Texto áureo: Pv. 15.16 – Leitura Bíblica: Pv. 28.1-10
INTRODUÇÃO
Depois da queda, o ser humano tem uma tendência à autodestruição, a natureza pecaminosa o conduz à perdição. Por causa disso, há várias pessoas que se entregam a uma vida dissoluta, através de vícios que destroem o corpo, e desencaminham a alma. Na lição de hoje estudaremos a respeito dos males dos vícios, sua implicações para a vida das pessoas, e ao final, destacaremos a importância do cristão desenvolver uma ética do corpo com base nas Escrituras.
1. OS MALES DOS VÍCIOS
O salário do pecado é a morte (Rm. 6.23), e esse tem levado muitas pessoas à perdição, inclusive a destruição do próprio corpo. Existem vários tipos de vícios, e de drogas que destroem a vida. Algumas delas são consideradas lícitas, tais como o álcool e o cigarro, e outras ilícitas, tais como a maconha e a cocaína. O uso das drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas se transformou em um problema de saúde pública. Existem várias pessoas em clínicas de recuperação, tentando sair do “fundo do poço”, por causa do consumo desenfreado de entorpecentes. Algumas pessoas se tornaram prisioneiras dos vícios, seus cérebros estão dependentes de narcóticos. Há regiões do cérebro que induzem à dependência, causando males inclusive à cognição, comprometendo a capacidade de raciocínio. Por isso, alguns especialistas estão preocupados com essa situação, e recomendam evitar entrar por esse túnel, que nem sempre tem uma saída. Os jovens estão se tornando presas fácil desse mundo caótico, transformando seu futuro em fumaça, injetando nas veias ou narinas, um veneno que consome seus ossos. Mas há outros vícios, que estão sendo absorvidos com naturalidade pela sociedade, dentre eles o da pornografia. Cada vez mais pessoas estão buscando tratamento para esse tipo de dependência, as redes sociais também causam dependência. Por isso é preciso ter cuidado com o uso indiscriminado do computador. A criminalização está longe de se apresentar como solução, a legalização de igual modo. Precisamos investir mais na juventude, dando-lhe oportunidades de educação e esporte, para que não sejam consumidos pelos vícios. A igreja tem seu papel, tanto na recuperação quanto na conscientização, mostrando Cristo como Aquele que liberta (Jo. 8.36).
2. OS RESULTADOS DOS JOGOS DE AZAR
Existem diferentes tipos de jogos, alguns deles estão no campo do lúdico, e não representam um mal em si. Existem escolas, por exemplo, que recomendam o jogo de xadrez, que é tratado como esporte, a fim de desenvolver o raciocínio. A prática de determinados esportes também é incentivada, e não necessariamente deve ser censurado, julgando os benefícios que podem trazer, inclusive para a saúde. Quando nos referimos ao perigo dos jogos, estamos tratando a respeito dos jogos de azar, aqueles que são praticados a fim de ganhar dinheiro, e que causa dependência, semelhantes aos vícios. Há pessoas que deixam de alimentar suas famílias a fim de satisfazer o desejo desenfreado de jogar, arriscando o pão que deveria está na mesa para seus filhos. Embutido nos jogos de azar está o sentimento ganancioso, que pode conduzir qualquer pessoa à ruina. Não há respaldo bíblico para os cristãos se envolverem com jogos de azar, a aposta é uma prática pecaminosa, que não deve ser motivada. A loteria, que se tornou uma prática comum entre os não-cristãos, é uma demonstração da naturalização da ganância. O ganho fácil alimenta o imaginário de várias pessoas, que sonham em acertar na mega-sena, e se tornaram ricas da noite para o dia. Devemos nos alimentar a partir do suor do nosso rosto, ou seja, do trabalho honesto que glorifica a Deus. As pesquisas comprovam que pessoas que ganharam com facilidade também perderão. Quantos daqueles que acertaram na mega-sena ainda mentem sua riqueza? É melhor viver da porção acostumada de Agur, e aprender a contentar-se com o que se tem. A vida cristã é marcada pela moderação, pelo equilíbrio que preserva a vida da morte.
3. A ÉTICA DO CORPO
Os cristãos são advertidos pela Palavra de Deus a uma ética do corpo, que glorifique ao Senhor através dos nossos membros. Paulo destacou que somos templos e morada do Espírito Santo, portanto, não podemos no entregar a devassidão (I Co. 6.19,20). Os cristãos não devem se deixar dominar pelos vícios, principalmente aqueles que têm um histórico de recaídas. Por isso a advertência dos Alcoólicos Anônimos (AA), a fim de que se evite a primeira dose. A sociedade não compreende a ética cristã do corpo, e geralmente trata esses argumentos como puritanismo. Mas a virtude do fruto do Espírito deve ser cultivada como uma dádiva de Deus (Gl. 5.22), com vistas à preservação tanto da nossa alma, quanto do nosso corpo. O Deus que nos admoesta a fugir do pecado, seja ele dos vícios ou dos jogos de azar, o faz para nosso próprio bem. O pior que pode acontecer ao indivíduo é que esse se coloque a mercê de si mesmo. A Bíblia nos orienta a uma vida sóbria, sem se deixar levar pelas paixões carnais (Gl. 5.24). Investir em jogos é gastar dinheiro naquilo que não é pão, e que certamente não trará satisfação (Is. 55.2), querer fica rico pode levar a pessoa à ruina (I Tm. 6.9). Os desejos desenfreados podem causar males irreversíveis ao organismo. O pensamento moderno argumenta que fomos criados para o prazer, por isso devemos usufruir de tudo aquilo que o corpo pode experimentar. De fato, fomos criados para o prazer, mas esse deve ser desfrutado dentro dos parâmetros divinos, e não deve dar ocasião à natureza pecaminosa. A moderação deve ser cultivado em todos os aspectos da vida, e como ressaltou Paulo aos coríntios: “nem tudo me convém” (I Co. 6.12).
CONCLUSÃO
Vivemos em uma sociedade hedonista, que busca o prazer a todo e qualquer custo. Por causa disso, e atrelada à natureza pecaminosa, muitos estão se perdendo, através dos vícios e jogos de azar. Como cristãos devemos levar a mensagem de libertação de Cristo, que retirar as pessoas das cadeias da morte. Ao mesmo tempo, os cristãos não devem se deixar levar pela libertinagem que pauta com naturalidade as práticas sociais. Devemos viver para a glória de Deus, ciente que o corpo é templo e morada do Espírito Santo, e que não devemos nos entrar à jogatina, que pode ser uma demonstração de ganância.
BIBLIOGRAFIA
KAISER JR, W. C. O cristão e as questões éticas da atualidade. São Paulo: Vida Nova, 2015.
PLATT, D. Contracultura. São Paulo: Vida Nova, 2016