Texto Base: Daniel 9.1-3; 6.10; 2.17-19; Esdras 1.1-5
"Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos" (Tg.5.16).
1.No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus,
2.No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o SENHOR ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolações de Jerusalém, era de setenta anos.
3.E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza.
Daniel 6:
10.Daniel, pois, quando soube que o edito estava assinado, entrou em sua casa ( ora havia no seu quarto janelas abertas do lado de Jerusalém ), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças diante do seu Deus, como também antes costumava fazer.
Daniel 2:
17.Então Daniel foi para a sua casa, e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros;
18.Para que pedissem misericórdia ao Deus do céu, sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem, juntamente com o restante dos sábios de Babilônia.
19.Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; então Daniel louvou o Deus do céu.
Esdras 1:
1.NO primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias), despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo:
2.Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR Deus dos céus me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá.
3.Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que está em Judá, e edifique a casa do SENHOR Deus de Israel (ele é o Deus) que está em Jerusalém.
4.E todo aquele que ficar atrás em algum lugar em que andar peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com prata, com ouro, com bens, e com gados, além das dádivas voluntárias para a casa de Deus, que está em Jerusalém.
5.Então se levantaram os chefes dos pais de Judá e Benjamim, e os sacerdotes e os levitas, com todos aqueles cujo espírito Deus despertou, para subirem a edificar a casa do SENHOR, que está em Jerusalém.
INTRODUÇÃO
As tribulações, as provas intensas, as expectativas frustradas, sempre trazem desânimo e arrefecimento na fé de uma pessoa. O povo de Israel estava cativo na Babilônia; seu país fora destruído; e, por conseguinte, a fé do povo foi ao mais baixo vale. É difícil levantar os ânimos quando a tempestade se forma mais forte do que nós. Mas Deus sempre tem uma saída para o seu povo. No cativeiro, Ele levanta Daniel para ser o Seu porta voz e trazer despertamento espiritual e reanimar o povo. Daniel, após analisar as Escrituras proféticas de Jeremias, se colocou diante de Deus para orar por um despertamento do seu povo e cumprimento daquilo que estava determinado por Deus para ele.
I. DANIEL FOI DESPERTADO PARA ORAR
Ao examinar as Escrituras de Jeremias (Dn.9:2), Daniel fez uma grande descoberta: ele descobriu que o cativeiro babilônico teria a duração de setenta anos. Com esta descoberta ele foi despertado a buscar a Deus com muito fervor, cobrindo-se de saco e cinza, em sinal de profunda tristeza (Dn.9:1-3); orou com perseverança. Ele fez uma efusiva oração, em que adorou a Deus, fez confissão do seu pecado e dos pecados do povo e pediu a Deus a restauração de sua cidade, Jerusalém (cf. Dn.9:3-19).
1. Daniel vivia uma vida consagrada a Deus
Daniel, a despeito de tantas perdas – seu país foi invadido, sua cidade arrasada e o templo do Senhor derrubado, seu povo estava debaixo de opróbrio, estava longe de casa, em um país estranho, com uma língua estranha, sem a Palavra de Deus nas mãos, sem o templo, sem sacerdotes e sem os rituais do culto -, porém, não deixou seu coração ser envenenado pela mágoa. Em vez de buscar a vingança dos inimigos, procurou ser instrumento de Deus na cidade deles. Daniel não foi um jovem influenciado, mas um influenciador. No meio de uma cultura sem Deus e sem absolutos morais, Daniel não se corrompeu (Dn.1:8). Mesmo numa cidade das liberdades sem fronteiras, do pecado atraente e fácil, Daniel manteve-se íntegro, fiel e puro diante de Deus e dos habitantes da Babilônia. Ele vivia uma vida consagrada a Deus.
2 A estatura espiritual de Daniel capacitava-o para enfrentar verdadeiros combates em oração
A vida de oração constante levou Daniel a uma estatura espiritual modelar. Não há como enfrentar os inimigos sem a arma da oração. O apostolo Paulo era cônscio disto, por isso, recomendou aos crentes de Efésios: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo; orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito...” (Ef.6:10,18).
Daniel foi nomeado pelo rei Dario para um dos três presidentes sobre os cento e vinte sátrapas que administravam as províncias do império. Graças ao espírito excelente de Daniel, Dario pensava em estabelecê-lo sobre todo o reino (Dn.6:1-3). Mas, governantes invejosos de Daniel, que sabiam ser impossível culpá-lo de algum crime real, convenceram o rei a publicar um decreto proibindo que se orasse a qualquer deus ou a qualquer homem, senão ao rei. Uma vez sancionado e transformado em lei, o decreto se tornava irrevogável (Dn6:4-8). A fidelidade de Daniel é um desafio para nós (1Pd.3:13-17).
Dario assinou o decreto, mas Daniel continuou a orar ao Senhor “três vezes por dia” (Dn.6:10), fato que seus inimigos se apressaram em relatar ao rei (Dn.6:9-13). Até o pôr do sol, Dario se empenhava para salvar Daniel, mas o decreto era inalterável, e o rei se viu obrigado a ordenar que Daniel fosse lançado na cova dos leões. Não obstante, o rei pagão o incentivou, dizendo-lhe que o “Deus a quem” Daniel servia continuamente o livraria da cova dos leões. É bonito ver como até mesmo os incrédulos por vezes assimilam a fé e a moral de sevos de Deus fiéis do seu convívio próximo. Muitas vezes, porém, os cristãos desapontam seus amigos e parentes incrédulos quando não demonstram os padrões de fé e prática elevados que o mundo espera do povo de Deus.
Dario recusou o entretimento habitual e preferiu passar a noite em jejum. Pela manhã, ao romper do dia, levantou-se o rei e, preocupado, foi com pressa à cova dos leões. Lá, encontrou Daniel vivo e ileso. Como sempre fazia, o profeta deu glória ao Senhor: “O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca aos leões, para que não me fizesse dano”. O rei ordenou que os acusadores de Daniel fossem lançados na cova, onde os leões os devoraram. Como resultado, Dario publicou um decreto aos povos, nações e pessoas de todas as línguas honrando o Deus de Daniel (Dn.6:18-28).
Sem dúvida, para adquirir uma estrutura espiritual capaz de enfrentar tempestades, embates contra os inimigos, a oração é uma arma imprescindível. Infelizmente, há muitos que não gostam de orar, e isto os tornam vulneráveis diante dos inimigos e das intempéries da vida.
A Oração é a alma do cristianismo e expressa a nossa total dependência de Deus. Ela é indispensável para uma vida de comunhão com Deus. Ela é o canal pelo qual o homem exercita a sua submissão a Deus. Ela é a forma pela qual o crente se põe como um verdadeiro servo do Senhor. Ela é a própria exteriorização de nossa qualidade de servo de Deus. Assim como a fome e a sede, instintos naturais do homem, exigem uma satisfação correspondente (comer e beber), assim também a alma humana precisa ser despertada e alimentada pela presença do Criador. O salmista diz: “A minha alma tem sede do Deus vivo!”(Sl.42:2). Essa sede de Deus é uma necessidade básica do espírito.
3. Coincidindo com o período de oração de Daniel, profundas mudanças estavam para acontecer na Babilônia
Na época em que Daniel foi despertado a orar por um despertamento, o reino da Babilônia estava em guerra com os medos e persas.
Segundo Roy E. Swim, após a morte de Nabucodonosor, o seu filho, Evil-Merodaque, o sucedeu no trono.; este é o rei que deu honra especial ao rei Joaquim (filho de Jeoaquim), depois de 37 anos de exílio, ao soltá-lo da prisão e designar-lhe uma pensão (cf. Jr.52:31-34; 2Rs.25:27-30). Depois de dois anos, Neriglissar, o cunhado de Evil-Merodaque, liderou uma revolta e o assassinou. Neriglissar tinha se casado com uma das filhas de Nabucodonosor e reivindicava um certo direito real, especialmente por meio do seu filho, Labashi-Marduque; mas o jovem não recebeu apoio e logo foi morto pelos seus amigos de confiança. Os generais e líderes políticos escolheram Nabonido, outro genro de Nabucodonosor, um auxiliar experimentado e de confiança durante a maior parte do seu reinado. Nitocris, filha de Nabucodonosor, deu um filho a Nabonido, seu nome era Belsazar.
Por causa do seu sangue real, Belsazar, três anos após a ascensão de Nabonido ao trono, foi feito corregente com seu pai. Ele tinha a incumbência de governar a cidade e a província da Babilônia. Esse foi o rei Belsazar descrito por Daniel (1).
À época de Belsazar, em face de uma série de reis incompetentes, Babilônia encontrava-se numa trajetória decaída, deixando para trás sua época dourada. A ruína de Babilônia estava prestes a acontecer, pois um destacamento militar persa, comandado por Ciro, deslocara-se rapidamente para o sul, estacionando junto aos muros de Babilônia. Os muros eram grandes e fortes e seus armazéns achavam-se repletos de alimentos. O rio Eufrates trazia água à vontade para dentro da cidade. Para os líderes nacionais, Babilônia era invencível a qualquer inimigo. Apesar da presença dos inimigos junto aos muros da Babilônia, deliberadamente o rei Belsazar decidiu desafiar o Deus Altíssimo e por isso teve que enfrentar as consequências finais das escolhas que livremente tomara.
Belsazar zombou de Deus e de Suas coisas sagradas (Dn.5:1-31). Belsazar, filho de Nabonido e neto de Nabucodonosor, ofereceu um grande banquete idólatra, no qual usou os utensílios sagrados de ouro e de prata que Nabucodonosor havia levado do templo em Jerusalém. O rei e sua corte beberam o vinho até ficarem embriagados e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra. Enquanto os convidados se embebedavam e farreavam, apareceram uns dedos de mão de homem e escreviam na parede. Amedrontado, ele ofereceu um manto de púrpura, uma cadeia de ouro e uma promoção para quem interpretasse a inscrição.
Por sugestão da rainha, Belsazar convocou Daniel para interpretar a escritura. Mesmo depois de tantos anos e mudanças no governo, pelo menos alguém ainda se lembrava do espirito excelente, conhecimento e inteligência de Daniel.
Depois de recapitular a experiência de Nabucodonosor e de repreender Belsazar com ousadia por haver profanado os utensílios do templo ao usá-los para se embebedar com seus convidados em um banquete idólatra, Daniel revelou o teor da escritura e seu significado. A inscrição na parede dizia: “MENE, MENE, TEQUEL E PARSIM”.
- MENE quer dizer “contados”. Deus contou o império babilônico e deu cabo dele.
- TEQUEL significa “pesado”. Belsazar foi pesado na balança e achado em falta.
- PARSIM (plural de PERES) quer dizer “dividido”. O reino de Belsazar foi dividido e dado aos medos e aos persas.
Naquela mesma noite, os exércitos medos-persas invadiram a Babilônia, mataram Belsazar e se tornaram a nova potência mundial, sob o governo de Dario, o medo.
O desprezo do conhecimento de Deus leva o homem a uma vida dissoluta moralmente. A atitude do rei em utilizar os utensílios do templo de Jerusalém em sua festa devassa e idólatra, mostrava o caráter perverso de Belsazar. Ele estava afrontando ao Senhor e profanando publicamente aquilo que pertencia a Deus. O castigo viria inevitavelmente e imediatamente.
A vida é uma semeadura; colhemos o que plantamos - aqueles que plantam o mal colhem o mal; aqueles que semeiam vento colhem tempestade. Aqueles que semeiam na carne, da carne colhem corrupção. Aquilo que fazemos aqui determinará nosso destino amanhã. Querer fazer o mal e receber o bem é zombar de Deus, e de Deus ninguém zomba (Gl.6:7).
II. A RESPOSTA ÀS ORAÇÕES DE DANIEL
Enquanto estudava o Livro de Jeremias (Dn.9:2), Daniel se deu conta de que os setenta anos de cativeiro estava quase chegando ao fim. Em sua oração ele confessou o seu pecado e as iniquidades de seu povo, e pediu que o Senhor cumprisse suas promessas acerca de Jerusalém e do povo de Judá. Em resposta às orações de Daniel (Dn.9:21), Deus lhe concedeu a revelação extremamente importante das setenta semanas (Dn.9:24), considerada a “espinha dorsal da profecia bíblica”. É claro que nesta Aula não falaremos a respeito deste assunto, mas quem quiser saber mais sobre isso acesse o link: http://luloure.blogspot.com/2014/12/aula-10-as-setenta-semanas-de-daniel.html.
Daniel baseou suas petições no caráter de Deus - sua grandeza, temibilidade, fidelidade, justiça, misericórdia e perdão; e em seus interesses - teu povo, tua cidade, teu santo monte, teu santuário.
Enquanto Daniel ainda estava em oração, o anjo Gabriel se apresentou rapidamente e o tocou à hora do sacrifício da tarde(Dn.9:21); garantiu a Daniel que ele era mui amado (Dn.9:23) - um tributo maravilhoso, vindo do próprio Deus. Em seguida, ele apresentou um esboço da história futura de Israel como nação por meio da imagem das setenta semanas (cf.Dn.9:20-23).
1. A Bíblia relata o que realmente aconteceu
Ao ler as Escrituras, especialmente o livro de Jeremias, Daniel descobre que o tempo do cativeiro havia chegado ao fim (Dn.9:2). Apesar da apatia dos judeus, Daniel sabia das promessas do Senhor. Ele desejava a restauração da sua nação, por isso, ele começou orar, e na sua súplica pela restauração da nação podemos notar que ele desejava: pede perdão pelas transgressões de Israel; pede para que cessasse a ira e o furor do Senhor sobre Jerusalém e sobre o templo; pede o cumprimento da profecia com a libertação do cativeiro, o retorno para Canaã e o restabelecimento do culto. Deus ouviu a oração de Daniel. As Escrituras afirmam:
"No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do SENHOR, por boca de Jeremias), despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra; e ele me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá. Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que é em Judá, e edifique a Casa do SENHOR, Deus de Israel; ele é o Deus que habita em Jerusalém" (Ed.1:1-3).
2. Conforme a declaração de Ciro, estava cumprida a promessa divina dada através do profeta Jeremias
Deus cumpre com as suas promessas; Ele nunca falha. Pela instrumentalidade do rei da Pérsia, Ciro, Deus cumpriu todas as promessas feitas pela instrumentalidade do profeta Jeremias ao povo de Judá. Em 2Crônicas está escrito assim:
“para que se cumprisse a palavra do Senhor, por boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram. Porém, no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor, por boca de Jeremias, despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá; quem entre vós é de todo o seu povo, que suba, e o Senhor, seu Deus, seja com ele” (2Cr.36:21-23).
Deus usou Ciro, rei da Pérsia, para proclamar um pregão autorizando os judeus a retornar a Judá e reconstruir o templo em Jerusalém. Além disso, ordenou aos países vizinhos que contribuíssem generosamente com o remanescente que retornava a Israel. Além das riquezas doadas pelas nações vizinhas, o rei Ciro devolveu aos judeus “cinco mil e quatrocentos” utensílios “de ouro e de prata” que Nabucodonosor havia retirado do templo em Jerusalém (cf.Ed.1:5-11).
Quando os judeus chegaram a Jerusalém, alguns dos cabeças de famílias doaram ouro e prata para a construção da Casa do Senhor, além de vestes para os sacerdotes. O povo passou a habitar em suas respectivas cidades (cf.Ed.2:68-70).
Muitos anos antes de nascer, Ciro foi chamado e separado por Deus para cumprir esse importante propósito (cf. Is.44:28 – 45:13). Ciro é um exemplo da verdade apresentada em Provérbios 21:1: “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina”.
O decreto de Ciro encerrou os setenta anos do cativeiro judaico. Esse período pode ser calculado de duas formas: dede o ataque de Nabucodonosor a Jerusalém, em 605 a.C.(gerando a primeira era de exilados) até o assentamento da fundação do templo em 535 a.C.; ou desde a queda de Jerusalém, em 586 a.C., até o término das obras de reconstrução do templo, em 516 a.C.
Em resumo, os acontecimentos dos fatos:
ü Todos os Judeus seriam liberados para voltarem a Judá, caso quisessem (Ed.1:3).
ü Receberam permissão para reedificar o templo.
ü Todas as despesas da construção do Templo poderiam ser tiradas dos tributos de além do rio.
ü Os vasos sagrados deveriam ser entregues aos cuidados de Zorobabel, nomeado governador dos judeus pelo rei Ciro, para serem transportados de volta para Jerusalém (Ed.1:7).
Todavia, apesar do cumprimento da profecia de Jeremias, muitos dentre o povo estavam acostumadas com a Babilônia. Do mesmo modo, em nossos dias, muitos que se dizem cristãos estão acostumados e conformados com o mundo; entretanto, a nossa Pátria está nos céus (Fp.3:20); devemos, pois, clamar pela volta de Jesus. “Amém! Vem, Senhor Jesus! (Ap.22:20).
III. O RESULTADO DE UM DESPERTAMENTO PROVENIENTE DE DEUS
1. O rei Ciro foi despertado em seu espírito
“Despertou o Senhor o espírito do rei Ciro” (Ed.1:1).
Observe que o monarca persa não foi despertado pela influência de nenhuma outra pessoa, mas foi despertado pelo Senhor. Mais ou menos 200 anos antes do seu nascimento, o profeta Isaias, inspirado pelo Espírito Santo, profetizou acerca de Ciro (Is.44:28): “quem diz de Ciro: É meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; dizendo também a Jerusalém: Sê edificada; e ao templo: Funda-te” (Is.44:28). Esta profecia é bastante notável pelo fato de mencionar o nome do rei num interstício tão longo. Também é surpreendente Deus chamá-lo de “meu pastor”. Ciro é citado como o instrumento usado por Deus para libertar seu povo da Babilônia e autorizar a reconstrução do templo. Josefo, o historiador judeu, escreveu:
“Ora, Ciro tomou conhecimento desse fato (da construção do templo) por meio da leitura do livro de que Isaias havia deixado com suas profecias 210 anos antes [...]. Isaias predisse tais coisas 140 anos antes de o templo ser destruído. Quando, portanto, Ciro as leu e se admirou de seu caráter divino, impulso e emulação o levaram a fazer conforme estaca escrito” (Josefo. História dos Hebreus).
Em Isaias 45:1, o Senhor chama Ciro de “seu ungido” – “Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro...” (o mesmo termo que “messias” em hebraico), pois o monarca da Pérsia foi um protótipo do Messias prometido, que concederia livramento final ao seu povo. Jeová prometeu lhe dar vitória sobre as nações, principalmente a Babilônia, além de remover todos os obstáculos a suas conquistas e lhe entregar grandes quantidades de tesouros escolhidos e riquezas encobertas. Ainda se dirigindo a Ciro, o Senhor se refere a si mesmo como o único Deus verdadeiro que trata Ciro “pelo [...] nome”, que o chama de “ungido” e “pastor” (Is.44:28), e que o capacita para sua missão. Deus faz tudo isso por amor a seu povo e para que todo o mundo saiba que somente Ele é o Senhor.
2. O resultado do despertamento do rei Ciro
O Cativeiro terminou no ano 536 a.C., por força de um Decreto de Ciro, conforme Esdras registrou nos Capítulos 1 e 2 de Seu Livro. Por esse Decreto, Ciro autorizou os judeus a voltarem para sua terra e estabeleceu um objetivo que deveria ser cumprido - “... suba a Jerusalém, que é em Judá, e edifique a Casa do Senhor, Deus de Israel ...” (Ed.1:3). “A Casa do Senhor” era um símbolo da presença de Deus no meio do Seu povo. Quando Nabucodonosor destruiu Jerusalém e levou para Babilônia a terceira turma de cativos, no ano 586 a. C., o Templo de Salomão foi totalmente destruído; significando, assim, que Deus não habitava mais em Israel.
Quando Deus autorizou, pela instrumentalidade de Ciro, a volta dos judeus, também ele tomou as medidas necessárias para que um novo Templo, ou uma nova Casa do Senhor fosse construída. Deus queria, novamente, habitar no meio de seu povo, em Jerusalém.
Os que retornaram sob o comando de Zorobabel e do sumo sacerdote Josué, entenderam qual era a vontade de Deus. A primeira providência, quando chegaram à Jerusalém, foi edificar um altar - “... e edificaram o altar do Deus de Israel, para oferecerem sobre ele holocaustos, como está escrito na lei de Moisés, o homem de Deus” (Ed.3:2).
Isto nos faz entender que um período de provação, no Cativeiro, contribui para levar o crente de volta ao altar do Senhor. A provação é um instrumento que Deus usa para, entre outros propósitos, trazer os seus filhos para junto do altar.
Dois anos depois, em 534 a. C., foram lançados os fundamentos para a construção do novo Templo.
3. No despertamento ou avivamento é preciso ter cuidado com os ardis de Satanás
Durante os setenta anos de Cativeiro, os Samaritanos e outros povos vizinhos tinham ocupado a terra de Israel. Assim, num primeiro momento, certamente por inspiração de Satanás, estes povos que estavam na terra quiseram misturar-se com o povo de Deus. Satanás sempre usou esta tática.
Quando a construção do Templo foi iniciada, eles quiseram ajudar, trabalhando junto com os judeus; uma atitude, aparentemente louvável, para quem não conhece a Palavra de Deus. É princípio bíblico que Deus não aceita aliança com Satanás, não aceita a mistura do Seu povo com os “povos da terra”, ou do mundo.
“Os povos da terra” disseram: “deixa-nos edificar convosco, porque como vós, buscaremos o vosso Deus ...” (Ed.4:2). O crente, hoje, que não conhece a Palavra de Deus, talvez dissesse: “mas, isto é uma bênção!”. Porém, Zorobabel e o sumo sacerdote Josué conheciam a Palavra de Deus, e não podiam fazer “aliança” com aquela gente:
“Porém Zorobabel, e Jesua, e os outros chefes dos pais de Israel lhes disseram: não convém que vós e nós edifiquemos casa a nosso Deus: mas nós sós a edificaremos ao Senhor, Deus de Israel” (Ed.4:3).
Falhando o projeto da mistura, então Satanás passou ao ataque, à perseguição, usando calúnias, mentiras, difamações (vide Esdras 4:5-24).
Quem aceita a “mistura” pode ficar livre das perseguições; a Casa do Senhor pode se encher - mas, encher com “os povos da terra”. Todavia, a Casa do Senhor precisa se encher com o povo de Deus; esta é uma verdade bíblica!
Em consequência da rejeição da ajuda, a construção do Templo foi paralisada - “então cessou a obra da casa de Deus, que estava Jerusalém ...” (Ed.4:24); isto ocorreu no ano 429 a.C..
Ciro, o Rei Persa que havia autorizado a volta dos judeus e a construção do Templo, morreu em 530 a.C... Seu filho, conhecido na história secular como Cambisis II, assumiu o trono entre 529 e 522 a.C.; foi, portanto, o rei que decretou a paralisação da Obra que tinha sido autorizada por seu pai. A construção do Templo permaneceu parada até 520 a.C., quando, então, entraram em cena os dois profetas Ageu e Zacarias. Através destes dois profetas, o Espírito de Deus levantou o “moral” dos dirigentes e do povo:
“... e começaram a edificar a Casa de Deus, que está em Jerusalém; e com eles os profetas de Deus que os ajudaram” (Ed.5:2).
Satanás pode implantar os seus ardis e prejudicar, temporariamente, a Obra de Deus, porém, acabar com ela, nunca! O Senhor Jesus falando a respeito de Sua Igreja, afirmou: “... as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt.16:18).
CONCLUSÃO
Satanás não dá trégua! Durante toda a Obra de Deus ele vai fazer oposição; destruir faz parte da essência do seu caráter(ler João 10:10). Isto nos remete à realidade de que a vida cristã é uma guerra contínua; é uma batalha sem trégua. É impossível realizar a Obra de Deus sem oposição. Precisamos orar a Deus com mais frequência e com maior dedicação para que Ele desperte o seu povo à união e unidade da fé nesta peleja contra os ardis de Satanás, que pertinaz procura enfraquecer o povo de Deus promovendo o secularismo no seu meio. Quando o mundo quiser cooperar conosco na Obra do Senhor, que possamos ousar em dizer: não aceitamos, porque o Senhor é a nossa força e Ele está conosco!