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A NATUREZA DOS ANJOS – A BELEZA DO MUNDO ESPIRITUAL


Texto Áureo: Sl. 103.20 – Leitura Bíblica: Lc. 1.26-35

INTRODUÇÃO
A definição funcional dos anjos se encontra em Hb. 1.14, de acordo com o autor dessa Epístola, são espíritos ministradores a serviço daqueles que hão de herdar a salvação. Em geral, assumimos que existem poucas passagens bíblicas que nos permitam descrever com propriedade que são os anjos e sua atuação na obra de Deus. Por isso, na aula de hoje, estudaremos um caso específico, o do anúncio do nascimento de Jesus, em seguida, faremos uma incursão bíblica a respeito dos anjos.

1. ANÁLISE TEXTUAL
Lucas narra que no sexto mês, foi enviado um anjo – angelos – um mensageiro a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré. Gabriel, o nome desse mensageiro, deveria se dirigir à Maria, uma virgem – parthenon, uma donzela – que havia sido desposada – emineustemenen, ou melhor, prometida em casamento a José, sendo este da casa de Davi. Ao entrar, o anjo o anjo saldou-a, dizendo: o Senhor é contigo; bendito és tu entre as mulheres. Maria ficou perturbada – dietarachthe, agitada – a respeito do que seria a saudação do anjo. Por isso, disse: não temas, porque achaste graça – charin – foste agraciada. Isso porque no ventre dela iria conceber e dar a luz um filho, no qual poria o nome de Jesus – Iesoun – que quer dizer Jeová Salva. E mais, esse será grande e chamado Filho do Altíssimo – huios hupsistos; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai. Ele reinará – basieluo – estabelecerá o Seu reino, o qual jamais terá fim. Maria ficou surpresa com a mensagem, e questiona: como se fará isso, visto que não conheço – ginoskõ – não tive relação sexual – com homem algum. A maneiro como isso se daria é explicada pelo anjo: descerá sobre ti o Espírito Santo – pneuma hagion – e a virtude – dunamis – poder do Altíssimo para realizar milagres – te cobrirá com a Sua sombra; bem como o próprio Santo – Hagion – que há de ti nascer – será chamado Filho de Deus – huios theós.

2. INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
Esse episódio, segundo o relato de Lucas, aconteceu no sexto mês da gravidez de Isabel (v. 24), e especifica o lugar do ocorrido, detalhando que se deu na cidade da Galileia, isso sugere que seus leitores não eram da Palestina, portanto não estariam familiarizados com tal localização (v. 4.31). De acordo com o texto, maria foi virgem antes da concepção e durante a gravidez (Mt. 1.25), pois nela estava Aquele que foi gerado pelo Espírito Santo, tendo sido ela agraciada (Lc. 1.30), isso é digno de destaque porque mostra que foi recebedora e não doadora da graça, como propõe o credo romano. O Deus doador da graça é o Altíssimo (Gn. 14.18). A causa do espanto de Maria é que ela era ainda virgem – não tinha tido relação sexual. O anjo explica que isso seria resultante de um milagre do Espírito Santo. Isso fez com que ela reconhecesse que não passava de uma serva do Senhor, por isso não cabe qualquer posicionamento elevado, maior do que aquele revelado no texto bíblico, em relação ao papel de Maria na história da salvação. Reconhecemos que ela foi agraciada por Deus, e que foi uma mulher a serviço da salvação providenciada pelo Senhor, mas precisamos ter cuidados para não atribuir a ela uma condição que o texto bíblico não fundamenta. Mais importante, nesse texto lucano, é identificar o personagem principal da narrativa, e esse é Jesus – o Salvador.

3. APLICAÇÃO TEXTUAL
Os anjos – malak em hebraico e angelos em grego – são criaturas espirituais, que podem ou não se tornarem visíveis aos seres humanos – e que se encontram em grandes multidões nos céus (Hb. 12.22; Ap. 5.11), sendo criaturas divinas e dependentes do Senhor. Eles atuam em diversas esferas, tanto no céu quanto na terra, principalmente no louvor a Deus (Sl. 148.2; Ap. 7.11,12). Durante o ministério de Jesus, os anjos atuaram, quando Gabriel anunciou a Zacarias o nascimento de João Batista (Lc. 1.18, 19), e seis meses depois, o nascimento de Jesus a Maria (Lc. 1.26-31). Os anjos também assistiram a Jesus durante seu ministério terreno, especialmente na tentação do deserto na agonia do Getsêmani e em sua ressurreição e ascensão ao céu (Mc. 1.13; Oc. 22.43; Mt. 28.2-6; At. 1.10). Existem hostes angelicais, e pelo que inferimos de algumas passagens bíblicas, uma hierarquia angelical (Ef. 1.20,21), dentre essa os serafins, querubins e arcanjos (Is. 6.2; I Sm. 4.4). Em Jd. 9, encontramos o nome de um arcanjo que é Miguel, e a esse respeito, é preciso ter cuidado para não apresentar nomenclaturas, e categorias angelicais que não encontram respaldo no texto bíblico. Além disso, há igrejas que adoram anjos, como faziam os gnósticos do Sec. I da Era Cristã, a fim de coibir a angelolatria Paulo escreveu a Epístola aos Colossenses (Cl. 2.18), o próprio anjo que apareceu a João em Patmos, renunciou qualquer tipo de adoração (Ap. 22.8).

CONCLUSÃO
Algumas igrejas evangélicas, pela falta de ensinamento bíblico, estão se deixando conduzir por idolatrias a anjos. Esse tipo de adoração não encontra respaldo no texto bíblico, não podemos esquecer a funcionalidade deles, e de deixar de dar glória Aquele que é o Único: Jesus Cristo. Igrejas cristocêntricas, fundamentadas na Palavra de Deus, não se deixam levar por modismos travestidos de espiritualidade, que na verdade não passam de vaidade da carne (Cl. 2.21-23).

BIBLIOGRAFIA
BORGMAN, B., VENTURA, R. Spiritual warfare. Grand Rapids: RHB, 2014.
STEDMAN, R. C. Batalha espiritual. São Paulo: Abba Press, 1995.