Romanos 6:
1.Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante?
2.De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?
3.Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?
4.De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
5.Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressureição;
6.sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, afim de que não sirvamos mais ao pecado.
7.Porque aquele que está morto está justificado do pecado.
8.Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos;
9.sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais terá domínio sobre ele.
10.Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.
11.Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor.
INTRODUÇÃO
Nesta Lição trataremos da Primeira Ordenança dada por Cristo à Igreja: o Batismo. Como primeira ordenança da Igreja, é um dos pilares fundamentais da fé cristã, uma prática que remonta aos tempos de João Batista e foi vivenciada por Jesus Cristo e seus discípulos. Ao longo da história da Igreja Primitiva, o Batismo se estabeleceu como uma prática de profunda importância espiritual e simbólica para os seguidores de Cristo.
Esta Lição se propõe a explorar as origens, significados e práticas associadas ao Batismo, mergulhando na sua relevância teológica, ritualística e simbólica. Ao entendermos a base bíblica e histórica por trás dessa prática sagrada, podemos compreender melhor seu papel na vida dos crentes e na identidade da Igreja.
Embora seja uma prática de grande importância para a Igreja de Cristo, ao longo da história cristã, a prática do Batismo experimentou interpretações diversas e até desvios em relação ao seu propósito original. É crucial retornar à fonte primária, a Bíblia, para compreendermos o propósito genuíno para o qual essa prática foi instituída. Ouvir as Escrituras é fundamental para discernir o verdadeiro significado e a intenção por trás do Batismo. A Bíblia não apenas relata os eventos do Batismo praticado por João Batista, Jesus e os apóstolos, mas também fornece ensinamentos claros sobre sua importância espiritual e significado simbólico. Ela é a base para discernir o propósito original e os princípios subjacentes a essa ordenança.
Nesta Lição, buscar-se-á uma compreensão cuidadosa e abrangente das passagens bíblicas pertinentes, a fim de estabelecer uma visão sólida e fundamentada sobre o propósito correto do Batismo. Assim, poderemos discernir e distinguir entre práticas e interpretações que se alinham com as Escrituras daquelas que se desviam do seu verdadeiro propósito.
Ao permitir que a Bíblia seja a autoridade suprema na discussão sobre o Batismo, aspiramos aprofundar nosso conhecimento e compreensão desse símbolo sagrado, garantindo que a prática esteja alinhada com os ensinamentos originais e intenções de Jesus Cristo e dos apóstolos.
Dessa forma, esta Lição se propõe a aprofundar-se na riqueza espiritual e simbólica desta primeira ordenança da Igreja, buscando não apenas compreender sua importância histórica, mas também explorar sua relevância contínua para a vida e a prática da Igreja do Senhor Jesus.
I. PRESSUPOSTOS BÍBLICO-DOUTRINÁRIOS DO BATISMO
1. O Batismo visto como sacramento: a origem de um erro
A palavra "sacramento", derivada do latim sacramentum, refere-se a um sinal sagrado que, de acordo com essa perspectiva, é capaz de conferir graça divina àqueles que participam dele. A tradição católica e alguns segmentos do protestantismo histórico têm uma visão sacramental do Batismo.
Agostinho de Hipona (354-430 d.C.), um dos pais da igreja do século IV e V, foi uma figura influente na teologia cristã e suas ideias tiveram impacto considerável na doutrina católica. Este teólogo entendia o Batismo como um sacramento eficaz na transmissão da graça divina, mesmo que a fé da pessoa batizada fosse insuficiente ou inexistente. Essa visão sacramental, advogada por Agostinho e posteriormente adotada pela tradição católica, sugere que o Batismo é um meio pelo qual a graça de Deus é conferida e que essa graça é operante independentemente da fé pessoal daquele que é batizado. Isso implica que o Batismo é necessário para a regeneração espiritual e a remissão dos pecados, sendo um elemento essencial para a salvação.
No entanto, é importante ressaltar que as interpretações teológicas e doutrinárias variam entre as diferentes tradições cristãs. Enquanto algumas vertentes valorizam o Batismo como um sacramento que confere graça independentemente da fé, outras, como muitos segmentos do protestantismo histórico e das igrejas cristãs evangélicas, enfatizam que a salvação é pela graça mediante a fé em Jesus Cristo (Ef.2:8), não sendo o Batismo um requisito para essa salvação.
2. O Batismo não é sacramento, mas ordenança de Cristo
O ensino bíblico concernente ao Batismo é que ele é uma ordenança e não um sacramento - “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt.28:19). Esta ordenança dada por Cristo é vista como um ato de obediência e identificação pública do crente com a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus.
Seguindo essa interpretação, o Batismo é considerado uma expressão externa de uma realidade espiritual já existente na vida da pessoa que se converteu a Cristo pela fé. Ou seja, não é o ato do Batismo em si que confere a graça salvífica, mas é um testemunho público da transformação interior que já ocorreu na vida do crente mediante a fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Nessa perspectiva, o Batismo não é visto como um meio de obtenção da graça salvadora, mas como uma resposta de obediência à ordem de Cristo para aqueles que já experimentaram a graça de Deus por meio da fé. É um símbolo externo que representa uma realidade espiritual interna e uma identificação com a comunidade dos seguidores de Cristo.
Essa interpretação ressalta que a salvação é pela graça mediante a fé, conforme mencionado em passagens como Efésios 2:8,9, onde se afirma que a salvação é um dom gratuito de Deus, não proveniente de obras, para que ninguém se glorie. Para as Assembleias de Deus e muitas outras igrejas evangélicas, o Batismo é considerado uma ordenança ou um mandamento simbólico, mas não um sacramento que confere automaticamente a graça divina. A ênfase está na compreensão de que a salvação é pela graça mediante a fé em Jesus Cristo, conforme descrito nestes textos. Nessa perspectiva, o Batismo é uma demonstração pública da fé interior já existente no coração do crente. Ele representa a identificação do indivíduo com a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo, simbolizando a transformação espiritual e o compromisso com uma nova vida em Cristo (2Co.5:17).
Portanto, para as Assembleias de Deus no Brasil e muitas outras denominações cristãs evangélicas, o Batismo é visto como uma prática obediente e simbólica realizada por aqueles que já receberam a salvação pela fé em Jesus Cristo, e não como um meio necessário para alcançar a graça salvadora de Deus. É uma expressão pública e significativa da fé e compromisso pessoal com Cristo, mas não um requisito para a salvação.
3. O Batismo deve ser administrado aos adultos
A discussão sobre o Batismo de crianças versus o Batismo de adultos tem sido um tema debatido dentro do cristianismo ao longo dos séculos. A questão está intrinsecamente ligada a interpretações teológicas e práticas eclesiásticas.
Agostinho de Hipona foi um dos proponentes da ideia de batizar bebês como forma de limpar o pecado original e garantir a salvação. Essa visão é conhecida como batismo infantil ou pedobatismo, e é praticada por várias tradições que se dizem cristãs, especialmente na tradição católica e em algumas denominações protestantes tradicionais.
No entanto, há correntes teológicas, como os adeptos do batismo de crentes adultos, que argumentam que o Batismo deve ser administrado somente a indivíduos que têm a capacidade de fazer uma decisão consciente e pessoal de seguir a Cristo. Eles se baseiam em passagens bíblicas que destacam a importância da fé e do arrependimento para receber o Batismo, como o texto de Marcos 16:16. Logo, não há vestígios no Novo Testamento de crianças sendo batizadas, pois nosso Senhor disse que o Batismo deveria ser administrado a quem cresse. Uma criança, que ainda não chegou à idade da razão não tem maturidade para crer e fazer escolhas.
A doutrina das Assembleias de Deus, assim como várias outras denominações evangélicas, adota a prática do batismo de crentes adultos, onde o Batismo é administrado somente a indivíduos que fizeram uma profissão de fé pessoal em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. É uma ordenança de obediência para aqueles que já alcançaram a salvação pela fé em Jesus Cristo.
Dentro da visão das Assembleias de Deus e de outras denominações evangélicas que seguem a prática do batismo de crentes adultos, o Batismo é considerado um ato simbólico que representa a morte para o pecado e a ressurreição para uma nova vida em Cristo. Ele é realizado após uma decisão consciente e voluntária de seguir a Cristo e representa uma identificação pública com a comunidade cristã e a fé em Jesus como Salvador pessoal.
A ausência de referências específicas ao Batismo de crianças no Novo Testamento e a ênfase nas Escrituras sobre a importância da fé e da conversão pessoal têm influenciado a posição das Assembleias de Deus e de outras denominações em relação ao Batismo. Elas enfatizam a necessidade de maturidade espiritual e entendimento pessoal antes de receber o Batismo, algo que, segundo essa perspectiva, as crianças pequenas ainda não têm.
Assim, a prática do batismo de crentes adultos é uma característica fundamental da doutrina das Assembleias de Deus e de várias denominações evangélicas, baseada na compreensão bíblica da natureza do Batismo como uma ordenança para os crentes convertidos que professam sua fé em Cristo.
II. O SÍMBOLO E O PROPÓSITO DO BATISMO
1. Símbolo do Batismo: Identificação com Cristo
O Batismo por imersão, como descrito pelo apóstolo Paulo em Romanos 6:3-5 e também mencionado em Colossenses 2:12, é considerado um dos símbolos mais profundos e significativos na vida do cristão, representando a identificação íntima e espiritual do crente com a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo. Esses textos enfatizam a importância espiritual e simbólica do Batismo por imersão como um testemunho público da fé e identificação do crente com a obra redentora de Cristo. É mais do que um ritual; é uma demonstração externa de uma realidade interior, uma decisão consciente de seguir a Cristo e ser transformado por Ele.
A imersão no Batismo é vista como um símbolo visual poderoso. Quando o crente é mergulhado na água, simboliza sua união com a morte de Cristo, onde a antiga natureza pecaminosa é representada como morta e sepultada. O ato de ser imerso na água representa um enterro simbólico da vida anterior, uma morte para o pecado e uma separação da velha natureza. Essa morte simbólica está alinhada com a morte de Cristo na cruz, onde Ele morreu pelos pecados da humanidade. O momento em que o crente emerge da água simboliza a ressurreição para uma nova vida em Cristo. Assim como Cristo ressuscitou dos mortos, o batizado emerge da água para uma nova vida espiritual, uma vida transformada e redimida, agora vivendo em comunhão com Cristo.
Portanto, o Batismo por imersão é considerado um dos marcos fundamentais na jornada espiritual do crente, representando a morte para o pecado e a ressurreição para uma nova vida em Cristo, conforme ensinado e exemplificado pelo próprio Jesus e reafirmado nas epístolas do Novo Testamento.
2. O Propósito do Batismo: Testemunho público da fé cristã
O Batismo, conforme descrito no contexto da fé bíblica, é uma profissão pública de fé. É um ato de testemunho visível diante de outros crentes e do mundo em geral, representando a decisão consciente e pessoal de seguir a Cristo e se identificar com Ele.
Vamos explorar alguns pontos fundamentais sobre o propósito e significado do Batismo como um testemunho público da fé cristã:
a) Profissão de Fé Pública (Atos 2:41). O ato de ser batizado é uma declaração pública da fé pessoal em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Ao ser batizado, o crente está testemunhando sua aceitação do evangelho e sua identificação com Cristo em sua morte, sepultamento e ressurreição.
b) Símbolo de Identificação com Cristo. O Batismo simboliza a união do crente com a morte e ressurreição de Jesus. É uma representação visível de morrer para a velha vida de pecado e ressurgir para uma nova vida em Cristo.
c) Conscientização e Convicção. Antes de serem batizadas, as pessoas devem estar conscientes e convictas da fé que abraçaram. Isso implica um entendimento da mensagem do evangelho, um compromisso pessoal com Cristo e uma vontade de seguir Seus ensinamentos.
d) Não há Neutralidade (Cl.2:6). O Batismo não é um ato neutro; é uma declaração pública de alinhamento com Cristo. Aqueles que buscam o Batismo devem estar comprometidos com a fé cristã e prontos para viver de acordo com os princípios e ensinamentos de Jesus.
e) Para os Salvos e Convertidos (Atos 8:12; 16:14,15). Na prática bíblica, o Batismo é reservado para aqueles que já experimentaram a salvação pela fé em Cristo. É observado após a conversão e não como um meio de obtenção da salvação, mas como uma resposta de obediência à ordenança de Cristo.
Em suma, o Batismo é muito mais do que um ritual; é um testemunho público da fé e um passo inicial na jornada do discipulado cristão. Ele representa a transformação interior que ocorreu na vida do crente e sua disposição em seguir a Cristo de forma pública e visível.
3. Não há espaço para indecisão
Algumas pessoas indecisas podem relutar em receber o Batismo por várias razões. Isso pode ser resultado de uma compreensão equivocada do Batismo ou de uma falta de convicção de fé.
ü Ignorância ou mal-entendido sobre o Batismo. Alguns crentes podem relutar em receber o Batismo devido a uma falta de compreensão sobre o seu significado e propósito. Muitos entendem que após ser batizado não pode mais cometer qualquer tipo de falha. Embora a Bíblia mostre que o crente deve evitar o pecado (1João 2:1), contudo, o Batismo não pode ser visto como uma vacina que imuniza o cristão contra o pecado. É fundamental ensinar e esclarecer o propósito bíblico do Batismo como um símbolo de identificação com Cristo, não como uma vacina contra o pecado, mas como um passo de obediência e testemunho público de fé.
ü Falta de Convicção de Fé ou falta de Conversão. Em outros casos, as pessoas podem relutar em ser batizadas porque ainda não têm uma fé genuína em Cristo ou não estão dispostas a abandonar o estilo de vida pecaminoso. Essas pessoas podem estar cientes das implicações do Batismo, mas ainda não estão verdadeiramente convertidas ou não estão dispostas a renunciar aos padrões do mundo em favor de uma vida centrada em Cristo.
O Batismo, conforme ensinado nas Escrituras, não é um mecanismo para eliminar ou prevenir o pecado. Ele é um símbolo de uma transformação espiritual interna e um compromisso público com Jesus Cristo. A vida cristã e a vitória sobre o pecado vêm através do poder do Espírito Santo e de uma caminhada diária em obediência a Deus, conforme mencionado em Gálatas 5:16.
Em resumo, a relutância em ser batizado pode ser resultado de mal-entendidos sobre o Batismo ou de uma falta de compromisso genuíno com Cristo. É importante que os crentes recebam ensino adequado sobre o significado bíblico do Batismo e entendam que a verdadeira transformação e vitória sobre o pecado vêm por meio da fé em Cristo e da orientação do Espírito Santo em suas vidas.
III. A FÓRMULA E O MÉTODO DO BATISMO
1. Fórmula trinitária do Batismo
O Batismo cristão, conforme instruído por Jesus Cristo na passagem da Grande Comissão registrada em Mateus 28:19, é considerado uma ordenança fundamental na prática da fé cristã. Jesus orientou seus discípulos: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Esta fórmula trinitária mencionada por Jesus enfatiza a importância da Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo - na vida do crente e na administração do batismo.
A expressão "em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" revela a compreensão cristã da divindade como uma realidade triúna, ou seja, um único Deus subsistindo em três pessoas coiguais e coeternas: o Pai, o Filho (Jesus Cristo) e o Espírito Santo. Essa formulação trinitária é central na fé cristã e destaca a natureza complexa, porém indivisível, de Deus. A invocação do nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo no batismo é vista como uma afirmação da fé cristã na Trindade, reconhecendo a ação conjunta das três pessoas divinas na vida do crente. Essa prática representa a entrada do indivíduo na comunidade cristã, tornando-se parte do Corpo de Cristo, a Igreja.
Além disso, a fórmula trinitária do batismo não é apenas uma formalidade ritualística; ela tem profundo significado teológico e espiritual para os cristãos. Através dela, os fiéis são convidados a viverem uma vida de comunhão com o Deus triúno, buscando seguir os ensinamentos de Jesus Cristo e sendo capacitados pelo Espírito Santo para testemunhar e viver de acordo com os princípios do Evangelho.
Em resumo, a fórmula trinitária do batismo, conforme orientada por Jesus na Grande Comissão, representa a crença fundamental na natureza triúna de Deus e é um símbolo poderoso da fé cristã, marcando a entrada do indivíduo na Igreja e seu compromisso com a fidelidade e lealdade a Cristo Jesus.
2. Fórmula herética do Batismo
Dentro da tradição cristã, existem diferentes interpretações e práticas em relação ao batismo e à fórmula usada para esta prática. O unicismo, ou modalismo, é uma doutrina que difere da visão trinitária clássica, negando a existência de três pessoas distintas na Divindade. Em vez disso, considera que Deus se manifesta em três modos ou manifestações diferentes: Pai, Filho e Espírito Santo são entendidos como aspectos ou formas de uma única pessoa divina.
Os adeptos do unicismo geralmente defendem o batismo em nome de Jesus Cristo, citando passagens do livro de Atos, como Atos 2:38 e Atos 19:5, para apoiar sua prática. Em ambas as passagens, há menção ao batismo em nome de Jesus, o que é interpretado por esses grupos como um mandato para batizar exclusivamente nesse nome. No entanto, é importante observar que esses versículos não negam a fórmula trinitária do batismo ou a doutrina da Trindade. O uso do nome de Jesus no batismo nestes versículos pode ser entendido dentro do contexto da autoridade e ensinamentos de Jesus, sem necessariamente excluir a compreensão trinitária. A interpretação desses textos deve considerar o contexto cultural, histórico e teológico em que foram escritos. O livro de Atos descreve eventos específicos na história da Igreja primitiva, e o uso do nome de Jesus no batismo pode ser entendido como uma ênfase na autoridade e no senhorio de Jesus Cristo.
3. Imersão: o método bíblico do Batismo
O contexto do Novo Testamento mostra claramente que o Batismo nos dias bíblicos era por imersão. A palavra grega "baptizo", mencionada nos textos bíblicos sobre o batismo possui uma raiz que se relaciona com a ideia de imergir, mergulhar ou submergir. Isso é frequentemente usado para apoiar a ideia de que o batismo praticado nos tempos bíblicos era, de fato, por imersão. Vários textos bíblicos mostram a prática bíblica do Batismo por imersão: o povo saía para ser batizado por João no (dentro de) rio Jordão (Mc.1:5); da mesma forma, quando foi batizado, Jesus “saiu da água” (Mc.1:10); João batizava onde havia muita água (João 3:23).
Entretanto, diferentes denominações cristãs adotaram práticas distintas em relação ao batismo. Algumas denominações insistem na imersão completa como o método correto e essencial, enquanto outras aceitam a aspersão como uma prática válida. Essa divergência muitas vezes reflete interpretações teológicas, tradições denominacionais e compreensões específicas sobre os textos bíblicos.
A Assembleia de Deus, assim como algumas outras denominações cristãs, pratica o batismo por imersão. A base para essa prática é justamente a interpretação dos textos bíblicos que mencionam o batismo, como os exemplos que descrevem João batizando no rio Jordão e Jesus saindo da água após ser batizado.
A Assembleia de Deus, assim como muitas outras denominações evangélicas, segue essa interpretação específica dos textos bíblicos e considera que a imersão na água é a forma correta e simbolicamente significativa do batismo, em consonância com a prática observada no Novo Testamento. Para eles, o ato de imergir a pessoa na água e trazê-la novamente à superfície simboliza a morte para o pecado e a ressurreição para uma nova vida em Cristo, refletindo a própria morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Esta interpretação dos textos bíblicos e a prática subsequente do batismo por imersão são elementos centrais da teologia e prática da Assembleia de Deus e de várias outras igrejas que compartilham essa visão. É uma expressão importante de sua fé e compreensão das Escrituras Sagradas.
CONCLUSÃO
Embora não seja considerado como um meio de salvação em si mesmo, o batismo é uma ordenança importante estabelecida por Jesus Cristo para os crentes. Ao ser batizado, a pessoa está simbolicamente identificando-se com a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo. É um ato público de profissão de fé, onde o indivíduo demonstra sua decisão de seguir a Cristo e de se tornar parte da Igreja Local. O batismo também é visto como um passo de obediência ao mandamento de Jesus aos seus discípulos, registrado no Evangelho de Mateus, capítulo 28, versículos 19 e 20, conhecido como a Grande Comissão, onde Ele instruiu seus seguidores a batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Portanto, embora não seja o meio de alcançar a salvação, o batismo é uma prática importante e significativa para os crentes, pois representa um compromisso público com a fé cristã, simboliza a identificação com Cristo e serve como um ato de obediência aos ensinamentos de Jesus. É uma maneira de testemunhar e celebrar a fé cristã na Igreja de Jesus Cristo.