SISTEMA DE RÁDIO

  Sempre insista, nunca desista. A vitória é nosso em nome de Jesus!  

A RESTAURAÇÃO NACIONAL E ESPIRITUAL DE ISRAEL


 Texto Base: Ezequiel 37.1-14
”E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades” (Rm.11:26).

Ezequiel 37:

1.Veio sobre mim a mão do SENHOR; e o SENHOR me levou em espírito, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos,

2.e me fez andar ao redor deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale e estavam sequíssimos.

3.E me disse: Filho do homem, poderão viver estes ossos? E eu disse: Senhor JEOVÁ, tu o sabes.

4.Então, me disse: Profetiza sobre estes ossos e diz-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR.

5.Assim diz o Senhor JEOVÁ a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis.

6.E porei nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei a pele, e porei em vós o espírito, e vivereis, e sabereis que eu sou o SENHOR.

7.Então, profetizei como se me deu ordem; e houve um ruído, enquanto eu profetizava; e eis que se fez um rebuliço, e os ossos se juntaram, cada osso ao seu osso.

8.E olhei, e eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre eles por cima; mas não havia neles espírito.

9.E ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize ao espírito: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam.

10.E profetizei como ele me deu ordem; então, o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército grande em extremo.

11.Então, me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel; eis que dizem: Os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; nós estamos cortados.

12.Portanto, profetiza e diz-lhes: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu abrirei as vossas sepulturas, e vos farei sair das vossas sepulturas, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel.

13.E sabereis que eu sou o SENHOR, quando eu abrir as vossas sepulturas e vos fizer sair das vossas sepulturas, ó povo meu.

14.E porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra, e sabereis que eu, o SENHOR, disse isso e o fiz, diz o SENHOR.

INTRODUÇÃO

Dando continuidade ao estudo do livro de Ezequiel, trataremos nesta Aula da “restauração nacional e espiritual de Israel”, à luz do capítulo 37 do Livro de Ezequiel, que trata do vale de ossos secos. O vale de ossos secos é uma mensagem de esperança. Em uma visão, Deus levou o profeta Ezequiel para um vale cheio de ossos humanos. Os ossos tinham estado lá há muito tempo e estavam muito secos. Deus perguntou a Ezequiel se os ossos poderiam voltar a ter vida, mas Ezequiel não sabia a resposta (Ez.37:2,3). Cremos que a Igreja, no aspecto espiritual, sucedeu a Israel durante a presente era da Igreja, entretanto, Deus tem uma época futura em que Ele restaurará o Israel em sua completude para a administração de bênçãos divina ao mundo. Jeremias declara que Israel jamais deixará “de ser uma nação” (Jr.31:35-37), e a linguagem metafórica do vale de ossos secos contempla uma restauração completa – política e espiritual. O retorno de Israel aos termos originais de sua Terra Prometida e sua independência em 16 de maio de 1948 é um forte indício do cumprimento da profecia de Ezequiel. A Oliveira já está frondosa, só falta agora dá seus frutos. Paulo, em apenas um sermão, refere-se três vezes a Israel como uma entidade ininterrupta (Atos 13:17,23,24). Portanto, a falaciosa teologia da substituição – que ensina que a igreja substituiu Israel - não tem nenhuma sustentação bíblica.

I. SOBRE O SIGNIFICADO DO VALE DE OSSOS SECOS

1. Os ossos secos (Ez.37:1,2)

Veio sobre mim a mão do SENHOR; e o SENHOR me levou em espírito, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos, e me fez andar ao redor deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale e estavam sequíssimos”.

Veja que neste texto Ezequiel tem uma visão dos ossos secos de Israel e Judá em um vale. Ezequiel recebe ordem de profetizar a esses ossos para que voltem à vida; é uma visão profética que anuncia, de antemão, a restauração nacional de Israel depois de muitos séculos de dispersão entre nações, seguida pela restauração espiritual. Com realismo e força dramática, o profeta apresenta, por meio de uma imagem espantosa, a notícia animadora de que Israel poderia ter esperança de viver. O reavivamento era possível, a despeito da lógica humana pregar que isto seria impossível. Porém, Deus para realizar sua obra não precisa da lógica humana. Até mesmo ossos secos, desprovidos de tendões, carne e sangue, podem voltar à existência pelo poder do Espírito de Deus vivificador. A mesma verdade maravilhosa ainda é necessária em um mundo no qual há ossos secos por toda parte. Precisamos que o Espírito Santo venha com seu poder vivificador para realizar um reavivamento genuíno em toda a terra.

2. O Significado

Veio sobre mim a mão do SENHOR; e o SENHOR me levou em espírito, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos, e me fez andar ao redor deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale e estavam sequíssimos”.

Nas palavras do pr. Esequias Soares, em seu livro ”A justiça divina: preparação do povo de Deus para os últimos dias no Livro de Ezequiel”, há muitas especulações sobre o local do vale e a procedência dos ossos, isso partindo do princípio de que se trata de um local geográfico. A linguagem, às vezes, pode parecer uma presença física no vale, in corpore, isto é, no corpo, como a expressão “me fez andar ao redor deles”, ou seja, dos ossos. Ezequiel via em sua visão na superfície do vale uma grande quantidade de ossos, que eram muito numerosos e sequíssimos. Isto revela que essa ossada humana tinha estado ali durante muitos anos, ou talvez séculos; do contrário, esses ossos não estariam “sequíssimos”.

É verdade que Moisés anunciou a possibilidade de Israel experimentar o castigo “post mortem” como forma de execrar a memória dos que violassem o concerto do Sinai (Dt.28:36). Jeremias anunciou o castigo em razão dos cadáveres que não foram sepultados, mas lançados num vale, de modo que os animais e as aves de rapina se alimentariam deles (Jr.7:33; 34:20). Mas os livros históricos do Antigo Testamento não registram nenhuma cena semelhante, um vale com tão grande número de ossos, exceto o lugar que o rei Josias encheu “com ossos humanos” em Jerusalém (2Rs.23:14). O importante é saber o significado dessa visão; se foi uma experiência física ou visionária é de menos importância. Israel estava destroçado no exilio, e as esperanças se esvaíram completamente da alma do povo com a destruição de Jerusalém e do templo (Ez.33:21,22). Esse vale era o retrato desse contexto, uma vez que os judeus se viam como ossos secos (Ez.37:11).

3. As promessas de Deus

O mesmo Deus que expulsou o seu povo da Terra Prometida prometeu que o restauraria ao seu status quo, de forma plena – restauração nacional e espiritual. Há várias promessas a esse respeito, além de Ezequiel capítulo 37. Senão vejamos:

“Portanto, eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que nunca mais dirão: Vive o SENHOR, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito; Mas: Vive o SENHOR, que fez subir, e que trouxe a geração da casa de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha arrojado; e habitarão na sua terra” (Jr.23:7,8).

“Porque eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que farei voltar do cativeiro o meu povo Israel, e de Judá, diz o SENHOR; e tornarei a trazê-los à terra que dei a seus pais, e a possuirão” (Jr.30:2,3).

“Eis que saiu com indignação a tempestade do SENHOR; e uma tempestade penosa cairá cruelmente sobre a cabeça dos ímpios. Não se desviará a ira do SENHOR, até que execute e cumpra os desígnios do seu coração; nos últimos dias entendereis isso claramente” (Jr.23:19,20).

“Ouvi a palavra do Senhor, ó nações, e anunciai nas terras longínquas do mar, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o pastor, ao seu rebanho. Há esperança para o teu futuro, diz o Senhor, porque teus filhos voltarão para os seus territórios” (Jr.31:10,17).

“Pois eu os tirarei das nações, os ajuntarei do meio de todas as terras e os trarei de volta para a sua própria terra. Vocês habitarão na terra que dei aos seus antepassados; vocês serão o meu povo, e eu serei o seu Deus” (Ez.36:24,28).

São promessas de esperança e livramento, e constituem um ponto luminoso em meio a um juízo implacável de Deus por causa dos pecados do povo. Com expressões afetuosas o Senhor prometeu restaurar Judá e Israel (dez tribos do Norte); o povo regressará ao seu território vindo do mundo inteiro, cheio de cânticos de júbilo, em vez de pranto. Claro que a completude dessa promessa se dará após o retorno de Jesus, no final da Grande Tribulação, e quando Israel se arrepender, e Deus perdoá-lo. Arrependido, Israel regressará por estradas sinalizadas por “marcos” e “postes”; assim, seus dias de infidelidade terão chegado ao fim, pois o Senhor realizou “coisa nova” (Jr.31:21,22). Será nesse tempo que Deus dará a eles um coração novo e porá neles um espírito novo; tirará deles o coração de pedra e lhes dará um coração de carne; porá neles o Espírito Santo e os levará a agirem segundo os decretos do Senhor e a obedecerem fielmente às Suas leis” (cf.Ez.36:26,27).

II. SOBRE A DISPERSÃO DOS JUDEUS ENTRE AS NAÇÕES

1. As diásporas de Israel e Judá

Diáspora judaica refere-se à dispersão dos judeus pelo mundo, e a formação das comunidades judaicas fora da Terra Prometida, por consequência disso. De acordo com a Bíblia, a Diáspora judaica foi consequência da idolatria e rebeldia do povo de Israel e Judá contra Deus, o que fez com que Ele os tirasse da terra que lhes prometera e os dispersasse pelo mundo até que o povo de Israel retornasse à obediência a Deus, onde seriam restaurados como uma nação soberana e senhora do mundo. Está escrito: “Espalhar-vos-ei por entre as nações e, desembainhando a espada, vos perseguirei; a vossa terra será assolada, e as vossas cidades se tornarão em deserto” (Lv.26:33). “E o Senhor vos espalhará entre todos os povos desde uma extremidade da terra até a outra” (Dt.28:64). “Eu farei que sejam espetáculo horrendo, uma ofensa para todos os reinos da terra...” (Jr.24:9). “... e errantes andarão entre as nações” ((Os.9:17). “Assim saberão que eu sou o Senhor, quando eu os dispersar entre as nações e os espalhar entre os países” (Ez.12:15).

A Bíblia Sagrada aponta duas diásporas do povo judeu e as suas respectivas restaurações. 

a) A Primeira Diáspora (Jr.16:13). Geralmente se atribui o início da Primeira Diáspora judaica ao ano de 586 a.C., quando Nabucodonosor II — imperador babilônico — invadiu o reino de Judá, destruindo Jerusalém e o Templo, e deportando os judeus para a Babilônia. Mas, na verdade, esta dispersão se inicia antes, em 722 a.C., quando o reino de Israel, ao norte, é destruído pelos assírios e as dez tribos de Israel são levadas cativas à Assíria, e Judá passa a pagar altíssimos impostos para evitar a invasão. As forças de Nínive, comandadas por Salmaneser V (2Rs.17:3), invadiram Israel em 722 a.C., levando-os cativos para a Assíria.  Salmaneser era filho de Tiglate Pileser III (2Rs.15:29). Foram 210 anos de idolatria, de rebeldia espiritual e de corrupção moral; por causa disso, Deus decretou a queda final e o exílio de Israel (as dez tribos do Reino do Norte) - “No ano nono de Oséias, o rei da Assíria tomou a Samaria, e transportou a Israel para a Assíria, e fê-los habitar em Hala e em Habor, junto ao rio Gozã, e nas cidades dos medos” (2Rs.17:6). O avança implacável do mal entre o povo de Deus, chegara ao ponto culminante irreversível.

- Diáspora na Babilônia. Às vezes não aprendemos com os exemplos de pecado e tolice que ocorrem à nossa volta. Apesar de terem vistos seus irmãos – judeus do Norte - levados para o exílio, o povo de Judá não temeu a Deus; antes, caiu nos mesmos pecados deles. Diz o texto sagrado: “Até Judá não guardou os mandamentos do SENHOR, seu Deus; antes, andaram nos estatutos que Israel fizera” (2Rs.17:19). E 135 anos mais tarde, as tropas babilônicas invadem Judá levando cativos muitos judeus. Os reis Ezequias e Josias começaram muitas reformas, mas isto não foi o bastante para converter permanentemente a nação a Deus. Judá é derrotada pelos babilônios, que enviam muitos deles para o exílio, entretanto, não são espalhados, e a terra não é repovoada, como fez os Assírios com o povo do Norte.

Em 605 a. C., o exército babilônico, comandado por Nabucodonosor, derrotou os egípcios em Carquêmis (Jr.46:1,2), ampliando o império da Babilônia. Neste mesmo ano, pela primeira vez, Jerusalém submeteu-se ao poderio de Babilônia, período esse considerado o marco inicial para contagem dos setenta anos preditos pelo profeta Jeremias; um período encerrado com a queda e rendição da cidade de Babilônia em 538 a.C. Em 586 a.C., o Templo foi destruído por Nabucodonosor.

Com a conquista de Judá os judeus foram deportados para a Babilônia, onde floresceram como comunidade e mantiveram suas práticas e costumes religiosos, associados a outros costumes herdados dos babilônios. A assimilação fez com que o hebraico perdesse sua importância em função do idioma aramaico que se tornou a língua comum. Com a queda do poder babilônico e a ascensão do imperador persa Ciro I, este permitiu que algumas comunidades judaicas retornassem para a Judéia, mas a grande maioria da população judaica preferira permanecer na Babilônia onde tinha uma sociedade constituída, do que retornar às vicissitudes da reconstrução de um país.

b) A Segunda Diáspora. A Segunda Diáspora aconteceu muitos anos depois, no ano 70 d.C., e foi anunciada pelo próprio Jesus Cristo: “E cairão a fio de espada e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lc.21:24).

Os romanos destruíram Jerusalém, e isso acarretou uma nova Diáspora, fazendo os judeus irem para outros países da Ásia Menor ou sul da Europa. As comunidades judaicas estabelecidas nos países do Leste Europeu ficaram conhecidas como Asquenazi (netos de Noé). Os judeus do norte da África (sefaradins) migraram para a península Ibérica (Espanha e Portugal). Expulsos de lá pelo catolicismo romano do século XV, migraram para os Países Baixos, Bálcãs, Turquia, Palestina e, estimulados pela colonização europeia, chegaram ao continente americano. Espalhados e humilhados os Judeus dispersos foram perseguidos e maltratados em todos os lugares por onde passaram, e seu maior inimigo, Hitler, ordenou a morte de seis milhões de Judeus em toda a Europa.

2. Renasce Israel

"Retornarão os filhos de Israel..." (Oseias 3:5). O retorno do povo judeu à terra de seus antepassados ocorreu depois de mais de 18 séculos, tal como fora anunciado pelos profetas do Antigo Testamento, como Jeremias (Jr.31:17), Ezequiel (Ez.11:17; 36:24; 37:21), Amós (Am.9:14,15) e Zacarias (Zc.8:7,8).

A segunda dispersão judaica, anunciada de antemão pelo Senhor Jesus (Lc.21:24), durou mais de 1.800 anos, sendo iniciada no ano 70 d.C. por ocasião da destruição de Jerusalém pelos romanos, e foi concluída com a fundação do Estado de Israel em 27 de novembro de 1947, na primeira Assembleia Geral das Nações Unidas, presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha, quando foi pronunciada por grande maioria de votos (33 x 14) a favor da Partilha da Palestina, com 10 abstenções. Estavam criadas as bases legais para o estabelecimento do Estado de Israel.

A partir de 12 de maio de 1948, a ONU resolve reintegrar os judeus dispersos em uma única possessão no território palestino cumprindo assim a profecia de Isaías 66:7,8: "Antes que estivesse de parto, deu à luz; antes que lhe viessem as dores, deu à luz um filho. Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes?  Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas logo que Sião esteve de parto, deu à luz seus filhos". Ezequiel 37:21 está escrito: “Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei à sua terra”.

Quando Jesus voltar, todo o povo judeu retornará plenamente à sua terra, e o Rei Jesus os governará, conforme afirma a profecia de Ezequiel:

“E nunca mais se contaminarão com os seus ídolos, nem com as suas abominações, nem com as suas prevaricações; e os livrarei de todos os lugares de sua residência em que pecaram e os purificarei; assim, eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. E meu servo Davi reinará sobre eles, e todos eles terão um pastor; e andarão nos meus juízos, e guardarão os meus estatutos, e os observarão. E habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, na qual habitaram vossos pais; e habitarão nela, eles, e seus filhos, e os filhos de seus filhos, para sempre; e Davi, meu servo, será seu príncipe eternamente. E farei com eles um concerto de paz; e será um concerto perpétuo; e os estabelecerei, e os multiplicarei, e porei o meu santuário no meio deles para sempre. E o meu tabernáculo estará com eles, e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. E as nações saberão que eu sou o SENHOR que santifico a Israel, quando estiver o meu santuário no meio deles, para sempre” (Ez.37:22-28).

As Diásporas judaicas advertem a todo o povo de Deus da Nova Aliança, a Igreja (1Co.10:1-12). Deus removerá do seu reino todos aqueles que deixarem de permanecer fielmente na sua Palavra e no seu amor. Os resultados de abandonar a Deus são o castigo, a ruína, o sofrimento e a rejeição final (cf. Ap.2:5; 3:15,16). Pense nisso!

3. Restauração nacional (Ez.37:6-8)

Israel foi expulso pelos romanos em 70 d.C., sob a permissão de Deus, mas não para sempre. Deus havia dito que os traria de volta à sua terra e restabeleceria as suas cidades. Em virtude de sua eleição consubstanciada através da aliança do Sinai, pela qual será sempre o povo de Deus, Israel seria rejeitado por Deus apenas temporariamente. Diz assim o texto sagrado: “Ouvi a palavra do Senhor, ó nações, e anunciai nas terras longínquas do mar, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o pastor, ao seu rebanho. Há esperança para o teu futuro, diz o Senhor, porque teus filhos voltarão para os seus territórios” (Jr.31:10,17). “Pois eu os tirarei das nações, os ajuntarei do meio de todas as terras e os trarei de volta para a sua própria terra. Vocês habitarão na terra que dei aos seus antepassados; vocês serão o meu povo, e eu serei o seu Deus” (Ez.36:24,28).

A Visão do vale dos ossos secos, em Ezequiel 37, descreve de forma metafórica a restauração nacional de Israel. Veja algumas fases da visão do vale de ossos secos:

a) ruído seguido de um reboliço, com junção dos ossos, cada osso ao seu osso (Ez.37:7). Nesta primeira fase, há a reunião do povo de Israel num só lugar, o que ocorreu a partir do início do movimento sionista e das imigrações por ele patrocinadas, do final do século XIX até o instante da declaração de independência de Israel. É o fim da suspensão do pacto territorial e a repatriação de Israel à terra prometida.

b) vinda de nervos sobre os ossos, crescimento da carne e extensão da pele sobre eles por cima (Ez.37:8). Nesta segunda fase, a reunião do povo se organiza politicamente e nasce um Estado, um país na comunidade internacional. É o que ocorreu com Israel a partir de 1948, quando, então, passa a ter um lugar no mapa mundial. Retoma o Senhor o pacto territorial com Israel, e as circunstâncias tornam viável tanto a restauração do pacto davídico, pois ressurge um governo judeu independente e próprio, como também se criam condições para a reconstrução do templo, o que porá fim à suspensão do pacto mosaico.

O Senhor, em sua fidelidade, começou a cumprir estas palavras diante de nossos olhos! Hoje, Israel é uma potência econômica, científica e militar, e possui um dos maiores Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do planeta. Não existe nenhuma outra nação na Terra que se possa orgulhar de feitos e desenvolvimentos tão rápidos e tão notáveis! E isto, estando rodeado de inimigos por todos os lados.

No Milênio, Israel ocupará todo o território bíblico prometido por Deus a Abraão. Jerusalém será a capital do mundo, e a nação de Israel será a nação mais importante da Terra. Está escrito: “E virão muitos povos, e dirão: vinde e subamos ao monte do Senhor, à casa de Deus de Jacó; para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor” (Is.2:3).

III. SOBRE O MILAGRE DO SÉCULO XX

1. O testemunho de Deus para o mundo

O renascimento de Israel como nação soberana é um dos maiores milagres do século XX; isso é uma prova da fidelidade de Deus e da veracidade da Bíblia. Israel é indestrutível; vão-se as nações, mas Israel permanece para sempre. Os maiores impérios do mundo tentaram destruir este povo; os impérios, sim, foram dissipados, mas Israel permanece firme para sempre. Hitler e seus asseclas tentaram destruir o povo judeu, utilizando-se das mais engenhosas técnicas de extermínio, mas o povo judeu prevaleceu, pois nenhuma nação pode destruir o povo de Deus.

A nação de Israel e o povo judeu são um enigma para este mundo. Sua existência desafia a lógica humana; sua preservação contradiz todas as tendências históricas. Sua singularidade como povo estarreceu até mesmo o escritor americano Mark Twain, que escreveu para a "Harper’s Magazine" em 1897:

“Se as estatísticas estiverem corretas, os judeus constituem menos de um quarto de 1% da raça humana; isto sugere um minúsculo e obscuro pontinho perdido em meio à Via Láctea.... Os egípcios, os babilônios e os persas surgiram, encheram o planeta de barulho e esplendor, e então murcharam e desapareceram. Os gregos e os romanos vieram logo após, provocaram uma algazarra imensa, e se foram. Os judeus presenciaram a passagem de cada um desses povos, sobreviveram a todos eles e são hoje o que sempre foram. Todas as coisas são mortais, menos os judeus. Todas as outras forças passam, mas os judeus permanecem. Qual o segredo de sua imortalidade?”.

Há um Deus por trás da história, e Israel é quem melhor espelha isto. A fidelidade de Deus para com Israel é fruto de sua aliança com Abraão. Deus prometeu isto a Abraão, e Ele não muda.  Deus é o protetor de Israel (Dn.12:1). Deus garante a existência de Israel até o fim de tudo. Israel está aí, os ossos secos já reviveram, o corpo foi formado, mas não há neles espírito”, diz a palavra profética (Ez.37:8); é somente isto que falta hoje em Israel.

A história de Israel é totalmente vinculada a Jesus. A partir de Abraão Deus formou a genealogia de Jesus. A restauração da Nação após o exílio babilônico era o cenário para a vinda de Jesus. E a restauração atual é o cenário para a volta de Jesus. Não estamos aqui dizendo que tudo que Israel faz é certo, mesmo porque Deus está preparando-o para tratar com seus pecados. Mas Deus é o Senhor Todo-Poderoso e Sua Palavra se cumpre cabalmente. Todas as profecias relacionadas a Israel têm-se cumprido na história, e todas as pessoas e nações que tentaram impedir o cumprimento dessas profecias foram eliminadas. Israel é o relógio de Deus que indica o início do fim dos tempos. Sem dúvida, Isael é uma testemunha contínua de Deus sobre este mundo.

2. O status de Jerusalém entre as nações

Desde que Davi conquistou Jebus, região dos jebuseus (1Cr.11:4-7), Jerusalém sempre teve o status de capital de Israel; primeiramente, cidade de Davi (2Sm.5:7-11); depois, capital de Israel. Em 2Samuel, capítulo 6, lemos como Davi estabeleceu Jerusalém como a capital eterna de Israel; ele decidiu colocar a Arca da aliança ali para simbolizar que o Senhor estava com eles em sua capital. Jerusalém, portanto, nunca perdeu o status de capital de Israel, mesmo sendo conquistada várias vezes, sob a permissão divina, por povos pagãos; mesmo sendo o povo dispersado por todo o mundo, como punição de Deus pelos pecados abomináveis cometidos, Jerusalém, à vista de Deus, nunca cedeu seu espaço de forma permanente para outras nações.

Deus desterrou o seu povo em três diásporas, mas nunca entregou Jerusalém para ser de outro povo.

Após mais de 18 séculos de diáspora a nação de Israel é restaurada em cumprimento às profecias de vários notáveis profetas, e o status de Jerusalém, como capital de Israel, volta novamente estar em evidência. Em 1950, Israel declarou Jerusalém sua capital e ocupou edifícios governamentais no oeste da cidade. Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel conquistou a parte oriental da cidade, que era controlada pela Jordânia. A partir daí, valia a lei israelense. Por fim, em 1980, o Parlamento israelense, o Knesset, declarou a cidade inteira como capital inseparável de Israel. O Conselho de Segurança da ONU invalidou a anexação através da Resolução 478 e, desde então, confirmou isso diversas vezes; porém, isso não tem nenhuma validade para Deus e para o seu povo. O que vale é a vontade Deus e não a da ONU.

Jerusalém, portanto, é a eterna capital de Israel. Deus fez de Jerusalém um cálice de tontear para todos as nações (Zc.12:2); as profecias dizem que Jerusalém, espantosamente mencionada em torno de 800 vezes na Bíblia, desempenhará um papel fundamental no destino do mundo. O profeta Zacarias prediz algo bastante interessante sobre um fato exclusivo e inédito na história: "E acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a carregarem certamente serão despedaçados; e ajuntar-se-ão contra ela todos os povos da terra" (Zc.12:3). É o que estamos vendo hoje: o mundo todo sofrendo por causa de Jerusalém. Os árabes possuem mais de 99% das terras do Oriente Médio, Israel com uma área de 20.000 quilômetros quadrados, tem menos de 1%. Mas, a intenção malévola dos árabes é tirar de Israel o pouco que ele tem. Onde está a real causa do conflito? JerusalémQual a real intenção árabe? A destruição do Estado de Israel e de seu domínio sobre Jerusalém. Isso, porém, é impossível. 

3. Restauração espiritual

Israel hoje existe como nação soberana - tem sua base territorial, seu governo próprio, tem vida física, social, política -, mas não tem vida espiritual; continua privada da comunhão com Deus. Mas esta situação será mudada em breve. A restauração espiritual de Israel é prevista na terceira fase da visão do vale de ossos secos - “Então, ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam. Profetizei como ele me ordenara, e o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército sobremodo numeroso” (Ez.37:9,10).

Nesta terceira fase, Israel será, de novo, enxertado na Oliveira, porque voltará a crer em Deus, aceitando Cristo como seu Messias tão esperado, quando, então, se cumprirá a profecia mencionada pelo apóstolo Paulo em Romanos 11:26. Isto somente acontecerá no final da Grande Tribulação, na batalha do Armagedom (cf. Zc.14:1-9; Ap.19:11-21). Vencido o Anticristo pelo Senhor Jesus na batalha do Armagedom, Israel, que terá no momento decisivo se voltado ao Senhor e O reconhecido como o Messias, verá cumpridas as promessas que ainda faltam. Jesus será entronizado como Rei de Israel, cumprindo-se, assim, a promessa do pacto davídico de que o reinado da casa de Davi perduraria para sempre sobre a nação de Israel. Veja a profecia de Ezequiel 37:21-25:

21. Dize-lhes, pois: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei à sua terra.

22. E deles farei uma nação na terra, nos montes de Israel, e um rei será rei de todos eles; e nunca mais serão duas nações; nunca mais para o futuro se dividirão em dois reinos.

23. E nunca mais se contaminarão com os seus ídolos, nem com as suas abominações, nem com as suas prevaricações; e os livrarei de todos os lugares de sua residência em que pecaram e os purificarei; assim, eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.

25. E habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, na qual habitaram vossos pais; e habitarão nela, eles, e seus filhos, e os filhos de seus filhos, para sempre; e Davi, meu servo, será seu príncipe eternamente.

Durante o reino milenial de Cristo, Israel cumprirá o papel de propriedade peculiar de Deus dentre os povos, nação sacerdotal e povo santo, e tudo isto, como diz Paulo, “porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento” (Rm.11:29).

CONCLUSÃO

Nem mesmo as diásporas dos judeus e as constantes perseguições promovidas pelos antissemitas pude­ram neutralizar as promessas divinas. Israel sobreviveu a todas as intempéries da vida e existe como nação soberana desde 1948. Somos a geração que, após 2.000 anos, vê Israel sendo uma nação e Jerusalém como sua capital. Satanás odeia a realidade da restauração de Israel como nação que finalmente receberá Jesus como Messias em Seu retorno, e a nação que será o quartel-general terreno de Cristo. À medida que nos aproximamos da Segunda Vinda de Cristo, devemos entender que a fúria de Satanás contra a Igreja e contra Israel irá crescer exponencialmente. A nação de Israel é o relógio de Deus. Fiquemos de olho!