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NOSSA LUTA NÃO É CONTRA CARNE E SANGUE

Texto Áureo: II Co. 10.4  – Leitura Bíblica: Ef. 6.10-12

INTRODUÇÃO
A luta contra os poderes das trevas é real, e não pode ser subestimada, para tanto, precisamos usar as armas apropriadas, e essas não são humanas, antes espirituais. Na aula de hoje, estudaremos a respeito da natureza da nossa luta contra as forças do mal, com base em Ef. 6.10-12, texto que antecipa a descrição paulina da Armadura de Deus, que será estudada mais adiante. Faremos a análise textual, a partir do grego do Novo Testamento, em seguida, interpretaremos o texto, com base no contexto. E ao final, as aplicações apropriadas, fundamentadas na Palavra de Deus.

1. ANÁLISE TEXTUAL
Paulo escreveu a Epístola aos Éfesios, que talvez tenha sido uma epístola circular entre as igrejas da região da Ásia Menor, por volta do ano 60 d. C., a fim de fortalecer a fé daqueles crentes, ressaltando a natureza do corpo de Cristo. No texto em foco, o Apóstolo sequencia um argumento, em caráter conclusivo, ao usar a expressão “No demais” – tou loipou – em seguida, dá uma ordem: fortalecei-vos – endunamousthe – sejam empoderados, o radical da palavra é o mesmo de At. 1.8, no qual é dito que os discípulos receberiam poder do alto. Esse fortalecimento, ou mais precisamente, empoderamento, deve ser no Senhor – em kuriô  e na força en tô kratei, que dá ideia de poder soberano que provém de Deus, de onde vem o próprio poder – ischuos (v. 1). Paulo reforça, por meio de uma ordem, revesti-vos – endusasthe – uma orientação para a batalha, vestir uma indumentária para ir a peleja. Esse revestimento deve ser com toda armadura – panoplian – uma palavra em grego, de natureza composta, nenhum elemento da armadura pode ser desconsiderado. E isso tem um propósito, para que possais - dunasthai, trata de uma capacitação, dada pelo próprio Deus, para permanecer firmes – stenai – não sair do lugar, território determinado, contra as astutas ciladas – methodeias, de onde vem nossa palavra método, isso quer dizer que o inimigo tem seus métodos a fim de lutar contra aqueles que creem. Depois explica que, nossa luta – pale - peleja, guerra – não é contra o sangue – aima, muito menos contra a carne – sarka - mas contra – prós – preposição repetida várias vezes nesse texto, principados – archas, palavras que pode se referir tanto à esfera de autoridade terrena quanto celestial, bem como contra potestades – axousias, que também pode significar uma jurisdição, controle ou poder, e contra os príncipes das trevas – kosmokratopras tou skotous, poderes cósmicos que regem as trevas, contra as hostes espirituais – pneumática – força espirituais, da maldade – ponerias. Paulo especifica o território, nos lugares celestiais – em tois epouraniois.

2. INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
Nesse trecho da Epístola de Paulo aos Efésios, no capítulo 6, que segue dos versículos 10 a 20, somos alertados a sermos fortalecidos em toda Armadura de Deus. O Apóstolo conclui a Carta com algumas exortações aos cristãos, apelando para uma metáfora militar, certamente baseada no contexto no qual se encontrava, em uma prisão romana. A palavra-chave nessa seção da Epístola é “força”, sendo que essa deve vir de Deus, pois somos fortalecidos “na força do seu poder” (v. 10). A força para enfrentar as adversidades da vida não vem de nós mesmos, mas dAquele que está conosco, principalmente se considerarmos que nossa luta não é uma batalha contra as forças humanas. A palavra grega para armadura é panoplia e se refere a toda indumentária utilizada pelos soldados romanos, que incluía tanto as armas de defesa quanto as de ataque (14-16). Essa armadura é necessária a fim de permanecer firme contra todas as astutas ciladas de Satanás, que se tratam do métodos e estratégias do inimigo, a fim de destruir aqueles que seguem a Cristo. Uma das armas de Satanás para enganar os crentes são os falsos ensinamentos, difundindo doutrinas errados no seio da igreja cristã (I Jo. 2.18-22; 4.3; II Jo. 7). Satanás semeia heresias no contexto da igreja, algumas delas são absorvidas com naturalidade, como se fossem ensinamentos bíblicos (v. 11). Para fazê-lo, ele se utiliza de governantes e autoridades, tanto de natureza cósmica quanto terrenal, que se orquestram como forças do mal, para enganar se possível os eleitos. Existe uma hierarquia nas hostes celestiais, essas também atuam no mundo diabólico, e se instauram na esfera humana, disseminando mentiras e enganos. Mas devemos lembrar que Jesus já desarmou esses principados e potestades, colocando-os em condição de vergonha, triunfando sobre eles (Cl. 2.15). Mas é preciso também saber que essa vitória ainda não se materializou em sua plenitude, por isso ainda testemunhando o império das trevas nos governos terrenais, até o dia em que Ele retornará e será reconhecido plenamente como Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap. 19.16).

3. APLICAÇÃO TEXTUAL
O mundo se encontra debaixo do poder do Maligno (I Jo. 5.19), essa é uma doutrina que precisa ser explicada constantemente, para não incorrermos no risco de abraçar as forças terrenas, como se celestiais fossem. Na verdade, Satanás é o deus deste século (II Co. 4.4), ou seja, ele controla os poderes terrenos, a fim de que esses estejam a serviço dos seus interesses. Os poderes terrenos apenas pendulam, de um lado para o outro, seguem para mais à direita ou mais à esquerda, mas nunca conseguem atingir o alvo, pois se encontram distantes da fonte de toda autoridade, que vem de cima e de Deus. A igreja precisa ter discernimento espiritual para não se deixar enganar pelas forças do mal, o inimigo das nossas almas vem travestido de anjo de luz (II Co. 11.14). É um perigo quando a igreja abraça os poderes seculares, e se envolve em uma empreitada terrena, e mais arriscado ainda quando se utiliza de armas terrenais. Precisamos ser lembrados que nossa luta não é contra os poderes terrenos, mas contra as forças espirituais que habitam as regiões celestiais (Ef. 6.12). Portanto, devemos recorrer à Armadura de Deus, que se trata de uma indumentária espiritual, contra as quais devemos vencer essas hostes da maldade (II Co. 10.3-5). Essas armas espirituais não devem servir para semear o ódio e a violência, pois fazemos parte de um reino de amor e graça, cujo maior expoente é o Senhor Jesus Cristo, que nos ensinou a viver a partir da ética desse reino, consoante ao que se encontra exposto nos capítulo 5, 6 e 7 de Mateus, quando proferiu o famoso Sermão do Monte. Cristãos não podem incitar quem quer que seja à violência, pois não estamos em uma cruzada medieval, na qual os soldados lutavam para destruir seus inimigos, a fim de conquistar os territórios sagrados. Devemos semear o amor de Cristo nos corações, e viver a partir dos princípios que Ele ensinou na Sua palavra.

CONCLUSÃO
Identificar o inimigo é fundamental enquanto estratégia de guerra, muitos cristãos estão se voltando para alvos errados, há ocorrências também de “fogo amigo” dentro das igrejas. Precisamos manter o foco na trincheira, sabendo que nossa luta não é contra a carne e o sangue. Não podemos odiar as pessoas, antes devemos demonstrar o amor de Deus para elas. E a melhor maneira de fazê-lo é através da acolhida e do perdão, derramado em nossos corações, somente assim seremos capazes de sabotar o império de Satanás.

BIBLIOGRAFIA
BORGMAN, B., VENTURA, R. Spiritual warfare. Grand Rapids: RHB, 2014.
STEDMAN, R. C. Batalha espiritual. São Paulo: Abba Press, 1995.