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VOLTADOS OS OLHOS PARA BENDITA ESPERANÇA

 

Texto Base: Atos 1:6-11


“Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt.2:13).

 

Atos 1:

6.Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?

7.E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.

8.Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.

9.E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos.

10.E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco,

11.os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.

INTRODUÇÃO

Nesta última Aula do primeiro trimestre de 2021 trataremos da Bendita Esperança da Igreja: a gloriosa volta de Jesus Cristo. A volta gloriosa de Cristo é mais do que uma bendita esperança, é uma esperança cheia de alegria (Rm.5:2; 12:12), uma esperança unificadora (Ef.4:4), uma viva esperança (1Pd.1:3), uma firme esperança (Hb.6:19), uma esperança purificadora (1João 3:3). A dinâmica da nova vida é a expectativa da volta gloriosa de Jesus Cristo. Quando se espera uma visita real, tudo se limpa, se decora e se arranja para que o olho real o veja. O cristão é uma pessoa que está sempre pronta para receber o Rei dos reis.

O cristão olha para trás e glorifica a Deus porque a graça o libertou da impiedade e das paixões mundanas; ele olha para o presente e exalta a Deus porque tem uma correta relação consigo, com o próximo e com o próprio Deus; ele olha para o futuro e se santifica porque vive na expectativa da Volta do grande Deus e Salvador Cristo Jesus.

A graça de Deus nos libertou de nossas mazelas do passado, restaurou nossa vida no presente e nos mantém na ponta dos pés com uma gloriosa expectativa em relação ao futuro, quando o nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo voltar em glória e poder. É impossível que aqueles que mantêm essa gloriosa esperança da volta de Jesus se recusem a entregar-se completamente a Deus.

I. BREVE O SENHOR VIRÁ

Jamais um crente verdadeiro pode fazer coro àqueles que afirmam que Jesus vai demorar ou que a vinda de Jesus só ocorrerá nesta ou naquela data. Quem assim age é, nitidamente, um falso mestre, um escarnecedor, que anda segundo a sua própria concupiscência (cf. 2Pd.3:3,4). O apóstolo Paulo, embora admitisse que crentes iriam morrer antes do retorno de Cristo, não permitiu que este sentimento pudesse dar ensejo a uma diminuição na esperança deles, e rememorou o que já havia ensinado, ou seja, que, embora não fosse possível determinar a data da volta do Senhor, e até por causa disto, os crentes deveriam aguardar Jesus, pois Ele viria como o ladrão de noite, ou seja, sem prévio aviso e surpreendendo todos quantos não estivessem devidamente preparados.

Os crentes, devidamente ensinados, sabem que Jesus vai voltar e que há sinais para a sua vinda. Assim, além de saber que Jesus voltará, o crente acompanha os sinais deixados pelo próprio Senhor para mostrar a iminência da sua volta e, por isso, bem discerne a realidade dos tempos. É verdade que não sabemos a data do evento, mas temos plena consciência de que breve o Senhor voltará.

1. A Volta de Cristo

A Volta de Jesus é a mais sublime promessa que a Bíblia registra para o povo da Nova Aliança. É a maior esperança. É a força motriz de nossa fé. É a principal razão de sermos crentes em Jesus Cristo. A qualquer instante, num dia e numa hora em que ninguém sabe, apenas Deus, a trombeta soará, e a Igreja será levada para estar para sempre com Jesus. A volta de Jesus se dará em duas etapas:

Em primeiro lugar:

Ele virá para buscar aqueles cujos nomes estiverem escritos no livro da vida. É nesse momento que se dará a formação da Universal Assembleia dos Santos – que será a reunião entre aqueles que foram mortos em Cristo - em todas as épocas -, e aqueles que estiverem vivos, cujos corpos serão transformados num abrir e fechar de olhos, conforme 1Ts.4:16,17. Ele os levará consigo para as Bodas do Cordeiro, conforme está escrito em Ap.19:7-9; 1Co.3:8-14. As Bodas do Cordeiro é a celebração no Céu da união espiritual entre Cristo e a Igreja; é quando se dará a glorificação dos santos e a entrega do galardão de cada um segundo a sua obra (Is.62:11; Mt.5:12; 10:42; 22:1-22; 24:27-31; 25:1-13; Lc.12:36; João 4:36; 1Co.3:8,14; Col.3:24; 2João 1:8; Ap.2:11; 19:7-9; 20:6; 22:12).

Em segundo lugar:

Jesus retornará a Terra - em glória -, conforme está escrito em:

-Lucas 21:25-27 - “e haverá sinais no sol, e na lua, e nas estrelas, e, na terra, angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas; homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo, porquanto os poderes do céu serão abalados. E, então, verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória”.

-Mateus 16:27 - “porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e, então, dará a cada um segundo as suas obras”.

-Apocalipse 1:7 – “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!” (Ap.1:7).

Em sua primeira vinda – na sua encarnação, de acordo com Isaías 53:2,3 -, Jesus não tinha parecer nem formosura, era Homem de dores, experimentado nos trabalhos. Mas, quando João foi arrebatado em espírito no dia do Senhor e recebeu as revelações que relatou em Apocalipse, viu Jesus glorificado. Atente para o relato do apóstolo:

12. e virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro;

13. e, no meio dos sete castiçais, um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de uma veste comprida e cingido pelo peito com um cinto de ouro.

14. e a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os olhos, como chama de fogo;

15. e os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivesse sido refinado numa fornalha; e a sua voz, como a voz de muitas águas.

16. e ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece.

Na sua parousia, ou seja, na sua forma visível em glória, Jesus virá acompanhado de seus anjos e seus santos, a sua Igreja, para:

a) guerrear contra o Anticristo e o falso profeta, e derrotá-los. Nesse momento o mundo estará passando pelo Armagedom. Será um momento de angústia para Israel. De forma espetacular Jesus livrará Israel da destruição. É quando eles reconhecerão Jesus como o Messias tão esperado, o aceitarão e pranteá-lo-ão sobre Ele, conforme está escrito em Zacarias 12:10. O Anticristo e o falso profeta serão lançados vivos no lago de fogo e enxofre – o inferno propriamente dito; isto está escrito em Apocalipse 19:20: “e a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre”.

b) julgar as nações, conforme está escrito em Mt.25:31-46. Esse julgamento acontecerá na terra sobre aqueles que sobreviveram o Armagedom. Serão julgados com base no tratamento dado a mensagem do Reino, aos seus mensageiros e ao modo como trataram a Israel. Esse julgamento terá como finalidade apartar os bodes das ovelhas, ou seja, decidir quem passará com Cristo o Reino milenial e quem não passará o Milênio, ficando a aguardar o julgamento final e definitivo.

Observação:

Não confundir o julgamento das nações (Mt.25:31-46) com o julgamento do “Grande Trono Branco” (Ap.20:11-15). Há quem considere e ensine que a passagem bíblica de Mt.25:31-46 (Julgamento das Nações) e a de Ap.20:15 (julgamento final ou do Trono Branco) se referem a um só acontecimento; ou seja, para esses ensinadores, haverá um único julgamento, que eles denominam de juízo universal. Isto, porém, não se sustenta diante de uma análise, mesmo superficial, da Palavra de Deus. Veja a seguir as diferenças entre esses dois julgamentos, que impossibilitam torná-los um só acontecimento:

Ø Em Mateus, não há nenhuma ressurreição antes do julgamento, mas apenas uma reunião dos eleitos (Mt.24:31). Em Apocalipse, há uma ressurreição de todos os incrédulos.

Ø Em Mateus, o julgamento é de nações viventes. Em Apocalipse, o julgamento é dos mortos.

Ø Em Mateus, as nações são julgadas. Em Apocalipse, não trata de entidades nacionais, pois o Céu e a Terra fugiram e, já que as nações estão confinadas à Terra, o mesmo acontecimento não poderia ser descrito.

Ø Em Mateus, o julgamento é na Terra. Em Apocalipse, o céu e a Terra fugiram dAquele que está assentado no Grande Trono Branco (Ap.20:11).

Ø Em Mateus, não há livros a ser consultados. Em Apocalipse, os livros são abertos, o livro da vida é trazido, e os que não se encontram nele são lançados no Lago de Fogo.

Ø Em Mateus, o julgamento ocorre no retorno de Cristo à Terra. Em Apocalipse, o julgamento ocorre após o fim dos mil anos da presença de Cristo na Terra (Ap.20:5).

Ø Em Mateus, aparecem duas classes de pessoas - os justos e os incrédulos. Em Apocalipse, apenas os incrédulos aparecem.

Ø Em Mateus, alguns foram para o Reino e outros para o castigo. Em Apocalipse, nenhum dos que são julgados vai para a bênção, mas todos vão para o castigo eterno.

Ø Em Mateus, o Juiz está sentado no “trono da sua glória” (Mt.25:31). Em apocalipse, o Juiz está sentado no “Grande Trono Branco”.

Ø Em Mateus, a base do julgamento é o tratamento dos irmãos. Enquanto em Apocalipse, o julgamento se baseia nas suas obras.

Ø Em Mateus, a Vinda de Cristo precede o julgamento. Em apocalipse, nenhuma vinda é mencionada.

Ø Em Mateus, a sentença é pronunciada e a separação é feita antes de ser conhecida a causa do julgamento. Em Apocalipse, não há nenhum julgamento até que ocorra cuidadoso exame dos livros.

Ø Em Mateus, não há um milênio precedente, pois há o registro dos que passaram fome, sede, nudez, doença, aprisionamento e foram estrangeiros. Em Apocalipse, uma era milenar precede o acontecimento (Ap.20:5).

Estas considerações parecem suficientes para apoiar a afirmação de que não se trata de um único e mesmo julgamento, mas de duas partes separadas do plano de julgamento de Deus.

c) prender Satanás por mil anos, conforme está escrito em Ap.20:2 – “ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e satanás, e amarrou-o por mil anos”.

d) instaurar o Milênio, os mil anos de governo do Messias na Terra (Ap.20:4). A sede do governo será em Jerusalém.

2. Uma Promessa de Jesus

O próprio Jesus disse que voltaria. Antes de morrer, ressuscitar e ascender aos céus, o próprio Cristo prometeu aos seus discípulos que voltaria para levá-los para junto dEle.

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também (João 14:1-3).

“Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis. Naquele dia, conhecereis que estou em meu pai, e vós, em mim, e eu, em vós” (João 14:18-20).

3. O dia se aproxima

Os sinais da Volta de Jesus mostram que o Dia está próximo. A restauração geográfica e política da nação de Israel em 1948 é o sinal mais vibrante. O crente deve estar em comunhão com o Senhor, em santidade, a fim de que tenha condições de discernir espiritualmente o momento em que estamos vivendo e se preparar convenientemente para não ser apanhado de surpresa pela volta do Senhor. O juízo divino não demora e somente aqueles que estiverem atentos, aguardando o Senhor, serão poupados do “Dia do Senhor”, da ira divina que se abaterá sobre a Terra.

O apóstolo Paulo disse que Jesus virá como ladrão de noite (1Ts.5:2) – “porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite”. O ladrão vem quando não é esperado. O próprio Jesus afirmou: “mas considerai isto: Se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa” (Mt.24:43). Só o ladrão sabe quando ele vai agir, nós não sabemos. O ladrão não manda aviso prévio, não marca o dia e nem a hora. Quem não quiser ser surpreendido, tem que vigiar. Paulo, contudo, disse: “Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele Dia vos surpreenda como um ladrão” (1Tes.5:4). Eu e você sabemos que Jesus virá, e virá “como ladrão”. Resta-nos, portanto, esperar, e vigiar, para não sermos surpreendidos. O ladrão age rapidamente. Ladrão que se preza não demora no local do crime; planeja o que vai fazer e o faz no menor tempo possível.

Sabemos que Jesus virá, e Sua vinda será, portanto, repentina - “Num momento, num abrir e fechar de olhos...”(1Co.15:52); ou como um relâmpago - “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até o ocidente, assim será também a Vinda do Filho do Homem”(Mt.24:27).

O Arrebatamento será tão rápido que não haverá tempo para ninguém se preparar. Ninguém sabe o dia nem a hora, mas o Senhor Jesus deixou sinais claros e evidentes que mostram que esse dia está próximo. Resta-nos, portanto, estarmos preparados e vigilantes! – “Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir (Mt.25:13).

II. A NECESSIDADE DE VIGILÂNCIA

Vigilância é o ato ou efeito de vigiar; é o estado de quem permanece alerta, de quem procede com precaução para não correr risco, principalmente na vida espiritual. Se somos “filhos da luz e filhos do dia”, temos de ter um comportamento diferente dos demais, que são “filhos das trevas e filhos da noite”. Esta conduta diferenciada é resumida por Paulo como sendo caracterizada pela vigilância e pela sobriedade – “Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos e sejamos sóbrios” (1Ts.5:6).

1. Exortação à vigilância

“Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir (Mt.25:13).

A exortação à vigilância é um dos pontos centrais do sermão profético de Jesus, porque não se sabe o dia e a hora da Sua vinda (Mt.24:36; Mc.13:32). Se os cristãos da primeira hora deviam estar vigilantes quanto ao grande evento da vinda de Jesus, o que não diremos nós, que somos a Igreja da última hora? Por isso, devemos estar ainda mais firmes e atentos, continuamente.

Não precisamos interpretar a exortação à vigilância como uma exortação a esquadrinhar os céus em busca de sinais imediatos do aparecimento do Senhor. Antes, devemos ver nela uma admoestação para estarmos despertos, alerta, preparados, ativos na realização da obra do Senhor, para não sermos surpreendidos por repentina calamidade.

Estamos vivendo os dias que antecedem o retorno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e, por esse motivo, devemos estar em constante vigilância para que não sejamos persuadidos a vivermos o evangelho de forma negligente.

Poucos dias antes da sua crucificação, durante a preleção do sermão profético, Jesus alertou seus discípulos acerca do avanço da degradação moral e que a corrupção seriam alguns dos sinais que precederiam a sua Vinda. Isso está se cumprindo em nossos dias; então, a Igreja deve estar vigilante para manter a fidelidade ao Senhor Jesus. Enfrentamos cotidianamente uma batalha renhida entre o espírito e a carne; por isso, é imprescindível a busca pelo fortalecimento da vida espiritual e comunhão com o Senhor para que as fraquezas da nossa natureza carnal não sobreponham a vontade de servir ao Senhor com alegria e santidade nestes últimos dias da Igreja na Terra.

Manter-se vigilante, não se deixando dominar pelos desejos da carne, nem se envolvendo nos negócios do mundo, foi neste sentido o seguinte ensino de Jesus: “E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriagues, e dos cuidados da vida e venha sobre vós de improviso aquele dia” (Lc.21:34).

a)  Devemos vigiar para não cometer o erro dos israelitas - “Então, disse o Senhor a Moisés: sobe a mim, ao monte, e fica lá... E levantou-se Moisés com Josué, seu servidor; e subiu Moisés o Monte de Deus. E disse aos anciãos: esperai-nos aqui, até que tornemos a vós...” (Êx.24:12,18).

Moisés subiu ao Monte, mas prometeu que voltaria. Ele disse ao povo que o esperassem (Ex.24:18) - “Esperai-nos aqui, até que tornemos a vós”. “Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites”. Ele não disse o dia nem a hora de seu retorno. O povo, porém, não creu na promessa e na palavra de Moisés.

O povo esperou, porém, Moisés demorou a voltar. Então o povo envolveu-se com a idolatria e com os prazeres da carne. Não é isto que estamos vendo no mundo cristão pós-moderno?

“Mas, vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, ajuntou-se o povo a Arão e disseram-lhe: levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, a este homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu” (Êx.32:1).

No tempo de Deus, Moisés voltou, conforme havia prometido. Ninguém estava esperando por sua volta, nem mesmo o principal líder religioso do povo, Arão. O povo estava inteiramente envolvido com a idolatria e com os prazeres da carne - “E, vendo Moisés que o povo estava despido, porque Arão o havia despido para vergonha entre os seus inimigos” (Êx.32:25).

A Bíblia diz que Jesus voltará (João 14:1-3; Atos 1:11). É preciso esperar pacientemente até que Ele volte. Ele disse como devemos proceder:

“É como se um homem, partindo para fora da terra, deixasse a sua casa, e concedesse autoridade aos seus servos, e a cada um a sua obra, e mandasse ao porteiro que vigiasse. Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que vindo de improviso, não vos ache dormindo” (Mc.13:34-36).

A palavra de ordem a todos é: “Vigiai”. O gravíssimo erro, tanto dos líderes como do povo de Israel, não deve se repetir em relação à Igreja e a Volta do Senhor Jesus. A advertência aos descuidados é: “Virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera e à hora em que ele não sabe, e separa-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes”.

Portanto, é preciso esperar até que Ele volte, para não incorrermos no erro dos Israelitas. Estarás tu vigiando, quando Jesus voltar?

b) Vigiar para não incorrer no erro das virgens loucas - “As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo” (Mt.25:3).

As virgens loucas, tal como as virgens prudentes, estavam esperando o Noivo, e criam que ele viria. Porém, algumas não estavam preparadas para recebê-lo.  Não basta estar esperando e crendo que Ele virá, é preciso estar preparado para Sua Vinda. As Virgens Loucas, porém, não estavam. Assim, nós que também estamos esperando a Vinda de Jesus, precisamos vigiar a fim de não cometermos o erro das Virgens Loucas. Portanto:

  • Não basta apenas esperar, é preciso esperar vigiando para conservar-se em santificação, conforme exige a Palavra de Deus: “Segui a paz com todos e a Santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb.12:14).
  • Não basta apenas esperar, é preciso esperar vigiando para não permitir que se sujem nossas vestes espirituais, conforme exige a Palavra de Deus - “Em todo o tempo sejam alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça” (Ec.9:8).

Portanto, devemos vigiar para não incorrer no erro das Virgens Loucas; elas estavam esperando o Noivo, e criam que ele viria, e ele veio; porém, elas ficaram de fora porque não estavam preparadas para recebê-lo. Esta é uma advertência solene a todos os crentes em todos os lugares e em todas as épocas para viverem atentos em todos os momentos da vida (Ef.6:18).

Não basta saber que Jesus Vem e dizer que está esperando pela Sua Vinda; é necessário, também, estar preparado. Estarás tu preparado e vigiando, quando Jesus vier?

2. Os alarmes falsos

Muitos líderes e grupos religiosos arriscaram-se em marcar a data da volta de Cristo. Mas, todos esses líderes e grupos religiosos falharam. Marcar data da volta de Cristo é um tremendo erro.

Em toda a história da Igreja houve uma quantidade incrível de especulações relativas à data da volta do Senhor Jesus. Há muito tempo que falsos cristãos tentam usurpar atributos incomunicáveis de Deus. Só Deus é Onisciente. Só Ele conhece o futuro. Nem mesmo aos discípulos, concernente ao futuro de Israel, Jesus foi solícito com relação à revelação da independência do Reino de Israel – “Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel? E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (Atos 1:6,7).

O que Jesus ensinou sobre a data de sua segunda vinda? Ele foi bem enfático sobre isso. Em pelo menos cinco passagens (sete, se forem incluídas passagens paralelas), Jesus advertiu os discípulos a não marcar a data de sua volta (Mt.25:13). Sua volta é certa, mas o momento exato não. Jesus entendia a vontade humana de conhecer o futuro, mas não permitiu que Seus seguidores caíssem nas tentações dos videntes:

  • Mateus 24:36: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai”. Marcos 13:32 é uma passagem paralela idêntica.
  • Mateus 24:42: “Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor”.
  • Mateus 24:44: “Por isso, estai vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis”.
  • Mateus 25:13: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora”. Marcos 13.33-37 é uma passagem paralela.
  • Atos 1:7: E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder”.

Estas passagens são proibições absolutas de marcar a data da volta de Cristo. A data da volta de Cristo é uma questão de revelação de Deus. Ele decidiu não revelar isso nem para Cristo durante Sua humanidade em Sua primeira vinda (Mt.24:36). Se o Pai não o revelou ao Filho na Sua humanidade, por que alguém pode crer que o Pai lhe revelaria isso? Jesus deixa bem claro: “Não!”.

O ensinamento de Cristo é reforçado também em outras partes das Escrituras. Em 1Tessalonicenses 5:1-2, Paulo reafirma as palavras de Jesus com relação à incerteza da hora da Sua volta: “Irmãos, relativamente aos tempos e às épocas, não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o dia do Senhor vem como ladrão de noite”.

Portanto, a data da vinda de Cristo não foi revelada; é um segredo que pertence somente a Deus. O Senhor disse a Israel: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus; porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Dt.29:29).

III. VIVENDO COM FIDELIDADE

“Viver com fidelidade é adotar um estilo de vida cristão na esperança da vida de Cristo. Assim como Deus é santo e exige santidade do seu povo, da mesma maneira um Deus fiel exige fidelidade do seu povo”.

1. Definição de Fidelidade

O que é fidelidade? É a característica de quem tem bom caráter, é fiel e demonstra respeito por alguém e pelo compromisso assumido com outrem; é sinônimo de lealdade. Se Deus procura os fiéis da terra para que estejam com Ele, a fidelidade, entre outras virtudes, é algo que atrai a atenção de Deus. A vida de Paulo é um exemplo de como podemos vencer as crises e permanecer fiéis ao Senhor. A Epístola aos Filipenses nos dá uma visão clara sobre a fidelidade de Paulo a Deus, a despeito das circunstâncias adversas.

A Epístola aos Filipenses foi escrita na prisão, em Roma, e a nota dominante em toda a Carta é a alegria triunfante. A alegria apresentada envolve uma ardente expectativa da iminente volta de Cristo. O fato de essa expectativa ser dominante no pensamento de Paulo é observado em suas cinco referências à volta de Cristo, e em cada referência há uma nota de alegria (Fp.1:6,10; 2:16; 3:20; 4:5).

A alegria do cristão não é ausência de problemas nem está colocada em coisas; ela procede de Deus, é sustentada por Deus e consumada por Ele. O Reino de Deus que está dentro de nós é alegria no Espírito Santo; o fruto do Espírito é alegria. A ordem de Deus para nós é: "Alegrai-vos" (Fp.4:4). O mundo não pode dar nem tirar essa alegria, pois ela vem do Céu, vem de Deus. Não permitamos, portanto, que as crises, as doenças, enfraqueçam a nossa fé e roubem a nossa alegria. Sejamos, pois, fiéis a Deus, pois a fidelidade é fruto do Espírito Santo (Gl.5:22).

2. A Fidelidade de Deus

Uma das principais características divinas é a sua imutabilidade. Deus não muda e nEle não há sombra de variação (Tg.1:17). A Bíblia ressalta, ainda, que Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb.13:8).

A fidelidade de Deus é a base para a nossa fidelidade. Deus pode pedir e exigir fidelidade de nós porque Ele mesmo é fiel. Deus seria injusto se exigisse fidelidade de nós e Ele próprio não fosse fiel.

Jesus, fielmente, voltará (Ap.19:11-16). Escarnecedores duvidam da Segunda Vinda (2Pd.3:3,4) - “Tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, viram escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da Sua vinda? Porque desde que os pais dormiram, todas as cousas permanecem como desde o princípio da criação”.

Jesus não está demorando, mas sendo paciente! Deus é fiel (Dt.7:9): “Saberás, pois, que o Senhor Teu Deus é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que O amam e cumprem os Seus mandamentos...”.

3. A Fidelidade como virtude cristã

A fidelidade é, enquanto fruto do Espírito, a característica de manutenção dos compromissos assumidos diante do Senhor e de imutabilidade de suas posições frente aos desafios e obstáculos que se lançam diante do crente. Quando observamos a galeria dos “heróis da fé” no capítulo 11 dos Hebreus, vemos que a fé existente naqueles homens fez com que tivessem eles atitudes firmes, imutáveis, que não se alteraram mesmo diante das tribulações e das dificuldades apresentadas, que, aliás, chegaram mesmo a levar, algumas vezes, os fiéis à morte. Entretanto, a fidelidade não se abala mesmo diante da morte, tanto que o próprio Senhor, em sua carta à Igreja de Smirna, reconheceu esta circunstância, prometendo, porém, aos que forem fiéis até a morte, a coroa da vida (Ap.2:10).

Fidelidade, também, significa lealdade. O crente tem de ser leal, ou seja, deve cumprir com os compromissos assumidos diante de Deus e dos outros homens. A lealdade é tão importante na vida do cristão que Jesus proibiu terminantemente que o crente faça juramentos (Mt.5:34-36), pois, a um verdadeiro filho de Deus, basta a palavra que for dita. O falar do crente deve ser sim, sim, não, não. Tudo o que vem além disto, que é contrário à fidelidade, tem procedência maligna (Mt.5:37).

No Antigo Testamento, Noé é um dos maiores exemplos de fidelidade. Em Gênesis 6:9, é dito que Noé era varão justo em toda a sua geração. Sabe o que significa isso? Que Noé era íntegro, tinha bom caráter; era um modelo de retidão e fidelidade a Deus para sua geração. Aqui está um dos principais pilares da fidelidade a Deus: ter uma vida reta, íntegra. Ninguém pode ser fiel a Deus sem integridade, sem retidão. A fidelidade a Deus é sustentada pela integridade. Você quer atrair a atenção de Deus, a fim de ser abençoado por Ele? Então, acate a recomendação em Provérbios 3:3,4: “Não te desamparem a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço; escreve-as na tábua do teu coração, e acharás graça e bom entendimento aos olhos de Deus e dos homens”.

No Novo Testamento, Paulo é o grande modelo de fidelidade. Durante 16 anos, após sua conversão, ele pregou no vale do Jordão, na Síria e na Cilícia. Foi especialmente perseguido pelos judeus, que o consideravam um grande traidor. Fez quatro grandes viagens missionárias, sendo que na última foi a Roma como prisioneiro, para ser julgado, e nunca mais retornou para a Judéia.

Preso em Roma, no corredor da morte, na antessala do martírio, com o pé na sepultura, com o pescoço na guilhotina de Roma, ele escreve aos filipenses e diz: “E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho” (Fp.1:12). O que aconteceu a Paulo que contribuiu tanto para maior proveito do evangelho? Ele foi preso em Damasco, rejeitado em Jerusalém, esquecido em Tarso, apedrejado em Listra, açoitado em Filipos, escorraçado de Tessalônica e Beréia, foi chamado de tagarela em Atenas e de impostor em Corinto, enfrentou feras em Éfeso, foi preso em Jerusalém e acusado em Cesaréia, enfrentou um naufrágio em sua viagem para Roma, foi picado por uma víbora em Malta e chegou algemado na capital do império. Entretanto, ele olhou todas essas circunstâncias adversas com os olhos da submissão à vontade de Deus, dizendo que elas haviam contribuído para o progresso do evangelho. Nada, absolutamente nada, demoveu Paulo de sua fidelidade a Deus.

4. Tempos e estações

“...Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder”(Atos 1:6,7).

Os discípulos estavam refletindo sobre a vinda do Espírito Santo. Lembraram-se das palavras do profeta Joel acerca do derramamento do Espírito associado ao reino glorioso do Messias (Jl.2:28). Concluíram que o Senhor instituiria seu reino em breve, pois ele havia dito que o Espírito Santo seria enviado “depois destes dias” (Atos 1:5). Como sua pergunta revela, ainda esperavam que Cristo instituísse seu Reino terreno literal de imediato.

Jesus não os corrigiu por essa expectativa de seu Reino literal na Terra, pois sua esperança era e continua sendo justificada. Ele apenas lhes disse que não lhes competia conhecer o tempo da vinda de seu Reino. A data havia sido estabelecida pela exclusiva autoridade do Pai, mas ele tinha escolhido não a revelar. Era uma informação que dizia respeito somente a Deus Pai.

A expressão “tempos ou estações” é usado na Bíblia para se referir a vários acontecimentos preditos por Deus ainda não cumpridos com respeito à nação de Israel. Uma vez que eram de origem judaica, os discípulos devem ter entendido que, nesse caso, a expressão se referia aos dias críticos antes e durante o estabelecimento do reinado milenar de Cristo na Terra.

O pr. Ezequias interpretando a referida expressão afirma que ela tem duas respostas:

  • “tempos”, no grego, é “chronos”, e significa longo período. Haveria um espaço de tempo para pregação do Evangelho entre a descida do Espírito Santo e a vinda de Cristo.
  • “estações”, aqui, significa “kairós”, que quer dizer “ocasião” e se refere aos eventos críticos que devem acompanhar o estabelecimento do Reino de Cristo.

Portanto, “tempos” e “estações” são prerrogativas de Deus.

CONCLUSÃO

Continuemos com a nossa Bendita Esperança viva e inabalável, pois, certamente, a nossa glorificação é certa, o nosso corpo será glorificado para nunca mais se corromper e reinaremos para sempre com o Senhor. Ele prometeu, e vai cumprir a sua promessa, pois Ele é fiel e justo. Essa Esperança nunca nos decepcionará, nem nos envergonhará por termos confiado nela, porque ela é mantida viva e demonstrada como verdadeira pelo amor de Deus que o Espírito Santo derramou em nosso coração. O que precisamos fazer é estamos vigilantes quanto à vinda do Senhor e prevenidos contra os dardos inflamados do inimigo, que pertinaz procura arrefecer a nossa fé com seus ardis.