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DONS DE PODER


1 Coríntios 12:4,9-11 
"A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus" (1Co.2:4,5).

1 Coríntios 12:

4.Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.

9.e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar;

10.e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.
11.Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos dos Dons de Poder - Dom da Fé, Dons de Curar e Dom de Operação de Maravilhas. Aqui, a palavra Poder significa autoridade. Portanto, quando a Bíblia nos diz que o Senhor nos deu Poder, significa que ele nos conferiu autoridade. Assim sendo, os Dons de Poder são aqueles que mostram a Soberania de Deus, a sua Onipotência, a sua Autoridade sobre as forças da natureza, sobre o ser humano, sobre os demônios. Esses Dons são concedidos pelo Espírito Santo à Igreja a fim de auxiliá-la na propagação do evangelho, para que o nome do Senhor seja glorificado. Através dos Dons de Poder a soberania de Deus sobre todas as coisas e a Sua presença no meio da Igreja são confirmadas. Jamais devem ser utilizados para a exaltação pessoal. Uma pergunta: sinceramente, você já viu, de forma explicita, alguém da Igreja com este Dom? Não? Se Jesus não mudou e os dons espirituais são para a Igreja de hoje, por que atualmente não vemos as manifestações dos dons de poder em nosso ambiente com maior frequência? Entre os primeiros cristãos sobejavam os Dons de poder. Hoje, mais do que nunca, a manifestação desses dons é imprescindível e essencial. Urge buscá-los com fervor!

I. O DOM DA FÉ (1Co.12:9)

“Dom da Fé é a capacidade que o Espírito Santo concede ao crente para este realizar coisas que transcendem à vida natural".

1. O que significa Fé?

“Fé” é uma das menores palavras da Bíblia Sagrada em língua portuguesa, mas seu tamanho é inversamente proporcional ao seu profundo significado. O pecador é salvo pela fé (Ef.2:8,9), o justo vive pela fé (Rm.1:17). Sem fé é impossível agradar a Deus (Hb.11:6). Tudo o que é feito sem fé é pecado (Rm.14:23). Em Hebreus 11 encontramos a galeria da fé, em que homens e mulheres creram em Deus, viveram e morreram pela fé. Fé é a confiança de que a Palavra de Deus é verdadeira, não importam as circunstâncias.

2. A Fé como Dom

A palavra “Fé” traduz conceitos fundamentais, essenciais na revelação de Deus ao homem através da sua Palavra, e não é de admirar, portanto, que a palavra tenha servido para expressar diferentes conceitos. Como Dom, os teólogos definem a Fé como a capacidade que o Espírito Santo concede ao crente para este realizar coisas que transcendem à esfera natural da vida, objetivando sempre a edificação da Igreja. De acordo com o teólogo Stanley Horton, esse dom "é uma fé milagrosa para uma situação ou oportunidade especial". É essencial que saibamos distinguir os diversos significados que a palavra “fé” traduz. Vejamos alguns:

a) A Fé natural. A Fé Natural é a chamada fé esperança, fé intelectual. Esta fé nasce com o homem, faz parte da natureza humana. Esta é a fé que dá ao homem motivação para lutar, para progredir, para superar dificuldades. Quando o homem perde a fé natural, ele cai no desânimo, perde a vontade de viver, de lutar. Aconteceu com a maioria dos chamados “moradores de rua”. É ela que faz com que o homem seja um ser religioso, faz com que ele creia sempre em algo, ou alguém superior a ele. Ouvindo falar de um Deus Criador, com facilidade, ele crê na sua existência – “Tu crês que há um só Deus? Fazes bem...”(Tg.2:19); ou seja, nisto não há nada de excepcional, e Tiago acrescenta: “... também os demônios o creem e estremecem”. Isto significa que ter uma fé apenas teórica não representa muita coisa.

A Fé natural não leva o homem a Deus e nem trás Deus ao homem. A Fé Natural não pode se transformar em Fé espiritual, ela só atua na esfera material. Ela não pode ajudar o homem a compreender e a adquirir os bens espirituais. Ela não pode ser definida como “firme fundamento das coisas que se esperam” (Hb.11:1), porque está sujeita a falhas.

Dentre os exemplos de Fé natural podemos citar a do agricultor, ou lavrador. Se o agricultor não tiver Fé natural, ele não semeia, conforme afirmou Salomão: “Quem observa o vento, nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará”(Ec.12:4). Isto significa que o agricultor não pode ficar na dependência do tempo - se vai chover ou vai fazer sol. O tempo passa, e ele tem que acreditar, ter fé, lançar a semente, crer que haverá uma colheita abundante, e esperar. Mas, nada pode lhe garantir que haverá colheita.

A Fé natural não se apoia num firme fundamento, logo, pode falhar. Uma praga, a falta ou excesso de chuva pode prejudicar, e até destruir toda colheita. Isto diferencia muita da Fé espiritual, que é “o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem”(Hb.11:1). A Fé espiritual só pode ser recebida como dom de Deus, através de sua Palavra. Isto acontece no momento da Conversão, ou do Novo Nascimento. Somente o homem nascido de novo possui a Fé espiritual.

b) A Fé salvífica. É a crença de que Jesus é o único e suficiente Senhor e Salvador de nossas vidas. Quando alguém dá crédito à pregação do Evangelho, considera-se um pecador, se arrepende dos pecados, crê que Jesus pode perdoá-lo e se submete à vontade de Deus, crendo que Jesus pode dar-lhe a vida eterna e levá-lo ao céu, age com a “Fé salvadora” ou “Fé salvífica”. Esta Fé não nasce no homem, mas é dom de Deus (Ef.2:8), e se origina do ouvir a Palavra de Deus (Rm.10:17). Através da Palavra de Deus(Rm.10:17), o Espírito Santo convence o homem do pecado, da morte e do juízo (João 16:8-11) e, deste modo, o homem crê e, mediante esta Fé, é justificado (Rm.5:1), ou seja, posto numa posição de justo diante de Deus, o que lhe permite ter paz, isto é, comunhão com Deus, sendo vivificado em Cristo. Esta Fé é a que concede salvação ao homem. Embora seja um dom de Deus, a Fé salvífica precisa ser exercida pelo crente para confirmar a sua salvação.

c) A Fé Ativa. É a confiança absoluta em alguém ou em algo. É precisamente este o significado em que se deve entender fé enquanto “Fé ativa”. Esta Fé é exercida diariamente pelo salvo, após ter aceitado Jesus como seu Senhor e Salvador. Trata-se da atitude de confiança em Deus, de crédito à sua Palavra, às suas promessas. Somente podemos dizer que temos fé se dermos crédito à Palavra de Deus, e dar crédito à Palavra de Deus é fazer o que Ele manda ali. Esta Fé é o combustível que nos leva a caminhar em direção a Jerusalém celestial. É o elemento que nos faz superar todos os obstáculos e a enxergar as circunstâncias sob o prisma espiritual. Foi esta Fé que fez com que os antigos vencessem todas as dificuldades, como nos mostra o escritor aos Hebreus no “capítulo da fé” (o capítulo 11 da epístola aos Hebreus). É esta Fé que nos faz vencer o mundo (1João 5:4).

d) A Fé morta (Tg.2:14-17). Quais são as características de uma fé morta? O Rev. Hernandes Dias Lopes, em seu livro “Tiago – transformando provas em triunfo”, classifica as características de uma fé morta da seguinte maneira:

ü  É uma fé que não desemboca em vida santa. A fé morta está divorciada da prática da piedade. Há um hiato, um abismo entre o que a pessoa professa e o que a pessoa vive. Ela crê na verdade, mas não é transformada por essa verdade. A verdade chegou à sua mente, mas não desceu ao seu coração. É um erro pensar que apenas recitar ou defender um credo ortodoxo faz de uma pessoa um cristão. Assentimento intelectual, apenas, não é fé salvadora. A fé que não produz vida, que não gera transformação, é uma fé espúria (cf. Mt.7:21). Certo pastor, ao ser confrontado em razão de seu adultério, respondeu: "E daí se eu estou cometendo adultério? Eu prego melhores sermões do que antes". Esse homem estava dizendo que enquanto ele acreditasse e pregasse doutrinas ortodoxas, não importava a vida que ele levava. Isto é fé morta, e Tiago ataca esse tipo de fé. As igrejas estão cheias de pessoas que dizem que creem, mas não vivem o que creem. Isso é fé morta.

ü  É uma fé meramente intelectual. A pessoa consente com certas verdades, mas não é transformada por elas. Em Tiago 2:14, Tiago pergunta: "Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?". Quando Tiago usa a palavra semelhante, ele está falando de um certo tipo de fé, ou seja, a fé apenas verbal em oposição à fé verdadeira. Ainda neste texto, ele pergunta: "Que proveito há, meus irmãos, se alguém disser que tem fé e não tiver obras?". A fé aqui descrita existe apenas na base da pretensão. A pessoa diz que tem fé, mas na verdade não tem. As pessoas com uma fé morta substituem obras por palavras; elas conhecem as doutrinas, mas elas não praticam a doutrina; elas têm discurso, mas não têm vida. A fé está apenas na mente, mas não na ponta dos dedos.

ü  É uma fé que não produz frutos dignos de arrependimento. Essa fé é ineficiente, inoperante e não produz nenhum resultado. Ela tem sentimento, mas não ação. Tiago ilustra a fé morta (Tg.2:15,16): um crente vem para a igreja usando roupas emprestadas e sem comida; uma pessoa com uma fé morta vê essa situação e não faz nada para resolver o problema do irmão necessitado; tudo o que ele faz é falar algumas palavras piedosas (Tg.2:16). Deixar de ajudar o necessitado é fechar o coração ao amor de Deus (1João 3:17,18). Na parábola do Bom Samaritano, o sacerdote e o levita podiam pregar sobre sua fé, mas não demonstraram a sua fé (cf. Lc.10:31,32). Essa fé intelectual, inútil, incompleta e morta não salva ninguém. Ortodoxia sem piedade produz morte. Não podemos ser cristãos e, ao mesmo tempo, ignorar as necessidades dos outros. Não podemos ser indiferentes às necessidades do próximo e ainda professar que somos cristãos.

3. Exemplo bíblico do dom da Fé

Este Dom só se manifesta quando surge uma necessidade. Foi o que aconteceu com Paulo no navio que o levava a Roma. Ele usou de autoridade para impedir que algum mal se fizesse aos presos e, assim, sendo um simples prisioneiro, dirigir e comandar a própria salvação de todos os que ali estavam (Atos 27:30-36).

Também, o Dom da Fé é visto na operação da cura do coxo na porta do Templo, registrada em Atos 3. Pedro teve a fé milagrosa para ordenar ao coxo que levantasse e andasse em nome de Jesus.

O profeta Elias tinha o Dom da Fé segundo o relato de 2Reis 1:10-12 (o fogo do céu consome 100 homens).

O episódio ocorrido no Mar Vermelho, logo após a saída do povo de Israel do Egito, é uma demonstração clara de Fé. Diante daquela situação sem saída, Moisés ergueu-se como um gigante da fé ao encorajar o povo a não temer o inimigo que se aproximava vorazmente (Êx.14:13,14) - “Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais vereis para sempre. O Senhor pelejará por vós, e vos calareis”.

II. DONS DE CURAR (1Co.12:9)

“E a outro, no mesmo Espírito, dons de curar” (1Co.12:9).

1. O que são os Dons de curar?

É o poder que Deus dá a alguns de seus servos para a cura de enfermos - tanto dos crentes quanto dos incrédulos (cf. Mt.4:23-25; 10:1; Atos 3:6-8; 4:30) -, de forma extraordinária, sobrenatural. Nos primórdios da Igreja, esta experiência era constante no ministério dos discípulos. O Espírito Santo concedeu-lhes os Dons de Poder, que confirmaram e fortaleceram a vida cristã.

Não devemos confundir os Dons de curar com o sinal de cura de enfermos, que se trata de uma operação divina feita para a confirmação da pregação do Evangelho. Os Dons de curar são repartidos pelo Espírito Santo especificamente a alguns, enquanto que, na operação de cura, Deus Se manifesta para confirmar a Sua Palavra.

Observe a expressão bíblica: “dons de curar”. Por está no plural, não deixa dúvidas de que se trata de “dons especiais para casos específicos”; indica diferentes atitudes de curar enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de um dom especial de Deus.

Os Dons de Curar não são concedidos a todos os membros do Corpo de Cristo (1Co.12:11,30). Todavia, todos eles podem orar pelos enfermos. Jesus disse: “curai os enfermos” (Mt.10:8). Havendo fé, os enfermos são curados. Muitas vezes a cura das enfermidades na Igreja é impedida por causa do pecado escondido, não confessado; é o que diz Tiago 5:16: “Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sarei”. Portanto, os crentes devem confessar seus pecados a Deus e a Igreja (quando esta for ofendida e escandalizada). O pecado na Igreja embaraça as orações dos crentes e impede a manifestação do poder sanador divino na congregação.

2. A redenção e as curas

Após a Queda, o ser humano passou a sofrer terríveis enfermidades, doenças degenerativas, e facilmente morre - consequências do pecado, e da maldição da Terra por causa do pecado do homem (Gn.3:17). Assim sendo, somos altamente vulneráveis a tal ponto de um vírus, que é invisível, dominar facilmente o corpo do ser humano, levando-o à morte, caso não haja um imunizante poderoso para impedir sua ação destruidora; é o que estamos vendo hoje nessa pandemia do Covid-19. Estamos vendo inúmeros crentes, redimidos com o sangue de Cristo, fiéis servos de Deus, ativos na Obra do Senhor, serem mortos impiedosamente pelo vírus Corona. Por que isso está ocorrendo? Porque ainda não conseguimos a incorruptibilidade do nosso corpo. Estamos sujeitos a qualquer enfermidade, estamos sujeitos a morte física. Apesar de sermos redimidos pelo Senhor através da obra expiatória efetuada por Jesus na cruz do Calvário, ainda aguardamos a redenção do nosso próprio corpo (Rm.8:23).

Portanto, enquanto estivermos aqui estaremos sujeitos às doenças e à morte. Um dia, os salvos se revestirão de incorruptibilidade (1Co.15:54); por enquanto, embora Jesus tenha poder para nos curar, segundo a sua vontade (1João 5:14; Mt.6:9,10), estamos sujeitos às enfermidades. Os pregadores da saúde perfeita sempre “exigem” a cura e dizem que o Senhor cura sempre, pois a saúde é um direito do crente (cic). Se isto é verdade, então por que Eliseu morreu em decorrência de uma enfermidade (2Rs.13:14)? Por que Timóteo e Trófimo não foram curados (1Tm.5:23; 2Tm.4:20)? Se a saúde é um direito do crente, por que ele fica doente? No Salmos 41:3, está escrito: “O Senhor o sustentará no leito de enfermidade; tu renovas a sua cama na doença”. O fato de a saúde fazer parte do plano de Deus para a salvação não significa que a doença venha a ser erradicada da vida de todo aquele que aceita a Jesus Cristo como Senhor e Salvador da sua vida. Assim como o fato de ser salvo não nos livra da morte física, consequência praticamente inevitável do pecado e que acomete tanto os salvos quanto os ímpios, assim também não estamos imunes à doença. Enquanto não recebermos o novo corpo imortal e incorruptível estaremos sujeitos a toda sorte de doenças. 

3. A necessidade desses Dons

Os Dons de Curar são de grande valor na pregação do Evangelho, por isso a necessidade da atuação desses Dons. É promessa de Jesus à Sua Igreja a delegação de poder para curar enfermidades, como parte da missão de pregar o evangelho (Mc.16:15-18). As pessoas em geral são descrentes do poder de Deus, mas quando veem uma cura de impacto, como a cura de câncer, de diabetes, de paralisia, do Covid-19, ou de qualquer doença degenerativa, as pessoas são compelidas a ter sua fé despertada para o poder de Deus em suas vidas. Milagres de cura, sem transformação de vidas, pelo poder do evangelho de Cristo, tornam-se apenas elementos de “shows” para glorificação do pregador. Mas, quando as curas contribuem para glorificação a Deus, têm grande valor para a divulgação do evangelho.

O pr. Elinaldo Renovato, citando Stanley Horton, diz ‘que ninguém pode dizer: Eu tenho o dom de curar', como se este dom pudesse ser possuído e ministrado ao bel-prazer da pessoa. Infelizmente, o que se vê, em muitos programas de TV, de determinadas segmentos que se dizem cristãos, é o endeusamento do pastor, do bispo ou apóstolo, que ministra curas de maneira cotidiana. Não ousamos dizer que pessoas não são curadas, em tais movimentos religiosos, mas a exaltação do ministrante de curas ofusca a glória que só pertence a Deus” (Dons Espirituais & Ministeriais (servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário) – Elinaldo Renovato. CPAD.2014).

III. O DOM DE OPERAÇÃO DE MARAVILHAS (1Co.12:10)

e a outro, a operação de maravilhas” (1Co.12:10). 

1. O Dom de Operação de Maravilhas

Operação de Maravilhas são operações de milagres extraordinários e espantosos pelo poder de Deus. São fatos que fogem à explicação das leis naturais. São ocorrências difíceis de explicar, que aparentemente contradizem a ordem natural das coisas. A Operação de Maravilhas modifica as leis estabelecidas por Deus, quando isto for da Sua vontade e atender aos seus sublimes propósitos. Enfim, através deste Dom, Deus opera: algo sobrenatural (2Rs.4:1-7); algo que vai contra todas as leis da natureza (2Rs.4:32-37); algo que vai contra as leis da química e da física (2Rs.6:1-7); algo que está acima da compreensão e raciocínio humano (capaz até mesmo de mudar toda a ordem universal - Josué 10:12-13).

2. Exemplos bíblicos

Muitos são os exemplos bíblicos de Operação de Maravilhas. Vejamos alguns: o cajado de Moisés transformada (Ex.4:1-5); o azeite da viúva (1Rs.17:13-16); a transformação da água em vinho (João 2:7-11); a multiplicação dos pães (Mt.14:19-21).

A ressurreição de uma pessoa morta é um exemplo poderoso de maravilha. No ministério de Jesus, por exemplo: a ressurreição de Lázaro (João 11.39-44); a ressurreição do filho da viúva de Naim (Lc.7:11-17); a ressurreição da filha de Jairo (Mc.5:21-43).

O expelir demônios também é um exemplo de Operação de Maravilha. A Bíblia ressalta que, pelas mãos de Paulo, maravilhas extraordinárias eram realizadas (Atos 19:11). Filipe, também, era usado com o Dom de Operar Maravilhas (Atos 8:6,7,13) – “E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia, pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados. E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou, de contínuo, com Filipe e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito”.

3. Distorções no uso dos Dons de curar e de Operação de Maravilhas

Nunca houve tantas distorções no uso dos Dons de poder, principalmente no campo de curas, como atualmente. Muitos exageros têm sido manifestados nas Igrejas Locais, e até mesmo nos meios de comunicação televisionados, no afã de deixar o pregador famoso com suas palhaçadas. Infelizmente, muitos pregadores neopentecostais inescrupulosos manipulam esses dons para obterem lucros financeiros e enriquecimento pessoal. Isto envergonha o nome de Jesus e mancha a idoneidade da Igreja na sociedade. Quem procede desta forma, está suscetível ao juízo de Deus, que virá no tempo próprio.

Não se pode deixar de valorizar a cura divina nesta caminhada da Igreja, porém, deve ter como meta a glorificação a Deus (Mt.28:19,20), jamais a promoção humana. Portanto, o cristão não tem autorização divina para "determinar", "decretar" ou "exigir" a cura dos enfermos. Nossa responsabilidade é orar pedindo a cura, impondo as mãos sobre os enfermos para que eles sejam curados (Mc.16:18). Como discípulos de Cristo, devemos rogar ao Pai, buscando-o de todo o nosso coração para curar os doentes, pois a Palavra de Deus recomenda que oremos pelos enfermos (Tg.5:14). Se for da vontade de Deus, e se for para Sua glória, Ele vai curar o enfermo. Certa feita, Jesus viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus” (João 9:1-3).

Aqueles que pregam a cura divina não podem esquecer que o maior milagre continua sendo a salvação das pessoas. Por isso, a mensagem mais urgente e necessária é: “O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc.1:15). Portanto,  conscientizemo-nos da seguinte realidade: quem opera a cura e as maravilhas é o Senhor, não o homem. Por isso, não podemos agendar dias nem marcar horários para cessão de curas. Além disso, é bom saber que quando oramos nem todos são curados. A cura é um ato eminentemente divino e Deus cura a quem e quando lhe apraz. Há momentos que a resposta de Deus, em relação à cura, é negativa, e, quando isso acontece, devemos aprender a lidar com a soberania divina. Mesmo homens de fé, como Moisés e Paulo, deixaram de ter suas orações atendidas (Dt.3:26; 2Co.12:8,9). Deus ouviu a oração deles, mas, no caso específico de Paulo, por motivos que estão além da compreensão humana, disse-lhe que sua graça seria suficiente. Paulo fora usado por Deus para que muitas pessoas fossem curadas, no entanto, ao dirigir-se a Timóteo, quanto a uma enfermidade estomacal, recomenda-lhe a ingestão de um pouco de vinho (1Tm.5:23). Fazemos uma ressalva de que essa é uma recomendação particular de Paulo a Timóteo, que não pode ser transformada em doutrina.

CONCLUSÃO

Os Dons de poder são essenciais para a Igreja do Senhor, pois eles contribuem sobremaneira para a conversão de pecadores aos pés de Jesus. Todavia, é bom estarmos cônscios de que as curas e maravilhas, que Deus venha a operar através do seu povo santo, não devem nortear a vida do crente. Curas e maravilhas são feitas pelo Senhor, que utiliza a instrumentalidade humana para esse fim, mas isso não significa que eles são o indicativo para a orientação de Deus às nossas vidas. Há pessoas que se colocam como reféns de milagres, como se estes fossem o marco regulatório para a vida cristã, e não tomam nenhuma postura ou atitude na vida se não virem milagres à sua volta. Tais pessoas precisam aprender a crer que os milagres são parte do Evangelho, mas que a Palavra de Deus é que deve nortear a vida do crente. Os sinais seguem aqueles que seguem a Palavra de Deus, e não os que creem seguem os milagres. Pense nisso!