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A ILUMINAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE

Texto Base: Efésios 1:15-23

“Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação” (Ef.1:17).

Efésios 1:
15.Pelo que, ouvindo eu também a fé que entre vós há no Senhor Jesus e o vosso amor para com todos os santos,
16. não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações,
17.para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação,
18.tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos
19.e qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder,
20.que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e pondo-o à sua direita nos céus,
21.acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro.
22.E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja,
23.que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos da “Iluminação Espiritual do Crente”. Paulo, após ouvir que a fé em Cristo e o amor fraternal entre os crentes de Éfeso estava sendo praticados (Ef.1:12), bem como a alegria de saber que em Cristo todas as bênçãos espirituais são nossas (Ef.1:3), sentiu-se impelido a orar para que Deus os iluminasse, ou seja, que eles tivessem o conhecimento ainda mais firme e inabalável da vocação deles.
O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele; nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória da sua graça; temos a redenção pelo sangue de Jesus, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça (Ef.1:3-7); enfim, temos o Céu, temos a vida eterna, a felicidade plena (João 14:2,3; Fp.3:20). Mas, todas estas bênçãos só são perceptíveis na vida do crente quando ele está sob o sobrenatural de Deus, quando ele tem a iluminação do Espírito Santo para enxergar com os olhos da fé todas estas maravilhas de Deus. Portanto, é preciso iluminação espiritual, advinda do Espírito Santo da graça, para que enxerguemos esta realidade. Devemos, pois, pedir a Deus que abra o nosso entendimento a fim de que saibamos que somos o povo mais poderoso e o mais feliz da terra, pois temos uma gloriosa e viva esperança que não deve ser abalada pelas circunstâncias adversas.

I. A ESPERANÇA DA VOCAÇÃO E AS RIQUEZAS DA GLÓRIA

“tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos” (Ef.1:18).
Paulo queria que os crentes destinatários de sua epístola tivessem a conscientização do chamado deles e de quão preciosas riquezas espirituais estavam destinados a eles; por isso, orou efusivamente para que os olhos espirituais deles se abrissem e, através da experiência, alcançassem a compreensão da plenitude dessas bênçãos.

1. Ação de graças e intercessão

Em Efésios 1:3-14 o apóstolo Paulo descreve a extensão maravilhosa do programa de Deus desde a eternidade passada até a eternidade futura. Ele elaborou os mais elevados pensamentos que podem ocupar a nossa mente, pensamentos tão sublimes que agora Paulo fala aos destinatários de sua Epistola sobre o grande dever de interceder por eles, afim de que possam compreender tais conceitos. O seu forte desejo era que eles pudessem vislumbrar os gloriosos privilégios que eles tinham em Cristo e o imenso poder que há na dádiva de Cristo às igrejas como Cabeça de toda a criação.

a) Ação de graças

De alguma forma, Paulo obteve informações sobre o que estava acontecendo entre os efésios que o fez se alegrar e manifestar ação de graças a Deus. Vejamos o que ele ouviu:
-Ouviu que a fé em Jesus estava presente entre eles (Ef.1:15). Os efésios tinham ouvido a Palavra da verdade e crido em Cristo (Ef.1:13), e continuaram firmes na fé (Ef.1:15). Apesar das circunstancias adversas que esses crentes passavam, e sabedores que o maior líder do cristianismo estava preso em Roma, eles não se afastaram de Cristo; pelo contrário, eles mantinham os olhos fitos em Jesus. Isto alegrou sobremaneira o coração de Paulo.
Esta mesma fé deve estar sempre acesa em nossos corações, pois os olhos do Senhor estão fitos nos que são fiéis a Ele (Sl.101:6) – “Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que estejam comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá”. Devemos olhar para Cristo, independentemente das circunstâncias - “olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus” (Hb.12:2).
-Ouviu que o amor fraternal entre eles estava sendo praticado (Ef.1:15). Quando trabalhou na igreja de Éfeso, Paulo mostrou com o próprio exemplo como se vive o amor (Atos 20:35). Portanto, não é de se surpreender que ele ouça sobre o amor dos efésios – “ouvindo…o vosso amor para com todos os santos” (Ef.1:15). A fé produz fruto na comunidade cristã, ela flui de Cristo para nossos semelhantes que também pertencem a Ele, em forma de serviço (Tg.2:14-26). Jesus disse a Seus discípulos: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13:35).

b) Intercessão (Ef.1:17-23)

Tendo ouvido a fé que havia entre eles no Senhor Jesus e o amor para com todos os santos (Ef.1:15), Paulo teve a certeza de que os destinatários de sua epístola eram possuidores das bênçãos já descritas, sendo então levado a orar por eles. A fé e o amor dos crentes impeliram Paulo a oferecer ações de graças ao Senhor e a interceder por eles sem cessar (Ef.1:16). Esta intercessão era por iluminação espiritual dos crentes de efésios e de todos os demais cristãos que creram efetivamente no Senhor Jesus.
Paulo intercedeu porque sabia que a extensão das bênçãos (Ef.1:3) precisava ser reconhecida pelos crentes. Eles precisavam “saber” (Ef.1:18) qual era a plenitude do que Deus reservou para os santos. A oração se torna um instrumento necessário da revelação, abre nosso coração e ilumina a nossa mente para compreendermos melhor as bênçãos espirituais já reveladas.
Paulo orou pedindo que Deus concedesse a eles “espirito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele” (Ef.1:17) - revelação diz respeito à comunicação de conhecimento; sabedoria diz respeito ao uso adequado do conhecimento na nossa vida. O Espirito Santo é o Espírito de sabedoria (Is.11:2) e de revelação (1Co.2:10). Visto que cada crente tem o Espírito Santo habitando nele, Paulo não orou para que os crentes destinatários de sua epístola recebessem a Pessoa do Espírito Santo. Antes, orou para que recebessem mais iluminação dEle.
O apóstolo não estava se referindo ao conhecimento em geral, mas o conhecimento (gr. epignosis) especifico de Jesus Cristo. Queria que o crente tivesse um conhecimento profundo e espiritual de Deus por experiência própria – um conhecimento que não pode ser obtido através da capacidade intelectual, mas somente pelo ministério gracioso do Espírito Santo. Enfim, Paulo orou para que o Espirito divino que neles habitava fizesse com que sua visão fosse mais nítida, mais intensa e mais ampla, e que o poder, o amor e grandeza divinos lhes fosse revelado ainda mais.
Em resumo, na sua intercessão, Paulo menciona três áreas especiais de conhecimento divino que não quer que os santos ignorem: a esperança da vocação; a riqueza da glória da herança de Deus nos santos; e a suprema grandeza do poder de Deus para com os que creem (Ef.1:19).

2. A esperança da vocação

Ainda imbuído em sua atividade intercessora pelos crentes destinatários de sua epístola, Paulo ora para que o Espirito Santo os ilumine a fim de saberem qual a esperança da vocação de Deus -   “tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação...” (Ef.1:18).
Paulo alerta os crentes que eles, antes, não tinham esperança (Ef.2:12), mas agora eles têm a esperança do chamamento de Deus. Ele nos chamou para: sermos de Jesus (Rm.1:6); a comunhão de Jesus Cristo (1Co.1:9); sermos santos (Cl.3:15; Ef.4:1,2); o sofrimento, se for necessário (1Pd.2:21). Entretanto, a nossa vocação, o nosso chamamento, só encontrará sua plenitude nos céus (1Ts.2:12; 1Pd.5:10; Fp.3:14).
O mundo sem Jesus é um mundo sem esperança. A aceitação de Cristo enche o coração de esperança e alegria (Rm.5:2,5; 8:24; 12:12).
“pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm.5:2,5).
Para os crentes, neste mundo só há tribulação, fadiga e infelicidade; contudo, o futuro é glorioso: pois Deus Pai nos escolheu e nos adotou; Deus Filho nos redimiu e nos perdoou, e Deus Espírito Santo nos selou e nos deu sua garantia. O futuro não é mais algo que se deve temer ou que se deve aceitar com resignação. Devemos, agora, ser encarados com anelo e segurança. Paulo ora para que a igreja destinatária de sua epístola venha a conhecer e a experimentar essa gloriosa esperança. Ele ora para que a igreja possa usufruir toda sua riqueza espiritual.
Concordo com o Rev. Hernandes Dias Lopes quando diz que “Deus chamou-nos a alguma coisa e para alguma coisa. Deus chamou-nos para sermos de Jesus Cristo e para a santidade. Deus chamou-nos para a liberdade e para a paz. Deus chamou-nos para o sofrimento e para o seu reino de glória. Tudo isso estava na mente de Deus quando nos chamou”.

3. As riquezas da glória da sua herança

Paulo, continuando a sua intercessão, pede que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, desse aos crentes de Éfeso conhecimento para que entendessem “quais as riquezas da glória da sua herança nos santos” (Ef.1:18).
Existem vários entendimentos acerca deste texto. John Stott, por exemplo, afirma que este texto pode se referir tanto à herança de Deus como à nossa herança, ou seja, à herança que Ele recebe ou à herança que Ele outorga.
No entendimento do Rev. Hernandes Dias Lopes, “Paulo está falando que Deus é a nossa herança. O Salmo 16:5 diz que Deus é a nossa herança. Mas, agora, Paulo diz que nós somos a herança de Deus. Aqui não é a herança que Deus outorga, mas a herança que ele recebe. Essa frase não se refere à nossa herança em Cristo (Ef.1:11), mas à sua herança em nós. Essa é uma tremenda verdade. Deus olha para nós e vê em nós sua gloriosa riqueza, sua preciosa herança. Jesus verá o fruto do seu penoso trabalho e ficará satisfeito (Is.53:11). Paulo expressa, aqui, o desejo de que os crentes compreendam quão preciosos eles são para Deus. Eles são o troféu da graça de Deus. O tesouro deles está em Deus, e, num sentido bem verdadeiro, o tesouro de Deus está nos santos”.
Paulo ora para que os crentes de Éfeso possam entender o quão preciosos eles eram para Deus. Disse bem Hernandes Dias Lopes: “Somos a Igreja que Deus comprou com o sangue de seu amado Filho (Atos 20:28). Somos a Noiva do Filho de Deus. O Senhor escolheu-nos para sermos a sua porção eterna. Ele nos fez troféus da sua graça e monumentos para a sua glória. Se a vocação aponta para o passado, a herança aponta para o futuro. Nós somos a riqueza de Deus, o presente de Deus, o tesouro de Deus, a menina dos olhos de Deus. Somos filhos, herdeiros, coerdeiros, santuários e ovelhas de Deus”.
Entretanto, devemos nos conscientizar de que temos uma herança extraordinária que Deus preparou para os seus fiéis. Levando em consideração Colossenses 1:12, entendemos que “herança de Deus” é aquilo que Ele nos dará; é o prêmio que obteremos por causa de nossa união com Cristo (Rm.8:17). Aqui vale lembrar 1Corintios 2:9: “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam”.
Somente a iluminação outorgada pelo Espirito Santo pode levar qualquer um de nós a compreender a vastidão dessa herança gloriosa. Segundo John Stott, “Paulo não considera que seja presunçoso pensarmos acerca da nossa herança celestial ou até mesmo antegozá-la com alegria e gratidão; pelo contrário, ele ora para ‘saberdes a Sua glória’, de fato, a riqueza da glória da Sua herança”.

II. A SOBRE-EXCELENTE GRANDEZA E FORÇA DO PODER DIVINO

O poder de Deus é extraordinário e supera todo e qualquer outro poder. O mesmo não pode ser compreendido pela mera lógica humana, mas nem por isso Deus deixou de se revelar de diversas maneiras e em várias ocasiões a fim de que o ser humano viesse a conhecê-lo. Na Sua epístola Paulo tenta com esforço fazer entender a grandiosidade desse poder, e pede a Deus que os destinatários de sua epístola tenham uma percepção profunda desse glorioso atributo divino em prol dos santos.

1. A Sobre-excelente grandeza do seu poder

“e qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos...” (Ef.1:19).
Paulo continua sua intercessão e pede a Deus que conceda uma profunda percepção do poder que Ele utilizou em prol dos santos: “a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos...”.
Desde o momento que iniciou sua intercessão, Paulo abrangeu três aspectos: se referiu à vocação dos crentes – apontando para o passado; se referiu à herança – apontando para o futuro; e, agora, se referiu ao poder de Deus – apontado para o presente e expressando acerca dos recursos sem limites à disposição do povo de Deus.
-“sobre-excelente grandeza do seu poder”. Em suas palavras, Paulo afirma que o poder de Deus é excepcionalmente grande, que vai além do alcance da mente humana. Paulo quer impressionar os crentes destinatários de sua epístola com a grandeza do poder exercido na realização de tudo o que está nos propósitos de Deus, segundo a sua obra de eleição, predestinação e adoção soberanas.

2. A força do poder divino

“…segundo a operação da força do seu poder”.
Qual é a medida do poder de Deus? Algo grandioso desse poder é ressaltado pelo notável acúmulo de termos: " sobre-excelente", "atuação", "força", "poder" (Ef.1:19). Essa abundância de termos sugere a ideia de poder cuja simples expressão exaure os recursos da linguagem e chega a desafiar a enumeração. Esse é o poder que Deus usou para a nossa redenção, o poder que Ele exerce na nossa preservação e que Ele exercerá na nossa glorificação. Esse é o poder que temos à nossa disposição para nos amparar e nos fortalecer em nossa jornada. Por que temer o inimigo, se temos a força do poder divino sobre nós, que nos protege e nos faz vencedores? Avancemos, pois, com a cabeça erguida e atravessemos o deserto de nossa vida, pois maior é aquele que está em nós do que aquele que está no mundo (1João 4:4). Pela força do poder divino vencemos o maligno (1João 2:13).

III. CRISTO: NOSSO EXEMPLO DE EXALTAÇÃO

Paulo está convencido de que o poder de Deus é suficiente e eficaz, e pode ser conhecido por meio da demonstração pública da ressurreição e exaltação de Cristo (Ef.1:20-23). Então o poder de Deus que atua no crente é o poder da ressurreição (cf. Fp.3:10). Paulo apresenta três afirmações a respeito do que Deus tem feito em Cristo e por seu intermédio.

1. A Ressurreição de Cristo (Ef.1:20)

“que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos...”.
A ressurreição de Jesus Cristo foi a maior exibição do poder divino que o mundo jamais viu. Talvez pensemos que a criação do universo tenha sido a maior manifestação do poder de Deus. Talvez imaginemos que tenha sido o livramento milagroso do povo de Israel no Mar Vermelho. Estes acontecimentos foram realmente extraordinários, e que somente Deus podia realizá-los. Mas, o Novo Testamento ensina que a Ressurreição de Cristo e sua Ascensão demandaram uma maior expressão do poder de Deus. Como explicar isso?
Sem a ressurreição de Cristo, o ser humano, a natureza – animada e inanimada – o cosmo, estariam perdidos para sempre, pois Cristo, a Palavra criadora estaria morto. E se tivesse ocorrido isso, o maligno seria o grande vencedor; e com certeza todas as hostes infernais se uniram com a finalidade de frustrar os propósitos de Deus, mantendo Cristo no túmulo ou impedindo a sua ascensão depois da ressurreição. Porém, Deus triunfou sobre todas as formas de oposição, ressuscitando o Seu amado Filho.
A ressurreição de Cristo e sua glorificação representaram uma derrota arrasadora para Satanás e suas hostes, bem como um espetáculo glorioso do poder vitorioso de Deus. O Cristo ressuscitado detém a chave da morte e do Hades (Ap.1:18), e ao nome de Jesus todo joelho se dobra no Céu, na Terra e no Inferno” (Fp.2:10).
Ninguém é capaz de descrever esse poder. Por isso, Paulo toma emprestado algumas palavras do vocabulário próprio da dinâmica na sua descrição: “...segundo a eficácia da força do seu poder; o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o de entre os mortos...” (Ef.1:19,20- ARA). Estas palavras parecem se curvar sob o peso da ideia transmitida. Nos maravilhamos diante da imensidão desse poder e adoramos o nosso Deus por sua Onipotência.
Segundo as Escrituras, o Senhor Jesus foi o primeiro a ressuscitar no poder de uma vida indissolúvel. A ressurreição de Cristo foi a primeira na história humana (1Co.15:23) – “Mas cada um por sua ordem: Cristo, as primícias...“. Outros ressuscitaram dos mortos, mas morreram outra vez.
A ressurreição autenticou o ministério do Senhor, selou sua obra de redenção, marcou o começo de sua glorificação e foi a confirmação pública de que o Pai aceitou seu sacrifício; também, a sua ressurreição é a garantia de que nós também ressuscitaremos (1Co.6:14) – Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder”.
Nas palavras de John Stott, a morte é um inimigo amargo e implacável, virá a todos nós um Dia; e após a morte, nada pode deter o processo de deterioração e decomposição. Mesmo as técnicas mais sofisticadas de embalsamento oferecidas por agentes funerários modernos não podem preservar o corpo para sempre; somos pó, e ao pó inevitavelmente retornaremos (Gn.3:19); nenhum poder humano pode impedir isso, muito menos trazer uma pessoa morta de volta à vida.
Mas, Deus vai fazer conosco o mesmo que fez com Jesus: nos ressuscitará dentre os mortos pelo seu poder e estaremos para sempre com Ele (1Ts.4:16,17) – “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro [...] e assim estaremos sempre com o Senhor”.
Em 1Corintios 15:20-23, Paulo afirma: “Cristo ressuscitou dos mortos e foi feito as primícias dos que dormem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda”. Esta é a maior esperança do crente em Cristo!

2. Cristo elevado à direita de Deus (Ef.1:20)

“...e pondo-o à sua direita nos céus”.
Depois da ressurreição e ascensão de Cristo, Deus O promoveu ao lugar de suprema honra e autoridade. Ele “[o fez] assentar-se à sua direita, nos céus” (Ef.1:20). Ao fazer isso, Ele cumpriu a promessa messiânica do Salmos 110:1: “O Senhor disse ao meu Senhor: ‘Senta-te à minha direita até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés’”.
Segundo o Rev. Hernandes Dias Lopes, a "direita de Deus” é uma figura de linguagem indicando o lugar de supremo privilégio e autoridade. A mais alta honra e autoridade no Universo foi tributada a Cristo (Mt.28:18).
O local é chamado de “céus”. Esta expressão se refere à morada de Deus; é onde está o Senhor Jesus hoje com um corpo glorificado, que não pode mais morrer. Ele foi entronizado acima de todo principado e autoridade (Ef.1:21).

3. Cristo exaltado sobremaneira (Ef.1:21,22)

Paulo afirmou aos crentes destinatários de sua epistola que o Deus Pai além de colocar Jesus numa posição de suprema honra e autoridade, colocou-o “acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia...” (Ef.1:21). O Senhor Jesus é superior a todo governo ou autoridade humana; Ele domina sobre todos os seres inteligentes, bons e maus, angelicais e demoníacos.
A exaltação de Cristo abrange o soberano domínio sobre toda a criação. A cabeça que um dia foi coroada com espinhos leva agora o diadema da soberania universal. Todas as coisas estão sujeitas a Cristo. Todo o joelho se dobra diante dEle no Céu, na Terra e debaixo da Terra (Fp.2:9-11).
Tanto a Igreja como o Universo têm em Cristo a mesma Cabeça (Ef.1:22) – “E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas”. Todas as coisas estão debaixo dos Seus pés. Isso significa domínio universal, não apenas sobre os homens e os anjos, mas sobre toda a criação animada e inanimada.
O escritor aos Hebreus nos faz recordar que no presente não vemos todas as coisas sob o domínio dEle (Hb.2:8). De fato, embora o domínio universal pertença a Cristo, Ele não exerce atualmente de modo pleno. Por exemplo, os homens ainda se rebelam contra Ele, negando-o e resistindo a Sua vontade. Porém, Deus decretou que o Seu Filho um Dia empunhará o cetro do domínio universal, e isso é tão certo quanto qualquer realidade presente.
Quando Ele reinar literalmente na Terra durante mil anos (Ap.20:4), Ele será Rei sobre todos os reis e Senhor sobre todos os senhores. Ele será exaltado acima de todos os seres criados sem exceção alguma. Será o cumprimento das profecias preditas por intermédio dos profetas nas Escrituras do Antigo Testamento (Is.11:4-9; 60:1-22; 65:8-25; Zc.14:6-9; 16-21). Será o melhor período da história de toda a humanidade.
Na Plenitude do Reino haverá uma renovação de toda a criação, que atualmente geme esperando por este ditoso Dia (Rm.8:19-21). Durante todo esse período, Satanás estará preso (Ap.20:2) e o mundo gozará de uma genuína Paz que nunca houve até então; haverá a perfeita justiça - “e o efeito da justiça será paz; e a operação da justiça, repouso e segurança para sempre”(Is.32:17
No seu Reino, o Rei Jesus, cujas mãos foram um dia perfuradas, vai exercer autoridade soberana sobre todo o Universo; e Deus Pai entregou essa Pessoa gloriosa à Igreja – “o constituiu como cabeça da Igreja”(Ef.1:22).
A eleição especial da Igreja é para participar com Cristo o domínio ilimitado. Quando a Igreja estiver desfrutando disso, todo o resto da criação estará debaixo do seu Reino. Concordo com John Stott quando diz que “tanto o Universo quanto a igreja têm em Jesus Cristo a mesma Cabeça”.
Segundo Rev. Hernandes Dias Lopes, Deus estabeleceu uma relação singular entre Cristo e a Igreja. Cristo é o grande dom de Deus para a Igreja. O fato de Cristo ser a Cabeça da Igreja ressalta três coisas: primeiro, Cristo tem autoridade suprema sobre a Igreja; Ele a governa, guia e dirige. Segundo, entre Cristo e a Igreja existe uma união vital, tão íntima e real como é a da cabeça com o corpo; é uma união íntima, terna e indissolúvel. Terceiro, a Igreja é inteiramente dependente de Cristo; de Cristo, a Igreja deriva sua vida, seu poder e tudo quanto é necessário à sua existência.
“A igreja é a plenitude de Cristo. A igreja está cheia da sua presença, animada pela sua vida, cheia com os seus dons, poder e graça. A igreja é o prolongamento da encarnação de Cristo. A igreja é o seu corpo em ação na terra. A igreja está cheia da própria Trindade: Filho (Ef.1:23), Pai (Ef.3:19) e Espírito Santo (Ef.5:18). Concordo com William Hendriksen quando diz que, no tocante à sua essência divina, Cristo em sentido algum pode depender da igreja nem ser completado por ela. Contudo, como Esposo, ele é incompleto sem a esposa; como Videira, não se pode pensar nele sem os ramos; como Pastor, não se pode vê-lo sem suas ovelhas; e também como Cabeça, ele encontra sua plena expressão em seu corpo, a igreja” (Hernandes Dias Lopes. Efésios).

CONCLUSÃO

Diante do exposto nesta Aula e à luz do que Paulo mencionou no texto base em epígrafe, como avaliamos a nossa vida espiritual? Temos usufruído as riquezas que tem em Cristo? Temos crescido no relacionamento íntimo com Deus? Conhecemos mais a Deus? Temos fome de Deus? Compreendemos a esperança do nosso chamado - de onde Deus nos chamou, para que Deus nos chamou e para onde Deus nos chamou? Compreendemos o quão valioso nós somos para Deus? Temos experimentado de forma prática o poder da ressurreição em nossa vida? Pensemos nisso!