é uma realidade bíblica, assegurada no ensinamento dos apóstolos (At. 10.42). Mas fazia-se necessário que eles avançassem, que saíssem do “jardim de infância”, e partissem para a “formação acadêmica”. Na verdade, essa é uma metáfora do significado do crescimento espiritual dos crentes. Há cristãos que ficam muito à vontade no “educandário espiritual”, pois nesse ambiente há muitas diversões, e quase nenhum compromisso.

2. O PERIGO DA APOSTASIA, A DESERÇÃO DA FÉ
A preocupação do autor da Epístola aos hebreus não é com aqueles que passam por altos e baixos na fé Cristo. Mas propriamente neste capítulo, se volta para a apostasia – que se trata da deserção premeditada da fé. O texto trata a respeito daqueles que “uma vez foram iluminados” (Hb. 6.4), por conseguinte, aqueles que tiveram uma experiência real de fé. Há elementos bíblicos suficientes para fazer essa afirmação, considerando que tais crentes: “provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra d Deus e as virtudes do século futuro” (Hb. 6.4,5). Esse é um texto cujo significado é disputado por calvinistas – aqueles que acreditam na segurança eterna dos salvos; e arminianos – que defendem a possibilidade da apostasia, mesmo para aqueles que foram salvos. A esse respeito, é preciso ter cuidado para evitar qualquer tipo de extremo. Por um lado, podemos ter convicção de que temos a segurança da salvação, e não podemos viver instáveis em relação à providência divina para a vida eterna. A salvação não depende de nós, é um ato divino do início até ao fim, de modo que temos firmeza que Aquele que iniciou a boa obra a concluirá (Fp. 1.6). De outro modo, não podemos negar a possibilidade da apostasia, inclusive para aqueles que uma vez professaram a fé cristã, esse é justamente o significado da apostasia - deserção. Esse, na verdade, é o pecado contra o Espírito Santo, resultando na impossibilidade do arrependimento, tendo em vista que é o Espírito que convence do pecado (Lc. 12.8-10; Mt. 12.31; Mc. 3.29; Jo. 16.8). Portanto, calvinistas e arminianos devem se render à veracidade desse texto, e não acharem que uma vez salvos, salvos para sempre. E ao mesmo tempo, também não devem achar que a salvação se perde por qualquer motivo.

3. A ESPERANÇA POR COISAS MELHORES
A abordagem do autor da Epístola aos hebreus é a de um pastor-mestre, não apenas está interessado em apresentar uma série de doutrinas, mas também em estimulá-los a seguir adiante. Por isso a eles se dirige afirmando esperar “coisas melhores e coisas que acompanhem a salvação” (Hb. 6.9). O pastor-mestre não apenas adverte os crentes, também os impulsiona a seguirem adiante, admoestando-os a buscarem crescimento espiritual. É bem verdade que, por causa da fé, enfrentamos muitas adversidades, mas “Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho de amor que, para com o seu nome mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis” (Hb. 6.10). Essa é uma mensagem que os motivou a enfrentarem as lutas, a fim de que perseverassem “até o fim, para completa certeza da esperança” (Hb. 6.10). E, de igual modo, não serem negligentes na caminhada, antes “sendo imitadores dos que, pela fé e paciência, herdam as promessas” (Hb. 6.12). Um desses exemplo é Abraão, pois demorou muito tempo até que ele visse o cumprimento das promessas do Senhor em sua vida. Mas não se desesperou, “esperando com paciência, alcançou a promessa” (Hb. 6.15). O Deus nos qual cremos é de promessas, e Ele vela pela Sua palavra para cumprir (Mt. 24.35). Temos a esperança de que ao Seu tempo Ele fará tudo aquilo que prometeu. Essa deve ser a âncora da nossa alma (Hb. 6.19), a bússola que norteará nossas decisões, ainda que essas sejam contrárias à maioria. Temos ainda um exemplo maior que o de Abraão, o próprio Cristo, que é Sacerdote e Precursor do crente, ou seja, aquele que está adiante de nós, mostrando o caminho que deve ser seguido (Hb. 6.20).

CONCLUSÃO
A perseverança na fé deve ser ensinada nas igrejas, como forma de estimular os crentes a seguirem adiante, não se acomodando nos rudimentos da doutrina. Mas isso precisa ser feito com equilíbrio, a fim de evitar que resulte em insegurança em relação à salvação, que nos foi providenciada graciosamente, através do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que é Sacerdote e Precursor, daqueles que carregam a cruz do discipulado (Mt. 16.24).

BIBLIOGRAFIA
LAUBACH, F. Hebreus. Curitiba: Esperança, 2000.
WEIRSBE, W. Be confident: Hebrews. Colorado Springs: David Cook, 2009.