TEXTO
ÁUREO
“E disse o Senhor: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o
senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração? Bem-aventurado
aquele servo a quem o senhor, quando vier, achar fazendo assim” (Lc
12.42,43).
VERDADE
PRÁTICA
Deus nos confiou a mordomia dos bens materiais e espirituais; por isso,
sejamos vigilantes e zelosos, porque, em breve, Ele nos chamará a prestar
contas de tudo quanto recebemos.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda — Gn 15.2
-Um mordomo de confiança
Terça — 1Co 4.1,2
-Despenseiros de Cristo
Quarta — Lc 10.30-37
-A mordomia do amor cristão
Quinta — 2Tm 4.7,8
-A mordomia da fé cristã
Sexta — 1Cr 29.1
-Tudo o que temos vem de Deus
Sábado — Mt 6.20
-Ajuntando tesouros no céu
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 12.42-48.
42 — E disse o Senhor: O qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a
quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração?
43 — Bem-aventurado aquele servo a quem o senhor, quando vier, achar
fazendo assim.
44 — Em verdade vos digo que sobre todos os seus bens o porá.
45 — Mas, se aquele servo disser em seu coração: O meu senhor tarda
em vir, e começar a espancar os criados e criadas, e a comer, e a beber, e a
embriagar-se,
46 — virá o Senhor daquele servo no dia em que o não espera e numa
hora que ele não sabe, e separá-lo-á, e lhe dará a sua parte com os infiéis.
47 — E o servo que soube a vontade do seu senhor e não se aprontou,
nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites.
48 — Mas o que a não soube e fez coisas dignas de açoites com poucos
açoites será castigado. E a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e
ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá.
HINOS
SUGERIDOS
124, 363 e 438 da Harpa Cristã.
OBJETIVO
GERAL
Mostrar que Deus confiou aos seus filhos a mordomia dos bens espirituais
e materiais.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve
atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os
seus respectivos subtópicos.
·
I. Apresentar o conceito de “Mordomo” e de
“Mordomia”;
·
II. Expor acerca da mordomia espiritual
do cristão;
·
III. Explicar a mordomia dos bens materiais.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Vamos iniciar mais um trimestre de estudos. Neste período,
temos a oportunidade de refletir sobre o nosso ministério de ensino. Precisamos
analisar com sinceridade o nosso método de trabalho, o que tem sido feito para
garantir o processo de ensino-aprendizagem dos alunos. O exercício dessa
análise, por si só, abre uma porta para pensarmos a respeito do tema deste
trimestre: a Mordomia.
Como temos administrado o nosso tempo? O nosso ministério? A nossa vida
espiritual? O nosso dinheiro? São perguntas que deveríamos fazer com muita
sinceridade.
Antes de iniciar a lição em classe, apresente o comentarista deste
trimestre: pastor Elinaldo Renovato. Ele é líder da Assembleia de Deus em
Parnamirim, RN; professor universitário; bacharel em ciências econômicas;
escritor de diversas obras editadas pela CPAD.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Neste trimestre, estudaremos a Mordomia Cristã. Ela prioriza os bens
espirituais e materiais que o Criador nos delegou. Nesta lição, denominamos
“bens espirituais” os recursos e os meios confiados por Deus à Igreja. Quanto
aos “bens materiais”, são estes os recursos naturais e sociais que desfrutamos
no mundo. Assim, veremos que o Pai levantou a Igreja para cuidar dos seus
interesses na Terra.
PONTO CENTRAL
Deus nos confiou a mordomia dos bens espirituais e materiais.
I.
CONCEITOS DE MORDOMIA
1. Mordomo. A palavra vem do latim, major domu, e significa “o
criado maior da casa”, “administrador dos bens de uma casa”, “ecônomo” (Dicionário
Aurélio).
Na Bíblia, a função aparece diversas vezes como “encarregado
administrativo dos bens de um grande proprietário de terras”. Tanto no Antigo
quanto no Novo Testamento essa função corresponde à de um administrador.
Portanto, nós somos mordomos de Deus e, à luz do Novo Testamento, os líderes
espirituais têm maior responsabilidade perante o Senhor da Igreja (Lc 12.48).
2. Mordomia. A palavra significa “cargo ou ofício do mordomo; mordomado”. Sua
origem está no termo grego oikonomia e, por isso,
a encontramos em alguns textos do Novo Testamento, como na “Parábola do mordomo
infiel” (Lc 16.2-4). Na Bíblia, mordomia diz respeito a todo serviço que o
crente realiza para Deus e o seu comportamento diante do Pai e dos homens. É a
administração dos bens espirituais e materiais, tanto no aspecto individual
quanto no coletivo do ser humano. Assim, nossas faculdades espirituais,
emocionais e físicas são o objeto da Mordomia Cristã. Por isso, esta mordomia
está ligada ao ensino da Palavra de Deus.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
A
função de mordomo corresponde ao administrador; a mordomia, na Bíblia,
refere-se à administração dos bens espirituais e materiais.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
A proposta básica desse primeiro tópico é explicar o conceito de
“mordomo” e de “mordomia”. Após expor esses conceitos, faça uma reflexão sobre
a maturidade, virtude essencial para a “mordomia” em toda a área da vida. Use
este texto como base de sua reflexão: “Uma orientação importante para qualquer
tipo de sucesso, seja pessoal, espiritual, profissional, financeiro, familiar
ou esportivo, é a necessidade de maturação. Não se consegue isso da noite para
o dia. É preciso tempo e esforço. Entenda: ser ‘maduro’, aqui, não é sinônimo
de ser ‘velho’, mas sim de ter experiências suficientes que lhe confiram
sabedoria para agir e errar menos” (Maturidade para a escolha certa, de
William Douglas, site CPADNEWS). Assim, mostre à classe a
importância da maturidade para desenvolver a ideia de mordomia em toda as
esferas da vida, seja espiritual ou material.
II.
A MORDOMIA ESPIRITUAL DO CRISTÃO
1. A mordomia do amor cristão. A mordomia cristã deve dar
grande valor à prática do amor. Certa vez, um fariseu resolveu testar Jesus
quanto à sua visão sobre os mandamentos da Lei de Moisés. Ele conhecia bem os
dez mandamentos. Abordando Jesus, indagou-lhe: “Mestre, qual é o grande
mandamento da lei?” (Mt 22.36). E Jesus respondeu-lhe de maneira sábia, serena
e consistente:
1.1. “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração” (22.37). Nosso Senhor
não aceita dominar apenas uma parte do nosso coração; Ele o requer por
completo. Quanto a isso, Ele nunca fez concessões: “Quem não é comigo é contra
mim; e quem comigo não ajunta espalha” (Mt 12.30). O mandamento revela o objeto
da nossa mordomia de amor: fazer o bem ao próximo de forma concreta, com obras
que revelam a nossa fé (Tg 2.14-17).
1.2. “De toda a tua alma e de todo o teu pensamento” (v.37). Aqui, o
Senhor Jesus enfatizou que, além de todo o coração, o primeiro mandamento exige
toda a alma e todo o pensamento de uma pessoa. Essa é a base
bíblico-doutrinária para dizer que a Mordomia Cristã valoriza a interioridade
do crente. Logo, absolutamente tudo no interior do cristão — coração, alma e
pensamento — deve estar voltado para Deus, que é o centro de todas as coisas.
1.3. “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (22.58). O segundo
mandamento enfatiza que, na medida em que amamos a Deus de todo coração, alma e
pensamento, devemos amar o próximo como a nós mesmos. Tal mandamento é relevante
para a nossa mordomia, pois no mundo atual, sem qualquer ranço pessimista,
pode-se ver que o desamor é a tônica entre pessoas, famílias, países e, até
mesmo, entre alguns que se dizem cristãos.
1.4. Quem é o próximo? Esta foi a grande pergunta
feita por Jesus após contar a parábola do Bom Samaritano ao doutor da lei (Lc
10.30-37). O nosso próximo é um familiar: esposo, esposa, pai e filho, irmão,
primo, sobrinho, etc. É o nosso irmão em Cristo, o nosso vizinho, o professor,
o colega de trabalho, o carente ou o socialmente excluído. Assim, o mandamento
revela o objeto da nossa mordomia de amor: fazer o bem ao próximo de forma
concreta, com obras que revelam a nossa fé (Tg 2.14-17).
2. A mordomia da fé cristã. A palavra fé (gr. pistis ; lat. fides) traz a ideia de
confiança que depositamos em todas providências de Deus. Mas a melhor definição
de fé foi enunciada pelo autor da Epístola aos Hebreus, ao descrevê-la com
profunda inspiração divina: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se
esperam e a prova das coisas que se não veem” (Hb 11.1). Aqui, há três
características essenciais à fé:
(1) Ela é o fundamento ou base para a confiança em Deus;
(2) Ela envolve a esperança ou expectativa segura do que se espera da
parte de Deus;
(3) Ela é “a prova das coisas que não se veem”, mas são esperadas por
uma convicção antecipada.
3. A fé como patrimônio espiritual. A fé cristã é o depósito
espiritual acumulado durante toda vida do crente. É o nosso patrimônio
espiritual, de valor e virtudes inestimáveis. Essa fé que o crente foi
estimulado a guardar para não perder a “coroa” (Ap 3.11). Ao escrever ao jovem
discípulo, Timóteo, e já próximo da morte, o apóstolo Paulo disse: “Combati o
bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça
me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não
somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2Tm 4.7,8).
Querido irmão, prezada irmã, guarde sua fé!
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A
mordomia espiritual do cristão envolve a prática do amor e o exercício da fé.
SUBSÍDIO
DOUTRINÁRIO
[SOBRE A FÉ]
“No Novo Testamento, o verbo pisteuõ (‘creio, confio’) e o
substantivo pistis (‘fé’)
ocorrem cerca de 480 vezes. Poucas vezes o substantivo reflete a ideia da
fidelidade como no Antigo Testamento (por exemplo, Mt 23.23; Rm 3.3; Gl 5.22;
Tt 2.10; Ap 13.10). Pelo contrário, normalmente funciona como um termo técnico,
usado quase exclusivamente para se referir à confiança ilimitada (com
obediência e total dependência) em Deus (Rm 4.24), em Cristo (At 16.31), no
Evangelho (Mc 1.15) ou no nome de Cristo (Jo 1.12). Tudo isso deixa claro que,
na Bíblia, a fé não é ‘um salto no escuro’.
Somos salvos pela graça mediante a fé (Ef 2.8). Crer no Filho de Deus
leva à vida eterna (Jo 3.16). Sem fé, não poderemos agradar a Deus (Hb 11.6). A
fé, portanto, é a atitude da nossa dependência confiante e obediente em Deus e
na sua fidelidade. Essa fé caracteriza todo filho de Deus fiel. É o nosso
sangue espiritual” (HORTON, M. Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma
Perspectiva Pentecostal. RJ: CPAD, 2018, pp.369,370).
CONHEÇA
MAIS
Mordomo e Mordomia
O mordomo é a função que responde à mordomia pela qual ele foi colocado
para executar. No Reino de Deus, essa relação se dá com o crente e a dimensão
de sua vida nas esferas espiritual e social. O crente, em Jesus, tem contas a
prestar a Deus a respeito do que Ele o chamou a fazer.
III.
A MORDOMIA DOS BENS MATERIAIS
1. O cristão e as finanças. Na mordomia dos bens materiais,
o cristão deve trabalhar honestamente para garantir sua sobrevivência
financeira. Desde o Gênesis, após a Queda, o homem emprega esforços, com “o
suor” de seu rosto (Gn 3.19), para obter os bens de que necessita. Isso é feito
de maneira constante (1Ts 4.11). Nesse aspecto, a preguiça é um pecado
intolerável diante de Deus. Assim, Ele exorta ao preguiçoso que aprenda com as
formigas, pois estas trabalham no verão para garantir o mantimento no inverno
(Pv 6.6,9; 10.26).
2. O cristão e as riquezas. Deus não demoniza a riqueza nem
diviniza a pobreza. Mas o cristão não deve recorrer aos meios ou práticas
ilícitas de ganhar dinheiro, como o bingo, a rifa, as loterias e outras formas
“fáceis“ de buscar riquezas (Pv 28.20).
A Bíblia mostra que a avareza é a idolatria ao dinheiro, ou seja, uma
compulsão para enriquecer a qualquer custo. É uma escravidão ao vil metal.
Sobre isso as Escrituras também asseveram: “Porque o amor do dinheiro é a raiz
de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se
traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1Tm 6.10).
E Jesus ensinou: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida
de qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lc 12.15). E também
ratificou: “Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem
consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam” (Mt 6.20).
3. O cristão e a contribuição para a igreja. Na igreja
local há várias maneiras pelas quais o cristão pode e deve contribuir para a
expansão e manutenção da Obra do Senhor. Essa contribuição deve ser feita
através dos dízimos e das ofertas voluntárias (cf. Ml 3.8-12). Jesus reiterou a
necessidade da contribuição com os dízimos, repreendendo a hipocrisia dos
fariseus (Mt 23.23), pois há inúmeras necessidades da igreja que requerem as
contribuições dos fiéis.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A
mordomia dos bens materiais do cristão envolve as finanças, as riquezas e
contribuição para a igreja.
SUBSÍDIO
VIDA CRISTÃ
[A importância do compromisso]
“Earl e Hazel Lee escreveram: ‘o compromisso é mais que uma decisão
sentimental que pode mudar a vida de uma pessoa por alguns poucos dias cheios
de emoção. É um ato válido da vontade, e muda todo o modo de vida de uma
pessoa’. Eles explicam o significado de compromisso, descrevendo-o como o
descreve um dialeto indiano: o compromisso é dar com a palma da mão ‘para
baixo’. Quando colocamos algo na mão de alguém, não conseguimos segurar nenhuma
parte do que estamos dando. Ao passo que, se pedirmos que uma pessoa retire
algo de nossa mão, ainda poderemos segurar alguma parte que essa pessoa não
consiga pegar. Em nossa cultura, é mais fácil passar do aproveitar os nossos bens
a nos agarrarmos fortemente a eles e tentarmos agarrar mais, o que é chamado
materialismo.
A. W. Tozer escreveu: ‘Uma das piores tragédias do mundo é o fato de
permitirmos que os nossos corações se encolham, até que haja neles espaço para
pouca coisa, além de nós mesmos’. O materialismo é uma atitude perigosa, porque
conserva o nosso foco naquilo que temos, e não naquilo que somos e estamos nos
tornando. Ele permite que fiquemos falsamente satisfeitos — pensamos que,
porque temos muitas coisas, devemos ser boas pessoas. Embora não haja nada de
errado em dirigir um carro bonito, em vestir-se bem e aproveitar os benefícios
da última tecnologia, quando os nossos bens nos possuem e o que temos de
valioso se torna mais importante que os nossos valores, então estamos com
problemas” (TOLER, Stan. Qualidade total de vida.1ª Edição. RJ:
CPAD, 2013, pp.71,72).
CONCLUSÃO
Somos mordomos dos bens espirituais e materiais concedidos por Deus à
sua Igreja. Se realizarmos nossa mordomia para a glória de Deus, com gratidão
pelos bens adquiridos, seremos recompensados pelo Senhor. Usemos os recursos
que Deus nos concedeu como verdadeiros mordomos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Tudo o que temos vem do Senhor!
PARA
REFLETIR
A respeito de “O que é a Mordomia Cristã” responda:
O que diz respeito à mordomia na Bíblia?
Na
Bíblia, Mordomia diz respeito a todo serviço que o crente realiza para Deus e o
seu comportamento diante do Pai e dos homens.
Na mordomia do amor cristão a quem devemos amar?
Amar
a Deus e ao próximo.
Na mordomia da fé cristã, o que significa “fé”?
A
palavra fé (gr. pisteuõ; lat. fides) traz a ideia de
confiança que depositamos em todas as providências de Deus.
Na mordomia dos bens materiais, como o cristão deve trabalhar?
Na
mordomia dos bens materiais, o cristão deve trabalhar honestamente para
garantir sua sobrevivência financeira.
Como deve ser a contribuição do cristão à igreja local?
Essa
contribuição deve ser feita através dos dízimos e das ofertas voluntárias (cf.
Ml 3.8-12).