Hebreus 12:
5.E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor e não desmaies quando, por ele, fores repreendido;
6.porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho.
7.Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque que filho há a quem opai não corrija?
8.Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois, então, bastardos e não filhos.
9.Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos?
10.Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade.
11.E, na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.
12.Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados,
13.e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja se não desvie inteiramente; antes, seja sarado.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, trataremos da disciplina na Igreja Local. Embora seja muito necessária, a prática da disciplina na Igreja Cristã vem sendo esquecida e negligenciada por muitos. A disciplina na Igreja é uma questão de vital importância para aqueles que buscam viver em conformidade com os princípios estabelecidos pela fé cristã.
A santidade de Deus é o alicerce sobre o qual a prática da disciplina se fundamenta, pois reflete o chamado à santificação que é direcionado aos servos de Deus. A essência da disciplina eclesiástica não se resume apenas à correção de comportamentos inadequados, mas também à preservação da integridade moral, ao afastamento do pecado e à manutenção de um testemunho autêntico e coerente com os valores do Evangelho.
A importância da disciplina na Igreja Local é indiscutível, porém, ao longo do tempo, tem sido notado um declínio em sua aplicação e compreensão em muitas igrejas locais. A negligência em exercer a disciplina eclesiástica resulta em uma perda gradual da identidade da Igreja, transformando-a de uma comunidade espiritual em um mero agrupamento social. Esse descuido acarreta consequências significativas, gerando igrejas enfraquecidas, carentes de vitalidade espiritual e destituídas de um testemunho coerente com os princípios cristãos.
É fundamental, portanto, abordar a disciplina cristã não apenas como um método corretivo, mas também como um processo formativo essencial para o desenvolvimento do caráter dos membros da Igreja. Esta abordagem compreende tanto a correção de comportamentos desalinhados com os princípios cristãos quanto o cultivo de uma formação espiritual que fortaleça e molde o caráter segundo os ensinamentos de Cristo.
Esta Lição se propõe a explorar a disciplina cristã em suas modalidades corretiva e formativa, visando revitalizar sua prática e compreensão no contexto da vida da Igreja contemporânea.
I. A NECESSIDADE DA DISCIPLINA BÍBLICA
1. Deus é santo
A necessidade da disciplina na vida da Igreja se fundamenta na santidade intrínseca de Deus, um dos atributos divinos amplamente proclamados nas Escrituras. A própria natureza santa de Deus é a causa primordial que justifica a importância da disciplina eclesiástica: "Sede santos, porque eu sou santo" (Lv.11:45). A santidade é inerente à essência de Deus e demanda reconhecimento e reverência por parte de seus servos. Na própria oração que Jesus ensinou, o reconhecimento da santidade divina é expresso: "Santificado seja o teu nome" (Mt.6:9).
Quando a presença de Deus se manifesta, nossa própria natureza pecaminosa se torna evidente, como testemunhado na reação de Pedro ao se encontrar diante de Jesus: "Ao ver isso, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus e disse: 'Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador!'" (Lc.5:8). O encontro com a santidade de Deus expõe nossa fragilidade e pecaminosidade.
Assim, quando a conduta pecaminosa de um crente não é corrigida na Igreja Local, há uma diminuição no reconhecimento e na exaltação da santidade de Deus. A ausência de disciplina resulta em uma distorção na compreensão e na representação da santidade divina na vida dos crentes, o que pode levar a um afastamento gradual da verdadeira identidade cristã e do propósito central de refletir a santidade de Deus no mundo.
2. A Igreja é santa
Deus é santo e a Igreja também deve ser. A santidade de Deus é um princípio fundamental para a vida da Igreja, como expresso na exortação bíblica: "Sede santos, porque eu sou santo" (1Pd.1:16). Essa chamada à santidade não é apenas uma instrução, mas um reflexo da própria natureza de Deus e um convite para que Seu povo se assemelhe a Ele.
Desde tempos remotos, na Antiga Aliança e continuando na Nova Aliança, a aspiração de Deus era formar um povo separado, um povo distinto em santidade. O termo grego "hagios", traduzido como "santo", carrega consigo a ideia de "separado" ou "consagrado". Esse conceito não se limita apenas à abstinência do pecado, mas implica em ser dedicado, reservado para um propósito específico - a serviço e glória de Deus.
Ao longo da história bíblica, vemos Deus chamando Seu povo para viver de maneira distinta em relação aos padrões do mundo, separando-se do pecado e se consagrando a Ele. Esta separação não é meramente uma questão de reclusão, mas de viver uma vida que reflita a natureza de Deus em santidade, amor, justiça e misericórdia.
Portanto, a santidade não é apenas um aspecto moral, mas uma identidade que distingue a Igreja como um povo consagrado para Deus, chamado a refletir Sua natureza no mundo, a ponto de influenciar e transformar a sociedade em que está inserida.
3. Quando a Igreja não disciplina
Se a Igreja, como Corpo de Cristo, deve ser santa, da mesma forma o cristão, como membro desse Corpo, o deve ser também. A analogia entre a santidade da Igreja como Corpo de Cristo e a santidade individual de cada cristão é vital para compreendermos a importância da disciplina na vida cristã. A própria Escritura Sagrada evidencia esse princípio, declarando que a Igreja é o templo de Deus e o Espírito Santo habita em seus membros (1Co.3:16; 1Co.6:19).
Além disso, a santidade não é apenas um conceito, mas uma identidade inerente ao cristão (Ef.1:1), o qual reflete o caráter de Deus em seu viver diário. A ausência de disciplina na vida do crente resulta na deterioração dessa identidade santa. Surgem adjetivos como "mundano" ou "carnal" para descrever aqueles que não estão em conformidade com os princípios divinos. Esses termos não apontam apenas para a condição moral, mas para a falta de disciplina espiritual. O cristão indisciplinado falha em tratar os hábitos pecaminosos, negligenciando a transformação que a fé em Cristo Jesus deveria trazer à sua vida. A falta de disciplina mina a fronteira entre o sagrado e o profano, obscurecendo a distinção crucial que deve existir na vida do crente.
Quando a Igreja deixa de aplicar a disciplina corretiva e formativa, corre o risco de perder sua própria identidade santificada, tornando-se, em vez de um lugar de consagração, um reflexo dos padrões e valores do mundo ao seu redor. Como bem diz de forma direta o pr. José Gonçalves, “uma igreja que não disciplina seus membros torna-se mundana” (Ap.3:19).
Portanto, a disciplina na Igreja não é uma mera questão de punição, mas um cuidado amoroso que preserva a identidade e a integridade espiritual tanto do indivíduo quanto da Igreja Local, assegurando que a santidade e os valores do Reino de Deus sejam mantidos e refletidos no viver diário dos crentes.
II. O PROPÓSITO DA DISCIPLINA BÍBLICA
1. Manter a honra de Cristo
O propósito da disciplina bíblica na vida da Igreja é multifacetado e crucial para a preservação da honra de Cristo e a integridade do testemunho cristão. Quando o pecado não é confrontado e tratado entre os membros da Igreja Local, isso não apenas afeta a pessoa envolvida, mas também reflete na percepção de Cristo e da fé cristã pela sociedade em geral.
O apóstolo Paulo, ao escrever aos Romanos, faz referência à desonra que advém quando os que professam fé em Deus vivem em contradição com essa fé, afirmando que o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de tal conduta (Rm.2:24). Esse comportamento incoerente compromete seriamente o testemunho cristão e enfraquece a credibilidade da mensagem do Evangelho.
Um exemplo notório dessa necessidade de disciplina é visto na Igreja de Corinto, onde um membro estava envolvido em um comportamento pecaminoso evidente, e a comunidade não apenas tolerou, mas ignorou essa situação (1Co.5:2). Essa postura negligente exigiu uma repreensão veemente do apóstolo Paulo, destacando a importância de lidar com o pecado dentro da Igreja para preservar a pureza e a santidade do Corpo de Cristo.
Além disso, a Escritura enfatiza que a prática do pecado sem arrependimento genuíno pode resultar em consequências sérias, incluindo julgamento divino. A Carta aos Coríntios menciona casos em que a participação indiscriminada na Ceia do Senhor sem a devida reflexão e arrependimento trouxe juízo sobre alguns (1Co.11:27-34). Da mesma forma, nas Cartas às igrejas em Pérgamo e Tiatira, Jesus reprovou aqueles que toleraram doutrinas e comportamentos pecaminosos dentro da Igreja (Ap.2:14,15).
Portanto, a disciplina bíblica não é apenas uma questão de manter a ordem dentro da Igreja Local, mas é essencial para preservar a honra de Cristo, salvaguardar o testemunho cristão diante do mundo e prevenir o juízo divino que pode advir da tolerância e complacência em relação ao pecado dentro da Igreja Local.
2. Frear o comportamento pecaminoso
Outro propósito da disciplina cristã é frear o comportamento pecaminoso. O propósito adicional da disciplina cristã reside na sua capacidade de conter e deter o comportamento pecaminoso dentro da Igreja Local. O pecado é descrito nas Escrituras como algo extremamente contagioso, capaz de se espalhar rapidamente entre os indivíduos e contaminar toda a comunidade cristã local, assim como o fermento que leveda toda a massa de pão (Gl.5:9).
A metáfora do fermento é usada pelo apóstolo Paulo ao escrever para os crentes de Corinto, alertando sobre os perigos da tolerância ao pecado. Ele compara o pecado a um pouco de fermento que pode levedar toda a massa. Esse exemplo ilustra vividamente como até mesmo uma pequena quantidade de pecado não tratado pode se espalhar, influenciando e afetando a integridade espiritual e moral de todos os membros da Igreja (1Co.5:6).
O pecado, se não for confrontado e tratado, pode se multiplicar e se disseminar, afetando não apenas o indivíduo envolvido, mas também os demais membros da Igreja. A tolerância ou a negligência diante do pecado dentro da Igreja Local não apenas compromete a santidade e a pureza de seus membros, mas também mina a eficácia do testemunho cristão diante do mundo.
Portanto, a disciplina cristã atua como um mecanismo de contenção do pecado, agindo de forma a interromper seu avanço e prevenir sua propagação na Igreja Local. Ela não apenas busca corrigir o indivíduo em falta, mas também proteger o Corpo de Cristo, preservando sua pureza e integridade espiritual diante dos desafios e influências corruptoras do pecado.
3. Não tolerar a prática do pecado
A disciplina na Bíblia tem como propósito principal a restauração e a preservação da santidade da comunidade cristã. É vista como uma demonstração de amor e cuidado com a saúde espiritual dos membros, visando corrigir comportamentos desviantes para manter a integridade e a santidade da Igreja.
1Corintios, capitulo 5, enfatiza a importância de não tolerar o pecado dentro da Igreja Local. Havia na Igreja de Corinto um homem que estava envolvido em um relacionamento incestuoso, algo considerado grave até mesmo para os padrões da sociedade ímpia daquela época. O apóstolo Paulo repreendeu veementemente aquela Igreja por tolerar tal comportamento pecaminoso entre alguns dos seus membros (1Co.5:1,2). Paulo instruiu os crentes dessa Igreja a lidarem com essa situação, exortando-os a exercer a disciplina para a restauração do indivíduo mau caráter e a preservação da pureza daquela Igreja e da comunidade cristã como um todo.
Caso não fosse aplicada a disciplina na Igreja de Corinto, certamente, a consequência seria que esse pecado acabaria enfraquecendo os membros dessa Igreja, pois uma Igreja que não pratica a disciplina bíblica fatalmente fracassará. Nesse sentido, não se pode tolerar a prática do pecado, ou o comportamento pecaminoso, na Igreja nem fora dela. Exortou Jesus ao pastor da Igreja de Tiatira: “Mas tenho contra ti o tolerares que Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensine e engane os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria” (Ap.2:20). Aqui, a referência a Jezabel é uma metáfora que representa influências corruptoras e falsas dentro da Igreja. Assim como Paulo alertou os crentes de Corinto, a Carta a Tiatira menciona a necessidade de não tolerar ensinos que levem à prática do pecado e da idolatria.
Portanto, a disciplina bíblica visa proteger a Igreja Local, buscando a restauração dos indivíduos que erraram, mas também preservando a integridade da Igreja como um todo. No entanto, é importante observar que a disciplina deve ser aplicada com amor, buscando sempre a restauração e a reconciliação, e não com um espírito de condenação ou julgamento, haja vista que o julgamento definitivo de toda a humanidade será exclusivo do justo Juiz, Jesus Cristo (Atos 17:31).
III. AS FORMAS DE DISCIPLINA BÍBLICA
1. A disciplina como modo de correção
A disciplina como correção é um tema crucial nas Escrituras e é vista como uma expressão do amor de Deus para com Seus filhos. A ideia central por trás da correção é corrigir, restaurar e trazer à retidão aqueles que se desviam do caminho correto. Hebreus 12:7 ressalta essa perspectiva: "Porque que filho há a quem o pai não corrija?". Isso sugere que a correção faz parte do relacionamento entre pais e filhos; e Deus, como Pai celestial, disciplina Seus filhos para o crescimento e aperfeiçoamento deles.
A ausência de correção pode indicar uma falta de cuidado ou até mesmo um afastamento do relacionamento amoroso entre pai e filho. A passagem de Hebreus 12:7 também destaca que aqueles que não recebem correção estão em uma posição de desfavorecimento espiritual, pois a correção é um sinal do amor de Deus por Seus filhos, semelhante ao cuidado de um pai preocupado com o bem-estar de seus filhos.
O exemplo de Pedro em Gálatas 2:11-14, onde ele é corrigido por Paulo por sua atitude em relação aos gentios, demonstra que mesmo os líderes cristãos podem errar e precisar de correção. Isso mostra que a correção não é exclusiva para aqueles que são menos experientes na fé, mas é necessária para todos, independentemente de sua posição na Igreja.
A disciplina como correção também é apresentada como uma forma de restauração e reconciliação. Em Gálatas 6:1, Paulo exorta os crentes a restaurarem aqueles que caíram em pecado com um espírito de mansidão, buscando a reconciliação e a recuperação daquele que errou.
Portanto, a disciplina como correção na Bíblia visa corrigir, restaurar e trazer de volta à comunhão aqueles que se desviaram, sendo uma expressão do cuidado amoroso de Deus e um meio para o crescimento espiritual e a formação do caráter cristão.
2. A disciplina como forma de restauração
O conceito de disciplina como um meio de restauração é crucial na compreensão do propósito da disciplina na Igreja Local. A palavra grega "katartizo", que significa "restaurar" ou "reparar", é usada em várias passagens do Novo Testamento, incluindo Mateus 4:21, onde é empregada para descrever o conserto das redes de pesca. Essa analogia de consertar as redes de pesca é significativa ao abordar a ideia de restauração na disciplina. Assim como as redes de pesca são consertadas para restaurar sua utilidade e eficácia, a disciplina na Igreja Local busca restaurar aqueles que cometeram erros, desvios ou pecados, a fim de reintegrá-los à comunhão e ao relacionamento correto com Deus e com os outros membros da Igreja.
A passagem de 2Coríntios 2:5-8 destaca o aspecto da restauração na disciplina. Neste contexto, Paulo orienta a Igreja de Corinto a perdoar e consolar aquele que havia sido disciplinado anteriormente, para que ele não fosse sobrecarregado pelo sofrimento excessivo. O objetivo não era apenas disciplinar ou repreender, mas também restaurar e reintegrar o indivíduo arrependido de volta à Igreja.
Portanto, a disciplina como forma de restauração na perspectiva bíblica não busca simplesmente punir, mas sim corrigir com amor, levando à restauração do relacionamento entre Deus, o indivíduo e a Igreja. É um processo que visa não só corrigir o erro, mas também trazer cura, reconciliação e restabelecimento do indivíduo na comunhão com Deus e com a Igreja.
3. A disciplina como modo de exclusão
Esse tipo de disciplina é também conhecido como “cirúrgica”. Isto porque o membro é cortado do Corpo de Cristo - “Tirai, pois, dentre vós a esse iníquo” (1Co.5:13). Essa forma de disciplina é descrita como um processo de desligamento intencional de um membro do Corpo de Cristo, baseando-se em passagens bíblicas como 1Coríntios 5:13 e Mateus 18:18. Nesse caso, há um desligamento e não apenas um afastamento da comunhão.
Na perspectiva teológica, esse tipo de disciplina é aplicado quando um indivíduo é considerado em persistente desacordo com os princípios ou ensinamentos da Palavra de Deus. É visto como um ato de separação deliberada, onde o indivíduo é removido da comunhão da Igreja e considerado como alguém que não está mais em conformidade com a Declaração de Fé e com os padrões estabelecidos pela Igreja.
No entanto, é importante considerar as implicações éticas e sociais dessa prática. Enquanto alguns podem ver isso como uma medida necessária para manter a pureza doutrinária e moral da Igreja Local, outros podem questionar a validade de excluir um membro que pode estar passando por lutas pessoais, erros ou dificuldades que precisam de apoio e orientação.
Essa forma de disciplina levanta debates sobre como as igrejas lidam com o equilíbrio entre justiça, compaixão e correção. É importante considerar a aplicação desses princípios de forma justa e amorosa, buscando não apenas a separação, mas também a restauração e a reconciliação, quando possível.
A interpretação e aplicação desses ensinamentos bíblicos variam amplamente entre as diferentes denominações, tradições e declarações de fé, e a compreensão exata e o significado dessa prática podem depender muito do contexto cultural e teológico específico de cada Igreja Local ou denominação cristã.
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos o valor da disciplina cristã sob diferentes aspectos. Reconhecemos que a disciplina não se resume apenas a punição ou exclusão, mas também abrange o cuidado amoroso e a orientação para conduzir os indivíduos de volta à comunhão e ao alinhamento com os princípios de Cristo.
A santidade de Deus é o padrão pelo qual somos chamados a viver, e a disciplina na Igreja desempenha um papel crucial nesse processo. Ela não só busca corrigir desvios e impedir a disseminação do pecado na comunidade, mas também visa restaurar os crentes ao caminho da retidão e da santificação.
Entretanto, é vital compreender que a disciplina não deve ser exercida de maneira arbitrária ou punitiva. Ela deve ser aplicada com compaixão, paciência e amor, buscando sempre a restauração e a edificação dos indivíduos envolvidos. Uma Igreja que negligencia a disciplina corre o risco de comprometer seu testemunho e sua influência, afastando-se do aroma de Cristo, que é caracterizado pelo amor, graça e perdão.
Portanto, a disciplina na Igreja Local deve ser encarada como uma expressão do cuidado de Deus por seu povo, um instrumento para a santificação e uma oportunidade para demonstrar o amor redentor de Cristo. Ao praticar a disciplina com sabedoria, discernimento e graça, a Igreja se torna um lugar de cura, crescimento espiritual e restauração, refletindo assim a essência do caráter de Cristo e glorificando a Deus.