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O PERIGO DA INDIFERENÇA ESPIRITUAL

Texto Áureo: Jo. 15.14 – Leitura Bíblica: Mt. 21.28.32

INTRODUÇÃO
Tempos difíceis, esses nos quais vivemos, antecipados por Paulo, em sua Epístola a Timóteo (II Tm. 3.1-5). As pessoas estão se tornando cada vez mais indiferentes a fé cristã, o número de desigrejados cresce assustadoramente. Diante desse contexto, faz-se necessário considerar o perigo da indiferença espiritual, tendo em vista que nos arraiais evangélicos, como entre os religiosos dos tempos de Jesus, essa era uma prática bastante comum.

1. UMA PARÁBOLA, DOIS FILHOS
Em resposta à indagação dos religiosos do seu tempo, Jesus conta uma parábola a respeito de dois filhos. A pergunta que lhe foi feita foi a respeito da autoridade, e mais especificamente, em relação à mensagem de João Batista, e autoridade do próprio Cristo (Mt. 21.28). Nessa parábola, Jesus conta que um homem tinha dois filhos, e que esse se dirigiu ao primeiro, a fim de que fosse trabalhar na vinha, esse respondeu negativamente, dizendo “não quero”. Depois, se arrependendo, resolveu ir, e fazer o trabalho que havia se negado. O segundo filho, no entanto, disse que iria: “eu vou senhor, e não foi”. Como costumava fazer, Jesus responde à pergunta com outra pergunta: “Qual dos dois fez a vontade do pai?” (v. 31). Os próprios religiosos reconheceram que fora o primeiro. Ao que Jesus concluiu: “os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no Reino de Deus” (v. 31). A mensagem de Jesus nessa parábola, como em outras que proferiu, é uma crítica à hipocrisia religiosa. As pessoas religiosas tendem a se acharem muito boas aos olhos de Deus. E mais que isso, elas se colocam acima dos demais pecadores, ou para ser mais assertivo, elas não se consideram pecadoras. A palavra do Senhor é enfática ao declarar que aqueles que reconhecem seus pecados, e se arrependem diante de Deus, entrarão no Seu Reino. Os religiosos, por sua vez, ficarão de fora, pois são incapazes de perceber sua miserabilidade espiritual.

2. ENTRE O DIZER E O FAZER
Há um pensamento clássico na filosofia analítica, difundido também no contexto da Linguística, ao afirmar que: “dizer é fazer”. Isso mostra que quando fazemos uma afirmação, nos comprometemos com essa, ainda que não venhamos a por em prática. No caso desses dois filhos, o primeiro diz que não iria, sua afirmação, no entanto, foi negada pela sua prática, pois acabou se arrependendo, e fazendo a vontade do seu pai. O último, ainda que tenha dito que iria para a vinha, ficou apenas na promessa, não cumprindo o que dissera. É fundamental, como bem ressaltou Paulo Freire, “diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática”. Essa abordagem, na verdade, expressa o que já se encontra na Bíblia, na Epístola de Tiago, ao destacar a necessidade de praticar aquilo que ensinamos (Tg. 2.10), caso contrário, nossas vidas serão marcadas pela dubiedade. Existem muitos cristãos que são irreconhecíveis no trato cotidiano, agindo totalmente diferente de quando estão no convívio da igreja. O próprio Jesus ensinou aos seus discípulos que o falar desses deveria ser “sim, sim; não, não” (Mt. 5.37). A sinceridade deve ser uma característica de todo cristão, não podemos viver de maneira diferente daquilo que nosso Mestre nos ensinou, e em conformidade com Sua palavra (Jo. 8.47).

3. UM CHAMADO À COERÊNCIA ESPIRITUAL
A condição humana, por causa da queda, tem dificuldade para ser coerente. Há pessoas que não conseguem se firmar, principalmente por causa das pressões sociais. Existem muitas ideologias na sociedade, cada uma delas nos impulsiona para um lado. Não é difícil cair em algum extremo, a fim de agradar a algum posicionamento humano. Mas devemos saber que somos chamados para viver a partir da Palavra de Deus. Ela é nosso prumo, e o norte das nossas decisões, a bússola que nos conduz à eternidade. Diante das pressões deste tempo, e das adversidades com as quais precisamos lidar, devemos manter nossos olhos fitos no Autor e Consumador da nossa fé (Hb. 12.2). Para não se deixar levar por nossa mera religiosidade, devemos levar cativo nosso entendimento a Cristo (II Co. 10.4). Se assim fizermos, não cairemos no pecado da autojustiça, estamos cientes de que fomos agraciados, e de que nada fizemos para ser salvos (Ef. 2.8,9). Muitos evangélicos, por causa da sua religiosidade, pensam que são especiais pelo que fazem, não pelo que Cristo fez por elas. Não temos do que nos gloriar, a não ser no Senhor Jesus Cristo, que nos redimiu por meio do Seu sangue (II Co. 10.17). Os crentes não são melhores que os demais pecadores, o próprio Paulo se colocou como um dos principais (I Tm. 1.15). A condenação está bem próxima da porta do céu, isso descreveu John Bunyan, em seu O Peregrino. Tenhamos cuidado, para não fazer como o filho mais novo da parábola.

CONCLUSÃO
Há cristãos que pensam fazer a vontade Deus, até O chamam de Senhor, mas o coração está longe dEle (Mt. 7.21). Essa parábola contada por Jesus é um alerta, principalmente para aqueles que estão na religião, mas que não levam sua fé a sério. A indiferença espiritual está matando muitos cristãos, e o mais perigoso, alguns que estão no púlpito das igrejas. É necessário se congregar na igreja, viver em comunhão com os irmãos, adorar a Deus em espírito e em verdade. Mas é preciso também ter cuidado para não transformar a prática igrejeira em algo meramente formal, destituído de sinceridade espiritual.

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. The parables of Jesus. LaSalle Boulevard: Moody Publishers, 1983.
KENDALL, R. T. The parables of Jesus. Grand Rapids: Chosen Books, 2004.