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ENCONTRANDO O NOSSO PRÓXIMO

Texto Áureo: Mt. 12.33 – Leitura Bíblica: Lc. 10.25-37

INTRODUÇÃO
Por causa da natureza pecaminosa, somos tendenciosos ao egoísmo, a buscar apenas nossos interesses. Na aula de hoje, a partir da parábola do bom samaritano, aprenderemos a respeito do amor ao próximo. Inicialmente, com base nos ensinamentos de Jesus, identificaremos quem é o próximo. Em seguida, nos voltaremos para essa parábola desconcertante, que nos instiga ao amor ao próximo, acima dos nossos desejos egoístas.

1. QUEM É O MEU PRÓXIMO
Os religiosos do tempo de Jesus, diante dos ensinamentos do Mestre, o indagaram: “quem é o meu próximo”? (Lc. 10.29). Por causa da nossa natureza caída, temos uma tendência a fazer escolha das pessoas com as quais nos relacionar. Em uma sociedade utilitarista, para os utilizar uma expressão filosófica de Bauman, os relacionamentos são cada vez mais líquidos. As pessoas se tratam buscando agradar suas vontades, e no contexto de um capitalismo selvagem, há quem queira apenas tirar algum proveito. Há uma máxima na cultura brasileira, diz-se que “se deve buscar árvore que tenha sombra”.  Mas há muito tempo, sob a égide de uma ética cristã, cujo fundamento é o próprio Cristo, essa doutrina foi descontruída. No Sermão do Monte o Senhor Jesus ensinou a amar ao próximo, e fui muito mais além, ao ensinar que devemos amar aos nossos inimigos (Mt. 5.38-47). A fé cristã deve nos motivar a amar o próximo independentemente de quem a pessoa seja. No contexto da religião, somos tentados a formar nossas “panelinhas”, os grupinhos que nos satisfazem. Existiam grupos dessa natureza na igreja de Corinto, alguns preferiam ficar com Paulo, outros com Apolo, e o mais extremados, com Pedro (I Co. 1.12). A religiosidade, diferentemente da comunhão cristã, é segregadora, ela faz opção por algumas pessoas, em detrimento de outras. A fé em Cristo deve alargar nossos horizontes, a fim de ver o próximo que pode está muito perto, mas que preferimos que esteja distante.

2. UMA PARÁBOLA DESCONCERTANTE
Para responder à pergunta: “quem é o meu próximo” Jesus resolveu contar uma parábola. Na narrativa lucana, está escrito que um homem descia de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. Passaram por aquele homem um sacerdote e um levita, que não consideraram o estado daquele homem. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão, cuidou dele e o conduziu a uma estalagem (Lc. 10.30-33). É digno de destaque, nessa parábola, que os religiosos não tiveram consideração com aquele homem caído. Jesus, no entanto, insere um “mas” em sua narrativa. Essa conjunção adversativa tem bastante significado na parábola, pois o objetivo do Mestre foi o de contrastar a atitude dos religiosos – o sacerdote e o levita com o do samaritano. As palavras de Jesus continuam incomodando as pessoas religiosas deste tempo, e trazendo desconforte para aqueles que se fiam em sua mera religiosidade. Os samaritanos, por causa da sua miscigenação, eram considerados párias para os judeus. Eles os consideravam como uma sub-raça, pessoas que não mereciam atenção. Mas foi justamente esse que mostrou interesse pelo homem caído a beira da estrada. A graça de Deus pode vir dos lugares que muitas vezes não esperamos.

3. AMANDO AO PRÓXIMO
A fé cristã tem como palavra fundamenta o amor, e esse deve ser demonstrado por meio de ações, não apenas de palavras. Muitos cristãos falam muito em amor, mas não o pratica de fato. Ou quando o fazem, lembram apenas do amor de Deus por eles, mas não do amor que se deve demonstrar aos outros. É bastante comum as pessoas decorarem Jo. 3.16, mas poucos cristãos sabem de cor I Jo. 3.16. O primeiro texto fala do amor de Deus por nós, enquanto que o segundo trata do amor que devemos demonstrar aos outros. A mensagem bíblica é equilibrada, ela nos direciona para amar a Deus, o próximo e a nós mesmos. Existem pessoas que dizem amar apenas a Deus, essa se deixam conduzir pelo fanatismo. Outros amam apenas o próximo, são tomadas pela filantropia, às vezes, se esquecem delas mesmas. Mas ainda aqueles que amam apenas a eles mesmos, são os egoístas que não atentam para as necessidades das pessoas. A fé cristã é uma prática engajada em atitudes amorosas, demonstradas por meio da ajuda àqueles que mais precisam. Os evangélicos assumiram com propriedade uma pauta moral, e que em alguns casos pode ser considerada moralista. É lamentável, no entanto, que poucos estejam preocupados com as injustiças sociais do país. Enquanto debatemos questiúnculas, existem pessoas que estão padecendo nos corredores dos hospitais, mães choram porque seus filhos são vítimas da violência desenfreada. Os evangélicos brasileiros precisam buscar relevância no contexto no qual se encontram.

CONCLUSÃO
Há uma história bastante ilustrativa em relação à essa realidade, e a respeito de como identificar o nosso próximo. Um jovem foi morto em uma guerra, e seu corpo conduzido por um amigo até um cemitério. Mas o responsável não permitiu que esse fosse sepultado naquele local. Diante da situação, o amor do soldado morto decidiu enterrar o corpo do lado de fora do pequeno muro do cemitério. No dia seguinte, retornou para visitar o local, mas não encontrou mais o túmulo. Preocupado, perguntou ao responsável pelo cemitério, e esse respondeu que, comovido pela atitude do amigo, resolveu aumentar o tamanho do muro, para que o corpo do homem ficasse dentro do cemitério. Essa é uma lição a respeito do amor cristão, que serve muito mais para construir pontes, do que para construir muros.

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. The parables of Jesus. LaSalle Boulevard: Moody Publishers, 1983.
KENDALL, R. T. The parables of Jesus. Grand Rapids: Chosen Books, 2004.